PÍLULA DO DIA SEGUINTE


Definição

A pílula do dia seguinte é uma pílula anticoncepcional com uma grande concentração de hormônios. Conhecida também como pílula de emergência, é um método que só deve ser usado nos casos de emergência, quando os outros métodos anticoncepcionais não tenham sido adotados ou falharem, seja por ruptura da camisinha, desalojamento  do diafragma, falha na tabelinha ou no coito interrompido, esquecimento da ingestão da pílula por dois ou mais dias em um ciclo, ou em caso de estupro. A eficiência na prevenção da gravidez indesejada estimula o uso indiscriminado. A pílula de emergência deve ser usada apenas em situações especiais. Não pode ser tomada rotineiramente porque, além dos efeitos colaterais, vai perdendo o efeito e pode causar alterações no organismo a longo prazo.

 

É preciso reforçar que a pílula do dia seguinte não é um método abortivo. Se a fecundação ainda não aconteceu, a pílula torna o meio mais hostil e dificulta o encontro do espermatozóide com óvulo.  A pílula pode provocar o espessamento do muco, que é a secreção que facilita a condução do espermatozóide até a trompa uterina para encontro com o óvulo. O contraceptivo de emergência é aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que consideram o método como não abortivo.

 

A julgar pelo uso rotineiro, sobretudo pelas adolescentes e jovens, a pílula do dia seguinte, tem sido encarada como um quebra-galho, para evitar a gravidez. Grave erro. O contraceptivo foi criado para evitar a gravidez quando outros métodos falharam e não para tirar de uma fria quem transa sem a menor proteção.

 

O uso indiscriminado é cada vez maior entre adolescentes que recorrem à pílula do dia seguinte como método anticoncepcional. Seguras de que podem evitar uma gravidez indesejada, as adolescentes abrem mão do sexo seguro. O problema é que ficam expostas a doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids.

Como funciona

1. Quando há uma relação sexual sem proteção, pode ocorrer o encontro do óvulo com um espermatozóide.

2. A união resulta na formação do ovo ou zigoto, que se ligará à parede do útero. A partir dessa etapa o embrião começa a se desenvolver.

3.  A pílula engolida no dia seguinte, graças à sua alta  concentração hormonal, promove uma descamação da parede interna do útero. Com isso, o ovo não conseguirá se fixar ali. Escorrega com as células descamadas e é expelido.

Como usar

Como usar o método:

O  contraceptivo hormonal de emergência oral vem em embalagens  com dois comprimidos.  A substância ativa da pílula é  levonorgestrel, que previne a gravidez inibindo a ovulação, fertilização e implantação do ovo. Também atua  espessando o muco cervical. Cada comprimido tem quantidade  de hormônios equivalente a oito pílulas  convencionais, e o uso rotineiro pode causar alterações significativas no organismo. Os médicos suspeitam, embora não haja confirmação científica, que a alta dosagem hormonal aumente os riscos de câncer de mama.  

Efeitos colaterais

A pílula do dia seguinte, de preferência, deve ser tomada com a ingestão de leite e alimentos para reduzir possíveis efeitos colaterais indesejados. Esses efeitos colaterais normalmente, são atribuídos às altas taxas  hormonais do medicamento. Geralmente, podem ocorrer os seguintes sintomas, depois de uma dosagem:

Estudos indicam que esses efeitos colaterais podem aparecer em mulheres que tomam a pílula mais de uma vez por mês ou a cada mês:

Riscos mais graves do abuso: Esses efeitos colaterais referem-se às mulheres que tomam a pílula do dia seguinte indiscriminadamente. Existem casos de jovens adolescentes, que chegam a tomar mais de 5 vezes a pílula de emergência por mês:

Índices de falha

A pílula do dia seguinte não é infalível. A gravidez pode acontecer em alguns casos, mesmo que a pílula tenha sido tomada corretamente. Os índices abaixo referem-se à falha da pílula, conseqüentemente a ocorrência da gravidez, mesmo após tomar a pílula do dia seguinte corretamente:

Quanto mais tempo ocorre entre o ato sexual  e a ingestão da pílula, maiores são as chances de ocorrer falhas. E os índices de falha podem aumentar consideravelmente, para aquelas mulheres que usam a pílula indiscriminadamente, porque o organismo pode  se acostumar e se adaptar  àquelas dosagens altas de hormônio.

MItos e verdades sobre a pílula do dia seguinte

A pílula de emergência e o sexo inseguro

A possibilidade de usar a contracepção de emergência com freqüência favorece a prática do sexo inseguro. Isso acontece porque, com  a certeza de que estão a salvo de uma gravidez indesejada, as mulheres, principalmente as adolescentes,  que fazem uso constante da pílula do dia seguinte muitas vezes não tomam a iniciativa de pedir ao parceiro que use a camisinha, pois só se preocupam com a gravidez.  As doenças sexualmente transmissíveis que podem ser adquiridas com o sexo sem proteção, infelizmente não recebem tanta atenção.

Direitos sexuais e reprodutivos da população brasileira

A legislação brasileira assegura o direito a métodos contraceptivos para toda a população brasileira. Os direitos sexuais e reprodutivos dos cidadãos e cidadãs  brasileiros, entre eles o da informação e escolha do método contraceptivo para planejamento familiar, têm garantia na Constituição de 1988. Já a Lei Federal do Planejamento Familiar n° 9.263, de 1996, em seu Artigo 9° , estabelece que "é responsabilidade do estado oferecer todos os métodos e técnicos de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção".

Atualidades:

Distribuição gratuita: Nos postos de saúde  a pílula do dia seguinte é adquirida  gratuitamente, após uma avaliação.

 

Planejamento familiar: As prefeituras mantém serviços de orientação em planejamento familiar nos postos e centros de saúde, e também fornecem as pílulas de emergência.  A distribuição das pílulas do dia seguinte para as mulheres só é fornecida  se for detectada a real necessidade. Geralmente, a orientação nos postos de saúde é pelo planejamento familiar e pelo uso dos contraceptivos que impedem a fecundação.


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o glossário geral.