ESTEATOSE HEPÁTICA
Definição
A Esteatose Hepática não-alcoólica é um processo inflamatório crônico do fígado, provocado pelo excesso de gordura acumulada no órgão. É o excesso de gordura no fígado acumulada ao longo dos anos. A doença é assintomática, e age silenciosamente no fígado com o passar dos anos. Geralmente, a Esteatose é descoberta quando o paciente realiza exames de rotina (de sangue, por exemplo), e encontra as funções hepáticas alteradas. A Esteatose Hepática não é considerada uma doença em si, mas um "achado", que pode levar ao desenvolvimento de outras doenças do fígado.
A Esteatose Hepática é uma das doenças de fígado mais freqüentes de mundo ocidental, por causa do aumento do número de pessoas obesas e diabéticas. O fígado é um órgão de estoque de gordura, principalmente triglicérides. Quando há gordura em excesso, isso causa um transtorno molecular e, conseqüentemente, a destruição das células hepáticas. Como o fígado é um órgão que afetado, não apresenta sintomas iniciais, a doença evolui sem que, na maioria dos casos, a pessoa perceba.
Nos últimos anos, o número de diagnósticos de Esteatose Hepática vem aumentando bastante, sobretudo, em consequência dos maus hábitos alimentares, do sedentarismo e da obesidade. Desconhecida pela maioria das pessoas, a Esteatose Hepática pode comprometer as funções em cerca de 20% dos casos. Sem tratamento e controle, a enfermidade pode evoluir para fibrose (espécie de cicatrização) e até mesmo cirrose (inflamação crônica) do fígado. Nesses casos, pode haver uma insuficiência hepática e o paciente precisará fazer transplante de fígado para sobreviver.
Fígado e suas funções
Normalmente, o fígado é capaz de regenerar as células destruídas. A destruição excessiva dos tecidos do fígado influencia nas variadas e extensas funções do fígado, que incluem:
- Secreção e excreção de bile.
- Múltiplas conversões dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras.
- Produção, armazenamento e liberação de glicose.
- Conversão da amônia em uréia.
- Síntese de albumina.
- Armazenamento de vitaminas e ferro.
- Desintoxicação de drogas e de outras substâncias estranhas.
- Produção de protrombina e de fibrinogênio, para a coagulação do sangue.
- Armazenamento e filtração do sangue.
Causas
As causas primárias da doença, sem histórico de abuso de álcool são as seguintes:
Obesidade (mais comum).
Dislipidemia (altas taxas de gordura no sangue).
Diabetes mellitus (tipo 2).
Perda rápida de peso.
Processo de desnutrição severa.
Consumo de alguns medicamentos alopáticos ou naturais.
Obs: A gordura acumulada no fígado não está relacionada ao acúmulo de gordura corporal. O fígado gorduroso é resultado da resistência à insulina, característica de indivíduos com sobrepeso, que gera aumento excessivo da produção de lipídios.
Fatores de risco
Obesidade.
Uso excessivo de álcool.
Diabetes.
Sinais e sintomas
A Esteatose Hepática é assintomática, muitas vezes o portador só descobre que tem infiltração de gordura no fígado, ao realizar exames laboratoriais de rotina e ultra-sonografia abdominal, que revelam alterações não função hepática. Depois de um determinado período, o indivíduo começa a sentir algumas manifestações clínicas da doença, que se não for tratada pode evoluir para casos mais graves.
Dor abdominal leve, abaixo da última costela do lado direito.
Sensação de peso abdominal.
Azia (em alguns casos).
Hepatomegalia (aumento do tamanho do fígado).
Fadiga.
Diagnóstico
Anamnese.
Exame físico.
Exame clínico.
Exames laboratoriais.
Ultra-sonografia abdominal.
Biópsia do fígado (casos específicos).
Na grande maioria dos casos, a Esteatose Hepática é descoberta por acaso, através de exames de imagens de rotina como ultra-sonografia e ressonância magnética. O diagnóstico só é confirmado após a exclusão de outras causas determinantes. Por isso, é necessário realizar diversos exames laboratoriais. A confirmação da doença, só acontece depois da realização de uma biópsia do fígado, que informará, inclusive, qual é o estágio da doença.
Não há nenhum exame que distinga a esteatose decorrente do uso de álcool da esteatose metabólica.
Tratamento
Não existe medicamento específico para essa patologia. Deve-se tratar a causa subjacente, conseqüentemente, a Esteatose Hepática diminuirá ou desaparecerá.
A melhora do quadro, para reduzir o tamanho do fígado e normalizar as taxas das enzimas, é feita por meio do controle da obesidade, mediante a redução do peso, o controle do Diabetes e também o controle das taxas de gordura no sangue.
A perda de peso deve ser realizada de forma lenta e progressiva para que o fígado não seja agredido.
Se o fígado gorduroso estiver associado ao consumo de álcool, a bebida deve ser completamente suspensa.
Controle do paciente: Fazer periodicamente um controle sobre os níveis de colesterol, triglicérides e insulina no sangue. Manter uma dieta associada à prática de exercícios físicos, manter o peso e evitar bebidas alcoólicas.
Seqüelas
Sem tratamento e controle, a doença pode evoluir para distúrbios hepáticos mais graves:
Fibrose.
Cirrose hepática.
Insuficiência hepática.
Prevenção
A Esteatose Hepática pode ser prevenida com alguns cuidados específicos:
Pessoas obesas, devem diminuir o peso excessivo, e manter este em níveis saudáveis.
Manter uma dieta balanceada.
Caso seja diabético, deve manter o açúcar em níveis satisfatórios.
Caso tenha colesterol alto, deve controlar a taxa com medicamentos ou com dieta. O médico irá prescrever o melhor tratamento.
Fazer exames de sangue de controle periodicamente.
Evitar o álcool em excesso, ou em alguns casos específicos, suspender permanentemente a ingestão de bebidas alcoólicas.
Praticar exercícios com supervisão.
Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.