NEUROCRIPTOCOCOSE


A Criptococose

A Criptococose é uma doença causada pelo Cryptococcus neoformans, uma levedura capsulada, encontrada no meio ambiente em detritos de origem vegetal e animal, como excretas de pombos e outras aves.  Dispersos no ar, são inalados, alcançam os pulmões, e a levedura apresenta tendência em invadir o Sistema Nervoso Central (SNC).   As infecções podem comprometer o cérebro, as meninges, ou os vasos intracranianos.

A incidência  da doença aumentou nas duas últimas décadas,  com a expansão da Aids e a maior sobrevivência de pacientes no estado imunocomprometido.

A Neurocriptococose

A Criptococose é a principal micose que atinge o Sistema Nervoso Central (SNC). Quando a doença atinge o cérebro é chamada de Neurocriptococose. O Cryptococcus apresenta uma predileção pelos espaços perivasculares do SNC, com a meningoencefalite sendo a manifestação mais comum, acometendo 90% dos casos. A maioria dos casos ocorre em portadores de imunodeficiência ou neoplasias do sistema linfóide.

O comprometimento do SNC na Neurocriptococose, pode se apresentar sob as formas meningíticas, meningoencefalíticas, ou como processo expansivo (cistos, granulomas e abscesso).

Agente etiológico

Cryptococcus neoformans: fungo arredondado (levedura), com diâmetro de 4 a 7 μm, que se reproduz por brotamento simples. Gênero Filobasidiella;  espécie F. neoformans; variedades neoformans e bacillispora. O fungo é circundado por uma espessa cápsula gelatinosa mucopolissacarídica (3 a 5 μm).

São conhecidas duas variedades da espécie:

O criptococo é encontrado como saprófita no solo, em frutas estragadas e particularmente em fezes ressecadas de pombo (uma grama pode conter 50 milhões de C.neoformans) ou de morcegos.

A meningite criptococócica se caracteriza pela abundância de parasitas, que se multiplicam, encontrando muito pouca  resistência do organismo hospedeiro.

Incidência

Grupos de risco

Transmissão

Inalação: Os excrementos ressecados do pombo e o solo contaminado por este, são as fontes ambientais mais importantes do C. neoformans.

Obs: A porta de entrada é o trato respiratório, através da inalação, ocasionando uma infecção primária pulmonar. O Sistema Nervoso Central é envolvido quando ocorre disseminação hematogênica.

Sinais e sintomas

O curso da doença no SNC, pode ser agudo ou insidioso. As manifestações clínicas são parecidas com as de uma meningoencefalite crônica. Geralmente, cursam com o seguinte quadro clínico:

Fase inicial:

Sinais tardios:

Fase aguda:

Diagnóstico

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Neurocriptoocose,  não seja confundida com outras patologias, com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos, o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Neurocriptococose são as seguintes:

Tratamento

O tratamento e o prognóstico difere nos pacientes portadores com HIV ou não.

O tratamento da Criptococose depende do tecido envolvido, da doença predisponente, do mecanismo de defesa do hospedeiro e dos achados liquóricos e sorológicos.

Punção lombar: Deve-se realizar punção lombar com pesquisa direta de criptococo no líquor, cultura para fungo e pesquisa de antígeno criptocóccico no soro.

Tratamento medicamentoso: As drogas utilizadas para o tratamento da doença, são bastante tóxicas, tem vários efeitos colaterais, e a duração do tratamento depende do estado clínico do paciente.

Agentes antifúngicos: o tratamento de escolha para a meningite criptococócica é a combinação de anfotericina B e 5-fluocitosina.  Pode ser usado dependendo da situação, o miconazol, cetoconazol e allylamine.

O fluconazol é uma droga eficaz e de baixa toxicidade para tratar a Criptococose,  constituindo-se boa alternativa à terapêutica convencional com anfotericina B. No entanto, geralmente evita-se o uso do fluconazol nos pacientes com Neurocriptococose e AIDS que apresentem doença grave ou sinais de prognóstico ruim.

Efeitos colaterais da anfotericina B:

Efeitos colaterais do fluconazol:

Tratamento cirúrgico: A cirurgia  além de seu papel no diagnóstico, reduz o efeito da massa cerebral e melhora a eficácia da terapia antifúngica. Em alguns casos é necessário um procedimento cirúrgico através da craniotomia para definir o diagnóstico e/ou aliviar os sintomas da hipertensão intracraniana.

Obs: O desenvolvimento de meningoencefalite pós-operatória, sugere que a terapêutica deva ser iniciada precocemente e em altas doses.

Prognóstico: O atraso no diagnóstico e as dificuldades em controlar a infecção, são importantes causas de mortalidade e morbidade. Nos casos graves, os pacientes com Neurocriptococose podem morrer por edema cerebral, hipertensão intracraniana e hérnias cerebrais.

Prognóstico ruim:

Nos casos de pacientes com Aids, os fatores ruins de prognóstico, incluem qualquer alteração  do estado mental, hemocultura positiva para o fungo, idade abaixo de 25 anos, menos de 20 leucócitos/mm3 no LCR.  Cerca de 5 a 10% dos pacientes com Aids, são acometidos  por essa micose.

Complicações

A meningite causada pelo  Cryptococcus, se não tratada, pode levar à morte.

Prevenção

Medidas sanitárias:

Medidas gerais:

 


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