DISFUNÇÃO ERÉTIL


Definição

Disfunção Erétil é a incapacidade persistente ou recorrente  do homem de obter ou manter uma ereção adequada para a prática da  relação sexual.  Está relacionada apenas à fase de excitação, que envolve o fenômeno da ereção.

 Impotência tem sido o termo tradicionalmente usado para definir a incapacidade de obter e manter ereção satisfatória, para levar a cabo o ato sexual. Para o indivíduo ser considerado impotente, é necessário manifestar disfunção erétil permanente. Falha  ocasional de ereção, que pode acontecer com qualquer homem não se enquadra nessa categoria. A disfunção pode ocorrer  tanto em homens de meia idade e idosos quanto em jovens.

Sinonímia

A Disfunção erétil também é conhecida pelo seguinte nome:

·        Impotência sexual.

Incidência

Como os homens não gostam de admitir que sofrem de disfunção erétil, fica difícil estimar dados estatísticos, mas estima-se que  cerca de 50% dos homens apresentem certo grau de alguma disfunção sexual.

·        Estima-se que a disfunção erétil atinja cerca de 100 milhões de homens em todo o planeta.

·        No Brasil, estima-se que atinja cerca de 11 milhões de homens.

·        É a disfunção sexual mais comum e a incidência aumenta com a idade.

·        Estudos indicam que cerca de 70% dos casos de disfunção erétil são provocados por problemas psicológicos. O restante 30% dos casos seriam decorrentes de problemas orgânicos.

·        Incidência um pouco maior nos homens acima de 60 anos, em alguns casos devido ao envelhecimento e ao aumento das doenças vasculares.

Causas

Origem orgânica:

·        Problemas vasculares.

·        Diabetes.

·        Hipertensão arterial.

·        Arteriosclerose.

·        Hiperlipidemia.

·        Uso de determinados medicamentos.

·        Desordens neurológicas.

·        Esclerose múltipla.

·        Alcoolismo crônico.

·        Tabagismo.

·        Traumas pélvicos.

·        Lesões na coluna vertebral.

·        Doenças renais.

·        Interventos pélvicos (prostatite, cistectomia ou cirurgias da região colo-retal).

·        Distúrbios hormonais.

·        Outras condições médico-cirúrgicas

Origem psíquica:

·        Ansiedade no desempenho.

·        Medo de falhar.

·        Exigência da parceira em uma melhor performance sexual.

·        Conflitos conjugais.

·        Dificuldade  de relacionamento no âmbito sexual com a parceira.

·        Circunstâncias em que se dão as relações sexuais.

·        Problemas com a auto-imagem.

·        Baixa auto-estima.

·        Stress.

·        Problemas com o meio social ou profissional.

·        Educação (crenças sexuais errôneas).

·        Transtornos psiquiátricos.

·        Características de personalidade.

·        Depressão.

·        Transtornos de identidade sexual.

Os fatores emocionais negativos levam a um aumento na produção de adrenalina pela glândula supra-renal, substância que favorece a contração dos vasos, dificultando a chegada de sangue suficiente para encher os corpos cavernosos do pênis e produzir e manter a ereção.

Funcionamento do pênis no processo da ereção

O pênis é composto de duas estruturas cilíndricas chamadas de corpos  cavernosos e um corpo esponjoso. O interior destes cilindros é semelhante a uma esponja, e tem  capacidade  (espaço) para se encher ou esvaziar de sangue.

Em estado de flacidez, os corpos cavernosos estão quase vazios, já que recebem apenas um pequeno suprimento de sangue, suficiente para nutrir os tecidos penianos. Mediante um estímulo, o pênis recebe um aporte maior de sangue, enchendo os corpos esponjosos que se tornam túrgidos e o pênis então entra em ereção.

O terceiro cilindro é o corpo esponjoso, através do qual passa a uretra, que é o canal que leva a urina da bexiga para o meio externo, porém não tem tanta importância para o mecanismo de ereção.

Como acontece a ereção

A ereção do pênis requer funcionamento orquestrado dos sistemas vascular, nervoso e hormonal. No momento da relação, estímulos físicos ou psicológicos fazem com que o sistema nervoso central envie sinais ao órgão sexual masculino.

O desejo sexual é estimulado pela secreção de hormônios, especialmente a testosterona, que invade o cérebro. O desejo sexual é mantido pela ação da substância dopamina. A combinação da testosterona e da dopamina provoca a liberação de duas substâncias. Essas substâncias dão início à produção de dois hormônios sexuais, FSH e LH. O FSH e o LH  estimulam a formação de espermatozóides e a secreção de testosterona. Partindo do hipotálamo, o prazer é regido por uma via nervosa que desce pela medula espinhal até as vértebras, onde uma parte segue para as artérias do pênis, que se dilatam, e a outra vai para o bulbo cavernoso, responsável pela ejaculação.

Aspectos psicológicos

A insegurança própria da adolescência e juventude, e a ansiedade com todas  as mudanças que geralmente ocorrem nesta faixa etária, podem repercutir no desempenho sexual. Nos adolescentes e jovens, em início de atividade sexual,  a disfunção erétil, pode se apresentar devido a problemas psicológicos, resultantes da falta de experiência, somada a fatores que geram ansiedade, como insatisfação com o tamanho do pênis, rigidez peniana, baixa da auto-estima, timidez, medo de falhar e a expectativa da parceira.  Alguns desses fatores podem funcionar como uma espécie de barreira para a satisfação sexual, resultando na falta de ereção durante o ato sexual.  Geralmente, o jovem consegue superar essa fase, e apresenta uma vida sexual plena.

Quando a sexualidade está bem resolvida, o homem trabalha melhor, envelhece melhor, facilita o orgasmo da parceira e valoriza seu vínculo afetivo com ela.

Sexualidade e a impotência

 A ereção é o símbolo maior da virilidade masculina. Todo homem que tem disfunção erétil, fica com a auto-estima abalada.  Normalmente, o paciente com o problema tem algum fator psicológico associado. É preciso ter cuidado para não confundir uma falha ocasional com um problema de disfunção. Qualquer homem na sua história de vida pode ter alguma falha erétil, o que não quer dizer que ele tenha o distúrbio. O problema existe quando a falha  erétil persistir.

Se antes a impotência era um problema que afetava só os mais velhos, hoje atinge homens de todas as idades, afetados por uma vida estressante, pela ansiedade, pelo medo de perder o emprego, pelo uso abusivo de tranqüilizantes, remédios para dormir e emagrecer. O sucesso dos medicamentos no tratamento da impotência e da disfunção erétil, desmitificou os problemas sexuais, levando homens e mulheres insatisfeitos sexualmente, a procurar ajuda e tratamento nos consultórios médicos.

Disfunção erétil e o envelhecimento

Alguns homens acreditam que a disfunção erétil faz parte do envelhecimento.  Isso não é verdade. A disfunção erétil é usualmente provocada por outras condições de saúde, medicamentos ou hábitos que interferem no fluxo de sangue para o pênis. Alguns desses problemas de saúde ocorrem mais comumente à medida que se envelhece, mas isso não causa a disfunção erétil.

Disfunção erétil e a sexualidade no homem idoso

Pela sua importância e maior incidência, fatores não-hormonais, tais como baixa atividade sexual prévia, perda de atrativos da parceira, monotonia da vida sexual, estresse e ânimo deprimido por problemas sociais e ambientais, abuso de drogas, álcool e medicamentos e outros mais, devem ser levados em conta na avaliação da sexualidade comprometida do homem idoso. No idoso que perde a parceira de muitos anos ocorre uma perda da sexualidade, que nada tem a ver com a Andropausa. É a chamada "síndrome do viúvo". Estes pacientes perdem transitoriamente a capacidade de se relacionar com outras mulheres, o que, mesmo em presença de níveis subnormais de testosterona, nada tem a ver com a Andropausa.

Hoje se reconhece que níveis adequados de testosterona seriam necessários para manter a libido, ereções noturnas e aquelas induzidas por pensamentos eróticos. Ainda que sejam também imprescindíveis para uma capacidade erétil normal, de vez que a testosterona estimula a produção e liberação de óxido nítrico nos corpos cavernosos, uma sexualidade normal existe tanto em presença de níveis reduzidos quanto elevados de testosterona circulantes. Por este motivo, muitos homens idosos, ainda que com níveis de testosterona discretamente reduzidos, porém saudáveis e sem fatores não-hormonais, facilitadores de disfunção erétil, permanecem sexualmente ativos. É possível, no entanto, que sejam mais altos do que se pensa os níveis de testosterona necessários para manter a sexualidade normal do homem idoso. Caso isto venha a vir a ser considerado hipogonádico.

Disfunção erétil e a Hipertensão

A Hipertensão arterial pode causar o enrijecimento ou estreitamento dos vasos sanguíneos. Esse processo pode restringir o fluxo do sangue para o pênis, levando a um processo que pode resultar em disfunção erétil. Além disso, alguns remédios usados para o tratamento da hipertensão arterial, podem contribuir para o aparecimento da Disfunção erétil.

Dentre as medicações que são utilizadas para o tratamento da hipertensão arterial, os mais conhecidos causadores da disfunção erétil são: alfametildopa, clonidina, reserpina, propanolol e outros betabloqueadores, hidralazina e os diuréticos. Essas drogas, em alguns casos,  podem causar problemas sexuais que vão desde a diminuição da libido até a disfunção erétil em diferentes níveis.

Disfunção erétil e o câncer de próstata

O tratamento cirúrgico para o câncer de próstata, pode em alguns casos, causar a disfunção erétil, em função de danos causados aos nervos e artérias que passam perto da próstata e atuam sobre o pênis.

Disfunção erétil e os medicamentos

Os medicamentos são responsáveis por cerca de 25% dos casos de Disfunção erétil. Além dos hipotensores, os agentes psicotrópicos, antipsicóticos, ansiolíticos, antidepressivos, causam distúrbios associados à libido, função erétil e o processo de  ejaculação. Medicamentos antiandrogênicos (que atuam contra determinados hormônios) como a ciproterona, flutamida, finasterida, também associam-se a Disfunção erétil.

Alcoolismo e as drogas

O consumo excessivo de álcool, maconha e cocaína podem funcionar como fatores de risco para o aparecimento da  Disfunção erétil, em alguns indivíduos.

Classificação

As disfunções eréteis podem ser classificadas como:

·        Psicogênicas: são causadas por alterações emocionais.

·        Orgânicas: são causadas por condições ou alterações físicas.

·        Mistas: os fatores físicos e emocionais atuam conjuntamente.

Obs: As de causa orgânica podem ser de origem vascular, neurogênica, hormonal, induzida por drogas ou estar associadas a alterações anatômicas dos corpos cavernosos.  As disfunções eréteis devido as causas orgânicas são as mais comuns, sendo a principal delas as de causas vasculares.

Diagnóstico

·        Anamnese.

·        Exame físico.

·        Exame clínico.

·        Exame urológico.

·        Exames laboratoriais.

·        Ultra-sonografia.

Tratamento

Profissionais especializados: Urologista. Psiquiatra ou Psicólogo com especialização em sexualidade humana.

A confiança e o bom relacionamento entre médico e paciente, podem se revelar fatores muito importantes para o sucesso do diagnóstico e tratamento. O problema da disfunção sexual pela magnitude e conseqüências no bem-estar do homem  e na sua qualidade de vida, deve ser encarada como  uma patologia que necessita de acompanhamento profissional. 

A disfunção erétil conta atualmente com uma série de tratamentos, que podem  ajudar e até mesmo restaurar completamente a capacidade de ter ereções. O tratamento para a Disfunção erétil dependendo do tipo de causa, pode compreender os seguintes tratamentos:

·        Tratamento clínico.

·        Tratamento cirúrgico.

·        Tratamento hormonal.

·        Tratamento psicológico.

Tratamento clínico:  Injeções intracavernosas de substâncias que agem diretamente nos vasos, para facilitar a irrigação sanguínea. As injeções agem relaxando o tecido erétil do pênis ao mesmo tempo em que dilatam as artérias penianas, aumentando seu fluxo de sangue, o que produz a ereção.

Tratamento oral:   Existem várias drogas de uso oral com eficácia já clinicamente comprovada, que ajudam a ereção peniana. No entanto, esses medicamentos não fazem o trabalho sozinhos. Para que entrem em ação, é preciso que a pessoa tenha um estímulo inicial, físico ou psicológico. Geralmente, os medicamentos contra a disfunção começam a agir cerca de 30 minutos após serem ingeridos, e continuam eficazes por um tempo que varia entre cada medicamento.

Viagra / sildenafil (Pfizer): Efeitos colaterais: Dor de cabeça.

Levitra / vardenafil (Bayer): Medicamento que funciona em um prazo de 15 a 25 minutos após ser ingerido. Duração que pode variar entre cinco a oito horas.

Cialis (Lilly): Começa a agir 30 minutos após ser ingerido. Duração que pode variar entre 24 a 36 horas.

Apomorfina: Age diretamente no cérebro, estimulando a produção mais elevada do neurotransmissor dopamina, com o objetivo de aumentar o desejo sexual no momento da relação e, dessa forma, estimular a ereção. Começa a agir, depois  de dissolvida embaixo da língua, após cerca de 20 minutos.

Cuidado: Nunca, tome remédios controlados para a Disfunção Erétil caso esteja tomando qualquer medicamento contendo nitratos, mesmo que faça uso da medicação com nitrato apenas ocasionalmente. Seu medico deve ser informado sobre todos os medicamentos que você toma.

Obs: Muitos homens que não têm indicação para o uso desses medicamentos, usam os comprimidos como uma forma de "recreação", com o objetivo de melhorar ainda mais a sua performance sexual. Mas,  a longo prazo, ainda não se sabe os efeitos que esses medicamentos podem causar no organismo, principalmente na área vascular. Portanto, prudência é essencial, caso não tenha a necessidade, o homem que não tem problemas em seu desempenho sexual, deve evitar esses medicamentos para Disfunção Erétil.

Tratamento cirúrgico: Colocação de prótese peniana. Esse tipo de procedimento, deve ser indicado depois de esgotadas todas as outras possibilidades. As próteses penianas são indicadas nos casos de disfunção sexual total ou parcial em que não existam outras possibilidades de tratamento. Podem ser maleáveis ou infláveis. Devido à ereção constante, a maleável requer maiores cuidados para acomodação dentro das roupas. A prótese inflável exige colocação em ambiente cirúrgico, sob anestesia local ou na coluna. A alta é dada de quatro a seis horas após  a internação ou no outro dia, podendo o paciente retornar à prática sexual após quatro semanas. A prótese não altera a capacidade de urinar, ejacular ou ter orgasmo. O paciente que tiver indicação para a implantação de prótese peniana, antes deve passar por uma avaliação psicológica.

Cirurgia vascular: Esse procedimento, em alguns casos não produzem bons resultados. Os procedimentos cirúrgicos que consistem em interferir no sistema circulatório do pênis, atualmente, não têm muita indicação devido aos altos resultados insatisfatórios. Em muitos casos, após seis meses no máximo, o paciente retorna às condições que tinha antes de operar.

Tratamento hormonal: Indicado para pacientes  que têm Disfunção erétil de causa hormonal. Nestas situações, a reposição de testosterona deve ser monitorada pelo urologista.

Tratamento psicológico: Na grande maioria dos casos é necessário, pois ajuda o paciente a sintonizar  mente e corpo.  A medicação  tem resposta imediata, mas o tratamento psicológico é fundamental para que o paciente não fique sempre dependente da medicação durante o ato sexual.  A parceira sexual pode ajudar muito o companheiro. O diálogo entre os parceiros é muito importante para desfazer inseguranças e incentivar o paciente durante o tratamento.  A psicoterapia e a terapia comportamental são atualmente, as mais utilizadas, dependendo do caso, para disfunção eretil.

Psicoterapia sexual: A psicoterapia sexual consiste em auxiliar o paciente - ou o casal - a criar circunstâncias mais favoráveis para as relações sexuais. O aconselhamento ensina o paciente a identificar e controlar os fatores que o deixam ansioso, evitando assim, que o estresse provoque liberação de adrenalina, que causa uma contração das artérias penianas. A psicoterapia também associa a atuação simultânea do médico com o psicólogo.

Cuidados gerais

Em geral, o que se pode fazer para minimizar os riscos da disfunção erétil  é ter alguns hábitos  e estilo de vida saudáveis.

·        Controlar o peso / evitar a obesidade...

·        Adotar uma alimentação balanceada e saudável.

·        Tratar adequadamente doenças como o Diabetes, Hipertensão arterial, doenças do coração, caso as tenha.

·        Evitar o cigarro.

·        Fazer uso de bebida alcoólica com moderação.

·        Praticar atividades físicas regularmente.

·        Visitar o urologista, pelo menos uma vez ao ano, após os 45 anos de idade.


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.