TERAPIA COM CÉLULAS-TRONCO


Definição

A Terapia  celular com células-tronco é uma  forma de tratamento de pacientes portadores de moléstias ou com lesões, mediante a substituição de tecidos doentes por outros saudáveis, através do implante de células-tronco.   O estudo  das células-tronco e de suas aplicações clínicas estão mudando os rumos da Medicina. As indicações para o uso das células-tronco em diferentes situações têm crescido exponencialmente. A cada passo da pesquisa científica, descobrem-se novos potenciais a serviço da medicina. As células-tronco presentes em embriões, na medula óssea e no sangue do cordão umbilical de recém-nascidos, possuem o potencial de regeneração e adaptação capaz de recuperar tecidos mortos e elementos destruídos por doenças incuráveis.

O Brasil é um dos países em que as pesquisas estão mais avançadas, merecendo uma posição de destaque internacional nesse campo. O nosso país é pioneiro em estudos sobre implante de células-tronco na insuficiência cardíaca, cirrose hepática e acidente vascular cerebral, entre outros.  A área de pesquisa mais desenvolvida na terapia com células-tronco, por enquanto, é a cardiologia. Mas, os resultados ainda são preliminares, até que  as terapias com células-tronco façam parte da rotina médica, ainda existe um longo caminho a percorrer.

O que são células-tronco

Células-tronco, são células neutras, que ainda não possuem características que as diferenciem de qualquer um dos 216 tipos de tecidos que o corpo humano tem. As células-tronco adultas são encontradas em vários tecidos (medula óssea, sangue, fígado, polpa dentária) de crianças e  adultos, assim como no cordão umbilical e na placenta; entretanto, ainda não se sabe em que tecidos  essas células são capazes de se diferenciar. A principal fonte de células-tronco adultas é a medula óssea, que dá origem às células do sistema sanguíneo. Elas parecem ser as mais facilmente "programáveis" em células de tecidos diferentes.

Sinonímia

As células-tronco também são conhecidas pelos seguintes nomes:

·         Células-mãe.

·         Células estaminais.

·         Células pluripotentes.

·         Stem cells.

Fontes de células tronco

As células-tronco podem ser encontradas em:

·         Vários tecidos humanos, mas em quantidade muito pequenas.

·         Medula óssea, são encontradas em maiores quantidades.

·         No sangue do cordão umbilical de recém-nascidos.

·         No sangue da placenta de recém-nascidos.

·         Em embriões nas fases iniciais da divisão celular.

·         Nos fetos abortados, com menos de três meses de gravidez.

Características das células-tronco

As células-tronco têm duas características distintas:

1- Elas conseguem se reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características.

2– Conseguem diferenciar-se, ou seja, transformar-se em diversas outras células de seus respectivos tecidos e órgãos

Tipos  de células-tronco

Células-tronco adultas:

As células-tronco adultas são as célulasmãe do corpo. São encontradas principalmente, no cordão umbilical e na medula óssea e dão origem  a todas as células que formam o sangue e o sistema imunológico. Por isso, são utilizadas no tratamento de uma série de doenças que necessitam da regeneração desses tecidos. Depois que as primeiras células do embrião se diferenciam, qualquer célula-tronco colhida é considerada adulta. 

·         Células-tronco da medula óssea: São encontradas na parte interna dos ossos. A maior concentração delas está na bacia. São as células-tronco mais utilizadas em transplantes e pesquisas, já que são estudadas há mais tempo e obtê-las é relativamente fácil. São indicadas no tratamento de doenças do sangue. Estudos avaliam sua eficácia para tratar também de doenças auto-imunes, como lúpus e diabetes tipo 1, e distúrbios cardiovasculares.

·         Células-tronco do cordão umbilical: São encontradas no sangue do cordão umbilical de recém-nascidos. São mais especializadas do que as células-tronco da medula óssea, e oferecem menos risco de rejeição em transplantes. São indicadas para tratar doenças do sangue. São uma segunda opção em relação às células de medula óssea, pois seus riscos de infecção são bem menores.

·         Células-tronco fetais: Têm como origem tecidos de fetos abortados, especialmente os germinativos, ou seja, os testículos de fetos masculinos e ovários de fetos femininos. Apresentam baixíssimo risco de rejeição. Para conseguir essas células-tronco, a mulher tem que provocar o aborto em determinada fase da gravidez. Essa forma de obtenção dos fetos, é polêmica e envolve várias questões éticas e religiosas. Estudiosos e pesquisadores de países onde as leis sobre o aborto são bastante liberais, estudam células-tronco de fetos abortados para tratar algumas doenças neurodegenerativas.

·         Células-tronco de tecidos:  Essas células têm origem no cérebro, pele, coração, olhos, dentes, intestinos, músculos, gordura e sangue, entre outros. Seu uso é mais restrito por serem de difícil multiplicação e por sua dificuldade em se transformar em outros tipos de células.   Em geral, são usadas em transplantes  feitos no próprio paciente do qual foram retiradas. É o caso, por exemplo, de queimaduras da pele e problemas de retina.

Células-tronco embrionárias:

São as mais promissoras, têm um poder extraordinário de reprodução e uma capacidade ilimitada de especialização. São retiradas do embrião humano com cinco a seis dias, no estágio  inicial de divisão de apenas 100  a 150  células.

·         Células-tronco  de embriões: Tem como origem embriões descartados de clínicas  de fertilização in vitro. Sua capacidade de se transformar em qualquer outra célula humana é bem superior às das células-tronco adultas. Estudos indicam que as células-tronco embrionárias podem ser utilizadas nas doenças degenerativas e incuráveis, como distrofias musculares, doença de Parkinson, Esclerose múltipla e Diabetes tipo 1.

·         Células-tronco clonadas: São obtidas com o transplante do núcleo de uma célula para o interior de um óvulo que teve seu núcleo extirpado. A nova célula é induzida a se transformar em células-tronco. Em teoria, são altamente potentes. O grande empecilho ainda é sua multiplicação descontrolada. Acredita-se que no futuro elas poderão originar novos tecidos para transplante feitos em laboratório.

Uso médico das células-tronco

A capacidade de transformação das células-tronco em vários tecidos podem representar tratamento para muitas doenças que afetam milhões de pessoas em todo o mundo e esperanças para muitos doentes graves. Atualmente, os usos médicos para as células-tronco são os seguintes:

·         Regenerar tecidos doentes.

·         Regenerar as funções dos neurônios.

·         Regenerar as funções dos músculos comprometidos.

·         Regenerar nervos.

·         Testar os efeitos terapêuticos e colaterais de drogas em tecidos humanos.

Células-tronco do sangue do cordão umbilical:

Estudos demonstram que o sangue do cordão umbilical é uma opção promissora para pacientes que precisam de doador de medula óssea compatível.  Esses estudos dão esperanças a pacientes adultos, que não conseguem achar doadores adequados de medula óssea e amplia o tratamento terapêutico através do sangue do cordão. Além disso, há outras vantagens no caso do sangue do cordão:

·         Disponibilidade imediata das células.

·         Total falta de risco ao doador (o sangue do cordão umbilical passou por vários testes, antes de ser armazenado e criopreservado).

·         Necessidade menor de compatibilidade entre doador e receptor.

O cordão e a placenta, que hoje em dia é tratado como um "lixo hospitalar", "é uma fonte "alternativa viável" para o tratamento de doenças sangüíneas que exigem o transplante da medula e pode ser doado voluntariamente, para pessoas que necessitem do transplante.  As células-tronco do sangue do cordão umbilical, que antes eram descartadas após o nascimento do bebê, são consideradas hoje uma preciosidade e utilizadas com sucesso no tratamento de alguns tipos de câncer, deficiências imunológicas e doenças genéticas. Atualmente, existem Bancos públicos e particulares para guardar o sangue do cordão umbilical.

Para garantir a qualidade do material coletado, existem critérios rígidos que devem ser seguidos: são exigidos exames da gestante ainda no pré-natal e o acompanhamento prossegue até seis meses depois da doação. Uma vez retirado o sangue, ele passa por uma série de outros testes que verificarão se está ou não contaminado. Uma centrífuga separa, então, as células-tronco. E, na sequência, elas são estocadas em tanques de nitrogênio líquido, a menos 180ºC.

Células-tronco embrionárias

As pesquisas com células-tronco embrionárias são realizadas em países nos quais são permitidas. Essas células são capazes de se diferenciar para a formação de todos os tecidos humanos, podendo ser obtidas a partir de embriões excedentes descartados em clínicas de fertilização in vitro (por não oferecerem qualidade para implantação ou terem sido congelados por muito tempo), e pela  técnica de clonagem terapêutica.

No Brasil, foi aprovado pela lei de Biossegurança,  a liberação das pesquisas  com célula-tronco embrionárias.  A lei aprovada permite apenas o uso de embriões produzidos por fertilização  in vitro, que sejam inviáveis ou estejam congelados há mais de três anos, doados para a ciência com o consentimento dos genitores. Os embriões excedentes – ou seja, produzidos, mas não transferidos para o útero da mãe – são congelados três dias após a fertilização in vitro, quando têm apenas de seis a oito células. Para que as células-tronco embrionárias possam ser extraídas, eles precisam chegar ao estágio de blastocisto (cinco ou seis dias), quando já têm de 100 a 150 células.  Embriões com seis a oito células  não podem ser aproveitados para a extração das células-tronco. Por isso, nem todos os embriões congelados  nas clínicas especializadas podem ser usados nas pesquisas.

Etapas da extração:

1.  O óvulo fecundado em laboratório dá origem a uma célula, que se divide sucessivamente, gerando várias outras.

2.  No 5° dia, está formado um embrião com cerca de 200 células ainda não especializadas (células-tronco).

3.  Coleta: A coleta é feita com embriões nesse estágio e não aproveitados em clínicas de reprodução assistida. As células-tronco são isoladas e extraídas do centro do embrião. Depois são "cultivadas"  em laboratório. No processo da coleta o embrião é destruído.

4.  Especialização:  Durante essa etapa reagente químicos aplicados às células-tronco fazem com que elas se transformem em células de tecidos específicos ao se desenvolverem.

5.  Implantação:  Nessa etapa, as novas células podem ser implantadas, por meio da corrente sanguínea, no paciente. Outra alternativa é injetar as células-tronco diretamente no órgão danificado, para que se diferenciem dentro do organismo.

A ordem de comando que fará a célula-tronco transformar-se em tecidos diferentes, ainda é mistério. Mas, já foi demonstrado que se uma célula-tronco embrionária for colocada em contato com um tecido de músculo, transforma-se em tecido de músculo. Atualmente, as técnicas para transformar células-tronco embrionárias humanas em células específicas,  com eficiência e depois transplantá-las, têm de ser significativamente melhoradas.

Além de vencer os obstáculos morais e religiosos, os cientistas ainda têm o desafio de adaptar às células-tronco embrionárias humanas às condições de purificação e diferenciação das experiências com cobaias. Também precisarão desenvolver maneiras de diminuir os riscos de rejeição nos pacientes que receberão essas células, problema de qualquer transplante, principalmente entre doadores e receptores sem nenhum parentesco.

Religião e as células-tronco embrionárias

Pesquisas com células-tronco embrionárias têm despertado debates entre religiosos e cientistas. A definição do direito à vida é o centro da disputa. Para algumas religiões, usar embrião humano para produzir células-tronco é como aviltar a vida, porque o material já representaria a geração de um ser. Para extrair as células-tronco embrionárias, é preciso eliminar o embrião, o que violenta as convicções religiosas de um segmento expressivo da sociedade.  Para a Igreja Católica e uma parcela dos evangélicos, a vida já existe num embrião congelado, ainda que este nunca conheça o útero, onde irá se desenvolver.

Os judeus acreditam que a vida só começa quando o embrião se agarra ao útero. Entre os evangélicos, há duas correntes principais: uma apóia as pesquisas com embriões, porque considera que a vida só começa a partir da formação do sistema nervoso, cerca de duas semanas após a concepção. Outra corrente defende a preservação do embrião desde o encontro do espermatozóide com o óvulo, posição idêntica à da Igreja Católica.  Mesmo que o emprego de células embrionárias tivesse demonstrado o sucesso esperado, permaneceria válido que não é lícito destruir vidas humanas para salvar outras. Essa linha de pensamento, é o que rege a Igreja Católica e outras religiões que são contra o uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos.

Alguns cientistas e médicos se baseiam no seguinte princípio, para justificar as suas experiências:

"O princípio da moralidade médica e cirúrgica,

 é nunca realizar um experimento no ser humano,

 que possa causar-lhe dano de qualquer magnitude,

     ainda que, o resultado seja altamente vantajoso para a sociedade."

Enquanto, outros,  justificam-se, seguindo o pensamento abaixo:

"A consciência humana, as leis, a humanidade

 e a consciência dos médicos,

condenam a experimentação no homem,

 mas ... ela é sempre feita, se faz e se fará,

por ser indispensável ao progresso

da ciência médica e/ou  para o bem da humanidade."

Doenças tratadas com as células-tronco

O Brasil é um dos países pioneiros nesta área, mas é bom ressaltar que tudo está sendo feito dentro de protocolos clínicos de pesquisa. A terapia celular através de implante de células-tronco ainda está em fase experimental, e todos os candidatos sabem dos riscos a curto e longo prazo de uma terapia que ainda não está bem conhecida e documentada. Em algumas situações específicas de implante de células-tronco, os benefícios superam os riscos, mas em outras, os riscos superam os benefícios que o paciente vai ter que enfrentar. Para todos os candidatos ao implante de células-tronco, os resultados a curto e a longo prazo, ainda necessitam de avaliação e estudos para serem aprovados.  Os resultados e prognósticos do tratamento através do implante de células-tronco, ainda são preliminares e não são definitivos, devido ao pouco tempo da terapia.

Acidente Vascular Cerebral (AVC): O primeiro implante de células-tronco adultas, retiradas  da medula óssea do próprio paciente, em paciente com Acidente vascular cerebral (AVC) agudo foi feito pela equipe do Hospital Pró-Cardíaco, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, no dia 24 de agosto de 2004. Todo o processo foi devidamente documentado, antes, durante e após a implantação das células-tronco. A paciente teve boa recuperação, levando a crer que a experiência poderá mudar o tratamento de pessoas com o problema em todo o mundo. O objetivo da experiência era apenas testar a segurança do método, mas os médicos do Hospital Pró-Cardíaco e da UFRJ, se mostraram bastante entusiasmados com os resultados obtidos.  

Antes da experiência a paciente estava com o nível de consciência diminuído, não falava, não compreendia e tinha o lado direito do corpo paralisado. O implante das células-tronco foi realizado dois dias após a internação. Em menos de um mês, a paciente voltou a caminhar, a compreender a linguagem e a esboçar algumas palavras.  Os médicos sabem que, quem sofre um derrame pode até se recuperar naturalmente, mas a surpresa nesse caso, foi a rapidez e na ação intensa das células injetadas nessa área do organismo. Um aspecto fundamental do procedimento, já constatado pelos cientistas, é que o implante de células-tronco só pode ser realizado entre três a cinco dias após o AVC, período em que é possível ultrapassar a barreira que separa o sangue do tecido cerebral.

Doença de Chagas: A pesquisa que integra o maior projeto mundial na área de terapia celular para o tratamento de males cardíacos, é encabeçada pelos cientistas e médicos do Hospital Santa Izabel e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As células-tronco foram testadas  clinicamente em pacientes que têm a Doença de Chagas em estágio bastante avançado, com uma sobrevida em média de dois anos.  O implante de células tronco, foi feito através da veia femural dos pacientes. O resultado da pesquisa deve sair em dois anos. A esperança é de que, com o tratamento haja uma regeneração do coração, de modo a permitir que o paciente se recupere. Nesses casos de extrema gravidade, o aumento da sobrevida juntamente com uma qualidade de vida melhor, é um benefício enorme para esses pacientes graves.

Doenças genéticas: A maior limitação, quando são usadas células-tronco da própria pessoa, é que esse processo não atende a portadores de doenças genéticas.  Nos casos de doenças de fundo genético, os seus portadores só podem usufruir da terapia celular de células-tronco adultas ou embrionárias de um doador. Isso acontece, porque o defeito genético está presente em todas as células do corpo do portador da doença, inclusive nas suas células-tronco. As pesquisas nessa área ainda estão bem limitadas, principalmente, quanto ao uso de células-tronco embrionárias.

Doenças imunológicas: Quando o portador de uma doença imunológica se submete a um transplante de células-tronco o organismo dele é exponencialmente alterado. Isso acontece, porque quando se diminui a imunidade, esta não diminui seletivamente, é algo extremamente radical. As pessoas que sofrem essa imunossupressão estão mais sujeitas às infecções. Os remédios podem atacar determinados órgãos, como   também, podem ser tóxicos.  Por isso, não é fácil fazer transplante de células-tronco para doenças imunológicas. Atualmente, é considerado um processo cheio de conseqüências e riscos.  É importante, que a pessoa que se submeta a isso, esteja consciente que é um processo delicado, mas que vale a pena em alguns casos, principalmente em pacientes em fase precoce da doença.

Doença de Parkinson: O tratamento para a Doença de Parkinson através da terapia celular,  consistirá no implante de células-tronco em áreas específicas do encéfalo, estriado e substância negra, buscando principalmente a produção de dopamina.  O resultado será a reposição dos neurônios destruídos e lesados, com conseqüente melhora do déficit motor e cognitivo. Essa terapia ainda está em fase de  testes em alguns países, que não têm muitas restrições quanto ao uso de células-tronco embrionárias e células-tronco fetais. Os estudos ainda estão no início e em fase  clínica experimental em cobaias, depois de alguns anos poderá ser testada em seres humanos.

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): Pacientes de doenças degenerativas vivem a esperança de voltar a ter uma vida normal, ou pelo menos, recuperar grande parte das funções e movimentos perdidos, devido a doença. No experimento pioneiro realizado em Salvador,  em 2005, uma equipe de pesquisadores utilizaram células-tronco adultas em uma paciente com Esclerose  Lateral Amiotrófica (ELA).  A paciente recebeu tanto células-tronco hematopoiéticas (que originam as células sanguíneas), quanto células mesenquimais (usadas para a regeneração de tecidos em áreas lesadas no sistema nervoso). 

A paciente já apresentava dificuldades na respiração, fala e movimentos, e também encontrava-se praticamente limitada à cadeira de rodas com o lado esquerdo do corpo mobilizado. Após o transplante de células-tronco, a terapia celular controlou a doença auto-imune e a paciente teve algumas melhoras  nos sintomas neurológicos e  musculares. Todo o processo de pesquisa é regido por um comitê de ética, e por se tratar de um experimento, ainda não  é convencionalmente aplicado a outros doentes que não os escolhidos pelos cientistas e médicos. Os resultados são todos preliminares.

Insuficiência cardíaca:  As células-tronco  estão sendo testadas como uma nova opção no tratamento de pessoas com problemas de coração que podem levar à Insuficiência cardíaca. Em paralelo com equipes norte-americanas e européias, pesquisadores  brasileiros têm se destacado, sobretudo os da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, no desenvolvimento de estudos nesta área e, com técnicas distintas, têm concluído que o transplante de células-tronco é uma alternativa promissora contra a Insuficiência cardíaca crônica provocada por hipertensão, obstrução das artérias coronárias e a Doença de Chagas. Pesquisas científicas estão sendo feitas em quase cerca de 1.200 pacientes para avaliar a eficácia do implante de células-tronco de medula óssea em pacientes com as seguintes cardiopatias: Cardiomiopatia Dilatada, Cardiopatia Chagásica, Cardiopatia Isquêmica e Infarto Agudo do Miocárdio.

Na pesquisa em curso, o  Instituto Nacional do Coração (Incor) de São Paulo é responsável pela pesquisa na área de doença isquêmica, a Doença de Chagas fica a cargo da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia. Enquanto o Infarto agudo do miocárdio e a Cardiopatia dilatada, estão sendo feitas pelo Hospital  Pró-Cardíaco e o Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras, respectivamente, ambos no Rio de Janeiro.  O transplante de células-tronco começa com a aspiração da medula óssea existente no osso ilíaco do próprio paciente. Segue-se um processo sofisticado de filtragem e separação das células. Posteriormente, elas são injetadas nas artérias do coração, por meio de cateterismo. Com este procedimento, são injetadas mais de 230 milhões de células que contém as células-tronco, no interior das coronárias do paciente. Os testes realizados mostram que, a princípio, as células-tronco substituem o tecido fibroso por células musculares. O tratamento aumenta a irrigação da parte lesada do coração, permitindo que as células que entraram numa espécie de hibernação voltem a se contrair. Estudos continuam e os resultados serão divulgados posteriormente.

Leucemia: O transplante de medula óssea para tratar pacientes com Leucemia, é um método de terapia celular já conhecido. O sucesso do  procedimento se dá em razão de a medula óssea do doador conter células-tronco sanguíneas, que vão produzir no organismo do paciente novas células sanguíneas. Muitos especialistas acreditavam que o transplante de células-tronco do sangue do cordão umbilical só seria possível em crianças com leucemia, por ele não conter células suficientes para reconstruir o sistema sanguíneo de um adulto doente.  Atualmente, segundo estudos científicos, o transplante de células-tronco do sangue do cordão umbilical de bebês recém-nascidos, também podem tratar adultos que sofrem de leucemia.   Essa células são mais especializadas do que as células-tronco da medula óssea, e oferecem menos risco de rejeição em transplantes.  No caso da leucemia, são consideradas uma segunda opção em relação às células de medula, pois seus riscos de infecção e rejeição são bem menores.

Paralisia por lesão na medula espinhal:  Um grupo de pacientes com lesão na medula espinhal – causada por acidentes que partem a coluna vertebral e causam paralisia de membros – testam a terapia celular  com o implante de células-tronco adultas.  A técnica é simples e consiste na extração de células-tronco da medula óssea do próprio paciente. Os especialistas sabem que elas têm habilidade para dissolver inflamações, por isso, provocam  uma irritação na parte lesada da coluna  para atrair as células-tronco que serão injetadas perto  dessa lesão. Os cientistas esperam que elas se comportem como na teoria, ou seja, se instalem na coluna e regenerem a parte doente. O mecanismo todo não foi decifrado, mas o fato é que alguns dos pacientes conseguem recuperar parte das sensações perdidas com a nova comunicação.

Trombose:  O primeiro implante de células-tronco em paciente com trombose, foi feito no Instituto de Moléstias Cardiovasculares de São José do Rio Preto,  foi um sucesso.  O paciente corria risco de ter a perna amputada. O implante de células-tronco  adultas era a última alternativa para evitar a amputação. Portador de uma trombose arterial na perna esquerda, o paciente havia passado por todos os tratamentos convencionais, que indicavam a amputação como única solução. Antes do implante celular, o risco de perda da perna era de 90%, depois do implante de células-tronco, o risco  é 90% de chance de não perder a perna.  Depois do implante, os exames de arteriografia constataram um aumento da circulação, velocidade e pressão sanguínea na perna afetada pela trombose. Contudo, os casos para realização de implante são apenas os de trombose arterial em que os pacientes não tenham outra indicação que não seja a amputação do membro. Não é feito o implante para outros casos de trombose. Outros pacientes estão na fila para tratamento através da terapia celular.

Obs:  Todos os casos de implante de células-tronco adulta e embrionárias, estão sendo protocolados, estudados, e documentados, para uma posterior divulgação das estatísticas e dos resultados obtidos. 

Expectativas e riscos quanto à terapia com células-tronco

A esperança de recuperação dos movimentos de vítimas de lesões na medula, ou de outras doenças que podem ser tratadas através da injeção de células-tronco, pode criar motivações e expectativas importantes no paciente, mas pode comprometer seu equilíbrio emocional.  Se as expectativas forem superestimadas, quanto à recuperação dos movimentos, da regressão da doença, ou do tempo de melhora, podem levar o paciente a frustrações e à descrença, desencadeando um sério quadro depressivo.  Em alguns pacientes a esperança pode ser um problema, se for o único investimento emocional da pessoa, porque, enquanto o tratamento não ocorre, ela fica paralisada.

Uma das condições mínimas para que continue vivendo com suas limitações devido à sua condição, é a busca de recursos emocionais que dêem significado à sua existência com qualidade de vida. A esperança é um fator imobilizador, que permite ver com clareza as reais possibilidades do tratamento, e ajuda o paciente a administrar a espera e sua condição atual.

Viver uma condição limitante pode gerar angústia, raiva, culpa, desespero e impotência. A esperança melhora a adaptação  da pessoa a esses sentimentos, por visualizar no futuro, alguma alternativa e incentivar a luta. Porém, os sentimentos de angústia e esperança se chocam. A pessoa acredita e desacredita,  ao mesmo tempo, em uma possibilidade de retorno à condição anterior, o que a deixa confusa.

No caso do fracasso, dependendo do nível de frustração, o paciente pode ter sua reabilitação comprometida pela descrença. Risco que a pessoa tem o direito de correr, pois é a sua única chance de  acreditar que sua condição atual, um dia,  pode  mudar.

Diferença entre a clonagem terapêutica e a clonagem reprodutiva

A clonagem terapêutica, muitas vezes confundida com terapia celular, consiste na transferência de núcleos de uma célula para um óvulo sem núcleo. A grande vantagem da clonagem é que ao transferir o núcleo de uma célula de uma pessoa para um óvulo sem núcleo, esse novo óvulo (ao dividir-se) gera, em laboratório, células potencialmente capazes de produzir qualquer tecido.

A clonagem reprodutiva humana, condenada pelos cientistas, consiste em técnica mediante a qual se pretende fazer uma cópia de uma pessoa. Nessa técnica, faz-se a transferência do núcleo de uma célula, que pode ser de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. Se o óvulo com esse novo núcleo começasse a se dividir, fosse transferido para um útero humano e nele se desenvolvesse, o resultado seria uma cópia geneticamente idêntica do indivíduo do qual foi retirado o núcleo da célula, isto é, a cópia teria o mesmo DNA do doador.

A diferença fundamental entre os duas terapêuticas consiste em que: na transferência de núcleos para fins terapêuticos as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos específicos; enquanto, que a clonagem reprodutiva humana necessita de um útero humano para se multiplicar e se desenvolver.

Os argumentos das pessoas que se opõem à clonagem terapêutica, são no sentido de que ela poderia abrir caminho para a clonagem reprodutiva e, com isso, gerar um comércio de óvulos e embriões.

Diferença entre células-tronco embrionárias e células-tronco fetais

As células-tronco embrionárias têm como origem embriões descartados de clínicas  de fertilização in vitro. Sua capacidade de se transformar em qualquer outra célula humana é bem superior às das células-tronco adultas.

As células-tronco fetais têm como origem tecidos de fetos abortados, especialmente os germinativos, ou seja, os testículos de fetos masculinos e ovários de fetos femininos. As células-tronco fetais são consideradas adultas e apresentam baixíssimo risco de rejeição. Para conseguir essas células-tronco a mulher tem que provocar o aborto em determinada fase da gravidez. Estudiosos e pesquisadores de países onde as leis sobre o aborto são bastante liberais, estudam células-tronco de fetos abortados para tratar doenças neurodegenerativas, como o Parkinson.

A diferença fundamental entre os dois tipos de células-tronco é que as células-tronco embrionárias são extraídas de embriões  humanos entre 5 a 6 dias (fase de blastocistos)  após a fertilização in vitro, enquanto que  a extração das células-tronco fetais ocorrem através dos testículos e ovários de fetos abortados.

Obs: Estudiosos e pesquisadores de países onde as leis sobre o aborto são bastante liberais ou não existem, estudam células-tronco  extraídas de fetos abortados, para tratar doenças neurodegenerativas, como o Parkinson.

Bancos de sangue do cordão umbilical

O sangue do cordão umbilical e placentários (SCUP) podem trazer a cura para milhares de pessoas com portadoras de doenças hematológicas, leucemia e linfomas. A criação de diversos bancos de SCUP no Brasil irão ampliar a diversidade genética das amostras, aumentar o número de doadores cadastrados e conseqüentemente, as chances de compatibilidade sangüínea entre os receptores. Outra vantagem é a redução da possibilidade de rejeição devido a imaturidade destas células.  Os cientistas descobriram qualidades "pluripotenciais" das células do sangue da placenta e do cordão umbilical. Este sangue adquiriu também grande importância quando identificaram um grande número de células-tronco hematopoiéticas, que são células fundamentais para o tratamento de pessoas portadoras de leucemia e outras doenças hematológicas.

As células-tronco do SCUP, são células-tronco com características adultas, porém mais imaturas e ainda pouco estimuladas.

Critérios para a doação do SCUP:

A gestante deve atender a critérios específicos antes da doação do sangue umbilical e placentário:

Doação do sangue do cordão umbilical e placentário:

Após o nascimento, o cordão umbilical é pinçado (lacrado com uma pinça) e separado do bebê, cortando a ligação entre o bebê e a placenta. A quantidade de sangue (cerca de 70 - 100 ml) que permanece no cordão e na placenta é drenada para uma bolsa de coleta.

Essa bolsa de coleta recebe um identificador numérico que passa a ser a identidade da bolsa. Toda referência a ela passa a ser realizada com esse número, e não mais com o nome da gestante.

Em seguida, já no laboratório de processamento, as células-tronco são separadas e processadas, tendo o seu volume reduzido a 20ml, depois são  preparadas para o congelamento. Assim, a unidade fica aguardando os resultados dos exames realizados, inclusive exames maternos, que avaliarão a presença de marcadores para doenças infecto-contagiosas do sangue.

Depois de todo o processo,  desde a coleta até o congelamento, a unidade ainda não é liberada para transplante. A legislação vigente prevê que, para uma unidade ser liberada para transplante, se deve repetir os exames sorológicos da mãe, em um período de dois a seis meses, após o parto. Isso é muito importante, pois sem esse novo exame todo o trabalho terá sido em vão, e a unidade coletada, processada e congelada, não poderá ser utilizada.

Estas células podem permanecer criopreservadas por vários anos em Bancos de Sangue de Cordão Umbilical (BSCUP) e disponíveis para serem transplantadas. Cabe ressaltar que a doação voluntária é confidencial, e nenhuma troca de informação será permitida entre o doador e o receptor.

Cuidados com a qualidade do sangue de cordão umbilical:

Vantagens e desvantagens do SCUP:

A principal vantagem é que as células do cordão estão disponíveis imediatamente. Não há a necessidade de localizar o doador e submetê-lo à retirada da medula óssea.

A desvantagem é a dose  de utilização, uma vez que a doação ocorre em uma única coleta (sem possibilidade de nova coleta), e o volume extraído é bem restrito, o número de células-tronco pode ser limitado. Isso reduz a possibilidade de utilização a pacientes de maior peso. Serve muito bem para a utilização em pacientes pediátricos, devido ao pouco volume de sangue extraído.

 O cordão e a placenta, que hoje em dia é tratado como um "lixo hospitalar", é uma fonte "alternativa viável" para o tratamento de doenças sangüíneas que exigem o transplante da medula e pode ser doado voluntariamente, para pessoas que necessitem do transplante.

Lei de Biossegurança

Para a realização  de estudos com células-tronco embrionárias,  o Congresso Nacional decretou e o Presidente da República sancionou a chamada Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005).  Essa Lei teve alguns avanços e restrições referente às células-tronco embrionárias. A seguir alguns trechos dessa Lei referentes às células-tronco:

Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.

Art. 3o  Para os efeitos desta Lei, considera-se:

        I – organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;

       VIII – clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um único patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética;

       X – clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de células-tronco embrionárias para utilização terapêutica;

        XI – células-tronco embrionárias: células de embrião que apresentam a capacidade de se transformar em células de qualquer tecido de um organismo.

Art. 5o  É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:

        I – sejam embriões inviáveis; ou

        II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

          §  1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.

        § 2o Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.

         §  3o É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.

Art. 6o  Fica proibido:

        I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual;

        II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo com as normas previstas nesta Lei;

        III – engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano;

        IV – clonagem humana;

     V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, e as constantes desta Lei e de sua     regulamentação;

Obs: Para ter acesso ao texto original e  integral da lei, acesse o seguinte endereço: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm

Considerações finais

Até que as células-tronco façam parte da rotina médica ainda existem um longo caminho a percorrer. Os estudos e pesquisas até o momento não permitem, por exemplo, uma avaliação precisa do efeito terapêutico a longo prazo da terapia celular com células-tronco.  Essas células têm, teoricamente, o poder de se transformar nos mais diversos tipos de célula que formam o corpo humano, mas ainda não se conseguiu provar se elas tomam realmente a forma de uma determinada célula e nem se funcionam como tal.  Alguns pacientes melhoraram, mas pergunta-se: a que preço será e por quanto tempo essa melhora irá durar?

1.      Atualmente, ainda não se conseguiu o controle completo sobre o ritmo de proliferação das células-tronco adultas, e principalmente, as células-tronco embrionárias. É necessário encontrar uma forma que faça com que elas não se multipliquem em excesso. As células-tronco precisam se reproduzir em número suficiente para resgatar uma determinada função orgânica, mas será que ela sabem quando devem parar?

2.      Existem também a necessidade de se descobrir métodos eficazes, para controlar os processos de diferenciação das células-tronco.

3.      Outro desafio é descobrir uma fórmula para evitar os riscos de rejeição, nos casos de uso de células-tronco de doador. No caso do paciente ser o próprio doador das células-tronco,  não há a necessidade de tomar medicamentos para rejeição, mas doador diferente, os remédios contra rejeição serão necessários por toda a vida.

4.      Existem estudos que indicam que as células-tronco embrionárias, podem originar tumores.  Especula-se que qualquer defeito no mecanismo de regeneração das células, poderia provocar um desequilíbrio na multiplicação celular.

5.      Muitas questões continuam sem a resposta dos cientistas, quando o assunto é  terapia com células-tronco. Por isso, a importância e a necessidade de esclarecer que os tratamentos envolvendo implante de células-tronco, alguns mais avançados outros nem tanto, ainda não estão ao alcance da população em geral. Os estudos ainda são clínicos, e em alguns casos, experimentais, sendo que os candidatos são escolhidos através de Protocolos.

Inúmeras pesquisas  estão sendo levadas a efeito em todo o mundo com vistas a descobrir como se deverá proceder para obter que células-tronco se diferenciem de modo a substituir tecidos doentes. A longo prazo, a terapia com células-tronco poderá trazer para muitos pacientes a cura de várias patologias. Para isso, estão sendo feitas inúmeras pesquisas no mundo todo, para descobrir como fazer as células-tronco se diferenciarem no tecido que está doente.

Mas, ultimamente, as pesquisas com células-tronco tiveram algumas situações negativas, que podem colocar em xeque a Ciência e as pesquisas idôneas. A utilização de falsas promessas como argumento para aprovação de documentos legais e financiamento de pesquisas, a divulgação de resultados de pesquisa médico-científicas fraudulentas, possibilidade de envolvimento econômico na obtenção de gametas e embriões para a produção de material para pesquisa  e  a venda de produtos,  remédios e  tratamentos com base em células-tronco sem comprovação médico-científica.  Além de tudo isso, temos ainda os médicos, geneticistas e cientistas corruptos, juntamente com os aproveitadores de plantão  que tentam por todos os meios, obter benefícios financeiros, através do desespero de pacientes ou de seus familiares em busca de uma terapia que leve à cura das suas doenças.

Indiretamente, todos esses fatos concorrem para o fracasso de algumas pesquisas envolvendo as células-tronco, e   indicam a que nível, podem chegar "determinadas pessoas", em busca do lucro fácil e das manchetes de jornais e revistas.


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