MENOPAUSA


Definição

O termo Menopausa refere-se ao último período menstrual de uma mulher. A menopausa é uma das várias alterações naturais que ocorrem na mulher durante  sua vida. A menopausa não é uma doença nem mesmo um estado psicológico. Simplesmente a menopausa consiste em uma alteração natural,  fisiológica, em que há uma diminuição nos níveis de hormônios femininos, estrogênio e progesterona. Para a maioria das mulheres este acontecimento ocorre em torno de 50 anos de idade. A menopausa representa o fim das preocupações com as menstruações ou com a gravidez.

Fisiologia

Depois de uns 400 ciclos menstruais completos, ou menos, caso ocorra muitos períodos de gravidez, sobrevém o declínio sexual da mulher, o climatério. A menopausa, ou interrupção permanente da menstruação, não é o climatério em si, mas apenas uma manifestação dessa crise. Afora esse sinal, o climatério envolve profundas alterações orgânicas e psíquicas.

Os ovários apresentam crescente irregularidade, até a parada total da ovulação (os folículos amadurecem, mas não se rompem e portanto não liberam óvulos). Com a redução das secreções ovarianas, que têm justamente a função de impedir a secreção de FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), a hipófise não para de secretar esses hormônios; disso  resultam perturbações totais, em círculo vicioso, particularmente com efeitos sobre o comportamento. Mas a menopausa  é um fenômeno transitório. O organismo acaba por ajustar-se às novas condições.

Período de duração

Este processo pode durar de 4 a 5 anos e durante esse período a mulher pode vir a ter menstruações irregulares, antes de terminarem completamente.  na maioria das mulheres, entre os 45 e os 55 anos, os ciclos menstruais irão finalmente parar, o que significa que a menopausa ocorreu.

Fases da menopausa

Pré-menopausa:

·         A pré-menopausa se inicia por volta dos 45 anos. Nessa fase a menstruação da mulher  começa a ficar irregular devido à queda de estrógeno, o hormônio feminino.

Peri-menopausa:

·         A peri-menopausa  se inicia por volta dos 50 anos.  Nessa fase a produção de estrógeno se encerra.

Pós-menopausa:

·         A pós-menopausa se inicia depois de 12 meses seguidos sem menstruação. Em geral, ocorre quando a mulher tem 60 anos.

Sinais e sintomas

No climatério a mulher sofre modificações regressivas, incluindo fundamentalmente a falta de ovulação e a diminuição na síntese de hormônios esteróides pelo ovário. A principal conseqüência desta fase é o hipoestrogenismo que vai acentuando-se e favorecendo uma série de complicações clínicas. A maneira como o organismo revela a falta de estrogênio é através dos seguintes sintomas:

·         Ondas de calor (fogachos): são sentidas por 75% a 80% das mulheres que estão na menopausa.  As ondas de calor são mais sentidas no pescoço e na face. Aproximadamente 25% das mulheres sofrem com os fogachos durante 5 anos ou mais.

·         Suores noturnos: ondas de calor que ocorrem à noite; freqüentemente levam à perda do sono e à sensação de cansaço durante o dia.

·         Insônia.

·         Cefaléia.

·         Menor desejo sexual.

·         Envelhecimento da pele e mucosas.

·         Diminuição da elasticidade  dos ligamentos.

·         Aumento de peso.

·         Irritabilidade.

·         Ressecamento vaginal;  30% das mulheres sentem a vagina seca, bem como perda de elasticidade do tecido vaginal após a menopausa. Isto pode levar a um aumento do risco de infecções.

·         Desconforto  durante o ato sexual: acontece devido ao ressecamento vaginal.

·         Vontade freqüente de urinar acompanhada de dor e ardor.

Obs: Mesmo antes da menstruação cessar completamente, 80% das mulheres começam a apresentar os sintomas da falta de estrogênio.

Risco a longo prazo associados com a menopausa

Aumento do risco de doença cardiovascular

·         Antes da menopausa, os estrogênios do corpo ajudam a proteger a mulher contra a doença cardiovascular. Desta forma, as mulheres na pré-menopausa apresentam menor risco para as doenças cardiovasculares do que os homens. No entanto, após a menopausa, quando os níveis de estrogênios diminuem, esta proteção é perdida. A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre as mulheres pós-menopáusicas. Assim, a deficiência estrogênica associada com a menopausa pode aumentar o risco de doença cardiovascular.

Alterações nos níveis de colesterol

·         A perda de estrogênio na menopausa está associada com mudanças nos níveis de colesterol. A deficiência de estrogênio causa diminuição dos níveis de HDL colesterol (bom colesterol), e aumento dos níveis de LDL colesterol (mau colesterol). Além disso, os níveis de colesterol total geralmente aumentam. Estas alterações podem causar aterosclerose (obstrução das artérias), ataque cardíacos e derrame cerebral. 

Aumento do risco de osteoporose

·         A Osteoporose é caracterizada pela  diminuição da massa óssea e por um aumento na possibilidade de ocorrência de fraturas. A deficiência estrogênica associada a menopausa contribui muito para o desenvolvimento desta doença. Sem os efeitos protetores do estrogênio, a massa óssea diminui rapidamente após a menopausa. Como conseqüência, os ossos podem tornar-se finos e quebradiços e fraturar facilmente.

Doença de Alzheimer

·         A Doença de Alzheimer é progressiva e afeta o cérebro, resultando em prejuízo da memória,do pensamento e do comportamento. É a forma mais comum de demência, uma perda da função intelectual como pensamento, memória e razão. Evidências sugerem que a perda de estrogênios associada com a menopausa pode contribuir para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer.

Degeneração macular senil

·         A degeneração macular senil é uma doença ocular que pode causar cegueira. Estudos demonstraram que as mulheres apresentam um risco maior para a degeneração macular senil e que este risco pode estar relacionado com a diminuição dos níveis de estrogênio.

Prolapso do útero

·         As deficiências hormonais que atingem as mulheres na fase da menopausa provocam uma atrofia genital que enfraquece o aparelho de sustentação, facilitando a descida do útero e da bexiga. As  lesões perineais, mesmo muitos anos depois do último parto, também colaboram com o prolapso. O emagrecimento que surge na idade avançada é outro auxiliar do prolapso. Esses fatores comuns explicam a grande freqüência do prolapso do útero na menopausa.

Tratamento

Médico especialista:  Ginecologista.

Objetivo: Aliviar os sintomas e diminuir as complicações decorrentes da deficiência estrogênica.

Terapia de reposição hormonal - TRH: A melhor forma de aliviar os sintomas pós-menopáusicos é repondo o estrogênio que faz falta no corpo, após a menopausa. Isto também pode reduzir os riscos a longo-prazo associados com a deficiência estrogênica. A reposição estrogênica pode ser oferecida através de várias formas;  comprimidos orais, cremes vaginais, óvulos vaginais, adesivos transdérmicos, gel, cremes tópicos e injetáveis.

Os estrogênios são utilizados nas doses capazes de  manter os níveis plasmáticos próximos aos observados na fase folicular do ciclo menstrual. Os diferentes efeitos dos progestogênios dependem de sua natureza, da dose de administração e do tempo de uso. A adição desses hormônios na TRH tem indicação na redução da incidência de hiperplasia e do carcinoma de endométrio. Os progestogênios devem ser utilizados nas doses mínimas necessárias para a efetiva proteção endometrial. A variedade de esquemas terapêuticos com associação ou não de progestogênios aos estrogênios, produz respostas endometriais variáveis que podem diferir de paciente para paciente. Os tratamentos normalmente empregam os esquemas que se seguem:

·         estrogênios isoladamente;

·         estrogênios associados aos progestogênios em esquemas cíclicos sequenciais;

·         estrogênios e progestogênios adminisrados continuamente, sem interrupção;

·         outros hormônios (fitoestrogênios - isoflavonas; esteróide sintético com atividade estrogênica, progestogênica e androgênica - tibolona; andrógenos).

 

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL

ESTRÓGENOS

PROGESTÓGENOS

Estradiol  (E2)

Acetato de medroxiprogesterona (MPA)

Conjugado Eqüino de Estrógenos  (CEE)

Progesterona

 

Didrogesterona (DD)

Norgestrel (NOR)

Levonorgestrel (LNG)

Acetato de  ciproterona (CPA)

Acetato de norestiterona (NETA)

 

Os benefícios imediatos da terapia de reposição hormonal:

·         Evitar as ondas de calor e suores noturnos

·         Sono mais tranqüilo.

·         Proporciona uma relação sexual mais agradável, sem dor, evita as infecções e o ressecamento vaginal.

·         Elimina a dor e a vontade freqüente de urinar.

Os benefícios a longo prazo da terapia de reposição hormonal:

·         Diminui os riscos de doenças cardiovasculares

·         Diminui os riscos de Osteoporose.

·         Prevenir a atrofia urogenital.

A terapia de reposição estrogênica após a menopausa, é contra-indicada  naquelas mulheres que apresentem as seguintes condições:

·         Câncer de mama conhecido ou suspeito.

·         Neoplasia estrogênio-dependente suspeita ou conhecida.

·         Gravidez conhecida ou suspeita (existem casos raros de gravidez durante a menopausa).

·         Sangramento genital anormal sem diagnóstico.

·         Tromboflebite aguda ou doenças tromboembólicas.

·         Hipersensibilidade a quaisquer das substâncias utilizadas na terapia de reposição estrogênica.

Para tratar a dispareunia (desconforto durante a relação sexual) o médico pode prescrever um lubrificante hidrossolúvel que ajuda a lubrificação vaginal.

Dietoterapia:  A boa dieta é fundamental para uma boa saúde em todas as idades. Durante a menopausa a mulher pode necessitar de uma quantidade extra de vitaminas e sais minerais, especialmente o cálcio. A ingestão de alimentos ricos em cálcio é igualmente importante para a manutenção da massa óssea.

Exercícios:  Em conjunto com uma dieta adequada, o exercício é a melhor forma para manter o tônus muscular. evite engordar durante e após a menopausa. A manutenção do peso ideal e a boa forma física irá ajudar a mulher a sentir-se mentalmente positiva.

Repouso:  Um sono tranqüilo é importante para a mulher nessa fase;  é recomendado também evitar beber café ou chá antes de deitar. 

Obs: A mulher não deve interromper a terapia de reposição hormonal, sob nenhum pretexto, antes de consultar o seu médico. O seu médico é que informará, através de exames,  quando essa terapia poderá ser descontinuada.

Terapias alternativas

Ioga: Os movimentos dessa técnica milenar indiana mexem profundamente com o corpo, estimulando os sistemas neuromuscular e glandular, massageando os órgãos, melhorando a circulação e propiciando vigor e disposição ao praticante. Excelente para quem enfrenta tantas mudanças no organismo devido à menopausa. O ideal é praticá-la pelo menos quinze minutos diariamente.

Acupuntura: Atua mais sobre os fogachos. O tratamento parte do princípio de que, se a energia do corpo está em equilíbrio, a pessoa passa de uma fase para outra da vida sem grandes turbulências. As aplicações visam harmonizar essa energia.

Fitoestrógenos: A isaflavona, substância extraída da soja e que é parecida com o estrógeno,é um dos chamados fitoestrógenos mais comum. Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo demonstrou que há melhoria nas ondas de calor, redução do colesterol ruim e ligeira lubrificação da vagina. Mas ainda não são conhecidos os efeitos colaterais desse tratamento.


Dúvidas de termos técnico e expressões, consulte o Glossário geral.