ESCLEROSE PÓSTERO-LATERAL


Definição

A deficiência da vitamina B12 em muitas situações manifesta-se também por alterações neurológicas e psiquiátricas. Com relação ao sistema nervoso a mais comum é a Esclerose póstero-lateral ou como é mais conhecida Degeneração combinada subaguda da medula espinhal.

Esta síndrome neurológica caracteriza-se por distúrbios sensitivo-motores, particularmente nos membros inferiores, que aparecem com maior freqüência nos indivíduos anêmicos com aquilia gástrica. A anemia geralmente determina a sintomatologia é a do tipo Addison-Biermer (anemia perniciosa), em virtude de absorção defeituosa da vitamina B12 por alteração de fator intrínseco.

Entretanto, outras condições mórbidas (gastrectomias, esteatorréias) podem dar origem à síndrome; também  nos quadros carenciais (pelagra, estados caquéticos, dietas vegetarianas prolongadas) pode ser observada a degeneração combinada da medula.

Sinonímia

A Esclerose Póstero-lateral também é conhecida pelos seguintes nomes:

Causas

Não se conhece com precisão o mecanismo por meio do qual a falta de vitamina B12 danifica os nervos. Acredita-se que a falta dessa vitamina cause uma produção anormal de ácidos gordurosos, os quais são usados pelo organismo na construção de membrana celulares e da bainha de mielina do nervo.

Início da doença

Geralmente, em média o início da doença é após os 40 anos de idade. Acomete ambos os sexos.

Formas clínicas

Dependendo dos atributos semiológicos, diversas formas clínicas têm sido apreciadas:

Aspecto anatômico

Sob o aspecto anatômico, as lesões medulares predominam nas regiões dorsal superior e cervical inferior. Geralmente, o comprometimento é combinado, atingindo  os cordões posteriores e os tratos corticospinhais, embora um acometimento quase exclusivo dos cordões posteriores seja possível.

Do ponto de vista histológico, o quadro  inicial é de edema da bainha de mielina, que se torna delgada e de diâmetro aumentado; esta lesão de tipo vacuolar confere às porções dorsolaterais da medula um aspecto esponjoso. Embora as lesões predominem nas bainhas de mielina, os axônios não ficam indenes.

O cérebro também pode mostrar alterações: lesões esponjosas no corpo caloso e na substância branca dos hemisférios.

Sinais e sintomas

A instalação do quadro clínico pode ser  insidiosa ou subaguda:

Período prodrômico:

Fase avançada:

Nas fases mais avançadas da doença se desenha uma síndrome atáxica, em virtude do comprometimento das sensibilidades profundas (vibratória e cinético-postural), que se agrava pela oclusão dos olhos.

A síndrome piramidal geralmente se traduz por déficit motor nos membros inferiores e Sinal de Babinski bilateral.

Sinal de Babinski positivo: O Sinal de Babinski é um sinal clínico neurológico de fácil constatação, para detectar lesões especificamente na porção piramidal do sistema de controle motor, pois não ocorre quando a lesão é nas partes extrapiramidais do sistema de controle motor. O sinal é demonstrado quando um firme estímulo tátil é aplicado à sola lateral do pé. O hálux se estende para cima, e os outros dedos se afastam entre si. A resposta normal seria: que todos os dedos se curvassem para baixo.

Nas formas com predominância das lesões corticospinhais, o doente pode apresentar  hiper-reflexia profunda, sinais de automatismo medular e marcha espástica.

Nas formas predominantemente sensitivas, a sintomatologia  lembra a da tabes dorsalis, entretanto,  na maior parte das vezes a sintomatologia é mista, sendo excepcional um quadro puramente motor nesta síndrome. Outras manifestações podem ocorrer no decurso da síndrome: neurite óptica e distúrbios psíquicos.

A neurite óptica, traduzida por rebaixamento da acuidade visual e atrofia bilateral da papila, é apreciada com maior freqüência no sexo masculino.

Sinais psiquiátricos:

Os distúrbios psiquiátricos quando presentes, geralmente são discretos e podem ocasionalmente, configurar-se em um estado confusional ou francamente psicótico:

Diagnóstico

Tratamento

Tratamento medicamentoso:

Tratamento fisioterápico: pode acompanhar o tratamento medicamentoso.

Prognóstico: Quando o diagnóstico é feito numa fase precoce da doença, as chances de sucesso terapêutico são grandes; entretanto, no diagnóstico tardio já na  fase avançada da doença, o paciente não costuma responder às medidas terapêuticas. O comprometimento neurológico é bem mais acentuado e vísivel


Dúvidas de termos técnicos  e expressões, consulte o glossário específico de Doenças Neurológicas.