HERPES LABIAL


 

Definição

O Herpes Labial é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus que fica incubado em um músculo do corpo, e se manifesta quando há uma queda na resistência imunológica da pessoa. A maioria das pessoas tem anticorpos específicos no sangue, mas que nem sempre confere imunidade, visto que muitas pessoas desenvolvem a doença repetidas vezes (recidivas) apesar dos anticorpos. Dependendo do tipo de vírus do herpes simples que acomete o indivíduo, as lesões de membranas mucosas e pele podem ocorrer  ao redor da cavidade oral (herpes orolabial), e da genitália (herpes anogenital). O herpes simplex vírus tipo HSV-1 e HSV-2 tem associação  como fator de risco para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

A primeira infecção que produz o herpes é chamada de infecção primária podendo ou não causar lesões, o vírus continua no organismo em sua forma latente se reativando por algum fator desencadeante, resultando em nova infecção chamada de infecção recorrente.

 

Agente etiológico

Vírus Herpes simplex (HSV-1 e HSV-2);  grupo Herpes;  família Herpesviridae; virion que contém dupla fita de DNA. 

·         HSV-1 causa lesões na face, lábios e olhos, também causando infecção genital.

·         HSV-2 causa lesão e infecção genital.

 

Incidência

·         Ocorre mais no período da adolescência quando começa a vida sexual.

·         É muito alta em pacientes imunossuprimidos.

·         Maior incidência na população socioeconômica mais baixa.

·         Tem uma distribuição mundial.

·         Porcentagem  maior em pessoas homossexuais e bissexuais.

·         Associação com DSTs.

·         90% da população já teve contato com o vírus da varicela (catapora), desses 40% desenvolve herpes simples.

 

 

Fatores de risco para se adquirir o Herpes labial

·         Ter relações sexuais orais quando um dos parceiros está com a lesão do herpes ativo.

·         Portadores do HIV têm mais probabilidade de adquirir o vírus devido a baixa da imunidade.

·         Pessoas que têm vida sexual ativa.

·         Pessoas que fazem sexo oral com parceiros eventuais.

 

Fatores desencadeantes para recidivas da doença

·         Excessos de antibióticos.

·         Gripe.

·         Trauma local.

·         Nervosismo.

·         Stress.

·         Tensão Pré-Menstrual (TPM).

·         Exposição prolongada a raios solares na região dos lábios.

·         Ansiedade.

·         Ferimentos.

·         Ansiedade e preocupação.

·         Febre.

·         Mudanças climáticas bruscas (muito frio ou muito calor).

 

Herpes simples oftálmico

Pessoas com Herpes labial podem tocar a lesão labial cheia de vírus com as mãos e, depois coçar os olhos com as mãos ou dedos contaminados. As feridas e úlceras provocadas pela doença também podem acometer os olhos, levando á cegueira quando não tratada corretamente. No início, uma infecção na córnea por herpes simples pode se assemelhar a uma inflamação bacteriana leve, pois os olhos tornam-se levemente dolorosos, lacrimejantes e sensíveis á luz. No entanto, a infecção por herpes não responde aos antibióticos, como faria uma doença ocular provocada por bactérias, e freqüentemente, ela continua a piorar. Por isso, especialistas alertam para a importância do diagnóstico correto e reforçam sobre a necessidade do tratamento imediato.  Quando há recorrências, o vírus pode acarretar ulcerações, cicatrizes permanentes e perda de sensibilidade quando o olho é tocado. O herpes simples também causa aumento da proliferação de vasos sanguíneos, comprometimento da visão ou perda total dela. Repetidas ocorrências dessas manifestações mais agressivas podem levar até mesmo a cegueira total. 

 

Período de incubação

Em média de 5 a 9 dias.

 

Duração da doença

A média fica entre 5 a 10 dias. O desaparecimento total da ferida até que a pele do local fique normal demora cerca de duas semanas.

 

Transmissão

·         O vírus HSV-1 e HSV-2 é encontrado tanto nas lesões das herpes nas mucosas orofaringes como nas mucosas genitais, por causa dessa particularidade, o herpes simples também pode se enquadrar nas DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis).  O  beijo e o ato de beber água  no mesmo copo de uma pessoa com o herpes ativo (lesão herpética), pode facilitar o contágio.

·         Transmitida por contato direto com secreções orais e contato com a pele infectada. 

·         Por sexo oral.

·         Transmissão congênita não está descartada principalmente por via hematogênica.

 

Sinais e sintomas

Geralmente, as pessoas infectadas  informam que a primeira manifestação do Herpes labial, é uma coceirinha nos lábios. Depois de 1 a 2 dias, aparecem as bolhas. As bolhas ficam muito juntas, e têm a aparência de uma pequena ferida, que arde muito e dói quando tocada.

 

período inicial: 

·         prurido e queimação nos lábios, seguida de pápula que se transforma rapidamente em vesículas dolorosas pequenas agrupadas, que se rompem e formam uma crosta, ocorrendo a completa cicatrização em 7 a 10 dias;

 

período agudo:  Em algumas ocasiões a carga viral vem muito alta, nesses casos específicos, o portador pode também se queixar dos seguintes sintomas:

 

·         febre baixa em alguns casos;

·         mal-estar geral;

·         dor de garganta;

·         adenopatia bilateral em alguns casos;

 

Obs:  O tempo médio entre  os sintomas da queimação e  prurido  até evoluir em vesículas ocorre em média 48 horas.

Quando ocorre febre, mal-estar, fadiga, gânglios no pescoço, o portador deve procurar  o médico para realizar exames, pois a imunidade provavelmente está baixa.

 

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico.

·         Exame clínico.

·         Exame dermatológico.

·         Exames laboratoriais.

·         Testes sorológicos (pesquisa de anticorpos específicos contra o vírus).

·         Testes virológicos (isolamento viral por inoculação em culturas celulares).

 

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que o Herpes labial não seja confundido com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico e laboratoriais,  o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com o Herpes labial são as seguintes: 

·         Candidíase.

·         Piodermite.

·         Eritema multiforme.

·         Herpes zoster.

·         Trauma.

 

Tratamento

Não existe tratamento específico para o Herpes simples labial recorrente.  O tratamento é sintomático conforme os sintomas apresentados e suas intercorrências.

 

·         Tratamento sistêmico com medicamentos antivirais prescritos pelo médico. 

·         Analgésico tópico para atenuar a dor, prurido e a sensação de queimadura sob prescrição médica, é indicada.

·         Para aliviar  a dor pode-se colocar bolsa de gelo delicadamente no local.

·         Os efeitos colaterais da medicação oral para o VHS, em alguns casos podem causar: náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e erupções cutâneas, tonturas  e sonolência. 

·         Alguns medicamentos  tópicos (uso somente na pele) que são utilizados no Herpes labial, não podem ser utilizados nas lesões herpéticas dos olhos, região intravaginal e intrabucal. Durante o tratamento medicamentoso a mulher não pode amamentar, pois estudos detectaram a presença da substância medicamentosa no leite materno. A gestante  tem que informar a doença  para o seu ginecologista. 

·         Suporte psicológico no caso do herpes labial é indicado na doença recorrente principalmente entre os adolescentes.

·         Os parceiros sexuais devem também ser informados e investigados  e tratados se for necessário, principalmente porque o Herpes é uma doença contagiosa e em alguns casos assintomática, e também tem associação como fator de risco para adquirir DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis).

 

Obs: Os remédios que são utilizados para o tratamento do Herpes labial, têm uma ação específica sobre o Vírus do Herpes Simples (VHS), inibem a replicação virótica impedindo o desenvolvimento das lesões e aceleram o processo de cicatrização reduzindo a área afetada. Consulte o seu médico para que ele possa prescrever a medicação específica.

 

Atenção: Não utilize remédios, principalmente os tópicos no caso do Herpes labial, sem indicação médica específica. 

Não use medicamentos sem a prescrição médica, principalmente no caso do Herpes labial.

 

Cuidados gerais

·         Quando o portador está com a lesão labial não deve se expor ao sol.  Quando não estiver com o herpes ativo, deve sempre usar o protetor solar labial, porque o excesso de sol é considerado um fator desencadeante para a reativação do Herpes labial.

·         Não usar nenhum medicamento tópico na lesão, sem indicação médica.

·         Durante a crise, evite alimentos picantes.

·         De preferência, não cubra a ferida.

·         Não ter nenhum contato íntimo como beijo na boca,  enquanto estiver com a lesão.

·         Não praticar sexo oral quando estiver com a lesão labial ou peribucal, pois nesse caso você é quem vai contaminar o seu parceiro (a).

·         Quando você está com o herpes ativo, a fonte de infecção da doença é você, portanto, cuidado para não infectar alguém que você goste.

·         Só pratique o sexo oral, caso você esteja com a lesão labial, em que você seja o parceiro passivo, isto é, o seu parceiro é quem vai fazer o sexo oral em você.

·         Se for possível, evite todo tipo de relações sexuais e sexo oral, nesse período herpético.

 

Prevenção

·         Informar ao seu parceiro que você tem Herpes labial.

·         Evitar ter relações sexuais com parceiros com lesões na boca. 

·         Evitar o beijo íntimo no período da crise.

·         Não é prudente praticar sexo oral com desconhecidos que tenham lesões ou feridas na região do pênis ou vagina.

·         Evitar a promiscuidade sexual.

 

 


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