CANCRO MOLE

 


 

Definição

O Cancro Mole é uma doença sexualmente transmissível, infecciosa aguda e localizada,  caracterizada por lesões ulceradas, fétidas, dolorosas e necrosantes, que acomete geralmente as regiões genitais, perianais e inguinais.  As mulheres, na sua maioria,  são portadoras da doença.

 

Sinonímia

É uma doença também conhecida pelos seguintes nomes:

·         Cancróide.

·         Cancrela.

·         Cancro venéreo simples.

·         Cavalo (nome popular)

·         Ulcus molle.

 

Incidência

·         A doença é mais prevalente na faixa etária sexualmente ativa, 16 a 30 anos.

·         É mais comum em populações de baixa renda.

·         Muito freqüente nas regiões tropicais.

·         Ocorre na sua grande maioria nos indivíduos do sexo masculino.

 

Agente etiológico

O agente causal é uma bactéria denominada Bacilo de Ducrey ou Haemophillus ducreyi;  Gram-negativo; bacilo curto; dimensão de 1 a 5 micra por 0,4 de extremidades arredondadas; sem cápsulas nem esporos, imóvel. Dispõe-se isoladamente, em pares ou em cadeias.

 

Reservatório

O homem.

 

Localização

A doença é encontrada no meato urinário, orifício prepucial, superfície interna do prepúcio, freio, corpo do pênis, região pubiana, ânus, grandes e pequenos lábios, fúrcula, vestíbulo e cérvix. O cancro mole é raro na mucosa bucal, mas devido ao sexo oral pode ser encontrado nos lábios, e  na língua. 

 

Evolução clínica

Após a infecção, segue-se curto período de inoculação, dois a cinco dias ou mais, que é interrompido pelo aparecimento de pequena pápula, ou vésicula-pústula. Em dois ou três dias evolui para ulceração conseqüente aos micro-abscessos subepidérmicos. Caminha rapidamente para ulceração secretante, dolorosa, arredondada ou ovular, que se estende em tamanho e profundidade. As bordas tornam-se salientes e irregulares. O fundo da lesão é sujo, coberto de pus amarelo e de odor desagradável. A base é mole e edematosa. O caráter doloroso da lesão, constante e intenso, é fator importante para o diagnóstico. 

A auto-inoculação é freqüente, havendo relatos de até 50 lesões. Em cerca de 30 a 60% dos casos, menos freqüentemente em mulheres, após 10 a 20 dias do surgimento do cancro, poderá ocorrer linfadenite regional aguda, dolorosa, seguida de supuração em um só orifício.  Esse infarto ganglionar e conhecido Em poucos casos, o cancro tem aspecto de pequena lesão.

No ânus, as lesões do cancro mole apresentam-se com aspecto de neoformações inflamatórias, ou de condiloma cancroso. Invadem em anel, a mucosa anal em forma de coroa de cancros múltiplos e dolorosos. Expandem-se para as regiões glútea e perineal, em profundidade são limitadas pelas válvulas sigmóideas. As lesões do cancro mole não se cicatrizam espontaneamente  e deixam cicatrizes após a cura.

 

Fatores de risco

São fatores ou situações que podem contribuir para se adquirir o Cancro mole:

·         Promiscuidade

·         Participar de sexo grupal.

·         Sexo casual.

·         Ter relações sexuais com parceiros ou parceiras com lesões e/ou secreções na área genital e anal.

·         Fazer sexo sem usar o preservativo.

·         Fazer sexo oral em parceiros com lesões e/ou secreções na área genital ou anal.

·         Fazer sexo anal  em parceiros com lesões e/ou secreções na área genital ou anal.

 

Período de incubação

O período de incubação é curto fica entre 3 a 5 dias, mas também pode em alguns casos 15 dias.

 

Período de transmissibilidade

Desde o aparecimento das lesões ou secreções  dos gânglios linfáticos da região,  até 14 dias a partir do início do tratamento. Em casos sem tratamento, pode durar semanas ou meses.

 

Transmissão

Através das relações sexuais.

 

Sinais e sintomas

Aparecimento de pequenas lesões, na área genital ou no ânus. Essas lesões depois de alguns dias viram vesículas, com líquido purulento; quando esse liquido escorre, vai contaminando outro local e iniciando nova lesão. As lesões tem um odor fétido e um aspecto desagradável.

 

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico.

·         Exame clínico.

·         Exame proctológico.

·         Exame ginecológico.

·         Exames laboratoriais.

·         Cultura para pesquisa da lesão.

 

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que o Cancro Mole não seja confundido com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico e laboratoriais o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com o Cancro Mole são as seguintes: 

·         Cancro do linfogranuloma.

·         Cancro sifilítico.

·         Donovanose.

·         Erosões traumáticas infectadas.

·         Escabiose genital.

·         Herpes simples genital.

 

Tratamento

·         Específico:  existe tratamento medicamentoso específico para essa doença.

·         Higiene local com lavagem de permanganato de potássio a 1/10.000,  de preferência três vezes ao dia.

·         Antibiocoterapia, sob prescrição médica é o indicado.

·         Analgésicos para aliviar a dor, caso seja necessário.

·         Anti-inflamatórios, sob prescrição médica, caso seja necessário.

·         Sabonetes medicinais também podem ser usados para  a higiene íntima.

·         Abstinência sexual durante todo o tratamento, deve ser cumprida rigorosamente.

·         Tratamento dos parceiros sexuais deve ser administrado, mesmo que esses sejam assintomáticos.

·         Fazer testes para HIV e Sífilis.

 

Controle de cura:  O paciente é considerado curado quando o resultado da cultura das lesões e secreções estão  negativadas.

 

Prevenção

medidas sanitárias:

·         Campanhas preventivas  educativas para evitar as DST.

·         Identificar e tratar os portadores assintomáticos. 

·         Fazer testes para identificar outras DST associadas.

·         Distribuição gratuita de  preservativos.

·         Exames para detecção em postos de saúde em gestante com secreções vaginais.

·         Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem  e referência dos pacientes com DST e seus parceiros para  diagnóstico e tratamento adequados.

·         Campanhas preventivas sobre a prevenção de DST nas escolas.

·         Testes para identificação de DST em pessoas que compõem grupo de risco.

·         Como em toda doença sexualmente transmissível é recomendável o exame sorológico para Sífilis e HIV.

 

medidas individuais:

·         Não ter relações sexuais com parceiro, que apresente lesões na área genital, perianal ou na boca. 

·         Evitar a promiscuidade.

·         Tentar evitar se possível, o sexo casual

·         Tentar evitar se possível, as situações de risco para se adquirir DST.

·         Usar sempre preservativos.

·         Evitar ter vários parceiros sexuais.

·         Cuidados de higiene antes e após as relações sexuais.

·         Ficar atento aos fatores que podem contribuir para se adquirir DST, e fazer o possível para tentar evitá-los.

 

Cuidados  preventivos que podem ser tomados para evitar DST

As DST manifestam-se  pelo aparecimento de feridas, coceiras, dor ao urinar, corrimento uretral e /ou vaginal e verrugas,  na área genital e/ou anal. Ao surgir qualquer dessas alterações, deve-se procurar um médico, que se encarregará do diagnóstico e do tratamento adequado. A demora em procurar o médico aumenta os riscos da doença se alastrar e da pessoa infectada contaminar seu parceiro (a) ou outras pessoas. Uma vez feito o diagnóstico, a pessoa deve avisar quem lhe transmitiu a doença. Os dois  devem se tratar e evitar, enquanto não estiverem curados, as relações sexuais com outras pessoas. Caso o indivíduo infectado  tenha tido vários parceiros, deve se possível, entrar em contato com eles, informar a sua situação e pedir para que procurem um médico relatando a situação.  A propagação da DST está ligada à promiscuidade e á falta de informação. Qualquer pessoa pode adquirir uma doença, desde que tenha contato sexual com outra já doente.  A troca freqüente de parceiros sexuais, principalmente na adolescência até o período de 35 anos de idade, aumenta ainda mais o risco de se contrair uma DST. E o que é pior: uma pessoa pode adquirir uma mesma doença várias vezes, ou em alguns casos pode também está com duas doenças venéreas ao mesmo tempo.  Existem vários cuidados que podem ser tomados para evitar a contaminação e transmissão de doenças venéreas: 

 

·         Evitar  múltiplos parceiros (as).

·         Evitar a promiscuidade.

·         Evitar se possível, o sexo casual.

·         O homem deve evitar, se possível, ter relações sexuais, quando sua parceira esta menstruada, pois o sangue pode ser uma fonte de infecção, caso a mulher tenha uma DST  transmissível por via hematológica (sangue); em muitos casos de DST a mulher é portadora assintomática, isto é, sem sinais e nem sintomas que esteja doente.

·         Escolher bem o parceiro (a), se possível familiarize-se com seus hábitos e caráter antes de ir para a cama.

·         Quando for beijar alguém, se possível, verifique se não existem lesões na boca, pois existem algumas DST que podem ser transmitidas pelo beijo na boca, principalmente aqueles beijos mais íntimos.

·         Quando for fazer sexo oral, verifique se possível, se o parceiro (a) tem lesões, verrugas, feridas ou secreções fétidas na área genital ou perianal (região do ânus), isso pode ser um fator de risco gravíssimo para se adquirir DST.

·         Cuidado, álcool e drogas não combinam com sexo seguro, lembre-se sempre do dia seguinte, e sempre nesses casos o arrependimento ocorre tarde demais..

·         Aborte as preliminares caso perceba erupções no corpo, lesões, feridas e verrugas nos órgãos genitais do parceiro (a), se necessário invente uma desculpa qualquer. 

·         Evitar parceiro (a) que exale mau cheiro do corpo ou dos genitais, esse cheiro  pode ser descuido com a saúde e  a própria higiene pessoal e íntima.

·         Adolescentes e adultos jovens que cada vez mais se preocupam, com a quantidade do que com a qualidade dos parceiros (as), devem ter sempre em mãos preservativos para se proteger.  

·         As adolescentes (que cada vez mais cedo, geralmente a partir dos 14 anos de idade já praticam sexo), devem ter sempre preservativos (camisinhas) para que na hora "H" , possam se proteger. Jamais devem fazer sexo casual, caso o parceiro não aceite a camisinha. 

·         Usar sempre preservativo, mesmo que  sua eficiência  seja reduzida em certos tipos de DST's.

·         Tomar sempre um banho,  lavar os genitais, e urinar imediatamente depois do final do ato sexual, são sempre medidas preventivas, mesmo que essa atitude esfrie o "clima" entre os dois. Essas medidas devem ser utilizadas em parceiros (as) eventuais.

·         A desconfiança ou dúvida de que você tenha ou possa ter contraído uma DST, é o sinal de alarme para procurar o médico.

·         Se souber ou desconfiar que tem ou possa ter uma DST, não ponha em risco a saúde da outra pessoa, que inocentemente concorda em fazer sexo com você; seja honesto (a) com a outra pessoa e com a sua consciência, não fazendo sexo até que o médico libere.

·         No caso em que você, ou seu parceiro tenha  HIV, HPV, HTLV, os cuidados devem ser redobrados, o preservativo (camisinha), e alguns cuidados básicos, devem vir sempre antes, do ato sexual propriamente dito.

·         A ocorrência de DST pode aumentar muito o risco de contrair o vírus da AIDS. Corrimentos ou pus, feridas e verrugas nos órgãos sexuais são os seus sinais principais. A presença de DST indica que a pessoa não está se prevenindo contra a AIDS. 


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.