OBESIDADE


A obesidade

A Obesidade é um estado físico em que a pessoa tem o peso, acima do que se espera para sua constituição musculo-esquelética. Além do peso maior, os indivíduos obesos apresentam quantidade de gordura superior à considerada normal. A obesidade é uma doença de susceptibilidade genética, mas sofre forte influência do meio em que se vive, no qual a alteração de mecanismos metabólicos (a ingestão de calorias superando o gasto), favorece o ganho ponderal. A obesidade é considerada um fator de risco, que se junta às muitas causas de morte, em todo o mundo.

A Obesidade é uma doença crônica de origem multifatorial. Por trás de seu desenvolvimento, estão predisposição genética, questões comportamentais, transtornos compulsivos e problemas psicológicos associados.  Há tratamento clínico e cirúrgico, quando houver indicação médica.

A Obesidade se tornou sério problema de saúde pública em vários países, e seu controle deveria ser prioridade dos órgãos responsáveis, com campanha de esclarecimento e orientação. No mundo atual, existem mais pessoas acima do peso do que abaixo. Milhões de pessoas no planeta morrem precocemente, devido aos problemas de obesidade do que de fome. A Organização Mundial de Saúde declarou a Obesidade uma epidemia global, que ameaça principalmente os países em desenvolvimento.  Apesar  do crescente número de obesos, e do também crescente interesse médico e popular pelo assunto, a doença é uma das mais difíceis de tratar e uma das menos compreendidas em termos científicos.

Atenção: A Obesidade é a segunda causa de morte, com a possibilidade de prevenção em todo o mundo. Só perde para o cigarro.

Obesidade mórbida

A Obesidade mórbida é a forma mais grave da obesidade. Quando o IMC é maior que 35, e a obesidade já traz prejuízo à saúde física e psicológica do indivíduo, ele é considerado obeso mórbido. A comorbidade é uma série de doenças correlacionadas à Obesidade, como hipertensão, apnéia do sono, depressão, ansiedade, sobrecarga nas articulações. Para esta população de obeso, a única forma de tratamento efetivo definido na literatura internacional e pela OMS, é o tratamento cirúrgico. Fórmulas, spas, academias, anfetaminas e dietas, não funcionam para população portadora de Obesidade mórbida.  Em todos estes tipos de tratamento, o obeso mórbido emagrece, mas num prazo de três anos ou menos recupera o peso perdido. É o chamado efeito sanfona. A única forma eficaz  para manter o paciente com peso reduzido e, principalmente, curar aquelas doenças relacionadas à Obesidade é o tratamento cirúrgico.

Obesidade mórbida e a gravidez: A mulher corre um risco muito grande de mortalidade materna ou fetal se engravidar portando um quadro de Obesidade mórbida. A gestante  portadora de Obesidade mórbida que engravida, tem um risco alto de complicação durante o período da gestação. A gestação é mais fácil para  a mulher, depois de tratada a obesidade mórbida com cirurgia.  A Obesidade mórbida também diminui a fertilidade. Com o emagrecimento, a mulher tem uma chance maior de engravidar, e que essa gravidez terá chance maior de correr tudo bem, tanto para ela como para o feto.

É contraindicado  a mulher engravidar com menos de um ano da cirurgia bariátrica, porque esta é a fase onde ela vai estar perdendo mais peso, e também a fase onde fisiologicamente durante a gestação, ela teria que estar ganhando peso. Isso provoca uma incidência  maior de aborto, caso a mulher ainda engravide na fase pós-cirúrgica.  A recomendação internacional é que toda mulher após a cirurgia de Obesidade, use contraceptivo por pelo menos um ano.

Incidência

·         A Obesidade é tida pela OMS como primeira causa de morte evitável no mundo.

·         Atualmente, o excesso de gordura abdominal cresce mais entre os homens, o que aumenta os riscos de complicações cardiovasculares.

·         Nas mulheres, a gordura tende a se localizar mais nas regiões periféricas do corpo.

·         A Obesidade provoca epidemia de diabetes. O excesso de peso é a principal causa do aumento no número de casos de diabetes no mundo e, em especial, nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

Causas

A Obesidade é uma doença ainda pouco conhecida pela população, pode ser provocada por uma série de fatores:

·         Alimentação inadequada (fast food, comidas industrializadas).

·         Compulsão alimentar.

·         Depressão.

·         Ingestão em excesso de açúcar e gordura.

·         Genética.

·         Sedentarismo.

 

Doenças Neurológicas:

·         Tumores na região do hipotálamo ou da hipófise que comprometem os centros que regulam a fome e a saciedade.

 

Patologias endocrinológicas:

·         Síndrome de Cushing.

·         Hipotireoidismo.

·         Síndrome de ovários policísticos.

·         Hipogonadismo masculino e feminino.

 

Ingestão de medicamentos:

·         Corticóides.

·         Anticoncepcionais.

·         Antidepressivos.

·         Anabolizantes.

·         Orexígenos (remédios que estimulam o apetite).

Obesidade infantil

Criança gordinha nem sempre é sinônimo de saúde. Ao contrário, ela pode ter vários problemas orgânicos e psíquicos por causa dos quilinhos a mais. A Obesidade infantil cresce no país, tornando-se um dos problemas de saúde pública e leva as crianças com sobrepeso a ter doenças de adulto.No caso de crianças obesas, não é raro que crianças acima do peso sejam alvos de brincadeiras maldosas por parte dos colegas e receba apelidos  depreciativos. Os ataques podem provocar isolamentos, sentimentos de inferioridade e agressividade. Sentindo-se rejeitada,a criança volta a se refugiar no aparente conforto do alimento. Além de prejudicar a auto-estima e a qualidade de vida, a Obesidade em crianças pode provocar distúrbios cardiovasculares, hipertensão e até problemas graves de saúde, que há alguns anos acometiam apenas adultos, como o diabetes do tipo 2.

Em cerca de 80% das crianças obesas, já se registra algum tipo de alteração no mecanismo da insulina ou nas taxas  de colesterol e de triglicérides. Um terço apresenta gordura no fígado, que pode predispor à cirrose hepática no futuro. Na área psicossocial as crianças e adolescentes passam por várias situações negativas.  O maior sofrimento é de ordem emocional. Eles tendem a ficar isolados, retraídos e depressivos devido à grande alteração da auto-imagem e da auto-estima.

A maior incidência de doenças nas crianças e adolescentes é de casos de Obesidade.  Em 20 anos, a Obesidade infantil triplicou.  Mesmo que as questões psíquicas envolvidas no ganho excessivo de peso sejam inegáveis na maioria dos casos, a Obesidade escapa da classificação internacional de transtorno psiquiátrico, em razão do fator genético.  Quando um dos pais é obeso, o filho tem 40% a mais de probabilidade de também se tornar gordo. Se tanto o pai quanto a mãe forem obesos, o risco sobe para 70%. Já uma criança com pais sem excesso de peso tem cerca de 9% de chance de desenvolver a Obesidade.

Apesar de ser de fácil diagnóstico, os pais só procuram ajuda médica, quando o filho já está bastante gordo e/ou, quando esse se queixa do constrangimento social e das zombarias das outras crianças.  Infelizmente, muitos pais ainda acham que filhos saudáveis, têm que estar "fofinhos", ou "rechonchudos", e pensando dessa maneira, não percebem o excesso de peso nos filhos.

Fatores de risco:

Os fatores de risco comprovados para a Obesidade infantil são os seguintes:

·         Um dos pais, ou os dois obesos.

·         Recém-nascido acima do peso.

·         Ganho de peso muito rápido, no primeiro ano de vida, pode predispor à Obesidade no futuro.

·         Excesso de peso entre os oito e os dezoito meses, que são considerados período-chave na formação dos hábitos alimentares da criança.

·         Crescimento muito acima do normal até os 2 anos, mesmo quando não acompanhado de Obesidade.

·         Acúmulo de gordura (barriguinha) no período pré-escolar.

·         Sedentarismo e falta de atividades físicas na fase escolar.

·         Alimentação inadequada fornecida pelos pais, cheias de carboidratos e açucares.

·         Crianças que passam horas no computador e videogames, se tornam sedentárias, conseqüentemente, acabam engordando.

Doenças e distúrbios relacionados à Obesidade:

·         Diabete tipo 2.

·         Apnéia do sono: a criança pode acordar com a sensação de sufocamento. Causa sono superficial e prejudica o rendimento escolar.

·         Hipertensão arterial: aumenta o risco de infartos e derrames no futuro.

·         Hipertrofia ventricular: aumenta o risco de infarto no futuro.

·         Doença do refluxo.

·         Problemas nos ossos: o excesso de peso entorta os ossos das pernas para fora.

·         Aumento do colesterol e triglicérides.

·         Pé chato: é favorecido pelo excesso de peso.

·         Asma: é agravada pelo excesso de peso.

·         Gordura no fígado: o excesso de peso compromete o funcionamento do órgão.

Obesidade abdominal

A Obesidade abdominal ou visceral é considerada o aumento da circunferência abdominal (circunferência da cintura), devido ao depósito de gordura predominantemente acima da cintura. Esse aumento indica a presença de gordura visceral.  As pessoas que têm gordura visceral  têm a obesidade caracterizada como "barriga de cerveja", mesmo que a pessoa não beba.  A gordura visceral acumula-se nas camadas profundas do abdome, em volta dos órgãos. As células adiposas são maiores, e se  multiplicam pouco, mas são mais ativas e afetam o metabolismo, produzindo substâncias mais danosas ao organismo. Essas células adiposas são mais resistentes à insulina. A gordura visceral é mais fácil de perder e popularmente as pessoas chamam de uma "gordura dura". É mais freqüente nos homens do que nas mulheres. O exame de imagem que pode detectar a gordura visceral é a Tomografia Computadorizada (TC).

 

Para  medir a circunferência abdominal, deve-se medir com fita métrica a cintura (normalmente, um pouco acima do umbigo). As medidas da circunferência  abdominal  que indicam Obesidade abdominal são as seguintes:

·         Homens: acima de 102 cm.

·         Mulheres: acima de 88 cm.

 

Para chegar ao cálculo da gordura visceral, deve-se proceder da seguinte forma: medir o quadril com a fita métrica em sua parte mais larga; depois medir a cintura (normalmente, um pouco acima do umbigo); dividir a medida da cintura pela do quadril.  As medidas da gordura visceral que indicam Obesidade visceral são as seguintes:

·         Homens: acima de 0,9.

·         Mulheres acima de 0,85.

 

Pessoas que têm a medida da circunferência abdominal e da gordura visceral acima do padrão normal, podem desenvolver além da Obesidade, os seguintes problemas:

·         Desenvolvimento de distúrbios ou doenças cardiovasculares, principalmente o infarto e o derrame.

·         Diabetes tipo 2.

·         Hipertensão arterial.

·         Resistência à insulina.

·         Síndrome metabólica.

 

A Obesidade abdominal feminina está associada  fortemente à infertilidade. Isso ocorre porque o excesso de gordura na barriga, pode provocar o surgimento de ovários micropolicísticos, principal causa de baixa fertilidade. Muitas vezes, a mulher  nem é tão obesa, o IMC é baixo, mas, se a circunferência abdominal for superior a 80 cm, é preciso controlar o peso.

Obs: Se o IMC estiver normal, mas a circunferência abdominal  estiver acima do recomendado, o indivíduo terá os mesmos riscos associados ao excesso de peso.

Fatores desencadeantes

Alguns fatores externos e mudanças no estilo de vida podem contribuir para o aumento do peso nas pessoas. Muitos obesos quando começam a contar a sua história (anamnese)  para o médico, geralmente indicam o motivo inicial pelo qual começou a ganhar peso.

·         Após parar de fumar.

·         Casamento.

·         Desemprego.

·         Divórcio.

·         Menopausa.

·         Mudança de emprego.

·         Nascimento de filhos.

·         Parar de fazer atividades físicas.

·         Stress.

·         Uso de bebidas alcoólicas diariamente.

Doenças relacionadas

A Obesidade abre caminho para o  aparecimento e o desenvolvimento de várias doenças e distúrbios, no organismo.

·         Apnéia do sono e a dificuldade respiratória acometem a maioria dos obesos. Alguns chegam a sofrer de redução do volume dos pulmões.

·         Câncer: O tecido gorduroso produz hormônios que aumentam a possibilidade de câncer de mama, de intestino, de rins, estômago e esôfago.

·         Derrame: O risco de ter um AVC, é mais alto em pessoas obesas.

·         Diabetes: O excesso de gordura eleva a resistência à insulina e a intolerância à glicose. Mas de 90% dos diabéticos do tipo 2, são obesos.

·         Dificuldades de fertilização: a obesidade contribui para a redução da fertilidade feminina e, no homem, compromete a produção de espermatozóides.

·         Esteato-hepatite não-alcoólica: o acúmulo de células adiposas no órgão agride o fígado em pacientes não-alcoólatras. Essas células adiposas invadem o fígado, iniciando um processo de degeneração, que pode levar à cirrose hepática.

·         Hipertensão arterial. A grande maioria dos obesos sofre de hipertensão arterial.

·         Doenças cardíacas: A obesidade causa vários distúrbios e doenças cardíacas.

·         Insuficiência venosa crônica: O excesso de peso e a gordura são  considerados um fator de risco, para a insuficiência venosa crônica, que é a circulação inadequada de sangue pelas veias.

·         Osteoartrite: Problemas nos ossos que causa um comprometimento  das articulações, levando à perda de movimentos.

·         Distúrbios psicossociais.

Índice de Massa Corpórea

Para saber se uma pessoa está no peso ideal, o caminho é descobrir o Índice de Massa Corpórea (IMC), um cálculo de padrão internacional que vale para todos os adultos, independentemente de sexo e idade.  A Obesidade pode ser verificada através do cálculo do índice de massa corpórea, resultado da razão entre o peso e a altura elevada ao quadrado (IMC=P/A2). Quando esse índice é igual ou superior a 30, o quadro é de Obesidade.

Índice de Massa Corpórea

IMC

Classificação

menos de 17,99

abaixo do peso

18  até 24,9

normal.

25  até 29,9

sobrepeso

30 até 34,9

obesidade grau 1 (leve)

35 a 39,9

obesidade grau 2 (moderada)

igual ou superior a 40

obesidade grau 3 ou obesidade mórbida

acima dos 50

superobeso

Para calcular o IMC, divida o seu peso pelo quadrado da sua altura. Quando o IMC é maior que 35, e a Obesidade já traz prejuízo à saúde física e psicológica do indivíduo, ele é considerado obeso mórbido. A comorbidade é uma série de doenças correlacionadas à Obesidade, como hipertensão, apnéia do sono, depressão, ansiedade, sobrecarga nas articulações.

Obesidade e as dietas alimentares

Para perder peso, uma pessoa deve ingerir menos calorias do que as que seu organismo necessita para atender às suas necessidades, de modo a forçá-la a metabolizar as gorduras armazenadas, para fornecer energia. De tempos em tempos, novas dietas entram na moda prometendo perda de peso em pouco tempo. Geralmente, baseiam-se numa redução de calorias radical, que faz perder peso rapidamente. Em alguns casos, as dietas resultam em combinações "permitidas", mas esdrúxulas, porque se concentram muito no valor calórico dos alimentos e negligenciam suas propriedades nutritivas. Muitas dietas para perda de peso, são escolhas que a longo prazo, prejudicam a saúde. Quando não é pela falta de equilíbrio entre nutrientes, algumas dietas pecam pela severidade. A restrição excessiva de algumas dietas desestimula o obeso.

Muitos obesos que estão  em tratamento de emagrecimento ou estão fazendo uso de dietas alimentares, sem prescrição médica, sofrem do chamado "binge", episódios que desencadeiam ataques noturnos à geladeira, nos quais até 10 mil calorias, podem ser ingeridas de uma só vez. Dietas muito rigorosas e cheias de proibições é o principal fator desencadeante desses ataques noturnos.

Dietas mais conhecidas:

Dieta do Dr.Atkins: Criada nos EUA,  pelo médico Robert Atkins, na década de 70, a dieta estimula o consumo de alimentos ricos em proteínas e gorduras  e retira quase todo os carboidratos.

Cuidado: As pessoas que seguem essa dieta perdem peso rapidamente, mas o recuperam ainda mais rápido, pois não conseguem manter este regime por muito tempo. Como o consumo de gorduras foi estimulado, muitas vezes o hábito alimentar torna-se ainda pior.

 

Dieta das Proteínas: Variante da Dieta do Dr. Atkins, estimula o consumo de gorduras, presente em grande quantidade em diversos alimentos ricos em proteínas, como carnes vermelhas, bacon, ovos e frios (presunto, queijo, salame), e proíbe o consumo de alimentos riscos em carboidratos, como pães, grãos e massas. O consumo de frutas e verduras fica restrito a pequenas porções diárias.

Cuidado: O alto consumo de alimentos ricos em proteína animal pode aumentar os níveis de colesterol e triglicérides e predispor a pessoa a diversas doenças, como o infarto e o derrame. A ingestão de grande quantidade de proteínas pode sobrecarregar o fígado e os rins.

 

Dieta de South Beach:  Criada pelo cardiologista Arthur Agatston, a dieta é parecida com a do Dr. Atkins no que se refere à pequena ingestão de carboidratos. Eles são proibidos na fase inicial, que dura  poucas semanas. O consumo de alimentos à base de cereais e frutas retorna gradualmente, em menor quantidade do que antes, e com substituição da farinha de trigo refinada pelos grãos integrais.

Cuidado: Apesar de ser uma dieta desbalanceada, é menos prejudicial do que a do Dr. Atkins, pois diferencia gorduras e carboidratos bons e ruins. Mas, não existem estudos que comprovem a eficácia dessa dieta a longo prazo.

 

Dieta do Índice Glicêmico:  Dieta que estimula o consumo de carboidratos com índice glicêmico baixo (farinha de trigo integral, frutas e vegetais), em vez dos refinados, como açúcar,  farinha e arroz branco. Esses alimentos aumentam rapidamente a glicose no sangue. A queda da glicemia também é rápida e causa fome em poucas horas novamente.

Cuidado: O índice glicêmico de determinada refeição, não depende somente dos carboidratos, mas de sua interação com as proteínas, gordura e preparo. Ainda faltam estudos clínicos, para comprovar a eficácia desse tipo de dieta.

 

Dieta de Beverly Hills: Criada pela americana Judy Mazel, esta dieta baseia-se no consumo de apenas um tipo de fruta por dia, no período de 15 dias. 

Cuidado: É considerada uma dieta desequilibrada e sem nenhuma base de conhecimentos científicos. Esse tipo de dieta pode levar a carências de todos os tipos de nutrientes, causando vários problemas de saúde. A quase completa ausência de proteínas faz com que a pessoa perca não somente tecido gorduroso, mas também tecido muscular.

 

Dieta da Sopa: Estimula o consumo de sopa, preparada com alguns tipos de legumes, por semana. Pode-se chegar a perder até 4kg em uma semana.

Cuidado: Esta dieta não é saudável, pois não é nutricionalmente completa.  Dietas  líquidas são muito pobres em calorias e em nutrientes e diminuem o metabolismo.

 

Dieta da Lua: Esta dieta adota o esquema de uma alimentação líquida (sopas, chás, sucos.), nos dias em que a Lua muda de fase.

Cuidado: Não há nenhum fundamento científico que possa justificar este comportamento alimentar. A ingestão apenas de líquido pode levar à deficiência de vários nutrientes e acarreta riscos para a saúde.

 

Dieta dos Shakes:  Estas dietas estimulam a substituição de refeições por diversos tipos de "shakes" disponíveis no mercado, geralmente sob a forma de kits.

Cuidado: Este método não é recomendado, pois pode ocasionar sérias carências nutricionais. Os "shakes" não são alimentos criados com o objetivo de substituir uma refeição completa e, portanto, não contêm nutrientes em quantidade e qualidade suficiente.

 

Dieta do Tipo Sanguíneo: Programas individualizados para cada tipo sanguíneo, para combater a obesidade e doenças associadas.

Cuidado: Não existem estudos que comprovem qualquer validade dessa dieta.

 

Vigilantes do peso:  Dieta que segue o sistema de pontos. Cada alimento tem um valor. Não é permitido ultrapassar a soma estipulada.  É considerada uma das melhores dietas para a mudança definitiva dos hábitos alimentares. Como não restringe nenhum tipo de alimento, a pessoa aprende a comer e emagrecer de forma gradual, com maiores chances de manter o peso estável.

 

É preciso que as pessoas que querem perder peso tenham cuidado com "dietas da moda" ou as chamadas "dietas milagrosas", que prometem perda de peso rápida, sem esforços ou sacrifícios. Essas dietas costumam ser deficientes em nutrientes, vitaminas e minerais, não apresentam resultados eficazes a médio e longo prazo, e não conseguem reeducar o paciente, já que a reeducação alimentar é um dos aspectos fundamentais para o sucesso do tratamento.

Obesidade e as células adiposas

Atualmente, estudos médico-científicos vêm revelando  que, muito mais que um mero depósito de energia que sobrecarrega o corpo pelo excesso de peso, o tecido adiposo, também afeta quimicamente o funcionamento de todo o organismo. Quando uma pessoa engorda, as suas células adiposas (de gordura) aumentam em até seis vezes o seu tamanho,  e  começam a se multiplicar intensamente. Quando isso acontece, as células de gordura liberam na corrente sanguínea substâncias inflamatórias e hormônios, que causam diversos prejuízos ao organismo. As células de gordura produzem as seguintes substâncias:

·         Ácidos graxos: As células de gordura armazenam triglicérides e os liberam na corrente sanguínea, como ácidos  graxos, que têm função energética. Mas, quando são secretados em grande quantidade, são armazenados diretamente no fígado, coração e músculos, causando doenças.  No fígado  provoca a esteato-hepatite, que pode levar à cirrose. Altera o endotélio, camada  interna dos vasos sanguíneos, facilitando a criação de placas que causam tromboembolismo, infarto ou derrame.

·         Adiponectina: Proteína produzida pelo tecido adiposo. Substância que protege o sistema cardiovascular tem um papel antiinflamatório e protege as artérias do entupimento pelo acúmulo de gordura. Ela é secretada pelo tecido  adiposo em condições normais, mas quando a pessoa engorda, sua produção diminui. Está mais presente nos magros do que nos obesos. Os cientistas ainda não descobriram o que inibe sua produção em obesos.

·         Angiotensinogênio e PAI-1: O angiotensinogênio é convertido em uma substância que causa a constrição dos vasos sanguíneos, causando hipertensão. A diminuição do PAI-1, um anticoagulante natural, está relacionada à formação de trombos e coágulos.

·         Enzimas que ativam o cortisol, o "hormônio do stress", que favorece a deposição de gordura na barriga.

·         Enzimas que interferem nos hormônios sexuais, transformando, por exemplo, o estradiol em estronas, relacionadas ao aparecimento de câncer de mama e de endométrio.

·         Fator de necrose tumoral (TNF-Alfa): Proteína produzida pelo tecido adiposo e pelo sistema imunológico. Essas substâncias estão envolvidas no entupimento de artérias. Elas levam à formação de radicais livres (relacionados ao envelhecimento  celular) e à lesão do endotélio (camada que reveste artérias e veias por dentro), favorecendo o acúmulo de placas de colesterol, que faz com que o indivíduo tenha mais doenças do coração e circulatórias.

·         Interleucina-6: produzida quatro vezes mais pela gordura visceral que pela subcutânea. Estimula a secreção pelo fígado da proteína C-reativa, que contribui para o depósito de placas de gordura nos vasos sanguíneos. Favorece também a resistência à insulina.

·         Leptina: Hormônio produzido pelas células de gordura. É ele o responsável pela sensação de saciedade no cérebro. Quanto mais gordura a pessoa tem no corpo, mas leptina é produzida. O problema é que pessoas obesas, apesar de produzir grande quantidade do hormônio, acabam criando resistência à sua ação.

·         Resistina: Proteína produzida  pelo tecido adiposo, cuja produção é mais aumentada em obesos. Quando secretada em grandes quantidades, está relacionada à resistência à insulina (condição que leva ao desenvolvimento do Diabetes tipo 2). A resistina é mais produzida pela gordura visceral.

Obesidade e as anfetaminas

Os obesos, na sua grande maioria, fizeram ou fazem uso de medicamentos para emagrecer, à base de  anfetaminas. Muitos deles desconhecem a composição química dos remédios, e com o tempo, a insatisfação com os resultados obtidos com as anfetaminas, são negativos. No início, a anfetamina provoca uma significativa perda de peso em grande parte dos casos, mas, quase sempre, a grande maioria, recupera os quilos perdidos ao parar de tomar o medicamento. Além de causar dependência, a anfetamina tem efeitos colaterais como boca seca, agitação, insônia, depressão e tremores. As mulheres obesas usam mais remédios à base de anfetaminas do que os homens obesos.

Obesidade e o câncer

Entre os aspectos da Obesidade que apenas começam a ser compreendidos, está sua relação com o desenvolvimento do câncer. Um dos mecanismos mais prováveis é a ativação  de hormônios sexuais, como o estrogênio, por enzimas produzidas pelas células de gordura. O aumento desses hormônios, principalmente, em mulheres pós-menopausada, está ligado ao câncer de mama. Mas, já está documentado  também que a obesidade, especialmente a visceral, influencia o aumento dos casos de câncer de intestino grosso, rins, endométrio e esôfago.  Indícios fortes apontam para uma relação  com  tumores malignos na vesícula, no ovário e no pâncreas.

Obesidade e a gordura subcutânea

A gordura subcutânea é difícil de perder, mas é menos prejudicial à saúde, e prejudica menos o metabolismo que a visceral. A gordura subcutânea acumula-se sob a pele, principalmente no culote, nas nádegas e nas pernas e produz a celulite. As células adiposas são menores, têm mais facilidade de se multiplicar e são bem mais sensíveis à insulina.  A sua predominância caracteriza no obeso a denominação  "em formato de pêra". A aparência dessa gordura é menos consistente "gordura mole", mesmo quando localizada no abdome. É muito mais freqüente em mulheres do que nos homens.

Obesidade  e a fertilidade

Estudos comprovam que as mulheres obesas têm maiores dificuldades para engravidar.  Muitas mulheres  obesas apresentam infertilidade, devido à grande incidência de ovário micropolicístico.  Sobre a associação infertilidade e Obesidade, estudiosos explicam que o estrógeno (hormônio sexual produzido pelas células) é produzido além do necessário nas mulheres com excessiva gordura corporal. Esse excesso de hormônio, leva o corpo a reagir, passando a controlar a reprodução e a reduzir as  chances de  gravidez.  Os médicos também enfatizam que não é apenas na mulher, que a Obesidade provoca infertilidade. Nos homens obesos, a qualidade dos espermatozóides pode ser prejudicada.

Obesidade e a gravidez

A Obesidade não apenas ameaça a possibilidade das mulheres engravidarem, como também constitui um dos mais sérios riscos para a saúde do feto. Pesquisas confirmam que a Obesidade da mulher grávida resulta no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, renais e do trato urinário no feto.

Obesidade e a psicologia

O psicólogo é peça fundamental  no processo de perda de peso, seja por interferência cirúrgica, seja por tratamento clínico. A grande maioria dos obesos quando buscam atendimento especializado,  não quer emagrecer, mas "ser emagrecido". O desejo tem componentes inconscientes e, muitas vezes, manter-se obeso satisfaz determinados aspectos psíquicos do sujeito. Inevitavelmente, o obeso sempre carrega a culpa. Muitas pessoas têm a falsa impressão de que os obesos são alegres e brincalhões, mas na grande maioria, o  humor do obeso é uma forma de defesa, que o portador da Obesidade desenvolve para atenuar as limitações físicas, sociais, o preconceito na hora de conseguir um emprego, discriminação por parte dos pais, do parceiro e dos colegas de trabalho e as dificuldades nos relacionamentos.

Aspectos sociais, psicológicos e comportamentais recebem tanta importância, que as causas e o tratamento têm sido por muitas ocasiões, deixados de lado.  Deve-se aprender a abordar o assunto e expor aos obesos os caminhos possíveis. O primeiro é aceitar a Obesidade e suas complicações, convivendo conscientemente com o problema e suas conseqüências. O segundo é atacá-la com todas as armas disponíveis no arsenal médico. Então, após a opção consciente do tratamento, haverá  um aumento claro da sobrevida, com a modificação do estilo de vida, dos hábitos alimentares, da atividade física e do relacionamento com o mundo. Muitos pacientes  mantêm uma auto-imagem de obeso, mesmo após terem perdido o excesso de peso.

A Obesidade não é apenas problema de personalidade, mas é fundamental ter personalidade suficiente para fugir da armadilha imposta por ela. A obesidade pode representar certa dificuldade para lidar com a vida. Muitas vezes o que o paciente teme, mais do que a cirurgia para redução do peso, é o acompanhamento psicológico.

Obesidade e a discriminação no mercado de trabalho

Os obesos sofrem discriminação no mercado de trabalho. Existe uma cultura, não explícita,  de que os obesos são funcionários mais indispostos, preguiçosos e que precisam ir com mais freqüência ao médico, devido aos problemas característicos da própria obesidade (hipertensão, diabetes, depressão, distúrbios cardiovasculares). Cadeiras, sofás e mesas reforçadas, são alguns dos  investimentos necessários, que levam os  empresários  a analisar o custo-benefício,  na hora de contratar um funcionário bem acima do peso. O funcionário  com obesidade tem mais dificuldade em manter e ocupar um emprego.   Muitos obesos além do excesso de peso, ainda sofrem preconceito  e discriminação devido a sua aparência. 

Cirurgia Bariátrica

As cirurgias bariátricas são eficazes na redução de peso, mas não fazem milagre. Exigem dos pacientes enormes mudanças de hábito e muita disciplina. Os benefícios da cirurgia só superam os riscos quando ela é indicada por médico. A questão estética não deve ser o principal motivo da cirurgia bariátrica. A finalidade dela é amenizar um problema de saúde que não pode ser tratado clinicamente. Por isso, é indicada apenas para os casos de obesos mórbidos e superobesos.

As cirurgias são indicadas para os obesos que têm índice de massa corporal (IMC), acima de 40 ou quando o valor está entre 35 e 40, mas a pessoa sofre de doenças como diabetes, hipertensão arterial e apnéia do sono. A faixa etária para realizar a cirurgia pode ser dos 18 aos 60 anos. Mas pode existir exceções. Pessoas mais jovens, ou indivíduos com mais de 60 anos.  Geralmente, para afastar riscos e complicações durante e após a cirurgia, os pacientes candidatos à cirurgia, devem perder alguns quilos extras. Além do emagrecimento, há outros cuidados básicos antes de passar pelo bisturi: dieta equilibrada, fisioterapia para melhorar  a função pulmonar e uma avaliação clínica e psicológica. Segundo esses passos, o procedimento é considerado seguro e o risco de morte cai para menos de 1%. 

O sucesso da cirurgia depende também de uma equipe multidisciplinar formada por nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e professores de educação física, que devem interagir no pré e no pós-operatório.

Tipos de cirurgia:

Restritiva: Banda gástrica ajustável.

As cirurgias restritivas limitam a entrada de alimento no estômago. Para isso o cirurgião coloca um dispositivo logo na entrada do órgão, deixando-o com forma de ampulheta, o que reduz o volume ingerido e dá a sensação de saciedade precoce. Embora seja o procedimento mais fácil, a perda de peso é menor e depende da colaboração do paciente.

·         Indicações:  cirurgia indicada para quem precisa perder peso de 20% do peso, com IMC entre 35 e 40.

·         Contra indicações: obeso que não resiste à tentação de trocar  boas refeições por doces.

Desabsortiva:  Scopinaro.

As cirurgias  desabsortivas reduzem o percurso da comida pelo intestino, diminuindo a absorção dos nutrientes. O cirurgião corta um pedaço do estômago e isola-se uma parte do intestino, diminuindo-se a capacidade de absorção de alimentos.

·         Indicações: cirurgia indicada para pacientes superobesos, que precisam perder cerca de 50% do peso (IMC acima de 50)

·         Riscos: deficiências nutricionais e problemas metabólicos podem ocorrer se não houver acompanhamento correto.

·         Efeitos colaterais: diarréia e gases fétidos.

 

Mista: Capella (gastroplastia com derivação intestinal).

 

Combinação das duas técnicas anteriores (Scopinaro e Banda gástrica ajustável). O estômago é dividido em dois. A parte menor recebe o "cinto" e é ligada ao intestino por um desvio.

·         Indicações: paciente que deve perder cerca de 40% do peso, IMC entre 35 e 40 com doenças associadas.

·         Efeitos colaterais: uma tendência a intolerância a doces, que tende a diminuir depois de um ano.

Gastrectomia vertical:

A nova técnica de redução de estômago tem menos efeitos colaterais. Essa nova técnica de cirurgia bariátrica retira um pedaço menor  do estômago e mantém todas as suas conexões originais, sem desvios nem atalhos.  Cerca  de 80%  do estômago é cortado e retirado; o restante do estômago é grampeado em forma de tubo que vai do esôfago até o duodeno, sem alterar o processo digestivo. O paciente vai sentir menos fome e comer menos, mas absorve os nutrientes normalmente. A cirurgia pode ser feita via laparoscopia.  O tempo de internação diminui e a dieta é menos restritiva. Essa cirurgia por ser considerada uma técnica nova é recomendada  inicialmente só para obesos  anêmicos, que tenham deficiência de cálcio e vitaminas, e também para os muito jovens ou muito idosos, que necessitam receber todos os nutrientes. 

Obs: Dependendo do tipo de cirurgia bariátrica,  o paciente deve receber suplemento alimentar durante muitos anos: ferro, cálcio, vitamina B12, vitamina D e suplementação protéica.

Contra-indicações para a cirurgia de redução de peso: As vantagens e desvantagens de cada técnica variam conforme o paciente. As contra indicações costumam ser muito específicas, mas existem algumas que valem para todos os candidatos a cirurgia de redução de peso:

·         Pessoas que não tentaram outros tratamentos de emagrecimento, com acompanhamento médico.

·         Quem sofre de obesidade há menos de dois anos. É preciso ter um histórico da doença de dois a cinco anos. Essa é a forma de comprovar que o paciente não consegue emagrecer de outro jeito, já que a cirurgia deve ser o último recurso.

·         Casos que não tenham sido analisados e aprovados por uma equipe multidisciplinar, pois o candidato precisa estar preparado física e psicologicamente para a operação.

Efeitos colaterais da cirurgia: Estudos indicam que a cirurgia para redução do estômago, é apenas uma etapa do tratamento contra a obesidade, e não substitui a dieta. Alguns pacientes, que se submeteram à cirurgia de redução de estômago, experimentaram alguns dos efeitos colaterais em médio prazo, desse tipo de procedimento radical:

·         Poucos operados mantiveram o peso ideal para sua altura.

·         Trocaram a compulsão por comida pela compulsão por bebida alcoólica e podem ser considerados alcoólatras.

·         Sofreram aumento no número de cáries dentárias e/ou passaram a ter dentes quebradiços.

·         Voltaram a ser obesos após cinco anos da cirurgia.

·         Mantiveram o quadro depressivo, mesmo após a realização da cirurgia.

Recuperação pós-cirurgia: A recuperação  de uma cirurgia para redução de peso, pode ser demorada, mas o tempo depende do paciente e, principalmente do peso que o paciente apresentava antes de efetuado o ato cirúrgico. Geralmente, o paciente fica pelo menos um mês à base de líquidos e dois meses sem se exercitar. O acompanhamento  de um nutricionista é essencial para evitar a desnutrição, que em alguns casos particulares, pode ocorrer. A grande perda de peso ocorre nos primeiros meses após a cirurgia. Depois de dois anos a balança se estabiliza. Nas mulheres após a cirurgia bariátrica, o ciclo menstrual  pode se alterar bastante. Isso tanto pode significar interrupção da menstruação por até um ano, como aumento importante do fluxo.

Seja qual for a técnica escolhida, a cirurgia bariátrica precisa ser seguida de um tratamento cuidadoso. As deficiências nutricionais e a dificuldade de adaptação aos novos hábitos alimentares estão entre os principais problemas enfrentados logo após a cirurgia.  Os maiores inimigos depois da cirurgia, para o ex-obeso ou futuro magro, são os vômitos e a deficiência protéica, que, em casos extremos, podem levar à morte. Num primeiro momento esse déficit se traduz em sintomas como cabelos fracos, perda de gordura facial e prostração. Quem se submete à cirurgia bariátrica, precisa dar continuidade à terapia clínica. Não há cura para a obesidade, mas o controle, sim, é perfeitamente possível.

A estética: Para cada cirurgia bariátrica são necessárias, geralmente, em média, outras cinco operações plásticas. Como o paciente perde de 30 a 50 quilos em um pouco menos de um ano, o corpo não tem tempo de voltar ao normal. A gordura vai embora, mas o excesso de pele permanece. A cirurgia plástica retira o excesso dessa pele, não apenas por razões estéticas, mas porque fica difícil o asseio. Existem peças de pele, que podem chegar a pesar 7 quilos.

Tratamento

O tratamento da Obesidade pode requerer uma equipe multidisciplinar, composta pelos profissionais das seguintes áreas:

·         Endocrinologia.

·         Cirurgia geral.

·         Cardiologia.

·         Psicologia.

·         Ortopedia.

·         Nutrição.

·         Fisioterapia.

Objetivos

·         Diminuir o peso.

·         Evitar as complicações que o excesso de peso causa no organismo.

·         Controlar as doenças associadas.

Reduzir a quantidade de massa gorda constitui o foco principal do tratamento. A perda de peso pura e simples não deve ser o objetivo primário, nem medir o sucesso da terapêutica. A cura ou controle das doenças associadas e uma melhor qualidade de vida são indicações de êxito mensuráveis no controle da Obesidade.

Tratamento medicamentoso: Alguns medicamentos podem ajudar o obeso a diminuir de peso, mas em muitos casos de Obesidade mórbida só a cirurgia pode ajudar o obeso a perder peso mais rápido. O tratamento medicamentoso  é fundamental para os pacientes em que o excesso de peso não foi controlado com modificações comportamentais e dietéticas, e nem com exercícios. O objetivo do tratamento medicamentoso é manter por longo período a perda de peso. A farmacoterapia  para  combater a Obesidade deve ser indicada pelo médico.

Obs: O tratamento clínico deve ser individualizado, e a combinação de drogas e orientações são  específicas para cada indivíduo. Não existem fórmulas prontas que servem para todo e qualquer tipo de obeso. O tratamento medicamentoso precisa incluir orientações sobre comportamento, dieta e atividade física, com suporte psicológico sempre que necessário.

Tratamento cirúrgico: O tratamento cirúrgico é indicado quando os outros tratamentos  tanto clínico,  medicamentoso e dietoterápico  falharam. Pode também ser indicada a cirurgia, quando outras doenças associadas estão presentes. Os pacientes devem passar, na sua grande maioria dos casos, por uma avaliação psicológica.  O tratamento cirúrgico está indicado para obesos mórbidos (IMC acima de 40) e para obesos não-mórbidos que têm IMC entre 35 e 40, que são portadores de doenças e distúrbios que aumentam a mortalidade ou diminuem a qualidade de vida (Diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dificuldade de locomoção, apnéia do sono, etc.) e não conseguiram perder peso ou manter a perda ponderal, após vários tratamentos clínicos bem conduzidos.

Cirurgia: Existem três tipos de cirurgia bariátrica:

·         Restritiva: Quando um anel é colocado no estômago, diminuindo o tamanho do reservatório gástrico.

·         Disabsortiva: Quando é criado um mecanismo, para o indivíduo não absorver todo o alimento que consome.

·         Mista: Junção da cirurgia restritiva e disabsortiva.

Complicações:

·         Fístulas.

·         Hemorragias.

·         Embolia pulmonar.

Complicações a longo prazo:

·         Aderências intestinais.

·         Anemia crõnica.

·         Infecções.

Obs: Após a cirurgia, deve-se passar por um processo de reeducação alimentar.

Depois da cirurgia, e após a alta hospitalar, o paciente deve ter atendimento de uma equipe multidisciplinar, para que a cirurgia tenha êxito. A parte mais importante após a cirurgia de bariátrica  é a reabilitação a longo prazo, acompanhada por uma equipe multidisciplinar. Essa equipe multidisciplinar geralmente é composta pelos seguintes profissionais:

·         Médico clínico.

·         Endocrinologista.

·         Psicólogo.

·         Cirurgião bariátrico.

·         Psiquiatra.

·         Nutricionista.

·         Fisioterapeuta.

Pós-cirurgia: Após a cirurgia os pacientes devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar que vai monitorar, principalmente, a readaptação e reeducação  alimentar após a cirurgia. Nos dez primeiros dias, eles devem adotar uma dieta líquida e, em seguida pastosa e sólida, gradativamente.  A passagem da dieta líquida para a pastosa e  depois sólida,  depende do tipo de cirurgia a que foi submetido e  das condições orgânicas e físicas  do paciente.  A moderação nessa fase é a palavra-chave.

Deve-se ressaltar que o trabalho de conscientização que conta com a força de vontade do próprio paciente e o apoio da família e da equipe multidisciplinar, é fundamental durante esse período de adaptação do organismo. A reeducação alimentar é imprescindível  para que a cirurgia obtenha o êxito satisfatório.

Prognóstico: O índice de mortalidade média dos procedimentos cirúrgicos para redução de estômago é de 0,5%, no Brasil.  Estatísticas indicam que mais de 70% dos pacientes submetidos à cirurgia alcançam a perda de peso esperada, sendo que 30% a 40% do excesso de peso são perdidos nos seis primeiros meses após a operação e o restante é perdido no período de um ano a seis meses. Por outro lado, calcula-se que 5% dos pacientes operados acabam recuperando o peso perdido.

Tratamento dietoterápico: Tratamento através da dieta e da reeducação alimentar. Essa dieta para  redução de peso deve ser prescrita pelo médico  ou nutricionista.

Atividade física: A prática de exercícios é fundamental em todo processo de emagrecimento. A prática   de esportes pelo menos três vezes por semana (de 30 a 60 minutos), pode incrementar a perda de peso de uma dieta em até 2 quilos por semana. A atividade física é importante porque previne a volta ao peso anterior, alterando a taxa de metabolismo basal, a quantidade de energia necessária para manter as funções essenciais do organismo. Quem pratica esportes tem uma taxa mais  alta, ou seja, gasta mais calorias para manter o corpo funcionando em repouso. Como atividade complementar, é importante   exercitar resistência e força, para recuperar a eficiência dos movimentos que o obeso às vezes perde, devido ao excesso de peso. A musculação bem monitorada cumpre bem esse objetivo, porque pode ser personalizada e privilegiar o trabalho de resistência (repete-se várias vezes, o mesmo exercício com pouco peso).

Tratamento psicológico: Em muitos casos de Obesidade o tratamento psicológico é fundamental. A terapia comportamental é muito utilizada nesses casos. O objetivo da terapia comportamental é identificar fatores que levam o indivíduo a comer compulsiva ou desorganizadamente, ou os motivos que o induzem a fugir de um estilo de vida saudável.

Seqüelas

A Obesidade acarreta vários problemas a curto, médio e longo prazo no paciente:

·         Problemas de postura.

·         Celulite em vários graus.

·         Varizes.

·         Gordura acumulada.

·         Gordura visceral.

·         Problemas ortopédicos.

·         Alterações e aparecimentos de doenças e distúrbios cardíacos.

·         Inchaço crônico nos membros inferiores.

Tratamento complementares

Acupuntura: O método pode ajudar no processo de emagrecimento em três frentes: inibe o apetite, age contra a depressão e a síndrome de abstinência que angustia muitas pessoas durante um regime e auxilia na eliminação de líquidos retidos no organismo, problema que afta cerca de 30% dos obesos. A pessoa fica mais tranqüila e lida melhor com a compulsão de comer ou com o hábito de comer rápido demais.  O ideal é fazer uma sessão semanal, mas sem esperar resultados milagrosos a curto prazo. Em conjunto com tratamentos convencionais de dieta e exercícios, a acupuntura permite perder até 2 quilos por semana.

Psicoterapia: Cuidar da mente enquanto se trata do corpo é uma arma eficaz no combate à obesidade. A psicoterapia individual ou em grupo, ajuda a controlar a compulsão, que acomete muitos obesos, e a compreender as razões por trás desse mecanismo. Com esse suporte, as pessoas sentem-se mais seguras para perseverar  de boca fechada. Algumas pessoas colocam a alimentação como o centro do prazer de sua vida, como se pudessem substituir algo mais que lhes falta. É preciso entender o que a comida representa em sua vida.  A psicoterapia aliada aos métodos tradicionais para emagrecer, que incluem desde avaliação clínica, nutricional e exercícios físicos, garante que os resultados alcançados, sejam mantidos durante longo prazo e, até durante a vida toda. O objetivo é provocar mudanças frente à alimentação inadequada e também sobre a maneira de se relacionar com os problemas, principalmente com a ansiedade, o que leva muitos a comerem em exagero.  O tratamento faz com que os pacientes adquiram novos hábitos, e enxerguem que a obesidade é um problema que necessita ser tratado. Quanto mais as pessoas compreenderem e perceberem suas  dificuldades e limitações, assim como suas capacidades, maior será o envolvimento com o projeto real na perda de peso.

Prevenção

A Obesidade pode ser prevenida, na  grande maioria dos casos. Mesmo nos casos em que existe um sobrepeso ou uma pré-obesidade, muitos indivíduos ainda tem condições de reverter a situação.  A prevenção da obesidade em muitos casos pode ser através das seguintes  medidas:

·         Práticas de atividades físicas.

·         Mudanças no estilo de vida, para evitar o excesso de peso.

·         Reeducação alimentar.

·         Redução de ingestão de produtos industrializados.

·         Redução de sódio.

·         Redução de açúcar nos alimentos

·         Acompanhamento médico.

·         Tratar as patologias e distúrbios que causam o aumento de peso.

·         Tratar as doenças relacionadas e associadas ao excesso de peso.

Crianças:

·         Os pais devem ficar atentos ao aumento de peso, e às preferências alimentares  dos seus filhos, para tentar prevenir a Obesidade infantil.

·         Criar o hábito da boa alimentação nos filhos.

·         Estabelecer horário para as refeições.

·         Colocar limites de horário para uso de computador e videogames.

·         Não compensar a ausência no lar com doces e guloseimas, para os filhos.

·         Colocar na lancheira, alimentos saudáveis.

·         Incentivar a criança a praticar esportes desde cedo.

·         Consultar o médico, caso veja sinais de aumento de peso no seu filho.

 


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