ERITEMA NODOSO


 

Definição

O Eritema Nodoso é uma reação cutânea inflamatória caracterizada por lesões nodulares, principalmente em áreas extensoras  das pernas, mas pode acometer com menos freqüência, regiões da coxa e do antebraço.  A importância do Eritema nodoso não é a lesão em si, porém, sua relação com outras doenças, como infecções de vias aéreas, ou com doenças mais graves como o Linfoma sistêmico. O Eritema nodoso não é uma doença, e sim uma síndrome clínica, associada a várias etiologias. Pode ser manifestações de infecções, sensibilização a medicamentos, ou de causas mais graves, como Linfoma sistêmico.  As lesões tendem a desaparecer em seis semanas, mas podem recorrer se a causa básica não for tratada.

 

 

Incidência

·         O sexo feminino é três a seis vezes mais afetado que o masculino, porém a incidência antes da puberdade é aproximadamente igual.

·         A idade mais acometida fica entre os 20 a 45 anos, com o pico  entre 20 a 30 anos.

·         Em crianças, o Eritema nodoso está mais freqüentemente associado à Tuberculose pulmonar e a infecção estreptocócica.

 

 

Causas

O Eritema nodoso pode ser causado por vários tipos de agentes.

 

Doenças infecciosas:

·         Infecções estreptocócicas.

·         Sarcoidose.

·         Tuberculose.

·         Hanseníase (constitui o quadro  reacional da forma virchowiana).

·         Yersinia.

·         Salmonelose.

·         Leptospirose.

·         Tularemia.

·         Sifílis.

 

Fungos:

·         Blastomicose.

·         Histoplasmose.

·         Dermatófitos.

·         Pé-de-atleta.

 

Vírus:

·         vírus Epstein Barr - Mononucleose Infecciosa.

·         vírus HIV - AIDS.

·         vírus da hepatite B - Hepatite B.

 

Drogas:

·         Sulfonamida.

·         Brometos.

·         Anticoncepcional oral.

·         Terapia com Echinacea Herbal.

·         Penicilina.

 

Enteropatias:

·         Colite ulcerativa.

·         Doença de Crohn.

 

Doenças malignas:

·         Linfoma.

·         Carcinoma.

 

Idiopática:

·         Alguns estudos não conseguem descobrir a causa do Eritema nodoso em certos pacientes com a doença, embora tenham sido realizados história clínica completa, exame físico detalhado e intensa investigação laboratorial.

 

Eritema nodoso e a Tuberculose

O Eritema nodoso tem sido útil, muitas vezes, para possibilitar a detecção de germes da Tuberculose, em pessoas que jamais suspeitaram de sua presença.  A Tuberculose provocada por germes do gênero Mycobacterium, pode desencadear o aparecimento dos eritemas nodosos, como primeira manifestação, em qualquer de suas localizações possíveis (pulmonar, renal, cutânea e outras). Aparecendo essa alteração cutânea suspeita, o médico poderá solicitar um raio X do tórax ou o teste de Mantoux.

 

Sinais e sintomas

O quadro geralmente se inicia com os seguintes sintomas:

 

Período prodrômico:

·         febre;

·         inapetência (falta de apetite);

·         mal-estar geral;

·         mialgias (dores musculares);

·         artralgias (dores nas articulações);

·         dor nas panturrilhas (batata das pernas);

·         aparecimento  de máculas eritematosas;

·         aparecimento repentino de nódulos duros e dolorosos à palpação.

 

Características dos nódulos:  O Eritema nodoso caracteriza-se pelo aparecimento, mais ou menos repentino, de nódulos duros e muito dolorosos, localizados debaixo da pele. Os nódulos, mais ou menos salientes, formam-se na parte dianteira da perna e provocam dores tão agudas que, muitas vezes, prejudicam a marcha. Não possuem forma regular, mas quase sempre se aproximam da circular ou ovalada. Seu número é muito variável, pode haver poucos eritemas, dois ou três, apenas, ou até dezenas deles em um só membro. A coloração dos nódulos é geralmente vermelho-violeta e o tamanho varia de um a vários centímetros. 

 

Período agudo: 

O Eritema nodoso em alguns casos, pode se alastrar muito, chegando a atingir coxas, nádegas, tronco e até mesmo os membros superiores. O curso agudo caracteriza-se por alterações de cor semelhante a hematoma, dependendo da causa base o eritema pode durar até três meses, sem deixar seqüelas nem cicatrizes. 

 

Obs:  A importância  do aparecimento do eritema, reside no fato de que muitas vezes ele denuncia a existência de uma afecção até então insuspeitada. 

 

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico geral.

·         Exame clínico.

·         Exame dermatológico.

·         Exames laboratoriais.

·         Biópsia profunda da lesão: os resultados da biópsia podem sugerir qual a alteração primária que originou o eritema.

·         Testes intradérmicos.

 

Obs:  Apesar de todos os recursos diagnósticos, é muito alto o índice ainda de pacientes com Eritema nodoso, cujas causas principais não são descobertas. Tais pacientes devem ficar em observação, comparecendo ao médico periodicamente, pois a doença primária pode aparecer a qualquer tempo, como também pode nunca mais se manifestar.

 

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que o Eritema nodoso não seja confundido com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais, testes cutâneos e intradérmicos,  o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com o Eritema nodoso são as seguintes: 

·         Eritema indurado.

·         Tuberculose cutânea.

·         Vasculite nodular.

 

Tratamento

O tratamento é sintomático conforme os sintomas apresentados e suas intercorrências. O Eritema nodoso deve ser tratado de acordo com a causa responsável pelo quadro.  A lesão usualmente desaparece após seis semanas, mas pode recorrer.

·         Medidas gerais como o repouso e a elevação do membro acometido diminuem o edema e a dor local.

·         Para pacientes ambulatoriais aconselha-se uso de meias elásticas.

·         Supressão do medicamento ou drogas, caso essas sejam a causa diagnosticada do aparecimento do eritema.

·         Antibioticoterapia: quando o eritema é de causa infecciosa, é necessário.

·         Corticóides tópicos em curativos simples ou oclusivos.

·         Corticoterapia sistêmica pode ser usada somente se excluída a etiologia infecciosa.

·         Analgésicos prescritos, quando necessário.

 


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