TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

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Introdução

Trombose é a formação de coágulos (trombos) dentro dos vasos sanguíneos. O tromboembolismo venoso (TEV) abrange tanto a Embolia Pulmonar (EP) quanto a Trombose Venosa Profunda (TVP). A Trombose Venosa Profunda (TVP) é caracterizada pela formação aguda de trombos no interior da veia profunda, sendo mais comum nos membros inferiores. A trombose venosa é resultante da ação simultânea da estase local e da alteração da coagulação sanguínea. Outras veias podem ser acometidas, mas dos membros inferiores são as mais comuns. Quando o coágulo se despreende pode provocar complicações a curto ou longo prazo. Caso se desloque até o pulmão e se prenda em uma artéria é chamada de embolia pulmonar, que pode causar até a morte do indivíduo. É considerada uma doença de alta incidência e um grave problema de saúde pública, já que tem uma grande morbidade quando não se tem o diagnóstico precoce e não é devidamente tratada. A TVP pode ocorrer como complicação por outro processo patológico. Para que ocorra o desenvolvimento da trombose venosa é necessária a presença de pelo menos três situações: lesão endotelial, estase sanguínea e hipercoagulabilidade (Tríade de Virchow).

Sinonímia

A Trombose Venosa Profunda também é conhecida pelos seguintes nomes:

· Flebite.

· Tromboflebite profunda.

Incidência

· A incidência é de 0,6 casos para 1.000 habitantes/ano.

· É mais rara em pessoas jovens.

· Quanto maior a idade, maior aumenta a incidência da doença.

· Mais comum em membros inferiores, principalmente nas veias profundas das pernas.

· No caso de correção cirúrgica de fratura de fêmur a incidência de ocorrer a TVP pode chegar a 65% dos casos,sendo que deste universo metade pode está presente antes do ato cirúrgico.

· A ocorrência do tromboembolismo venoso pode ser considerada uma das causas de morbidade entre pacientes hospitalizados.

Causa

A imobilidade prolongada é considerada uma das principais causas da TVP. Essa imobilidade pode ser devido à viagem aérea ou terrestre em que o indivíduo tenha que ficar por muito tempo sentado na mesma posição.

A TVP pode ser causada por longos períodos de permanência no leito em repouso devido a doença ou por cirurgia sendo que o tempo que o paciente fica imobilizado, estando inserido nesse contexto tanto o tempo da cirurgia quanto o período pré e pós-operatório.

Desequilíbrio nos fatores de coagulação do sangue e lesões nos vasos também podem causar TVP.

História prévia de trombose venosa.

Fatores de risco

· Idade: a incidência aumenta conforme cresce a faixa etária dos pacientes, geralmente acima dos 40 anos.

· Quantidade de dias de internação, isto é, quanto mais dias o paciente fica internado maior será o risco de ocorrer TVP.

· Predisposição genética.

· Cirurgias pélvicas ou ortopédicas para colocação de prótese de fêmur ou joelho.

· Cirurgia de média e longa duração.

· Cirurgia de médio e grande porte.

· Fraturas de membros inferiores ou pélvicas.

· Tipo e duração da anestesia.

· Neoplasias.

· Insuficiência renal.

· Insuficiência hepática.

· Insuficiência cardíaca.

· Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

· Doenças intestinais inflamatórias.

· Diabetes mellitus.

· Doenças auto-imunes.

· Doença associada à trombofilia.

· Policitemia.

· Lúpus eritematoso.

· Infarto agudo do miocárdio.

· Septicemia.

· Traumatismos.

· Arritmia cardíaca.

· Desidratação.

· Síndrome nefrótica.

· Trombose venosa profunda prévia.

· Ocorrência de varizes em membros inferiores.

· Tabagismo.

· Artrite reumatóide.

· Obesidade: a pessoa obesa tem aumento da pressão intra-abdominal, por causa do excesso de gordura abdominal, resultando na diminuição da velocidade do retorno venoso das pernas.

· Quimioterapia: pacientes que fazem uso de quimioterápicos podem desenvolver TVP.

· Gravidez e puerpério (pós-parto).

· Queimaduras: pacientes com extensas áreas queimadas.

· Pílulas anticoncepcionais: mulheres que fazem uso durante vários anos de pílulas anticoncepcionais têm fator de risco aumentado para o desenvolvimento de TVP.

· Reposição hormonal.

· Corticoterapia: Uso de corticosteróides por longo prazo.

· Viagens aéreas u terrestres longas: pessoas que ficam muitas horas sentadas.

· Dificuldade de deambulação: pessoa que tem dificuldade para andar e precisa ficar mais tempo sentada.

Sinais e sintomas

Por muitas vezes, a TVP evolui assintomaticamente, isto é, sem apresentar sintomas específicos. Dependendo da sua localização pode causar dor na perna, coxa ou na região inguinal. Os sintomas mais comuns são os seguintes:

· Dor persistente, piorando quando a região é pressionada, mais branda quando em repouso.

· Edema unilateral (inchaço) ou assimétrico.

· Vermelhidão na região.

· Calor no local.

· Cianose cutânea.

· Sinal de endurecimento, principalmente na região das panturrilhas (batata da perna).

· A região em que se formou o trombo sofre rigidez da musculatura.

Diagnóstico

· Anamnese.

· Exame físico.

· Exame clínico.

· Exames laboratoriais (detecção de marcadores da coagulação e da fibrinólise e de distúrbios da coagulação congênitos ou adquiridos).

· Ultrassonografia com Doppler.

· Ressonância magnética.

· Flebografia ascendente.

· Flebotomografia computadorizada (uso de contraste iodado).

· Angiorressonância nuclear magnética.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial deve se feito para que a Trombose Venosa Profunda não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos e de imagens o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Trombose Venosa Profunda são as seguintes:

· Celulite ou linfagite.

· Edema sistêmico.

· Fístula artério-venosa.

· Flebites.

· Insuficiência arterial.

· Insuficiência venosa crônica.

· Lipedema.

· Linfedema.

Tratamento

Objetivo: Evitar a formação de coágulos, caso estes já tenham se instalado promover a reabsorção pelo organismo. O objetivo primordial em relação ao tratamento da TVP é a prevenção das complicações e seqüelas tardias que a doença pode causar no paciente.

Existe tratamento específico para a Trombose Venosa Profunda.

Tratamento clínico: Uso de medicamentos anticoagulantes (substâncias que impedem a formação do trombo e a evolução da trombose) ou medicamentos fibrinolíticos que dissolvem o trombo. Quanto mais rápido for implementado o tratamento com anticoagulantes as chances de desenvolver complicações e adquirir seqüelas é bem menor.

O controle laboratorial é necessário para pacientes que faz uso de substâncias anticoagulantes.

Pacientes que fazem uso da heparinoterapia (qualquer que seja a via de administração ou dosagem) devem ter a contagem de plaquetas bem monitorada.

Em alguns casos, a intervenção cirúrgica é necessária.

Em alguns casos, a medicação anticoagulante pode ser usada por toda a vida do paciente.

Repouso no leito com elevação dos membros acometidos é indicado durante a fase aguda.

Compressão elástica.

Tratamento fisioterápico é necessário.

Complicações

Em alguns casos específicos as complicações da TVP podem ser potencialmente graves, podendo em algumas situações evoluir para o óbito do paciente.

· Embolia pulmonar (complicação grave).

· Acidente vascular cerebral.

· Gangrena venosa.

· Sangramento.

· Síndrome pós-trombótica (complicação tardia).

Sequelas

· Insuficiência venosa crônica.

· Síndrome pós-flebítica: pigmentação escura da pele, grandes varizes, inchação das pernas, eczemas e úlceras de perna. A síndrome pode ocorrer devido aos problemas causados pela inflamação crônica das paredes das veias por muitos anos, que após cicatrizar trazem problemas no funcionamento dos vasos sanguíneos da região afetada.

Cuidados gerais

· Nos casos de pacientes que ficam hospitalizados e acamados durante muito tempo utilização de medicações anticoagulantes.

· Uso de meias elásticas para pessoas que ficam muito tempo em pé ou aquelas que já têm insuficiência venosa, podem ajudar na prevenção da TVP.

· Movimentação no leito.

· Deambulação precoce.

· Não fumar.

· Evitar bebida alcóolica.

· Evitar o uso de medicamentos para dormir, se for necessário ficar sentado por muitas horas.

· Para evitar a desidratação, deve-se beber muito líquido.

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Dúvidas de termos técnicos e expressões consulte o Glossário geral.