ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Definição
O Acidente Vascular Cerebral - AVC é a perda súbita das funções cerebrais resultante de uma interrupção do suprimento sanguíneo para uma determinada parte do encefálo, que pode causar uma disfunção neurológica. A diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro, pode ter duas causas: a obstrução de uma artéria cerebral ou a insuficiência da circulação no cérebro, que é chamada de insuficiência vascular cerebral. O AVC hemorrágico é considerado mais grave que o AVC isquêmico, que é o mais comum. Atualmente, o termo AVC, está sendo substituido por AVE (Acidente Vascular Encefálico).
O AVC é a quinta causa mais frequente de morte nos países em desenvolvimento, sendo superado apenas pelos acidentes, doenças coronarianas, câncer e doenças infectoparasitárias. Não é tão letal, quanto a doença coronariana, mas o AVC é seguramente, a mais devastadora das complicações da aterosclerose, pois pode tirar de sua vítima, a possibilidade de independência e de comunicação. Ao menor sinal de derrame, deve-se procurar imediatamente assistência médica. Quanto mais demora o atendimento, maior será a lesão, suas complicações e seqüelas.
Sinonímia
A doença também é conhecida pelos seguintes nomes:
Apoplexia cerebral.
Derrame (nome popular).
AVE - Acidente Vascular Encefálico.
Doença cerebrovascular.
Incidência
No Brasil, é a principal causa de morte entre as doenças cardiovasculares.
O AVC ocupa o 2º lugar em mortes no mundo.
Cerca de 20 milhões de pessoas, anualmente são atingidas pelo AVC, em todo o mundo.
O AVC, é responsável por 10% dos óbitos em todo mundo, segundo dados publicados pela OMS.
No Brasil, mais de 250.000 pessoas sofrem pelo menos um derrame, dessas mais de 80.000 morrem. De cada dez sobreviventes, quatro carregarão para o resto da vida as seqüelas deixadas pelo derrame: paralisia de braços e pernas, perda da fala e da visão e até mudanças radicais da personalidade.
De cada cinco pessoas que sofreram um AVC, uma sofrerá no período de 5 anos um novo AVC, com consequências mais graves.
Cerca de 80% dos pacientes que apresentam o AVC, sofrem a forma isquêmica.
O AVCH, tem uma ocorrência maior em pacientes jovens.
O AVC tem uma incidência maior com o avançar da idade.
O AVC é duas vezes maior na raça negra, dado este que se relaciona bem com o predomínio de hipertensão arterial em indivíduos da raça negra.
Os AVCs são a maior causa de deficiência motora adquirida em adultos.
O aumento do AVC em países desenvolvidos, tem como resultado o aumento da expectativa de vida do paciente isto é, quanto mais a população envelhece, mais predisposição ela tem para as doenças e distúrbios associados com o envelhecimento.
Causas
Embolia cerebral.
Trombose cerebral.
Arterioclerose.
Ruptura de aneurisma (dilatação anormal das artérias).
Isquemia cerebral (redução do aporte de sangue para uma determinada área do encefálo).
Leucemia.
Alterações no processo de coagulação sanguínea.
Tumores cerebrais.
TCE (Traumatismo cranioencefálico).
Hemorragia cerebral (rompimento de um vaso sanguineo cerebral com derramamento de sangue nos tecidos circunjacentes).
Infarto do miocárdio.
Espasmos das artérias cerebrais (casos raros).
Diminuição súbita da pressão sanguínea (casos raros).
Aumento da pressão sanguínea.
Queda fisiológica natural da pressão (ocorre mais em idosos e no período do sono).
Evolução
Depende do tamanho do vaso sanguíneo e da área danificada do cérebro. Se a ruptura se deu em um vaso sanguíneo grande, e a área danificada for muito extensa, o prognóstico é reservado. Se o vaso atingido é pequeno, e a área do cérebro prejudicada também é pequena, o paciente pode se recuperar com poucas sequelas.
AVC e Aneurisma cerebral
O Aneurisma é constituído por uma bolsa de sangue, que se forma em consequência da dilatação de um segmento da parede arterial. O Aneurisma cerebral é um divertículo, formado pela dilatação das paredes de uma artéria no interior da cabeça. Uma das causas de ocorrência de AVC, é o aneurisma cerebral. A evolução lenta ou acelerada do aneurisma está na dependência da etiologia e da localização dessa anomalia no cérebro, bem como, da gravidade do processo arterial e das condições da pressão arterial sistêmica.
Alguns aneurismas estacionam e acabam por regredir depois de certo tempo, às vezes longo. Há inclusive casos de cura espontânea de aneurismas, como consequência de trombose da parede da bolsa aneurismática e da formação do trombo. As manifestações clínicas mais comuns devido ao extravasamento ou ruptura do aneurisma cerebral:
cefaléia ou dor de cabeça, geralmente associada a dor no olho - geralmente unilateral, frontal, recorrente e intensa;
distúrbios da consciência;
inconsciência (prognóstico desfavorável);
dor e rigidez na nuca e na coluna;
distúrbios visuais: perda da visão, diplopia (visão dupla), ptose (queda da pálpebra superior);
tinido (sensação de ouvir sons de sinos nos ouvidos);
tonteira;
náuseas e vômitos;
hemiparesia (fraqueza muscular afetando um lado do corpo) ou hemiplegia (paralisia de um lado do corpo).
Fatores predisponentes
Portadores de hipertensão arterial.
Pessoas que sofrem queda constante de pressão.
Tabagismo (fumantes).
Etilismo (álcoolatras).
Obesos.
Idosos.
Cardiopatas.
Portadores de ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva).
Doenças cardiovasculares.
Uso de anticoncepcional oral.
Choque.
Procedimentos cirúrgicos.
Procedimentos diagnósticos.
Taxa de hematrocrito superelevados.
Diabéticos.
Aumento da taxa de colesterol.plasmático.
Indivíduos que apresentam alterações no ECG indicando hipertrofia ventricular esquerda.
Pessoas que têm história familiar (hereditário).
Fatores de risco
Hipertensão.
Diabetes.
Tabagismo.
Consumo freqüente de álcool e drogas.
Stress.
Colesterol elevado.
Doenças cardiovasculares, como infarto, arritmia e Doença de Chagas.
Sedentarismo.
Doenças hematológicas.
Anemia falciforme.
Classificação
Existem dois tipos de acidentes vasculares cerebrais:
AVCI - Acidente Vascular Cerebral Isquêmico: Ocorre quando há uma diminuição ou ausência de sangue para determinada região do cérebro, causada por uma obstrução de uma artéria por um coágulo de sangue ou pelo acúmulo de placas de gordura. Tem uma incidência maior em portadores de doenças tais como aterosclerose, cardiopatias e diabetes. Para pessoas jovens, os prognósticos são sempre mais favoráveis do que para pessoas idosas.
AVCH - Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico: É uma ruptura de um vaso, com extravasamento do sangue provocando uma hemorragia no encefálo. Localização: espaço subdural, com sangramento de uma veia abaixo da membrana dura-mater; extradural: ocorre sangramento de uma artéria cerebral; subaracnoide: o sangramento ocorre abaixo da membrana aracnóide.
Sinais e sintomas
As manifestações clínicas dependem da idade do paciente, da extensão e da lesão cerebral, e do tipo de AVC se isquêmico ou hemorrágico, por isso pode variar de paciente para paciente. Geralmente, antes do AVC, os pacientes, tiveram ou se queixaram de alguns destes sintomas:
Perda repentina da sensação no rosto, no braço ou na perna, especialmente em um dos lados do corpo.
Confusão mental, dificuldade de fala ou compreensão.
Dificuldade de enxergar com um dos olhos ou com os dois.
Problemas para caminhar, perda do equilibrio e da coordenação.
Dor de cabeça severa sem nenhuma causa aparente.
Perda de memória, vertigem ou desmaio.
Dificuldades de deglutição.
Alterações da personalidade.
Dependendo do tipo de AVC, podem ocorrer os seguintes sinais ou sintomas:
AVCI (acidente vascular cerebral isquêmico):
cefaléia intensa, sem nenhuma causa aparente;
vômitos em jato;
alteração súbita da força muscular;
surgimento súbito de fraqueza ou adormecimento dos músculos da face, nos braços ou nas pernas;
formigamento nos MMSS e MMII na maioria dos casos apenas de um lado do corpo;
disfagia (dificuldade de deglutição, isto é, dificuldade para engolir);
ataxia;
afasia de expressão;
afasia de recepção;
afasia global;
hemianopia homônima;
hemiplegia;
disartria;
disfunção neurológica;
disfunção vesical;
vertigens;
desequilíbrio súbito;
alterações na capacidade de planejar as atividades diárias;
perda súbita da visão ou de um campo visual;
diminuição da consciência, levando o paciente ao coma.
Obs: O AVCI pode manifestar-se com sintomas leves ou passageiros, como também pode ocorrer de uma forma mais grave, súbitamente e, progredindo rapidamente, quando ocorre obstrução graves e extensas, resultando na falta de oxigenação no cérebro, que dependendo do tempo, pode causar sequelas irreversíveis. Pessoas que apresentam fatores de risco para doença vascular, devem procurar assistência médica imediatamente.
AVCH (acidente vascular cerebral hemorrágico):
cefaléia intensa e súbita;
rigidez na região da nuca;
tonturas;
naúseas;
pertubações visuais;
sudorese;
pele fria;
vertigem;
perda da consciência;
elevação da pressão intracraniana (PIC), que pode levar ao coma.
Obs: Deve-se levar o paciente imediatamente para o hospital, mesmo que o paciente esteja desmaiado, não esperar a pessoa acordar. Comunicar imediatamente ao médico plantonista, caso a pessoa tenha apresentado antes vômitos em jato, queixou-se de cefaléia intensa e distúrbios de visão, pois talvez esses sintomas indiquem aumento da pressão intracraniana com formação de edema cerebral. A maioria dos casos de óbito do AVCH é devido ao aumento do edema cerebral.
Comparação entre o AVC do hemisfério lateral esquerdo e o AVC do hemisfério lateral direito
AVC Hemisfério Esquerdo |
AVC Hemisfério Direito |
Paralisia do lado direito do corpo |
Paralisia do lado esquerdo do corpo |
Defeito no campo visual direito |
Defeito no campo visual esquerdo |
Afasia (expressiva, receptiva ou global) |
Déficit espacial-perceptivo |
Capacidade intelectual alterada |
Distração constante |
Comportamento lento, cauteloso |
Comportamento impulsivo e julgamento precário |
Consciência da presença do déficit |
Falta de consciência da presença do déficit |
Diagnóstico
Anamnese.
Quadro clínico.
Exame físico.
Exame clínico.
EEG (Eletroencefalograma).
ECG (Eletrocardiograma).
Exames laboratoriais.
RX do crânio.
Tomografia computadorizada do crânio.
Ressonância magnética.
Analise do líquido cefalorraquidiano.
Sinal de Babinski presente (quando o pé normal é sensibilizado por um estilete, grampo ou outro instrumento qualquer, seus dedos se voltam para baixo, flexionando-se, mas nos portadores de AVC que comprometeram a motilidade, o movimento muscular é inverso: os dedos não se voltam para baixo, mas se estendem para cima, isso indica que houve o comprometimento de certos feixes nervosos motores ).
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial deve ser feito para que o AVC não seja confundido com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. Algumas doenças ou distúrbios que podem ser confundidos com o AVC são os seguintes:
Crise de Hipoglicemia.
Hematoma intracraniano traumático.
Depressão do estado de consciência.
Tratamento
Médico especialista: Neurologista. Dependendo da evolução da doença e do acometimento de outros órgãos, outros especialistas podem ser indicados para o tratamento do AVC.
Objetivo: Manter as condições vitais do paciente logo após o AVC. O tratamento é programado visando a preservar a vida, limitar quanto possível o dano cerebral, diminuir as incapacidades e deformidades físicas e evitar a repetição do AVC.
O tratamento de urgência dos pacientes acometidos de AVC é oposto para cada um dos dois casos do distúrbio. No AVCI, procura-se abrir as artérias, permitindo maior afluxo de sangue no cérebro, enquanto no AVCH, o tratamento é voltado para controlar o vazamento de sangue (hemorragia).
O tratamento medicamentoso do paciente com AVC pode incluir diuréticos para reduzir o edema cerebral, o qual alcança seus níveis máximos de três a cinco dias após o infarte cerebral.
Internamento em unidade de Emergência imediato.
UTI, é necessária em muitos casos de AVC.
Tratamento medicamentoso imediato e especifíco dependendo do tipo do AVC.
Tratamento cirúrgico quando for necessário para conter a hemorragia e manter a PIC nos níveis normais.
Ficar atento a sinais de ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva).
Cuidados de enfermagem especifícos para paciente com possíveis danos neurológicos.
Fisioterapia deve ser implantada o mais precocemente possível, para evitar as contraturas musculares e as deformidades articulares.
Fonoaudiologia para melhorar a comunicação verbal do paciente, caso tenha sido afetada.
Mudança de decúbito é necessário caso o paciente esteja paralisado para evitar as úlceras de decúbito.
Após a crise devidamente controlada e função vascular regularizada, o paciente pode voltar para casa e continuar o tratamento com orientação médica.
Fase de reabilitação fisioterápica é necessária para evitar deformidades; retreinar o braço e a perna afetados; ajudar o paciente a ganhar independência na higiene pessoal se vestir e principalmente na deambulação.
Novos tratamentos: Atualmente existem mais novidades na prevenção e tratamento do tipo mais comum de derrame, o isquêmico, causado pela obstrução do aporte de sangue para o cérebro:
Stent: A mesma prótese utilizada para a desobstrução das artérias coronárias, é usada com sucesso para o desentupimento da artéria carótida, a principal responsável pelo transporte de sangue para o cérebro.
Merci Retriever: Um cateter com uma estrutura espiralada na ponta, funciona como uma espécie de saca-rolhas, na retirada de coágulos que obstruem as artérias cerebrais.
Doppler transcraniano: Trata-se de um exame de ultra-som capaz de fotografar o cérebro. Pesquisas recentes sugerem que o exame que usa ondas sonoras para fazer imagens do cérebro, pode ter efeito terapêutico quando associado a medicamentos, para dissolver os coágulos.
Transplante de células-tronco: Células-tronco retiradas da medula do próprio paciente e, colocadas na região cerebral afetada pelo derrame, poderiam reduzir a morte de neurônios na área. O primeiro transplante desse tipo foi feito com sucesso, recentemente no Brasil.
Prognóstico: Em relação ao AVC hemorrágico, metade dos pacientes que sofreram grandes hemorragias, morrem em poucos dias.
Prognóstico de sobrevida tardia: Vários estudos têm demonstrado que a mortalidade tardia dos pacientes que sobrevivem a um AVC é muito maior do que a da população em geral. A mortalidade é maior não só no primeiro ano, mas, continua sendo mais elevada em períodos de até 15 anos; a taxa de mortalidade é aproximadamente constante ano a ano: o número de sobreviventes decresce de 16% ao ano para os homens e de 18% para as mulheres. Este aumento de mortalidade a longo prazo parece não se relacionar diretamente com o AVC, mas sim, com a doença de base que o causou. Dentre os fatores que influenciam a mortalidade tardia destacam-se:
Idade: pacientes entre 70 e 79 anos apresentam uma taxa de mortalidade ao ano duas vezes maior do que doentes 20 anos mais jovens; o excesso de mortalidade em relação à população em geral, entretanto, é maior para grupos mais jovens.
Doença cardiovascular: alterações cardíacas prévias, obtidas por dados de anamnese, do exame físico ou de eletrocardiograma, reduzem a sobrevida a longo prazo. Assim é que alterações eletrocardiográficas reduzem a sobrevida em 50% nos primeiros três anos; após este período não há mais diferenças. O prognóstico de qualquer alteração cardíaca, em especial as coronariopatias, é pior no homem.
Hipertensão arterial: a intensidade da hipertensão influencia não só na mortalidade como na causa da morte tardia.
Natureza da lesão: uma vez ultrapassada a fase aguda, o prognóstico é igual no AVCI e AVCH; exceção para os casos de aneurismas e malformações arteriovenosas operados, que têm excelente prognóstico a longo prazo. Nos casos de lesões ateromatosa de vasos extracranianos, os grupos operados e não operados têm o mesmo prognóstico de sobrevida.
Extensão da lesão: pacientes com lesões extensas têm menor possibilidade de reabilitação e sabe-se que os doentes que deambulam por conta própria têm sobrevida maior do que os que necessitam de apoio. Enfermos que encontram-se acamados ou que ficam restritos a cadeiras têm pior prognóstico de sobrevida.
Complicações
Potenciais:
Edema cerebral.
Fluxo sanguíneo cerebral diminuído .
Liberação inadequada de oxigênio para o cérebro (hipoxia cerebral).
Interdependentes:
Úlceras de decúbito (escaras).
Tromboflebite.
Pneumonia.
Infarto do miocárdio.
Crises epilépticas.
Depressão.
Coma.
Perda da função motora.
Obs: Com tratamento adequado muitas dessas complicações podem ser prevenidas ou controladas. As úlceras de decúbito (escaras), por exemplo, podem ser evitadas, caso o paciente tenha uma boa assistência do pessoal de enfermagem tanto no ambiente hospitalar como na assistência de enfermagem domiciliar. Pode-se dizer com certeza, que as úlceras de decúbito em pacientes com AVC, quando ficam um longo tempo no hospital, são decorrentes de falha na assistência do paciente enquanto ele está acamado ou hospitalizado.
Sequelas
Paresias.
Hemiplegia (o paciente, mesmo depois de estar fora de perigo, pode ainda sofrer as consequências e ficar com sequelas da doença: arrastando uma perna ao se locomover, não movimentando bem o braço e a mão. os músculos faciais ficam fora de seu controle, mas muitos desses comprometimentos podem ser atenuados através da fisioterapia).
Doença cerebrovascular recidivante.
Dificuldade no andar.
Alteração na fala e pronuncia.
Desvio dos olhos.
Deficiência da visão.
Disfagia.
Perda da sensibilidade no lado oposto ao AVC.
Declínio da função cognitiva.
Incapacidade física.
Confusão mental.
Demencia.
Obs: Tratamento terapêutico através da fisioterapia pode recuperar várias das sequelas do AVC.
Prevenção
Alguns cuidados gerais que a pessoa pode ter diariamente e ao longo de sua vida, podem contribuir para evitar o AVC:
Ter uma vida saudável.
Ingerir alimentos com pouco sal.
Não ingerir alimentos muito gordurosos.
Manter sob o controle a taxa de colesterol.
Manter uma dieta adequada.
Diabéticos, manter o açúcar sob controle.
Evitar o stress.
Se for fumante parar de fumar.
Fazer check-up regularmente.
Se for hipertenso, fazer controle sobre a hipertensão através de medicação prescrita pelo médico.
Manter sob controle a ingestão de álcool.
Perder peso, caso esteja acima do peso.
Praticar exercícios.
Andar diariamente.
Cuidados gerais para quem já teve AVC
Alguns cuidados que a pessoa que já passou por um AVC, pode ter para tentar se possível evitar um novo derrame.
Diminuir a ingestão de sal.
Consultar um nutricionista para indicar uma dieta específica para quem já teve AVC.
Verificar, se possível, diariamente a sua pressão arterial.
Manter sob controle a taxa de colesterol.
Se tiver problemas cardíacos, deve consultar o cardiologista regularmente.
Evitar aborrecimentos.
Parar de fumar.
Evitar o stress.
Fazer check-up regularmente.
Manter períodos de repouso.
Andar regularmente caso não haja restrições médicas ou físicas.
Se faz uso de medicação tomar regularmente conforme prescrição médica.
Se sentir os sintomas parecidos com o primeiro AVC, mantenha a calma, sente-se, informe ou telefone a uma pessoa próxima o que está acontecendo, e se possível ligue para o médico que o acompanha; se for indicado siga para o hospital, nunca sozinho, sempre acompanhado e informe ao plantonista o seu histórico médico.
Obs: A recorrência de um novo AVC pode ser prevenida se a pessoa estiver sempre atenta aos fatores de risco que podem desencadear um novo AVC. Consultando o seu neurologista regularmente você pode evitar muitos problemas e em muitos casos quando se tem um novo AVC as complicações e as sequelas são muito mais graves.
Assistência a paciente com sequelas de AVC
Fisioterapia: para melhorar a mobilidade; realização de exercícios; melhora da postura.
Fonoaudiologia: para melhorar os distúrbios da fala.
Se o paciente ainda é incapaz de andar, deve-se providenciar uma cadeira de rodas e ensinar o paciente a utilizá-la.
Apoio psicológico é fundamental.
Orientar à família quanto à necessidade de centro de reabilitação.
Consultar regulamente o neurologista.
Apoio psicoterápico.
Incentivar o paciente a tornar-se auto-suficiente.
Providenciar uma bengala ou um apoio para que o paciente deambule.
Manter o ambiente calmo e agradável.
Tente trabalhar com sinais caso o paciente não consiga se expressar.
Pedir aos familiares para que não façam perguntas sobre a doença.
Assistência a pacientes com Afasia
Afasia é um distúrbio conceitual da linguagem resultante da disfunção cerebral. Pode envolver a alteração da capacidade de ler e escrever, bem como falar, escutar e compreender. É considerada uma das sequelas mais comuns do AVC. Existem inúmeros sintomas e distúrbios envolvidos na afasia. O objetivo do tratamento e assistência é estimular as tentativas de comunicação.
Dê ao paciente a maior segurança psicológica possível.
Assim que o paciente estiver em condições, o tratamento deve ser implementado rapidamente.
Verifique em que condições ficou a fala do paciente, após o AVC.
Dê ao paciente tempo suficiente para falar e responder; ele não pode selecionar as mensagens externas e formular uma resposta sob pressão.
Fale lentamente fazendo contato visual com o paciente.
Encare o paciente, fale sempre olhando para ele.
Evite falar muito rápido, muito alto ou em demasia.
Use frase curtas; pausa; veja e avalie se ele indica que entende.
Complemente a fala com gestos, quando indicado.
Converse com ele durante o tratamento. Saiba seus interesses principais, após sofrer o AVC.
Seja coerente; usando o mesmo vocabulário todas as vezes, verifique se as instruções são entendidas e as perguntas respondidas.
Mantenha sempre o ambiente calmo e agradável.
Complemente o estímulo auditivo com o estímulo visual.
Empregue jogos, televisão, gravadores, videos para estimular seu interesse.
Incentive o paciente a empregar qualquer tipo de comunicação, tipo gestos, escrita, desenho e outros, até sua fala retornar.
Solicite respostas do paciente e reforce cada resposta correta.
Dê apoio, dizendo ao paciente que não há nada de errado com sua inteligência, que o AVC apenas prejudicou a sua fala.
Observe o paciente no decorrer de seu programa diário com vistas a pistas para avaliar e constatar seu progresso.
Cuidados com o paciente de AVC no seu domicílio
Alguns cuidados dentro da casa são necessários para a pessoa que teve um AVC. Muitos pacientes no primeiro AVC, tem poucas sequelas motoras, mas mesmo assim, não custa nada tentar evitar acidentes, adaptando a casa, à nova condição do paciente.
Deve-se instalar barras de segurança no banheiro e no chuveiro.
Caso o paciente fique com dificuldade ao andar, deve-se instalar barras de segurança no corredor.
Colocar grades de segurança na cama, caso haja necessidade.
Retirar tapetes para evitar acidentes, muitos pacientes têm dificuldade de locomoção.
Providenciar um quarto na parte baixa da casa, caso o quarto do paciente fique no andar superior da casa, para que se evite acidentes ao descer e subir a escada.
Orientar as crianças da casa sobre as novas condições do familiar.
Se houver a necessidade do paciente se locomover em cadeira de rodas, deve-se adaptar a casa à nova condição.
Caso o acesso a casa ou apartamento, tenha que ser feito através de escada com muitos degraus, deve-se ver a possibilidade de mudança de casa. A pessoa que teve um AVC não deve, se possível, subir muitos degraus.
Algumas palavras ...
Uma pessoa através do email, elogiou essa página sobre o AVC, mas ao mesmo tempo, pediu que eu escrevesse algumas palavras otimistas para quem já enfrentou um derrame, e para aqueles que têm medo de ter um novo derrame. Pediu que escrevesse, mas não com palavras copiadas de um livro, e sim com palavras vindas do coração. Hoje, resolvi responder, não diretamente para ela e sim através dessa página, pois acho que dessa maneira a mensagem pode ser acessada e lida, por outras pessoas e familiares que estão convivendo com essa situação.
Imaginem como deve ser difícil uma pessoa que teve um derrame, conviver diariamente com aquela sensação constante de medo. Medo das sequelas que ele deixou marcadas no seu corpo. Medo de um novo derrame. Medo de ter que passar por tudo aquilo de novo. Medo das marcas que tentou disfarçar e apagar tanto do corpo como da mente, e que a qualquer momento podem voltar com mais força e, talvez não consiga mais apagá-las.
Mas, imagine que existe uma outra palavra que pode mudar toda essa situação: Esperança. Esperança de que não vai ocorrer um novo derrame. Esperança de que nunca mais você irá passar por tudo aquilo de novo. Esperança de que as marcas que ficaram, serão apagadas tanto do seu corpo como da sua mente, pelo tempo.
O Tempo é um amigo, e um inimigo ao mesmo tempo. Quando amigo, mostra que o amanhã é um novo dia, e você terá sempre tempo de realizar algo mais. Mas quando o tempo é um inimigo, ele apenas mostra a você que o amanhã é simplesmente mais um dia que você terá que viver.
Portanto, amiga ou direi amigo, aproveite o seu tempo, não pense no que ainda não aconteceu. Viva! Mas pense que a vida tem seus limites, e nunca ultrapasse a linha. O Medo e a Esperança andam juntos, você é quem vai decidir de que lado vai caminhar, e quanto Tempo vão andar juntos, sem trocar de lado.
Boa sorte!!
E obrigada, por você ter tido um Tempo, de ler essa mensagem de Esperança, e que não teve Medo de enfrentar os seus temores.
Atualidades
Estatina: Estudo inglês com mais de 20 000 pacientes de alto risco para doenças cardiovasculares mostrou que as estatinas reduzem em 25% os riscos de derrames. Além de baixar o colesterol, o remédio tem o poder de evitar a formação de coágulos sanguíneos e, consequentemente, a obstrução arterial.
Alerta sobre medicamento: A Incidência de infarto do miocárdio e Derrame em pacientes tratados com o antiinflamatório Bextra, da Pfizer, é duas vezes mais elevada que entre pacientes que tomam apenas placebo, em um estudo clínico de 5.900 pacientes da Universidade da Pensilvânia. O Bextra é da mesma classe do Vioxx, retirado do mercado pela Merck, depois de ser relacionado com a ocorrência de ataques cardíacos.
Terapia com células-tronco: O primeiro implante de células-tronco adultas, retiradas da medula óssea do próprio paciente, em paciente com acidente vascular cerebral (AVC) agudo foi feito pela equipe Pró-Cardíaca, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no dia 24 de agosto de 2004. A paciente teve boa recuperação, levando a crer, que a experiência poderá mudar o tratamento de pessoas com o problema em todo o mundo.
Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o glossário específico de Doenças Neurológicas.