DONOVANOSE

 


 

Definição

A Donovanose é uma doença sexualmente transmissível, auto-inoculável, de transcurso crônico e progressivo, que com maior freqüência se localiza nas regiões inguinais e genitoanal.

Sinonímia

É uma doença também conhecida pelos seguintes nomes:

·         Úlcera serpiginosa dos genitais.

·         Granuloma venéreo inguinal.

·         Granuloma ulceroso.

·         Granuloma pudendo.

·         Donovanosis.

Incidência

·         Ocorre na sua grande maioria entre os indivíduos da faixa etária entre os 20 e 40 anos de idade.

·         Incidência maior entre os indivíduos do sexo masculino com vida sexual ativa, que têm parceiros do sexo masculino.

·         Tem uma incidência grande nos indivíduos de condições sócio-econômicas mais baixa.

Distribuição geográfica

A doença é endêmica em áreas tropicais e subtropicais. É de alta prevalência na Índia e Nova Guiné. Foi descrita na maioria dos países sul-americanos. No Brasil a maior prevalência é encontrada no Nordeste.

Agente etiológico

É causada por uma enterobactéria denominada de Donovania granulomatis; genêro Klebsiella. A bactéria é comensal do intestino humano que sob ação de bacteriofágos, causa auto-inoculação ou hétero-infecção por relações sexuais anais. Apresenta-se como corpúsculo encapsulados, imóveis, cocóides ou elipsóides, com diâmetro de 0,5 a 1,5 micra.

Reservatório

O homem.

Período de incubação

Esse período oscila entre 8  a 30 dias. Nos casos de inoculação experimental humana, a lesão característica se desenvolve em torno de 50 dias.

Período de transmissibilidade

Desconhecido. Provavelmente coincide com a duração das lesões abertas da pele ou membranas mucosas.

Transmissão

A transmissão ocorre por contato sexual com parceiro infectado

Fatores de risco

·         Promiscuidade

·         Participar de sexo grupal.

·         Sexo casual.

·         Ter relações sexuais com parceiros ou parceiras com lesões e/ou secreções na área genital e anal.

·         Fazer sexo sem usar o preservativo.

·         Fazer sexo oral em parceiros ou parceiras com lesões e/ou secreções  na área genital ou anal.

·         Fazer sexo anal  em parceiros  ou parceiras com lesões e/ou secreções na área genital ou anal.

Sinais e sintomas

Aparecimento de lesões na área genital que evolui rapidamente para úlceras  com secreção e odor fétido forte.

Aspectos dermatológicos das lesões:

 

As lesões têm início, com maior freqüência, nas áreas genitais, inguinais e anal. Podem ocorrer nas regiões glúteas, orais e tronco. A localização preferencial é pelas áreas úmidas e sujeitas à maceração.O processo se inicia por máculas que evoluem para pápulas ou nódulos. As lesões eclodem  transformando-se em ulcerações, com tendência à coalização, dispostas linearmente com contornos arciformes e aspecto serpiginose e com progressão  lenta para as áreas contínuas. A infecção secundária é freqüente podendo acarretar o surgimento de adenites. 

 

Com freqüência ocorre pseudocicatrização das áreas iniciais. Rapidamente as ulcerações se transformam em úlceras vegetantes  com abundância de secreção  sero-hemorrágica de forte odor fétido. A progressão também pode ocorrer na profundidade dos tecidos.

 

O tipo clínico mais característico é o vegetante, apresentando-se como lesões proeminentes, formadas de tecido granulomatoso mole de coloração vermelha. É indolor. O tipo ulceroso, freqüentemente indolor, parece ser conseqüente às infecções secundárias.

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico.

·         Exame clínico.

·         Exame proctológico.

·         Exame ginecológico.

·         Exames laboratoriais.

·         Coleta de material das secreções para pesquisa.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Donovanose não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, dermatológicos  e laboratoriais o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Donovanose são as seguintes:  

·         Cancro duro.

·         Cancro mole (especialmente nas formas localizada no sulco bálano-prepucial).

·         Lesões cutâneo-mucosas da Gonorréia.

·         Condiloma acuminado.

·         Herpes simples genital.

·         Tuberculose orificial e Tuberculose cutânea.

·         Linfogranuloma venéreo.

·         Câncer.

Tratamento

·         Específico: existe tratamento medicamentoso específico para essa patologia.

·         Tratamento sintomático para os sintomas apresentados e suas intercorrências.

·         Antibioticoterapia.

·         Limpeza das lesões e curativo caso seja necessário.

·         Abstinência sexual durante todo o tratamento, deve ser cumprida rigorosamente.

·         Tratamento dos parceiros sexuais deve ser administrado mesmo que esses sejam assintomáticos.

·         Fazer testes para HIV e Sífilis.

Controle de cura:  Apos o tratamento o paciente deve fazer consultas subseqüentes para um acompanhamento de controle.

Complicações 

·         Cancerização.

·         Disseminação hematogênica para a pele, fígado, pulmões e ossos.

·         Quadros elefantisíacos do pênis, escroto e vulva.

·         Infecção secundária bacteriana.

Prevenção

medidas sanitárias:

·         Campanhas preventivas  educativas para evitar as DST's.

·         Identificar e tratar os portadores assintomáticos. 

·         Fazer testes para identificar outras DST's associadas.

·         Distribuição gratuita de  preservativos.

·         Exames para detecção em postos de saúde em gestante com secreções vaginais.

·         Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem  e referência dos pacientes com DST e seus parceiros para  diagnóstico e tratamento adequados.

·         Campanhas preventivas sobre a prevenção de DST nas escolas.

·         Testes para identificação de DST em pessoas que compõem grupo de risco.

·         Como em toda doença sexualmente transmissível é recomendável o exame sorológico para Sífilis e AIDS.

medidas individuais:

·         Não ter relações sexuais com parceiro, que apresenta lesões na área genital ou perianal.

·         Evitar a promiscuidade.

·         Tentar evitar se possível as situações de risco para se adquirir DST.

·         Usar sempre preservativos.

·         Evitar ter vários parceiros sexuais.

·         Cuidados de higiene antes e após as relações sexuais, é prudente.

Cuidados  preventivos que podem ser tomados para evitar DST

 

As DST manifestam-se  pelo aparecimento de feridas, coceiras, dor ao urinar, corrimento uretral e /ou vaginal e verrugas,  na área genital e/ou anal. Ao surgir qualquer dessas alterações, deve-se procurar um médico, que se encarregará do diagnóstico e do tratamento adequado. A demora em procurar o médico aumenta os riscos da doença se alastrar e da pessoa infectada contaminar seu parceiro (a) ou outras pessoas. Uma vez feito o diagnóstico, a pessoa deve avisar quem lhe transmitiu a doença. Os dois  devem se tratar e evitar, enquanto não estiverem curados, as relações sexuais com outras pessoas. Caso o indivíduo infectado  tenha tido vários parceiros, deve se possível, entrar em contato com eles, informar a sua situação e pedir para que procurem um médico relatando a situação. 

 

A propagação da DST está ligada à promiscuidade e á falta de informação. Qualquer pessoa pode adquirir uma doença, desde que tenha contato sexual com outra já doente.  A troca freqüente de parceiros sexuais, principalmente na adolescência até o período de 35 anos de idade, aumenta ainda mais o risco de se contrair uma DST. 

E o que é pior: uma pessoa pode adquirir uma mesma doença várias vezes, ou em alguns casos pode também está com duas doenças venéreas ao mesmo tempo.  Existem vários cuidados que podem ser tomados para evitar a contaminação e transmissão de doenças venéreas: 

·         Evitar  múltiplos parceiros (as).

·         Evitar a promiscuidade.

·         Evitar se possível, o sexo casual.

·         O homem deve evitar, se possível, ter relações sexuais, quando sua parceira esta menstruada, pois o sangue pode ser uma fonte de infecção, caso a mulher tenha uma DST  transmissível por via hematológica (sangue); em muitos casos de DST a mulher é portadora assintomática, isto é, sem sinais e nem sintomas que esteja doente.

·         Escolher bem o parceiro (a), se possível familiarize-se com seus hábitos e caráter antes de ir para a cama.

·         Quando for beijar alguém, se possível, verifique se não existem lesões na boca, pois existem algumas DST que podem ser transmitidas pelo beijo na boca, principalmente aqueles beijos mais íntimos.

·         Quando for fazer sexo oral, verifique se possível, se o parceiro (a) tem lesões, verrugas, feridas ou secreções fétidas na área genital ou perianal (região do ânus), isso pode ser um fator de risco gravíssimo para se adquirir DST.

·         Cuidado, álcool e drogas não combinam com sexo seguro, lembre-se sempre do dia seguinte, e sempre nesses casos o arrependimento ocorre tarde demais..

·         Aborte as preliminares caso perceba erupções no corpo, lesões, feridas e verrugas nos órgãos genitais do parceiro (a), se necessário invente uma desculpa qualquer. 

·         Evitar parceiro (a) que exale mau cheiro do corpo ou dos genitais, esse cheiro  pode ser descuido com a saúde e  a própria higiene pessoal e íntima.

·         Adolescentes e adultos jovens que cada vez mais se preocupam, com a quantidade do que com a qualidade dos parceiros (as), devem ter sempre em mãos preservativos para se proteger.  

·         As adolescentes (que cada vez mais cedo, geralmente a partir dos 14 anos de idade já praticam sexo), devem ter sempre preservativos (camisinhas) para que na hora "H" , possam se proteger. Jamais devem fazer sexo casual, caso o parceiro não aceite a camisinha. 

·         Usar sempre preservativo, mesmo que  sua eficiência  seja reduzida em certos tipos de DST.

·         Tomar sempre um banho,  lavar os genitais, e urinar imediatamente depois do final do ato sexual, são sempre medidas preventivas, mesmo que essa atitude esfrie o "clima" entre os dois. Essas medidas devem ser utilizadas em parceiros (as) eventuais.

·         A desconfiança ou dúvida de que você tenha ou possa ter contraído uma DST, é o sinal de alarme para procurar o médico.

·         Se souber ou desconfiar que tem ou possa ter uma DST, não ponha em risco a saúde da outra pessoa, que inocentemente concorda em fazer sexo com você; seja honesto (a) com a outra pessoa e com a sua consciência, não fazendo sexo até que o médico libere.

·         No caso em que você, ou seu parceiro tenha  AIDS, HPV, HTLV, os cuidados devem ser redobrados, o preservativo (camisinha), e alguns cuidados básicos, devem vir sempre antes, do ato sexual propriamente dito.

·         A ocorrência de DST pode aumentar muito o risco de contrair o vírus da AIDS. Corrimentos ou pus, feridas e verrugas nos órgãos sexuais são os seus sinais principais. A presença de DST indica que a pessoa não está se prevenindo contra a AIDS. 

Atenção: Todas as condições que influenciam ou facilitam um comportamento sexual promíscuo como a urbanização desorganizada, agressividade, condições socioeconômicas,  insegurança, falta de informações sobre sexo, anticoncepcionais, determinadas ocupações, migrações, prostituição, turismo sexual e o uso distorcido dos meios de comunicação de massa que em alguns casos contribuem muito para a promiscuidade sexual, vêm desempenhando importante papel não só no aumento das DST, mas também nas doenças infecciosas e transmissíveis em geral. 

Parece importante assinalar que uma população teoricamente mais esclarecida, a dos estudantes universitários, constitui hoje, um dos chamados grupos de risco para se adquirir DST.


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.