DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS


Definição

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são  processos infecciosos causados por um grupo heterogêneo de agentes, agrupadas devido à significância epidemiológica do contato sexual, embora este não seja necessariamente o único meio de transmissão.  As DST são doenças graves que podem causar disfunções sexuais, esterilidade, aborto, nascimento de bebês prematuros com problemas de saúde, deficiência física ou mental, alguns tipos de câncer e até a morte. Estudos indicam que a violência sexual e doméstica amplia as possibilidades de infecção por DST/HIV.

Sinonímia

Doença Sexualmente Transmissível também é conhecida pelo nome de:

·         Doença venérea.

Origem

O nome doença venérea vem da deusa grega Vênus, deusa  do amor, e amor não é o mesmo que sexo, por isso o nome mais adequado é doença sexualmente transmissível. Contudo, o nome doença venérea se consagrou pelo uso popular e refere-se ao que os médicos chamam DST.

Incidência

·         Qualquer pessoa, independente de classe social e raça, e em diversas faixas etárias, pode ser vítima de uma DST. Existe, contudo, uma parcela da população que tem maior risco de adoecer, o que geralmente se deve à multiplicidade de parceiros sexuais que essas pessoas possuem. Devido a maior atividade sexual, a faixa etária mais atingida está compreendida entre 20 e 30 anos. Entretanto, cresce a freqüência de adolescentes com estas doenças.

·         Dados estatísticos indicam que cerca de 10,3 milhões de brasileiros (6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres) já tiveram sintomas de doenças sexualmente transmissíveis.

·         No Brasil, existe uma resistência do infectado por DST procurar ajuda  médica.

·         Um em cada quatro homens, ao aparecimento dos primeiros sintomas de DST, procura primeiro o balconista da farmácia em vez do médico.

·         Estima-se que no Brasil, cerca de 12 mil  bebês nascem com sífilis congênita.

Principais DSTs

·         AIDS.

·         Blenorragia.

·         Cancro mole.

·         Condiloma acuminado.

·         Donovanose.

·         Gonorréia.

·         Herpes genital.

·         HPV.

·         HTLV.

·         Linfogranuloma venéreo.

·         Sífilis.

Grupo de risco

São pessoas que pertencem a um determinado grupo, e que têm mais probabilidade de adquirir a doença:

·         Quem tem relações sexuais sem camisinha.

·         Quem tem parceiro que mantém relações sexuais com outras pessoas sem camisinha.

·         Usuários que usam drogas injetáveis e compartilham seringas.

·         Dependentes químicos de drogas ilícitas.

·         Pessoas que têm parceiros que usam drogas injetáveis, compartilhando seringas.

·         Pessoas que recebem transfusão de sangue não testado.

Fatores de risco

No caso das DSTs, são considerados fatores de risco aqueles que podem induzir o indivíduo a contrair uma DST.

·         Alcoolismo.

·         Dependência química.

·         Uso de drogas ilícitas.

·         Prostituição.

·         Sexo grupal.

·         Sexo casual.

·         Sexo sem proteção.

Transmissão

O ato sexual é a principal forma de transmissão das DSTs.

Através de utensílios pessoais (lençóis, roupas íntimas etc.) é raríssimo se infectar, pois estes germes têm curtíssima vida fora de seus ambientes, e são mortos facilmente por detergentes comuns.

Existe ainda a possibilidade de que alguns fatores próprios da mulher (fisiológicos ou patológicos), favoreçam a agressão por germes comumente encontrados na flora vaginal,  como: gravidez, diabetes, doenças que diminuam a defesa, câncer, medicamentos como antibióticos, anticoncepcionais orais (pílulas) e outros.

Praticar sexo anal, não causa DST. Uma pessoa só é atingida por uma dessas doenças, caso o parceiro ou parceira tenha o germe causador em seu organismo. Se uma pessoa está sadia, sem doença, não poderá causar mal algum mantendo relação sexual anal. Se o parceiro estiver contaminado, existe o risco de transmissão, seja por via anal ou vaginal.  O mesmo vale para o sexo oral.

Tipos de transmissão:

Transmissão essencialmente sexual: 

·         Gonorreia, Sífilis, Cancro Mole e Linfogranuloma venéreo.

Freqüente transmissão sexual:

·         Donovanose, Herpes genital, Condiloma acuminado, Tricomoníase, Candidíase, Uretrite não gonocócica, Uretrite e  Endocervicite causadas por Chlamydia trachomatis, e Síndrome da imunodeficiência Adquirida (AIDS).

Principais sinais e sintomas

Dentro das doenças sexualmente transmissíveis os sinais e sintomas mais freqüentes que indicam que o indivíduo está infectado são os seguintes:

·         Feridas ou úlceras:  geralmente aparecem nos órgãos genitais. Podem causar dor ou não.

·         Corrimentos:  aparecem no homem  no canal da uretra ou ânus; na mulher  no canal da uretra, vagina ou ânus. Podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados como pus. Alguns corrimentos têm cheiro forte.  Nas mulheres, quando o corrimento é pouco, só é visto em exames ginecológicos.

·         Dor ao urinar.

·         Dor durante a relação sexual.

·         Verrugas: têm a aparência de caroços, mas podem também parecer uma couve-flor quando a doença está em estágio avançado. Em geral não dói, mas pode ocorrer irritação ou coceiras.

·         Ardência ou coceira: mais sentidas ao urinar ou nas relações sexuais. Há pessoas que sentem as duas coisas, outras somente uma e muitas pessoas não sentem nada, e sem saber, transmitem DST para seus parceiros.

·         Dor e mal-estar:  geralmente embaixo do umbigo, na parte baixa da barriga, ao urinar, ao evacuar ou nas relações sexuais.

 

Atenção: No caso de desconfiança de estar com uma DST, a primeira coisa a fazer é parar de ter relações sexuais. O próximo passo é procurar um médico o quanto antes, mas não adianta ir só: é imprescindível que o parceiro sexual também vá à consulta, pois o tratamento isolado será em vão.

 

Não procure farmácia ou tome qualquer remédio que lhe recomendem pois, ainda que tenha sido útil para outro, o seu caso pode ser diferente e, ao contrário, pode ser agravado.  Algumas DSTs têm os sinais e sintomas parecidos, mas o tratamento medicamentoso é diferenciado para cada uma delas. Só o médico é que está capacitado para disponibilizar um tratamento correto e seguro.

Tratamento

Na maioria das vezes, as DSTs são de fácil tratamento, mas que podem se tornar graves e ter sérias conseqüências, se não forem tratadas corretamente.

·         O tratamento deve ser continuado até o fim, mesmo que não haja mais sinal ou sintoma da doença.

·         Todos os parceiros de quem está com DST, devem ser conscientizados e fazer o tratamento, senão o risco de transmissão da doença continua.

·         Deve-se evitar relações sexuais durante o tratamento. Em último caso, usar sempre a camisinha.

·         O paciente deve solicitar ao médico o teste da Aids. É melhor sempre se prevenir.

 

Uma DST não tratada pode causar a infertilidade tanto em homens quanto mulheres, além de ter outras conseqüências devastadoras para as mulheres jovens e seus filhos. Nas mulheres, as DSTs, especialmente a Gonorréia e a Infecção clamídica, podem provocar a doença inflamatória pélvica (DIP), a qual  pode acarretar danos irreversíveis às trompas de falópio e, portanto, causar a infertilidade

 

Em alguns casos, tem pessoas que podem ficar infectadas por mais de uma DST ao mesmo tempo. A Sífilis, por exemplo, está associada à Gonorréia em 4% dos casos, ao Cancro mole de 12 a 15%, à Donovanose em 45% e ao Condiloma em 5%. A Tricomoníase se associa à Gonorréia em até 13%. Há pacientes com até quatro DSTs numa mesma ocasião.

Gravidez  e DST

Em mulheres grávidas, as DSTs podem afetar a saúde do bebê, bem como a saúde da mulher. As DSTs contribuem ao nascimento prematuro e ao baixo peso no nascimento. A infecção pela Sífilis e Herpes genital podem causar aborto espontâneo ou morte pré-natal. A Gonorréia e a Infecção clamídica podem atingir os olhos do bebê durante o nascimento, prejudicando a visão se não forem tratadas.

O vírus HIV pode causar sérias complicações ao bebê, caso não seja detectado na mãe, e esta não tenha tomado a medicação anti-HIV.  Caso o bebê seja soropositivo, este deve ser acompanhado durante muitos anos. Deve tomar a medicação contra o HIV, e deve fazer consultas periódicas e regulares com o médico infectologista, até que seja liberado.

Cuidados  preventivos

A prevenção das DST se baseia no conceito de "sexo seguro", preconizado mundialmente. 

Sexo seguro é o ato de praticar sexo diminuindo ao máximo o risco de adquirir uma DST. Para isto, é necessário evitar relação sexual com portador de uma destas doenças. Portador é aquele que tem o germe e pode transmiti-lo a outrem, mas nem sempre apresenta sintomas da doença e, por isso, pode ser difícil diferenciá-lo do indivíduo saudável.  Daí a "escolha cuidadosa" do parceiro sexual, evitando a promiscuidade e multiplicidade de parceiros, juntamente com o uso de preservativos (camisinha), é certamente de grande valia.

 

Esta é uma questão complexa e, sem dúvida, depende de intensa "educação" da população a respeito das DSTs. A informação é o início da prevenção. Existem vários cuidados que podem ser tomados para evitar a contaminação e transmissão de DST.: 

·         Evitar  múltiplos parceiros (as).

·         Evitar a promiscuidade.

·         Evitar se possível, o sexo casual.

·         O homem deve evitar, se possível, ter relações sexuais, quando sua parceira esta menstruada, pois o sangue pode ser uma fonte de infecção, caso a mulher tenha uma DST  transmissível por via hematológica (sangue); em muitos casos de DSTs a mulher é portadora assintomática, isto é, sem sinais e nem sintomas que esteja doente.

·         Escolher bem o parceiro (a), se possível familiarize-se com seus hábitos e caráter antes de ir para a cama.

·         Quando for beijar alguém, se possível, verifique se não existem lesões na boca, pois existem algumas DSTs que podem ser transmitidas pelo beijo na boca, principalmente aqueles beijos mais íntimos.

·         Quando for fazer sexo oral, verifique se possível, se o parceiro (a) tem lesões, verrugas, feridas ou secreções fétidas na área genital ou perianal (região do ânus), isso pode ser um fator de risco gravíssimo para se adquirir DST.

·         Cuidado, álcool e drogas não combinam com sexo seguro, lembre-se sempre do dia seguinte, e sempre nesses casos o arrependimento ocorre tarde demais.

·         Aborte as preliminares, caso perceba erupções no corpo, lesões, feridas e verrugas nos órgãos genitais do parceiro (a), se necessário invente uma desculpa qualquer. 

·         Evitar parceiro (a) que exale mau cheiro do corpo ou dos genitais, esse cheiro  pode ser descuido com a saúde e  a própria higiene pessoal e íntima.

·         Adolescentes e adultos jovens que cada vez mais se preocupam, com a quantidade do que com a qualidade dos parceiros (as), devem ter sempre em mãos preservativos para se proteger.  

·         As adolescentes (que cada vez mais cedo, geralmente a partir dos 14 anos de idade já praticam sexo), devem ter sempre preservativos (camisinhas) para que na hora "H" , possam se proteger. Jamais devem fazer sexo casual, caso o parceiro não aceite a camisinha. 

·         Usar sempre preservativo, mesmo que  sua eficiência  seja reduzida em certos tipos de DSTs.

·         Tomar sempre um banho,  lavar os genitais, e urinar imediatamente depois do final do ato sexual, são sempre medidas preventivas, mesmo que essa atitude esfrie o "clima" entre os dois. Essas medidas devem ser utilizadas em parceiros (as) eventuais.

·         A desconfiança ou dúvida de que você tenha ou possa ter contraído uma DST, é o sinal de alarme para procurar o médico.

·         Se souber ou desconfiar que tem ou possa ter uma DST, não ponha em risco a saúde da outra pessoa, que inocentemente concorda em fazer sexo com você; seja honesto (a) com a outra pessoa e com a sua consciência, não fazendo sexo até que o médico libere.

·         No caso em que você, ou seu parceiro tenha  HIV, HPV, HTLV, os cuidados devem ser redobrados, o preservativo (camisinha), e alguns cuidados básicos, devem vir sempre antes, do ato sexual propriamente dito. 

·         A ocorrência de DST pode aumentar muito o risco de contrair o vírus da AIDS. Corrimentos ou pus, feridas, lesões ulcerosas e verrugas nos órgãos sexuais são os seus sinais principais. A presença de DST indica que a pessoa não está se prevenindo contra a AIDS. 

 


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.