ANEURISMA CEREBRAL
Introdução
O
Aneurisma é constituído por uma bolsa de sangue que se forma em consequência da
dilatação de um segmento da parede arterial. É um processo degenerativo que
“deforma” as paredes da artéria, causando o aparecimento de uma bolsa de sangue
que se expande podendo chegar até a ruptura. O aneurisma cerebral é mais letal,
sendo que o mais comum é o da aorta abdominal.
O
aneurisma cerebral é uma dilatação de um segmento de uma artéria do cérebro,
que faz com que esta artéria tenha a sua parede mais frágil e com uma maior
chande de se romper. Depois que o aneurisma se desenvolve a tendência é que ele
vá aumentando de tamanho, conforme a evolução da doença. Os principais
complicadores da doença são em relação ao seu diagnóstico tardio e ao fato de
ser assintomático. Os aneurismas são graves porque podem romper-se, levando à
hemorragia e a morte.
Incidência
·
Mais comum em adultos do
que em crianças.
·
Incidência duas vezes
maior nas mulheres do que nos homens.
·
É raro a pessoa nascer com aneurisma
cerebral.
·
Os aneurismas cerebrais
se manifestam com maior incidência em indivíduos acima de 45 anos de idade.
·
Em quase 45% dos casos de
hemorragia por ruptura de aneurisma, cerca de 30% morrem sem obter a tempo um
atendimento médico.
·
Aproximadamente 0,2% a 3%
dos portadores de aneurisma cerebral têm risco anual de sangramento.
·
Pessoas de descendência
negra e oriental apresentam taxas maiores de aneurisma cerebral.
·
Em cada três casos de aneurisma
cerebral, dois estão ligados ao tabagismo.
·
Indivíduos que fumam diariamente
estão dez vezes mais propensos a apresentarem hemorragias cerebrais
causadas por aneurisma.
Causas
Todas as causas do
aneurisma cerebral envolvem uma fraqueza da parede da artéria. Essa fraqueza da
parede da artéria pode ter origem devido a diversas causas:
·
Hipertensão arterial
sistêmica.
·
Predisposição individual.
·
Envelhecimento.
·
Aterosclerose.
·
Alguns tipos de doenças
inflamatórias, infecciosas e reumáticas.
·
Malformação vascular
cerebral.
Os hipertensos têm um
risco maior de desenvolver aneurismas e os sintomas se manifestam muito mais precocemente.
Localização
A localização mais comum
ocorre nas artérias da base do cérebro, conhecidas como Polígoco de Willis.
Mais especificamente na porção anterior do círculo de Willis.
Os aneurismas cerebrais
gigantes são aqueles maiores que 2,5cm.
Fatores de risco
·
Álcool.
·
Arteriosclerose.
·
Hipertensão arterial.
·
História familiar.
·
Portadores da Síndrome de
Marfan têm um risco maior de ter aneurismas cerebrais.
·
Portadores da Doença de Ehlers-Danlos
têm risco maior de desenvolver aneurisma cerebral.
·
Portadores de doenças
cardiovasculares.
·
Tabagismo.
Fatores
desencadeantes de ruptura do aneurisma
O fator desencadeante
mais comum que causa a ruptura de um aneurisma é a hipertensão. Estudos indicam
que as rupturas acontecem quando a pressão arterial está acima de 16 (160mm de mercúrio).
Sinais e sintomas
Na fase inicial o
aneurisma cerebral não produz sintomas. Com o seu desenvolvimento ou aumento é
que o portador começa a sentir alguns sintomas. Aneurismas com mais de 2,0 mm
de diâmetro têm uma tendência maior de risco de sangramento. Geralmente, a
primeira manifestação dos aneurismas é a hemorragia. Mas pode ocorrer do
aneurisma crescer e não sangrar, nesse caso específico pode comprimir uma
estrutura cerebral, causando um sintoma específico como perda de movimento,
alterações da fala e distúrbios da visão.
Sintomas do aneurisma
cerebral não roto, isto é, quando ainda não ocorreu a ruptura ou sangramento:
·
Cefaléia de esforço, isto
é, dor de cabeça pelo esforço físico.
·
Fotofobia (sensibilidade
a luz).
·
Visão dupla ou borramento
visual.
·
Tonturas frequentes.
·
Perda da coordenação.
·
Perda do equilíbrio.
·
Mudanças de
comportamento.
·
Perda de memória.
·
Problemas de
concentração.
Sinais de ruptura
(aneurisma roto):
·
Dor de cabeça súbita e muito
forte. Em alguns casos específicos, dias antes do aneurisma romper, o indivíduo
pode começar a ter pequenos sangramentos no aneurisma, que podem provocar dor
de cabeça súbita, que podem durar algumas horas, passa e depois volta a
manifestar-se. Depois de dois
a três dias após a manifestação dessa cefaléia, o aneurisma rompe.
·
Forte tontura.
·
Vômitos.
·
Nâuseas.
·
Em alguns casos
inconsciência.
Obs: A morte ocorre se houver o comprometimento de áreas vitais do organismo
e se for uma ruptura seguida de grande hemorragia. Nesses casos nem o
tratamento cirúrgico, se for possível, pode evitar o óbito do paciente.
Diagnóstico
·
Anamnese.
·
Exame clínico.
·
Exame físico.
·
Angio-ressonância
magnética.
·
Angio-tomografia
cerebral.
·
TC- Tomografia
Computadorizada cerebral com contraste.
·
Angiografia cerebral
digital.
Tratamento
Médico especialista:
Neurocirurgião e Cirurgião endovascular.
Objetivos: Implementações de medidas para parar o sangramento e tentar diminuir
as sequelas neurológicas ou para evitar que ocorra o sangramento.
A indicação para o
tratamento cirúrgico do aneurisma cerebral depende das condições clínicas do
paciente, da ruptura ou não do aneurisma, das doenças associadas, a
localização, o envolvimento arterial e o tamanho do aneurisma para poder se
avaliar o risco da cirurgia para o paciente.
As doenças associadas
também servem de fator prognóstico. Em algumas situações quando o aneurisma é
muito grande e inoperável, a indicação da equipe multidisciplinar é o
tratamento conservador, esperando a evolução natural da doença.
Tratamento clínico: Em casos em que não
se pode fazer a cirurgia, o tratamento
inclui medicamentos para o controle da hipertensão arterial e da
hipertensão intracraniana, e evitar
grandes esforços físicos.
Tratamento cirúrgico:
Neurocirurgia. Através de uma craniotomia, se tem acesso ao cérebro,
identifica-se o aneurisma e procede-se o clipamento do aneurisma cerebral.
Técnica endovascular: o
cirurgião introduz o cateter na artéria femoral, chega ao aneurisma e uma
pequena mola metálica bem fina e delicada se enrola no interior do aneurisma,
criando um coágulo que impede novo sangramento.
Após o tratamento
cirúrgico devido a hemorragia cerebral o paciente deve
ser monitorado na UTI.
Complicações pós operatória:
·
Vaso-espasmo.
·
Ressangramento.
·
Aumento da PIC (pressão
intracraniana).
·
Hidrocefalia.
·
Convulsões.
Prognóstico:
O exame neurológico é
fundamental para que se obtenha um prognóstico do paciente submetido a cirurgia após ruptura do aneurisma cerebral.
O aparecimento de
hidrocefalia é indicação de um mau prognóstico.
Os pacientes idosos têm
uma evolução menos satisfatória.
Quanto maior o
sangramento pós-ruptura, maior será as sequelas neuropsicológicas e motoras.
Sequelas
A ruptura de um aneurisma
cerebral pode deixar sequelas graves, como incapacidades cognitivas ou
problemas de ordem motora no paciente. A grande maioria dos pacientes apresentam algum grau de
deterioração neuropsicológica.
·
Paralização de um dos
lados do corpo.
·
Dificuldade na fala.
·
Dificuldade na
compreensão.
·
Déficit cognitivo.
·
Dificuldade de memória.
·
Desorientação.
·
Cegueira.
As sequelas são
decorrentes do comprometimento arterial.
Dúvidas
de expressões e termos técnicos consulte o glossário específico de
Doenças Neurológicas ou o Glossário geral.