METADONA


 

Introdução

Metadona é um antagonista opióide narcótico sintético de longa duração que age nos receptores do cérebro, evitando assim a necessidade de consumir outros opiáceos e, consequentemente diminuido a dependência desses opióides.  A metadona é considerada também um antagonista da heroína, já que é utilizada como um medicamento para o tratamento substituto para o viciado dependente da heroína. Na área farmacêutica é encontrada como cloridrato de metadona ou Metadon o qual é utilizado como um analgésico da classe dos narcóticos. É uma substância tóxica, que pode levar a morte, principalmente na fase inicial de tratamentos de substituição em tóxicodependentes de heroína.

É utilizada como um substituto da heroína. Viciados de outros tipos de droga não conseguem nenhum efeito em relação à dependência pelo uso de metadona.  A metadona só faz efeito nos usuários de heroína. O uso a longo prazo da metadona pode causar dependência.

 

História

A metadona foi criada na Alemanha nazista, no final da década de 30. Foi testada e administrada como analgésico potente nos militares feridos do exército alemão, mas por ser altamente tóxica e causar dependência seu uso foi descontinuado.

 

Como age no cérebro

A metadona não causa sensação de viagem quando administrada e não tem efeitos de euforia. No viciado de heroína a metadona diminui os efeitos dos sintomas da síndrome de abstinência. Os efeitos duram entre 12 a 24 horas.

 

Formas de uso

A metadona é administrada por via oral ou parenteral. No caso em que é utilizada para tratamento por substituição  é consumida por via oral. Exige apenas uma dose diária da droga.

 

Efeitos no viciado em heroína

A metadona é utilizada no viciado de heroína para tentar desintoxicar, reduzir a dependência e  diminuir os efeitos da heroína. Com o tempo os efeitos da heroína causam muito mal-estar no viciado, a administração da metadona alivia esse mal-estar geral do viciado em heroína.  É extremamente perigoso usar outros tipos de droga com a metadona, em muitos casos o viciado pode morrer devido aos efeitos tóxicos da metadona que ficam potencializados com outras substâncias. A dosagem da metadona depende também da quantidade de pureza da heroína.

 

Sinais e sintomas

Os sintomas da síndrome de abstinência em viciados na heroína começam após 8 a 10 horas da última dose, com o pico máximo entre 26 a 72 horas. Com o uso do tratamento da substituição  por metadona os sintomas de abstinência diminuem consideravelmente, mais durante semanas ou meses, dependendo do tempo de vício por heroina, pode ainda ocorrer:

 

Comportamentais e psicológicos:

·         alterações da conduta;

·         irritabilidade;

·         nervosismo;

·         ansiedade;

·         dificuldades em relação a autoimagem.

 

Físicos:

·         distúrbios do sono;

·         boca seca;

·         rinorreia;

·         inapetência;

·         tonturas;

·         cãimbras musculares;

·         mialgias (dores musculares);

·         lacrimejamento;

·         ondas de calor e frio;

·         sudorese;

·         cefaléia (dor de cabeça).

 

Sobredose de metadona

Doses elevadas de metadona podem causar problemas sérios nos tóxicodependentes que estão em tratamento de substituição:

·         dificuldade para respirar;

·         respiração superficial;

·         sonolência prolongada;

·         queixas de visão turva;

·         desorientação;

·         dificuldade para andar;

·         sensação de desmaio;

·         tonturas.

 

Caso a pessoa não tenha acesso imediato à assistência médica, o quadro pode evoluir para o coma.

 

Programa de redução de danos

Para o viciado em heroína que tem a sua vida dessagregada tanto fisíca como psíquica, a metadona pode trazer um pouco de luz no fim do tunel. Se houver um programa de apoio psicoterápico e reabilitação psicossocial para os viciados em heroína o programa de substituição com a metadona pode trazer muito mais efeitos positivos que negativos ao usuário. 

As vantagens que podem ser obtidas na prescrição da metadona em viciados de heroína giram em torno da redução do uso da heroína, menor mortalidade dos viciados, diminuição da compra de droga ilícita (heroína e cocaína), diminuição do risco de contrair HIV e o vírus da hepatite C, melhorar a higiene do viciado e uma melhora acentuada no comportamento do viciado em heroína que se torna menos violento.

Vários países da Europa já utilizam esse tipo de programa. No Brasil a política do programa de redução de danos em relação aos viciados ainda está  em um estágio muito precoce.

 


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