INFECÇÃO PELO VÍRUS HIV - AIDS

 


 

Introdução

A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA/ AIDS)  é uma doença do sistema imunitário causada pelo vírus HIV (do inglês Human Immunodeficiency Virus).  A AIDS se caracteriza por uma drástica diminuição no número de linfócitos T auxiliares (CD4 -células T helper) justamente as células que ativam os outros linfócitos, que formam o  exército de defesa do corpo, como também ocorre o aumento  das células CD8 (células T supressor). O organismo da  pessoa aidética torna-se, assim, incapaz de produzir anticorpos em resposta aos antígenos mais comuns que nele penetram.   Com a imunidade debilitada pelo HIV, o organismo torna-se susceptível a diversos microorganismos oportunistas, ou a certos tipos de câncer que normalmente não atacam  pessoas com o sistema imunitário saudável. Alguns pacientes com AIDS desenvolvem uma doença neuropsicológica, chamada Complexo de Demência Aidética, que parece resultar da infecção de células do sistema nervoso central pelo vírus HIV.   As principais causas da morte de aidéticos são por infecções banais, contra as quais o organismo debilitado não consegue reagir.  

Sinonímia

A infecção pelo vírus HIV  também conhecida pelos seguintes nomes:

·         AIDS

·         Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

·         SIDA.

 

Os portadores da doença também  são conhecidos pelos seguintes nomes:

·         Aidético.

·         HIV positivo.

·         Soropositivo. 

Histórico

A AIDS é uma doença recente. Foi reconhecida como tal apenas em 1981, embora existissem evidências de mortes por AIDS cerca de trinta anos antes. Em 1984,  cientistas americanos e franceses isolaram de células de pacientes com AIDS, o vírus HIV, que passou a ser considerado o causador da doença.

 

Agente etiológico

Os vírus da imunodeficiência humana HIV-1 e HIV-2 são membros da família Retroviridae; subfamília Lentivírus.

Este grupo de vírus se manifesta por infecção persistente, a despeito da resposta imune do hospedeiro. Os retrovírus caracterizam-se por terem replicação dependente de um DNA de dupla-hélice intermediário (provírus) integrado ao genoma da célula hospedeira.  

 

O HIV é esférico, tendo aproximadamente 100nm de diâmetro, com um core (núcleo viral) constituído de  fitas de RNA e proteínas estruturais estabilizadas por um capsídeo protéico, circundado por um envelope externo de glicoproteínas em uma membrana lipídica.

 

Reservatório

O homem infectado pelo vírus doente ou são.

 

Grupo de risco

Por causa dos altos riscos de contaminação, podem-se classificar as pessoas que têm maior possibilidade de contrair a doença em grupos de risco. Esses grupos são os seguintes:

·         Alcoólatras.

·         Filhos de pais portadores da doença.

·         Hemofílicos.

·         Parceiros sexuais de indivíduos infectados.

·         Pessoas que têm múltiplos parceiros.

·         Portadores de doenças venéreas.

·         Presidiários.

·         Prostitutas.

·         Toxicômanos.

·         Viciados em drogas injetáveis que compartilham seringas e agulhas.

 

Período de Incubação

Varia de 10 meses a 6 anos. Mas, se a imunidade do portador estiver baixa,  a infecção pode se manifestar em menos de 5 meses.

 

Período de transmissibilidade

Existe muita discussão para determinar esse período. Existe um consenso entre os pesquisadores que seja desde o início da incubação até o óbito do paciente.

 

Transmissão

A transmissão do HIV entre dois indivíduos requer o contato direto do indivíduo receptor com determinados  fluidos corporais do transmissor. Esses fluídos compreendem o sangue e as secreções dos sistemas reprodutores (pré-sêmen, sêmen e fluidos vaginais). A transmissão pode ser direta ou indireta:

 

·         Direta: por meio de contato com componentes do organismo que contenham células infectadas, como sangue e plasma, ou fluidos e exsudatos, como  sêmen, secreção cérvico-vaginal, colostro, leite materno. O contato sexual por relacionamento homossexual ou heterossexual, é o principal meio de transmissão, contribuindo com mais de 60% dos casos. O vírus é encontrado em maior concentração no sêmen do que na secreção cérvico-vaginal, este fato confere ao líquido seminal um potencial maior de contaminação, principalmente nas relações sexuais.

·         Indireta:  através de transfusões de sangue contaminado e seus derivados, por material de injeção contaminado e, em recém-nascidos, por via transplacentária ou pelo canal de parto. A transmissão sanguínea contribui com 30%  dos casos. 

 

O contato com as fezes, a urina, as lágrimas, suor ou a saliva de um paciente contaminado  com vírus HIV, não transmite a AIDS. Mesmo que haja o contato do vírus, contido em uma dessas secreções, com uma pequena ferida na pele, ou, até mesmo, com uma afta na boca, estas secreções não contêm uma carga viral suficiente para romper com as barreiras imunológicas. Estes dados foram comprovados por estudos epidemiológicos simplesmente realizando o teste anti-HIV nos contatos  domiciliares dos pacientes HIV positivo, que não tiveram relações sexuais, nem receberam transfusão de sangue, nem compartilharam seringas com os portadores do vírus. Não existe nenhuma probabilidade de contaminação através do contato social.

 

Não se transmite AIDS através de:

·         Beijo social.

·         Aperto de mão.

·         Carinhos, abraços e carícias.

·         Suor, lágrimas, saliva e espirro.

·         Uso comum de copos, pratos e talheres.

·         Aparelhos sanitários e piscinas.

·         Dormir na mesma cama.

·         Roupas de cama e toalhas de banho e rosto.

·         Picadas de insetos.

·         Alimentos preparados por um individuo HIV positivo.

·         Andar no mesmo carro ou ônibus, sentar no mesmo banco.

·         Trabalhar junto, lado a lado, várias horas por dia.

 

Em resumo:  o vírus do HIV só se transmite por meio líquido: por intermédio da saliva (se houver pequenas lesões, às vezes invisíveis, na boca), do sangue e do esperma. Qualquer outro tipo de contato será seguro. Não discrimine, não fuja, não despreze  e nem trate mal seu amigo soropositivo.

 

Tipos de transmissão:

 

Via sexual: As relações homossexuais podem transmitir o vírus, tanto para o parceiro passivo (receptivo), quanto para o parceiro ativo (insertivo). Nas relações heterossexuais o vírus pode ser transmitido do homem para a mulher ou da mulher para o homem. Entretanto, existem variações de infectividade de acordo com as práticas sexuais, o número de contatos sexuais e a presença de co-fatores adicionais. 

 

No caso do intercurso sexual vaginal,  as mulheres têm uma probabilidade maior de se contaminar com parceiros infectados do que os homens, visto que a vagina permanece em contato com maiores quantidades de fluido infectado por um período maior do que nos homens. Calcula-se que as mulheres têm uma chance três a quatro vezes maior de se contaminarem com um parceiro portador do vírus do que os homens.

 

O coito anal insertivo é uma das formas mais importantes de transmissão do HIV, tanto nas relações heterossexuais, quanto nas homossexuais. Estudos comprovaram que  a transmissão pela relação anal e mais alta do que a vaginal, devido à existência no intestino, de uma célula que faz o transporte das partículas virais para as células de defesa existentes na região anal, o que facilita a contaminação. 

 

No sexo oral,  não está completamente estabelecido, até o momento, se a prática sexual do tipo oral  é uma rota de transmissão para a AIDS, porque dificilmente parceiros sexuais a praticam isoladamente, mas sempre associada a outras formas de relação sexual. Estudos demonstram que as úlceras de boca causadas pela infecção herpética facilitam a contaminação pelo HIV, quando em contato com o esperma ou com a secreção vaginal contaminados. Neste tipo de relação sexual recomenda-se toda a cautela na sua prática, quando sem preservativos.

 

Co-fatores que facilitam a transmissão sexual do HIV:  As doenças venéreas são consideradas como co-fatores, porque aumentariam a susceptibilidade do indivíduo a contrair a infecção do HIV, por provocarem lesões genitais: as úlceras genitais, isto é, aquelas causadas pelo cancro-mole, linfogranuloma venéreo, pelo cancro-duro (Sífilis) e pela Herpes simples genital, consideradas condições facilitadoras da transmissão sexual pelo HIV. Outros co-fatores adicionais são: a falta de circuncisão nos homens, a promiscuidade, a multiplicidade de parceiros (as), o trauma genital durante o coito e a exposição ao sangue (menstruação).

 

A probabilidade do HIV ser transmitido pelo ato sexual é diretamente proporcional ao estágio da doença em que se encontra o indivíduo transmissor. Em outras palavras, quanto mais avançada for a imunodeficiência do indivíduo, maiores serão as suas chances de passar o vírus adiante.  A explicação para isso reside no fato de que os níveis de vírus circulante (a carga viral) no sangue e nos fluídos sexuais são proporcionais. Nos estágios avançados da AIDS, a carga viral  é muito elevada, e conseqüentemente também o sêmen ou o fluido vaginal contêm muitas partículas virais. Quanto mais vírus passam, maior é a chance de um deles conseguir se estabelecer com sucesso no indivíduo receptor. 

 

Via parenteral (uso de drogas injetáveis): O compartilhamento do material de injeção é bastante freqüente entre os usuários, sendo esta prática um grande facilitador da disseminação da Aids entre os usuários. Essa prática  comum, é considerada parte integrante da cultura do uso da droga. Além de fortalecer os laços grupais,  também é mantida pelos dependentes para evitar gastos com material. O uso compartilhado do material  também diminui a insegurança dos usuários recentes quanto ao preparo e à dose da droga a ser administrada, constituindo os chamados rituais de iniciação. Como a injeção é diretamente administrada na corrente sanguínea, o vírus se dissemina muito mais rapidamente no organismo.

 

Estudos confirmam  a associação direta das soroconversões ao número de doses injetadas e ao compartilhamento do equipamento de injeção (agulhas, seringas, recipientes) entre os usuários de drogas.  Dentre as características específicas do uso de drogas endovenosas (aplicação na veia), uma fortemente associada à maior probabilidade de transmissão do HIV é o hábito de, após injetar a droga, aspirar sangue para dentro da seringa, para depois reinjetá-lo na veia. Essa prática, realizada com o intuito de não deixar resquícios da droga nas paredes da seringa, ligada ao uso do mesmo equipamento de injeção para várias pessoas, leva à realização de verdadeiras microtransfusões de sangue entre os membros do grupo, conseqüentemente, caso um esteja com HIV ou também com outras doenças transmitidas pelo sangue, o restante será certamente será contaminado.

 

Via transfusional: As primeiras evidências epidemiológicas de que a AIDS se transmitia através do sangue e seus derivados apareceram em 1982. Desde então, todos os detalhes sobre este tipo de transmissão foram bem documentados e estudados. A partir destas informações, foram montados programas específicos nos bancos de sangue, a fim de detectar o vírus HIV entre os doadores de sangue e, com isso, diminuir a incidência da AIDS, por esta via. As medidas preventivas preconizadas nestes programas são basicamente dirigidas aos doadores de sangue, porque vem deles o sangue contaminado que após misturado ao de outros doadores, formará um lote de sangue a ser transfundido em receptores, contaminando várias pessoas sadias. 

 

Essas medidas são disciplinadoras e instruem aqueles doadores que estão ou que estiveram em risco de entrar em contato com o vírus, a se absterem de doar sangue. Estabelecem critérios de seleção para os doadores, entre eles, o teste anti-HIV e o teste para outras doenças infecciosas que também são transmitidas através do sangue. A probabilidade  residual de transmissão se deve à possibilidade da existência  de doadores  na fase conhecida como "janela imunológica", ou seja, portadores recentes do vírus que ainda não produziram anticorpos detectáveis. 

 

Via perinatal: Devido ao aumento do número de mulheres infectadas pelo vírus HIV,  o número de casos de AIDS em crianças por transmissão perinatal, também está aumentando verticalmente.  A mãe infectada pode transmitir o HIV para o feto ou recém-nascido de três diferentes maneiras: 

·         intra-útero, por via transplacentária;

·         no momento do parto, através de contato com sangue materno na passagem pela vagina;

·         no pós-parto, através do aleitamento materno.

 

É normalmente difícil determinar em que fase exata um bebê foi infectado por uma mãe portadora do vírus (intra-uterina, no parto ou na amamentação). Normalmente, bebês nascidos de mães infectadas pelo HIV têm anticorpos contra o vírus, mas esses anticorpos são de origem materna e são passados através da barreira placentária.  Não somente anticorpos anti-HIV, mas quase todos os anticorpos maternos, são transmitidos para o filho.  O sistema imune do bebê ainda não está completamente formado e maduro quando do nascimento, e o organismo do bebê utiliza esses anticorpos como uma primeira linha de defesa do organismo, em face dos agentes infecciosos do mundo externo.  

 

Os testes sorológicos padrões para diagnosticar o status de infecção pelo HIV vão acusar positividade nesses bebês, embora  eles talvez não portem o vírus propriamente dito. Por isso, testes que detectam diretamente o vírus devem ser utilizados em tais casos.  Alternativamente, pode-se analisar a presença de anticorpos a partir dos 18 meses de idade, quando os anticorpos maternos já não estão mais circulando na criança e a presença de anticorpos anti-HIV evidencia uma infecção real.

 

O risco de  transmissão para o feto é praticamente eliminado quando a mãe é tratada com antirretrovirais durante a gravidez e o filho recebe o tratamento adequado logo a partir do nascimento.

 

Via inseminação artificial: Alguns casos de AIDS em mulheres submetidas a inseminação artificial, sem exposição a outros fatores de risco para a transmissão do HIV, levaram a  investigação dos doadores de sêmen e  a constatação dessa via de contaminação. Devido a dificuldade para o processamento do sêmen, a triagem sorológica dos doadores deve ser bastante criteriosa, envolvendo um período de quarentena de seis meses e novo teste negativo, para que se possa utilizar o material doado.

 

Via transplante: Órgãos  e tecidos transplantados de doadores vivos e mesmo mortos, podem veicular a infecção pelo HIV. As recomendações sobre a realização segura de transplantes incluem triagem sorológica rigorosa dos doadores e, se possível, em se tratando de doadores vivos, aguardar um período de quarentena, para um novo teste do doador possa identificar uma potencial "janela imunológica" quando testes de detecção do vírus não forem disponíveis.

 

HIV e os hemofílicos

Até 1985, antes da disponibilidade do teste de sreening em bancos de sangue, a transmissão sanguínea foi responsável por grande numero de casos de AIDS. Essa via de transmissão viral mostra-se particularmente eficiente quando se utilizam hemoderivados preparados com plasma de muitos doadores, como no concentrado de fator VII. Este fator de coagulação, terapêutica única para crises hemorrágicas com paciente de hemofilia A, é um concentrado preparado com plasma de milhares de doadores, o que aumenta enormemente a probabilidade de ocorrência de um doador infectado. 

 

Pacientes de hemofilia tipo B,  que utilizam  concentrados de fator IX para seu tratamento, mostraram  em vários estudos de soroprevalência do HIV, menores taxas de soropositividade que os hemofílicos do tipo A. Essa diferença é atribuída ao processamento do concentrado de fator IX, que dificultaria a sobrevivência do vírus, alem das doses maiores de concentrado necessárias aos pacientes do tipo A, forma mais grave da hemofilia.    

 

A probabilidade residual de transmissão se deve à possibilidade de  indivíduos doarem sangue  na fase conhecida como "janela imunológica", que mesmo apesar dos testes podem comprometer todo um lote. A disponibilidade de testes sorológicos eficazes para a detecção de anticorpos contra o HIV reduziu enormemente o risco de ocorrência de uma transfusão contaminada.

 

HIV e os idosos

Estudos recentes comprovam que pessoas acima dos 50 anos de idade estão atualmente mais propensas à infecção pelo HIV. O levantamento realizado pelo Ministério da Saúde indica que a longevidade sexual da população desta faixa etária, deve-se muito à difusão pelos meios de comunicação dos remédios para disfunção erétil.  Como esses remédios melhoram consideravelmente o desempenho sexual, os idosos os utilizam como uma das alternativas para  ter mais relações sexuais, logicamente com essa exposição excessiva, os idosos ficam mais sujeitos às DSTs e ao HIV.   

 

Em relação às mulheres com mais de 50 anos, as pesquisas indicam que quando entram na menopausa, elas ficam menos cuidadosas  em relação aos cuidados preventivos, principalmente porque não correm o risco de engravidar, sendo assim, correm mais riscos de adquirir o HIV ou outras DSTs. 

 

Quando os idosos procuram o médico se queixando de alguns sintomas da AIDS,  alguns profissionais infelizmente confundem os sintomas com outros tipos de  doenças como Alzheimer, Parkinson, alguns tipos de câncer, Tuberculose e outras que podem acometer os idosos.   Até ser diagnosticada a AIDS, a imunidade fica cada vez mais enfraquecida, resultando em uma maior predisposição às infecções oportunistas. 

 

HIV e as mulheres homossexuais

Estudos recentes  comprovam  que a AIDS,  também está atingindo as mulheres que mantém relações sexuais com outras mulheres. A grande maioria dessas mulheres acham que devido ao relacionamento homossexual entre elas, estas não correm riscos de adquirir ou transmitir Aids e outras DSTs, entre elas.   Sem suspeitar dos riscos, elas seguem expostas a várias formas de contágio. Ele pode ocorrer com a troca de secreções vaginais durante o chamado tribadismo (contato direto entre os órgãos genitais), através do sexo oral, ou ainda por meio de acessórios sexuais compartilhados entre elas, sem proteção, como pênis de borracha e vibradores. Manter relações com a parceira quando ela está menstruada, também é comum, nesse tipo de relacionamento, nesse caso específico, geralmente o sexo oral é feito perto do clitóris, ou no final da menstruação.  São raros os casos em que na relação homossexual entre mulheres, as duas utilizem camisinha, no pênis de borracha ou no vibrador.   Duas mulheres que queiram fazer sexo  seguro dispõe de recursos limitados para  a prevenção. Caso uma delas esteja infectada, a outra fatalmente irá adquirir a doença. Os estudos comprovam que a moléstia mais diagnosticada nas mulheres que têm esse tipo de relacionamento foi a   vaginose bacteriana, que é um desequilíbrio da flora vaginal que facilita a infecção pelo HIV. Doenças mais graves que são transmitidas sexualmente, como o vírus da AIDS, o HPV, que pode causar câncer de colo do útero e o vírus da Hepatite B e C, também podem ter sua transmissão facilitada neste tipo de relacionamento entre mulheres.

 

HIV e a Lipodistrofia

Os remédios anti-retrovirais podem alterar a distribuição da gordura pelo corpo. Há um aumento de gordura na barriga, no peito, nas costas e no pescoço e uma diminuição nos braços, nas pernas, nas nádegas e no rosto. Conhecido como lipodistrofia, o problema, por ser visível, leva muitos  doentes a simplesmente pararem o tratamento. Para reduzir a lipodistrofia existem alguns procedimentos cirúrgicos tais como a lipoaspiração de giba (corcunda), lipoaspiração de abdômen, a redução de mama (em mulheres e homens), o enxerto e a reconstrução de glúteo e o preenchimento facial (com gordura ou polimetilmetacrilato). Essas cirurgias são caras e não são cobertas pelos planos particulares de saúde.

 

 

HIV e a Depressão

A depressão é o diagnóstico psiquiátrico mais frequente em pacientes infectados ou que apresentam aids. Esses pacientes têm o dobro do risco de desenvolver depressão do que os não infectados. Estima-se que até 50% das pessoas com HIV têm ou terão ao menos 1 episódio significativo de depressão ao longo da vida. Os sintomas mais comuns são: tristeza, desânimo, fadiga, dificuldade de concentração, prejuízos de memória, apatia e diminuição da libido. A intensidade dos sintomas é muito variável e depende da personalidade pré-mórbida e da capacidade do indivíduo de lidar com o estresse. (fonte: www.aids.gov.br)

 

Fases clínicas

A infecção pelo HIV manifesta-se clinicamente como um processo trifásico de doença, considerando-se as três fases clínicas:

 

1ª fase:  Infecção aguda: A infecção aguda é seguida de uma síndrome mononucleosa em até 40-70% dos pacientes, aproximadamente duas semanas após o contágio. Sinais e sintomas típicos incluem febre, adenomegalia, faringite, exantema transitório e meningite asséptica. Esses sintomas devem-se às rápidas disseminações e localização virais, preferencialmente nos tecidos  linfóides, através da ligação do HIV aos receptores CD4 de linfócitos T auxiliares e outras células mononucleares. A resposta imune do hospedeiro controla inicialmente a infecção pelo HIV, assim como faz com outras infecções virais, resolvendo os sintomas de fase aguda.

 

2ª fase: Fase assintomática: Geralmente, uma fase de latência clínica assintomática se segue, podendo durar muitos anos, sem nenhuma sintomatologia. Neste período, culturas plasmáticas podem não demonstrar o vírus circulante, mas a replicação viral com a  destruição de células T continua progredindo,  e assim, aumentando a desregulação imunitária, que resultará no reaparecimento de manifestações clínicas.

 

3ª fase: Fase crônica: Nessa fase da doença, geralmente se inicia com toda a sintomatologia que ocorre em deficiências imunes graves de forma geral: fadiga, perda de peso, febre intermitente, sudorese noturna, diarréia. Estes sintomas podem ser seguidos de  candidíase oral e leucoplasia pilosa, decorrentes do defeito da imunidade celular. Quando o indivíduo chega nessa fase da doença, o seu organismo já está com as barreiras de defesas e imunológicas bastante deficitárias, resultando no aparecimento das infecções oportunistas que acabam por debilitar ainda mais o sistema imunológico. 

 

Sinais e sintomas

Não há uma correlação clínica imediata entre a ativação viral e o aparecimento de sinais ou sintomas clínicos, mas na medida em que o tempo passa, e a ação do vírus no sistema de defesa se aprofunda, aparecem os primeiros sintomas decorrentes de sua ação danosa no organismo.

 

Período prodrômico:

·         emagrecimento acentuado sem motivo, apesar de estar se alimentando normalmente;

·         cansaço freqüente sem motivo;

·         anorexia;

·         aparecimento de ínguas em várias áreas do corpo (regiões cervical, axilar e inguinal) com mais de 1cm de diâmetro;

·         febre intermitente, que não abaixa com analgésicos comuns;

·         sudorese noturna;

·         diarréia persistente por várias semanas;

·         manchas avermelhadas  que depois ficam arroxeadas na pele;

·         prurido;

·         mialgias (dores musculares);

·         artralgias (dores nas articulações);

·         dores nas pernas;

·         anemia;

·         linfopenia, leucopenia;

·         candidíase  oral (sapinho na boca);

·         alopecia (queda de  cabelos);

·         infecções freqüentes;

·         amigdalites de repetição;

·         tosse seca persistente, em alguns casos com expectoração.

 

Obs. Esse quadro clínico pode durar até seis meses, o qual pode ser confundido com outras doenças (toxoplasmose, mononucleose infecciosa etc.).

 

Período clínico ou período de infecções oportunistas:

 

Neste período devido a baixa imunidade do paciente surgem então as infecções oportunistas, comuns a pacientes com imunodeficiências, que podem ser particularmente mais graves em pacientes com HIV.  As infecções oportunistas que mais se apresentam em pacientes com HIV nessa fase são:

·         Artrite infecciosa.

·         Artrite psoriática.

·         Candidíase (esofágica, bronquica e pulmonar).

·         Citomegalovirose.

·         Coccidioidomicose.

·         Condiloma acuminado.

·         Criptococose pulmonar.

·         Diarréias por enterobactérias.

·         Encefalites (por Toxoplasma gondii ).

·         Escabiose.

·         Hepatite B.

·         Herpesvírus humano 8 (HSV-8).

·         Herpes simples e zoster.

·         Histoplasmose.

·         HPV.

·         Infecções  pelo Pneumocystis carinii.

·         Leishmaniose visceral.

·         Neoplasias (Sarcoma de Kaposi e linfomas ósseos).

·         Neurotoxoplasmose.

·         Osteomielite.

·         Papilomavírus humano (HPV).

·         Pneumonia por Pneumocystis carinii.

·         Psoríase.

·         Retinite por citomegalovírus.

·         Salmonellose.

·         Sifílis.

·         Síndrome de Reiter.

·         Toxoplasmose.

·         Tuberculose pulmonar ou disseminada.

·         Varicela.

 

Manifestações clínicas em crianças:

As manifestações clínicas iniciais são, em geral, bastante inespecíficas, e podem levar a erro diagnóstico. A resposta imune humoral é a mais atingida, e precede a deficiência da imunidade celular, o que resulta em infecções bacterianas freqüentes, como primeiro sinal da doença.  Outras manifestações clínicas iniciais nas crianças são hepatoesplenomegalia, adenomegalia, febre, diarréia prolongada, dificuldade para ganhar peso e candidíase oral de difícil controle. Casos mais raros, de início súbito com infecção oportunista, podem ocorrer.

Infecções oportunistas associadas ao HIV

Bartonelose: As espécies de Bartonella, especialmente a B. henselae, podem causar várias síndromes distintas em pacientes infectados pelo HIV, como a angiomatose bacilar e a peliose hepática. A angiomatose bacilar (AB) é caracterizada por múltiplas lesões vasculares cutâneas e subcutâneas. Estas podem ser semelhantes ao sarcoma de Kaposi, porém as lesões de AB apresentam tendência a sangramento, sendo freqüentemente dolorosas e de rápida evolução.  O paciente geralmente apresenta sintomas sistêmicos, como febre e mal-estar. A  angiomatose bacilar pode envolver virtualmente todos os órgãos, tais como linfonodo, pulmão. ossos, cérebro, fígado (peliose hepática) e baço. O envolvimento dos ossos, mais freqüentemente tíbia, fíbula e rádio são caracterizados por lesões osteolíticas dolorosas. A peliose hepática manifesta-se por febre, dores abdominais, hepatomegalia e aumento da fosfatose alcalina. Os pacientes também podem apresentar apenas febre e bacteremia. A contagem média de células CD4 é de 60/mm3.

 

Câncer cervical: As mulheres infectadas pelo HIV representam um grupo único das pacientes com neoplasia cervical, por terem uma doença mais agressiva com um pior prognóstico, principalmente na presença de imunossupressão. As evidências também mostram prevalência maior de alterações vaginais, cervicais e no exame de Papanicolaou nas mulheres com infecção pelo HIV, quando comparadas com mulheres não infectadas por este vírus. Concomitantemente, as alterações cervicais apresentam maior tendência a gravidade, podendo progredir mais rapidamente nestas pacientes. Estudos epidemiológicos têm mostrado associação entre infecção pelo HIV e desenvolvimento de neoplasia escamosa intra-epitelial, sendo que a imunossupressão grave causada pelo HIV aumenta o risco desta neoplasia potencialmente mediada pela infecção por HPV.

 

Candidíase: A Candidíase é a manifestação mucocutânea mais freqüente nos pacientes com Aids, tanto os adultos quanto nas crianças. A lesão oral tem aspecto típico, formando "placas" de diâmetros variados, de coloração branca, sobre sua superfície (aparência de leite coalhado).  As lesões de pele  geralmente são representadas por pequenas úlceras rasas, com fundo eritematoso, brilhante, medindo cerca de 1 mm de diâmetro, que podem se juntar, formando lesões maiores. A infecção causa prurido (coceira) e ardor.

 

Citomegalovirose: O citomegalovírus (CMV) é encontrado em quase todos os pacientes com infecção pelo HIV, sendo transmitido pelas mesmas vias do HIV e de outros herpes vírus, infectando células de forma latente e reativando quando ocorre defeito na imunidade do hospedeiro. A virúria e a viremia assintomática do CMV podem ser encontradas em cerca de 1/3 à metade  dos pacientes com doença avançada pelo HIV. Os pacientes que desenvolvem doença estão gravemente imunossuprimidos, com contagem de CD4 abaixo de 50/mm3. O citomegalovírus pode causar infecção em diversos locais do organismo, levando a diversas apresentações de doença: retinite, úlceras esofágicas, colite e pneumonite, principalmente. No caso  da retinite, a doença mais comum causada pelo CMV em pacientes com Aids, ocorre lesão da retina que, se não tratada, pode levar à cegueira.

 

Criptococose: Antes da epidemia de Aids, a Criptococose disseminada era uma doença incomum, ocorrendo geralmente em pacientes com linfoma, sarcoidose ou terapia com corticoesteróides. Com o advento da Aids, a incidência da doença aumentou dramaticamente. Os excrementos ressecados do pombo e o solo contaminado por estes, são as fontes ambientais mais importantes do fungo. É uma doença causada pelo fungo Criptococus neoformans. A doença provoca quadros graves de meningite em pacientes com Aids, além de poder levar a alterações respiratórias, de pele e a infecções generalizadas (criptococcemias). Os pacientes com Aids e Criptococose apresentam uma taxa de recaída entre 50-60%, caso não seja utilizada nenhuma forma de terapia supressiva. O acometimento pulmonar na Criptococose é trivial e geralmente passa despercebida, podendo eventualmente causar uma pneumonia crônica progressiva.  O envolvimento cutâneo ocorre em 10-15% dos pacientes com Criptococose disseminada, geralmente apresentando-se como pápulas indolores que progridem para úlcera.

 

Dermatite seborréica: A Dermatite seborréica caracteriza-se por lesões eritemato-descamativas, atingindo principalmente face e couro cabeludo, é bastante freqüente em crianças. Geralmente ocorre  enquanto o déficit imunológico do paciente é discreto, e desaparece coma evolução da AIDS As localizações preferenciais são sulco nasolabial, região retroauricular, axilas e couro cabeludo.

 

Herpes simples: O herpes simples é um vírus que pode levar a diversos quadros, sendo os mais comuns o labial (herpes simples tipo I) e o genital (herpes simples tipo II). É freqüente que pessoas com infecção pelo HIV sejam também portadoras de infecção pelo vírus herpes simples tipo II, apresentando quadros recorrentes de herpes genital. A infecção orolabial geralmente se manifesta por erupção vesicular dolorosa em lábios, língua, faringe ou mucosa oral. A primoinfecção costuma ter apresentação clínica mais exuberante, com lesões mais extensas, freqüentemente ultrapassando a zona de transição cutâneo-mucosa.  Em estágios avançados da imunodeficiência pode-se observar intensificação da gravidade, extensão e da duração dos sintomas, com formação de amplas lesões ulceradas, com evolução prolongada (maior que 30 dias), e até disseminação visceral.

 

HPV - Papilomavírus humano: As infecções pelo papilomavírus humano em pacientes com infecção pelo HIV manifestam-se por extensas verrugas vulgaris, especialmente nas áreas periungueais e de barba, no homem. Nas mulheres o HPV  associado ao HIV, criam uma condição propícia ao aparecimento de neoplasia cervical  nas mulheres, mais rapidamente do que em mulheres sem o HIV. As lesões são maiores e mais resistentes ao tratamento, resultando em um índice maior de mortalidade nessas  mulheres infectadas pelo dois vírus HIV e HPV.

 

Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LMP): A LMP é uma doença desmielinizante multifocal da substância branca cerebral causada pelo vírus JC. Ocorre em até 4% dos pacientes com Aids, com as manifestações incluindo cefaléia, ataxia, hemiparesia e outras alterações mentais. Convulsões de início recente e de diversas formas, podendo ser generalizadas ou parciais, também podem ocorrer. A contagem de CD4  dos pacientes que desenvolvem LMP está geralmente abaixo de 100/mm3.  O óbito ocorre em média em menos de seis meses, no entanto, os pacientes menos imunossuprimidos podem sobreviver mais tempo. Infelizmente, os resultados dos medicamentos que têm sido utilizados no tratamento da LMP, são desapontadores.

 

Osteomielite: A Osteomielite é um processo inflamatório agudo ou crônico do tecido ósseo, produzido por bactérias piogênicas. A doença em pacientes aidéticos pode ser insidiosa, crônica e difícil de ser diagnosticada. Se não for diagnosticada e tratada evolui após seis meses para uma Osteomielite crônica, com dor oforte e incapacidade do membro afetado, resultando em amputação da extremidade envolvida, infecção generalizada ou sepsis.

 

Psoríase: A Psoríase em pacientes com HIV quase sempre tem um início súbito.  As lesões geralmente em pacientes com AIDS começam com envolvimento mais proeminente em áreas intertriginosas, regiões palmares, plantares e ungueais. A Psoríase em pacientes com AIDS, tem uma evolução muito mais rápida das lesões e o comprometimento cutâneo bem mais evidente, do que nos pacientes que não têm HIV.

 

Sarcoma de Kaposi: O Sarcoma de Kaposi epidêmico é um tipo de câncer de pele que manifesta-se por manchas, que evoluem até chegar a nódulos e tumores violáceos visíveis na pele, geralmente com início nas áreas distais do corpo, como os pés, extremidade nasal e o pênis. As manchas, nódulos e os tumores principalmente aqueles que ficam visíveis no rosto, braços, costas, pernas e pés dos pacientes, causam problemas estéticos e psicológicos. O Sarcoma de Kaposi  em pacientes com HIV, geralmente está também associado à uma infecção por herpesvírus recente. A incidência chega a 30% em pacientes adultos. Devido as lesões serem multifocais, o tratamento  de uma única lesão não afeta o curso da doença. Os tratamentos devem ser individualizados de acordo com as áreas envolvidas e com a cor da pele  do paciente.

 

Sífílis: Os pacientes com HIV são mais suscetíveis à Sífilis devido à ruptura da barreira mucocutânea. Além disso, manifestações incomuns de Sífilis foram relatadas em associação com infecção pelo HIV. Estas incluem testes de anticorpos antitreponêmicos não confiáveis, podendo ser negativos em pacientes com sífilis secundária. Nestes casos é recomendável a realização de biópsia de lesão cutânea com preparação histológica específica para espiroquetas. Tem-se reportado a recorrência de Sífilis secundária em pacientes HIV positivos mesmo após tratamentos adequados. Tal fato realça a importância da existência de uma imunidade intacta no hospedeiro para que possa ocorrer a completa erradicação da infecção treponêmica. As manifestações cutâneas da Sífilis nos pacientes infectados pelo HIV, tendem a ser mais graves do que nos imunocompetentes, com ocorrência mais freqüente de lesões infiltrativas, semelhantes a tumores. A Neurossífilis é mais comum nos pacientes infectados pelo HIV, podendo ocasionalmente levar a deficiências neurológicas permanentes. 

 

Toxoplasmose e a Neurotoxoplasmose: A Toxoplasmose cerebral é uma das manifestações clínicas, causadas pelos toxoplasmas, em pacientes com HIV, apresentando-se com deficiências neurológicas focais, convulsões, alteração de consciência, cefaléia e febre. Como avaliação inicial, deve-se investigar todos os pacientes com relação à existência de anticorpos da classe IgC contra o Toxoplasma  gondii. A doença em pacientes com HIV, é geralmente conseqüência de uma reativação de infecção latente no paciente, com contagem de CD4 abaixo de 100/mm3. A doença  disseminada pode envolver qualquer órgão. Nesses casos, pode ocorrer pneumonite, miocardite e coriorretiite causada por Toxoplasma gondii.

 

Tuberculose: A Tuberculose é a doença mais comum  associada ao HIV. Caso seja diagnosticada e tratada adequadamente, a Tuberculose pode ser vencida com sucesso. Esta doença parece acelerar o curso da infecção pelo HIV, e por outro lado, a infecção pelo HIV aumenta o risco de progressão rápida da Tuberculose-infecção para a Tuberculose-doença, tendo uma influência importante sobre sua epidemiologia. As características clínicas da Tuberculose variam de acordo com o estágio da infecção pelo HIV. Nos pacientes com imunossupressão menos avançada, a apresentação da Tuberculose é semelhante a dos pacientes sem infecção pelo HIV.  Os pacientes com a doença avançada pelo HIV, geralmente apresentam-se com achados radiográficos incomuns, inclusive infiltrados difusos e adenopatia intratorácica, sendo freqüente a doença extrapulmonar, com toda a sua sintomatologia. A mortalidade por Tuberculose nos pacientes infectados pelo HIV, ainda é considerada alta, já que existe vacinação contra a Tuberculose.

 

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico.

·         Exame clínico.

·         Exames laboratoriais.

·         Teste ELISA (Enzyme Linked Imuno Sobernt Asxy) ensaio imunoenzimático.

·         Reação Western-Blot: reação de imunoeletrotransferência.

·         Ensaios de aglutinação de partículas.

·         Detecção do RNA viral.

·         Pesquisa de antígeno p24.

·         Contagem de células CD4: quando essa contagem está em um número baixo, o quadro clínico da doença pode ser considerado grave.

·         Raio X do tórax (para verificar se existe comprometimento do pulmão  e sinais de tuberculose).

·         InstantScreen Rapid. Kit para teste rápido para detecção do HIV 1 e 2 em tempo inferior a 1 minuto; utilizado em situações de emergência.

·         Teste NAT: Teste de amplificação e de detecção de ácidos nucléicos. Trata-se de um novo exame de sangue, de altíssima sensibilidade, capaz de reconhecer com maior precisão e rapidez a presença do vírus HIV.

 

Critério Clínico para Diagnóstico de AIDS:

·         Sarcoma de Kaposi.

·         Tuberculose extrapulmonar.

·         Candidíase oral ou leucoplasia oral pilosa.

·         Tuberculose pulmonar cavitária ou não-específica.

·         Herpes zoster em menores de 60anos

·         Disfunção do SNC.

·         Diarréia há mais de 1 mês.

·         Febre superior a 38°C há mais de 1 mês.

·         Caquexia ou perda ponderal superior a 10%.

·         Astenia por período superior a 1 mês.

·         Dermatite persistente.

·         Tosse persistente ou pneumonia de repetição.

·         Linfadenopatia (maior que 1cm) persistente em sítios extra-inguinais, por período superior a 1 mês.

·         Anemia (Hb<11g/dl), linfopenia (<1.000/mm3) ou trombocitopenia (<100.000/mm3)

 

Um exame anti-HIV positivo não quer dizer necessariamente que a pessoa está contaminada. É preciso confirmar o resultado, através da repetição do exame, por mais de um dos métodos disponíveis. Se existir dúvida, é necessário realizar um terceiro teste, por um método diferente dos dois primeiros. O resultado só é positivo, quando todos os exames forem positivos. 

 

Há casos também em que o soro testado apresenta um índice de reatividade baixo, e o exame é interpretado como positivo, quando na realidade não apresenta uma infecção verdadeira. A estes casos particulares chama-se de falso-positivos;  deve-se repetir  o exame por outros métodos, para confirmar o resultado. Já o exame falso-negativo ocorre quando o soro testado se encontra no período após a contaminação e antes da soroconversão, período esse que  tem o nome de "janela imunológica".  Da mesma forma, deve-se retestar as pessoas, algumas semanas depois, pelo mesmo método ou por métodos diferentes. A soroconversão, ou seja,  a passagem de um indivíduo soronegativo para a condição soropositivo, detecta-se em um período que varia entre a oitava semana, até o terceiro ano, após a contaminação. No entanto, a grande maioria das soroconversões se dá entre o terceiro e o oitavo mês, após a contaminação.

 

Diagnóstico laboratorial em crianças até 24 meses:

Em crianças filhas de mães soropositivas para o HIV, a passagem transplacentária de anticorpos da classe IgG, faz com que praticamente, a totalidade delas seja soropositiva ao nascer. Os anticorpos maternos podem permanecer detectáveis na criança até os 18 meses de idade, o que faz com que testes sorológicos como Elisa e Western-Blot não dêem diagnóstico da infecção pelo HIV. Este fato não ocorre em crianças expostas ao vírus por outras vias, e nas nascidas de mãe soropositiva com idade superior a 18 meses. 

No Brasil, o Ministério da Saúde adotou o método de dosagem de carga viral, usualmente utilizado para acompanhar a evolução dos pacientes, como método diagnóstico, obedecendo aos seguintes critérios:

·         Filhos de mãe VIH-positiva, entre dois meses e dois anos incompletos, devem realizar dois exames seqüências de carga viral;

·         Caso o primeiro exame seja negativo, aguardar dois meses para colher a segunda amostra; caso o primeiro exame seja positivo, colher imediatamente a segunda amostra;

·         São necessários dois exames com o mesmo resultado para definir a infecção;

·         Dois exames positivos, tendo sido um deles colhido após os quatro meses, indicam que a criança está infectada;

·         Dois exames negativos, sendo o segundo colhido após os quatro meses, levam a crer que a criança provavelmente não está infectada, o que será confirmado pelo método de ELISA após os 18 meses de idade.

É importante lembrar, que todo filho de mãe HIV-positiva, deve ser acompanhado pelo menos até os 24 meses de idade para que seja possível realizar exames sorológicos para o diagnóstico do caso. Exames sorológicos podem ser realizados antes desta faixa etária, apenas para fins de acompanhamento, mas não de diagnóstico. Nos maiores de 18 meses, proceder como nos adultos, utilizando exames sorológicos (ELISA) com testes confirmatórios (Western Blot ou imunofluorescência) para confirmar ou excluir a infecção pelo VIH.

Tratamento

Médico especializado:  Infectologista. Dependendo da evolução da doença, da sintomatologia e do acometimento de outros órgãos, outros especialistas podem ser indicados para o tratamento.

 

Objetivos: Reduzir a carga viral e prevenir as infecções oportunistas.

Não existe ainda tratamento específico para essa patologia. A doença é considerada incurável. O tratamento ainda é sintomático, conforme os sintomas apresentados e suas intercorrências.  Mas, a infecção pelo HIV pode ser controlada com os antirretrovirais.

 

Como a doença é causada por vírus, e este é mutante, a dificuldade em conseguir uma vacina contra o HIV é muito maior. Os testes em humanos da vacina contra a Aids, ainda é insatisfatório. O tratamento visa à prevenção e ao controle das infecções oportunistas. 

 

Tratamento medicamentoso:

Coquetel anti-HIV: O objetivo principal das drogas anti-HIV é o de bloquear uma etapa da replicação viral, de forma a  parar o avanço do  crescimento e da carga de vírus dentro do organismo infectado.  O coquetel  anti-retroviral deve ser prescrito pelo médico, através dos resultados dos exames específicos, principalmente o de contagem de células T4 e de carga viral.  A quantidade de comprimidos que pode oscila entre 20 a 30 por dia, podem causar em alguns pacientes, efeitos colaterais tão graves que o coquetel deve ser suspenso, por isso a necessidade de informar ao médico toda e qualquer reação ou sintoma no organismo após o início do esquema terapêutico. No Brasil os medicamentos anti-retrovirais, são fornecidos gratuitamente a qualquer cidadão brasileiro.

 

Relação dos medicamentos:

Anti-virais: A Terapia Anti-retroviral (TARV)  combinada de vários  medicamentos tem um objetivo claro:de melhorar a eficácia global do tratamento em qualquer estágio em que se encontra a enfermidade.

Inibidores da Transcriptase Reversa, Análogos de Nucleosídeo (ITRN)

·         Zidovudina (AZT, Retrovir).

·         Didanosina (DDI, Videx).

·         Estavudina (D4T).

·         Lamivudina (3TC, Epivir).

·         Abacavir (ABC).

·         Biovir (AZT+3TC).

 

Inibidores da Transcriptase Reversa, Não-Análogos de Nucleosídeo (ITRNN)

·         Nevirapina (NVP Viramune).

·         Efavirenz (EFV).

 

Inibidores da Protease (IP)

·         Indinavir (IDV).

·         Nelfinavir (NFV).

·         Saquinavir (SQV).

·         Ritonavir (RTV).

·         Amprenavir (APV).

·         Lopinavir (NPV) + Ritonavir (RTV).

 

Outros medicamentos: 

·         Didesoxicitidina (DDC, Hivid).

·         Delavirdina (Rescriptor).

·         Tenofovir.

 

A enfuvirtida T-20, substância ativa do medicamento Fuzeon, produzido pelo Laboratório Roche, pertence a classe de inibidores de fusão. O Fuzeon age antes que o vírus entre nas células e começe a matá-las.  De acordo com os critérios do Ministério da Saúde, o paciente aidético só deve receber indicação para a terapia quando outras combinações  da terapia anti-retroviral deixam de fazer efeito na restauração da imunidade.   O Fuzeon não é medicamento de primeira linha, ou seja, não é a primeira opção de tratamento.  Além dos altos custos, o fato de exigir aplicação subcutânea (injeção na barriga, braço ou perna) ameaça o bem estar do paciente.  Os critérios do Ministério da Saúde para a administração do remédio são rígidos. Além do acompanhamento clínico com relatório, é preciso que o paciente se submeta ao teste de genotipagem, que é capaz de definir as quais antirretrovirais o paciente é sensível. Se  as mutações presentes no sangue do paciente não forem sensíveis ao medicamento, este não poderá constar do coquetel (terapia anti-retroviral).

 

Imunomoduladores: São drogas que reconstroem ou ativam o sistema de defesa do corpo. Não agem contra o HIV, nem tratam as doenças oportunistas. Apenas podem ajudar a restaurar certas funções do organismo, que foram comprometidas pelo vírus.

 

Dinitroclorobenzeno: estimula o sistema imunológico de forma geral.

Cimetidina: eleva as células de defesa.

Imuthiol: fortalece a imunidade de maneira global e prolonga a fase assintomática da doença.

Interleucina: é receitada para pacientes que ainda não apresentaram qualquer sintoma da doença.

Glucortisona: aumenta as defesas do corpo, trabalhando para diminuir o aparecimento de gânglios do pescoço, das axilas e virilha.

 

Efeitos colaterais dos medicamentos anti-HIV:

·         Zidovudina (AZT, Retrovir):  anemia, diminuição dos glóbulos brancos do sangue, cefaléia, febre, fadiga, exantema, dor muscular, dor intensa na região abdominal superior e falta de ar.

·         Didanosina (DDI, Videx):   diarréia, enterite, perda de peso, dor abdominal superior, náuseas e vômitos e persistentes, pancreatite aguda ou outros distúrbios no pâncreas (principalmente em pessoas que ingerem bebidas alcoólicas durante o tratamento), dor, formigamento ou dormência, dificuldade respiratória e confusão mental.

·         Didesoxicitidina (DDC, Hivid):  estomatite, exantemas, prurido, dor abdominal superior, náuseas e vômitos persistentes, dormência ou formigamento, confusão mental e convulsões.

·         Estavudina:  dormência, perda de peso, dor ou formigamento nos membros, devido a inflamação dos nervos periféricos. Pode causar também a pancreatite aguda ou outros distúrbios no pâncreas (principalmente em pessoas que ingerem bebidas alcoólicas durante o tratamento).

·         Lamivudina: (3TC, Epivir): cefaléia, febre, fadiga, exantema, perda de peso, dor muscular, dor intensa na região abdominal superior, falta de ar, mania, psicose e confusão mental.

·         Saquinavir:  perda de peso, fadiga, ocasionalmente diarréia, quando formulado com lactose.

·         Ritonavir:  hepatite medicamentosa, viral ou tóxica, náuseas, vômitos, perda de peso, fadiga, diarréia, dor abdominal, dormência ao redor da boca e anorexia.

·         Indinavir:  perda de peso, hiperbilirrubinemia assintomática e nefrolitíase.

·         Isoniazida: dor abdominal, inicialmente em região epigástrica, que posteriormente torna-se difusa, acompanhada de vômitos, febre, queda do estado geral, hipotensão e taquicardia, pacreatite aguda.

·         Metronidazol: manifestações clínicas da pancreatite aguda.

·         Nevirapina (Viramune): hepatite medicamentosa  ou tóxica, exantema, febre, perda de peso e trombocitopenia. 

·         Delavirdina (Rescriptor): perda de peso, fadiga e exantema.

·         Nelfinavir:  enterite, diarréia, dor abdominal, desidratação, febre e prostação.

·         Tenofovir:  em geral, é bem tolerado pelo organismo e pouco associado a efeitos adversos.

·         Amprenavir: problemas gastrointestinais; a terapia exige muitas cápsulas por dia, mas ao ser associado ao Ritonavir, o número de cápsulas diminui um pouco.

·         Abacavir:  pode causar grave reação alérgica em até 5% dos pacientes. Se ao início da terapia o paciente apresentar dor abdominal e febre, é preciso interromper todos os anti-retrovirais por dois dias para confirmar a origem do sintoma.

·         Efavirenz: pode provocar sintomas que atrapalham o rendimento diário do indivíduo, como alterações de humor e sonolência, principalmente nas primeiras semanas. Recomenda-se ingerir antes de dormir ou em horário distante das refeições.

·         Enfuvirtida T-20 (Fuzeon): as reações relatadas com maior freqüência após a administração subcutânea do medicamento são locais. Para minimizar esses efeitos, a aplicação da injeção deve ser feita alternadamente no abdômen, parte anterior da coxa e lateral externa do braço.

 

Obs:  O uso de muitos medicamentos de forma concomitante, isto é, são tomados vários comprimidos de uma vez só, podem provocar muitas interações medicamentosas, inclusive anormalidades hepáticas e hematológicas. Portanto, a cuidadosa monitorização laboratorial para essas anormalidades deve ser assegurada ao paciente.

 

A dosagem do nível sérico é necessária devido ao uso de drogas nefrotóxicas (tóxicas para o rim), para o tratamento da AIDS, e principalmente quando ocorre a suspeita de lesões renais relacionadas.

 

Complicações neurológicas: As complicações neurológicas são muito freqüentes nos pacientes com HIV, ocorrendo tanto por ação direta do vírus, por medicamentos (o AZT pode levar a convulsões) ou infecções oportunistas. Todo paciente portador de HIV ou com suspeita, chegando ao serviço de urgência com queixa de cefaléia, febre, alterações focais ou convulsões, deverá ser investigado inicialmente para sinusopatia, neurotoxoplasmose e neurocriptococose. Na dúvida diagnóstica, iniciar terapia empírica para neurotoxoplasmose e internar o paciente para esclarecimento diagnóstico.

 

Tratamento das infecções oportunistas:  Dependendo da doença o médico irá implementar o tratamento necessário. Em alguns casos o tratamento pode ser domiciliar ou hospitalar. No combate as infecções oportunistas empregam-se medicamentos quimioterápicos e imunológicos. A profilaxia das infecções oportunistas vem apresentando mudanças constantes, de acordo com a crescente utilização de esquemas anti-retrovirais mais potentes, maior conhecimento da fisiopatogenia da síndrome, da recuperação do status imunológico e da conseqüente diminuição da ocorrência destas infecções.

 

Casos específicos de Candidíase esofageana ou esofagite por CMV deve-se solicitar endoscopia digestiva alta de urgência e iniciar tratamento para candidíase esofageana, mesmo sem a presença de placas na orofaringe.

 

Tratamento cirúrgico:  O paciente com HIV, em alguns casos, pode requerer tratamento cirúrgico. Muitos pacientes infectados com o HIV portam desordens músculo-esqueléticas significativas que necessitam de tratamento ortopédico. O tratamento das infecções osteoarticulares em pacientes com AIDS/SIDA é muito mais complexo e requer cooperação entre ortopedistas e outros especialistas em uma equipe multidisciplinar.

 

Tratamento dietoterápico: Dietoterapia:  Diminuição da ingesta, associada a má absorção provocada por diarréia crônica ou recorrente, contribui para diversas deficiências nutricionais nos pacientes com HIV.  A suplementação oral de elementos deficitários deve ser implementada imediatamente.  Os pacientes que não podem manter o estado nutricional através da ingestão  oral podem necessitar de alimentações enterais  (através de sonda nasoenteral) ou parenterais (através de acesso venoso).

 

Tratamento psiquiátrico: Pacientes com alterações neurológicas graves devem ser avaliados periodicamente pelo psiquiatra. O vírus HIV pode causar comprometimento neurológico  e mental.

 

Imunoterapia: No combate ao HIV, a pesquisa imunológica caminha simultaneamente para o desenvolvimento de drogas que bloqueiem diretamente etapas decisivas da reprodução viral e para  a elaboração de medicamentos que se combinando em compostos, aumentem as defesas imunológicas do hospedeiro. O aparecimento de variantes do HIV resistentes a drogas é mesmo um fenômeno comum a todos os retrovírus.  Cada nova cópia de vírus contém em média uma diferença em comparação com o vírus que lhe deu origem.  Devido a isso, nenhum vírus dentro de um indivíduo infectado é exatamente igual ao outro, porém todos são muito parecidos, visto que provieram de um ou poucos vírus transmitidos ao indivíduo quando de sua infecção  inicial. Por isso, a população de vírus geneticamente relacionados, embora distintos, dentro de um hospedeiro é chamada de "quasiespécie viral". Graças a essa enorme possibilidade de variação e ao número de vírus descendentes, os retrovírus podem "testar" praticamente todos os tipos de alteração genética sem correr o risco de se extinguir dentro do hospedeiro.  

Na presença das drogas  anti-HIV chamadas de   "coquetel", esses vírus sobrevivem, enquanto os outros (sensíveis à droga) morrem, o que aumenta gradativamente a freqüência de vírus resistentes. Com o tempo, somente vírus resistentes são encontrados no paciente. A carga viral recomeça a subir e a doença se restabelece.

 

Precauções básicas na assistência  de enfermagem em paciente com HIV:

·         Usar luvas, quando em contato com sangue, fluidos corporais, mucosas, lesões cutâneas abertas.

·         Usar luvas ao manusear materiais contaminados com sangue e fluidos corporais.

·         Usar luvas durante procedimentos invasivos e punções venosas.

·         Trocar de luvas para examinar outro paciente.

·         Usar máscaras e óculos protetores ao realizar procedimentos que podem gerar gotículas de líquidos corporais (sangue ou fluidos).

·         Usar avental longo para procedimentos invasivos.

·         Lavar as mãos e a pele imediatamente e cuidadosamente após contato com sangue e líquidos corporais.

·         Não reencapar agulhas, curvá-las ou manipulá-las, em hipótese nenhuma.

·         Os objetos perfuro-cortantes devem ser depositados em lixeiras adequadas e fabricadas com material resistente.

·         Ressuscitação boca a boca deve ser evitada. Material próprio para ressuscitação deve estar disponível.

·         Os profissionais de saúde com lesões cutâneas secretantes ou exsudativas, devem evitar contato com o paciente.

 

 

Fluidos corporais Infectantes

Fluidos corporais

Não infectantes*

    Sangue

    Fezes

    Tecidos

    Secreção nasal

    Líquor

    Escarro

    Líquido sinovial

    Suor

    Líquido ascítico

    Lágrimas

    Líquido pericárdico

    Urina

    Líquido amniótico

    Vômitos

    Sêmen

    Saliva

    Secreções vaginais

 

                                                    

* Desde que não contaminados com sangue

 

 

Instruções ao paciente com alta:

·         Explicar e conscientizar o paciente que ele é uma fonte de infecção para outras pessoas e deve tomar precauções que possam diminuir a progressão da doença (uso de sexo mais seguro, evitar outras infecções, procurar um pronto atendimento médico quando necessário).

·         Ensinar o paciente a reconhecer e relatar os sintomas importantes de infecção ou de evolução da doença: alterações da temperatura, desenvolvimento de manchas na pele, garganta inflamada, nódulos ou tumores palpáveis, garganta inflamada, diarréia.

·         Enfatizar aos pacientes usuários de drogas que o uso continuado pode expô-lo a mais infecções e podem ativar a replicação do vírus.

·         Não compartilhar agulhas injetáveis em hipótese nenhuma.

·         Encorajar para que modifique seu comportamento sexual quanto a atividade sexual mais segura como: usar camisinhas suplementadas por creme e geléia contendo agente viricida.

·         Promover alterações no sentido de uma vida mais sadia: alimentação saudável, exercícios, caminhadas, períodos regulares de sono.

·         Encorajar a ler a literatura de vários grupos de ação da AIDS, para que ele conheça mais a sua doença.

·         Enfatizar os aspectos positivos da saúde relativamente boa do paciente.

·         Lembrar que não pode esquecer a medicação em hipótese nenhuma.

·         Informar ao seu parceiro que é soropositivo, para que juntos possam ter um relacionamento mais verdadeiro.

 

Prognóstico:  Na ausência de tratamento em paciente com HIV positivo, o prognóstico é reservado. Aproximadamente, 8 anos sem tratamento, mas esse tempo pode diminuir consideravelmente, se ocorrer infecções oportunistas, concomitantemente com o HIV.

 

Em pacientes com HIV positivo que estão tomando o coquetel anti-HIV, o prognóstico é altamente favorável, e o número de óbitos diminuiu consideravelmente nos países que estão adotando essa medida terapêutica, entre eles está o Brasil.

 

Quanto mais graves e extensas as lesões do herpes labial maior a imunodeficiência. Caso o paciente esteja fazendo uso das medicações do coquetel, provavelmente ele está adquirindo resistência ao coquetel.

Nas crianças, a AIDS se manifesta com quadros distintos da evolução normalmente observada em adultos. Como são infectadas em fases muito precoces do desenvolvimento (intra-útero, intra-parto ou na lactação, através da amamentação), as crianças sofrem alterações imunológicas graves e complexas e podem apresentar:

·         Progressão rápida: 10 a 15% dos pacientes evoluem com deterioração clínica grave e imunodepressão precoce, antes dos 24 meses de idade.

·         Progressão intermediária:  padrão de evolução da maior parte dos pacientes (50 a 70%), geralmente com sintomas leves, podendo iniciar até os cinco anos.

·         Progressão lenta: somente apresentam sintomas após os oito anos, concentrando cerca de 10 a 15% dos casos.

Controle do paciente: Esse controle deve ser feito durante muitos anos. O acompanhamento médico durante o tratamento deve ser constante, pois vão ocorrer várias mudanças no organismo, independente do tratamento medicamentoso.  O paciente deve ser monitorado periodicamente.  O vírus pode se adaptar ao coquetel de medicamentos, e pode se replicar,  causando  conseqüências graves à saúde do paciente. Exames laboratoriais devem ser feitos periodicamente. O paciente deve relatar imediatamente ao médico, qualquer problema  de saúde.

Complicações

·         Infecções oportunistas.

·         Infecções no SNC.

·         Insuficiência respiratória.

·         Insuficiência cardíaca.

·         Pneumonias graves.

·         Síndrome da desnutrição.

·         Distúrbios hidroeletrolíticos.

·         Distúrbios gastrointestinais.

·         Distúrbios visuais.

·         Reação adversa aos medicamentos.

 

Prevenção

Em termos epidemiológicos, as três únicas formas de potencial transmissibilidade da infecção são via contato sexual, contato com sangue ou hemoderivados, ou a chamada transmissão perinatal, a partir da mãe infectada para seu concepto ou recém-nascido. Logicamente é sobre essas formas de transmissão  que se voltam os esforços profiláticos por parte das autoridades sanitárias. 

 

medidas sanitárias:

·         Notificação Obrigatória para as Autoridades  Sanitárias.

·         Campanhas preventivas  educativas para evitar as DST.

·         Campanhas preventivas educativas para evitar a contaminação pelo vírus HIV.

·         Campanhas voltadas para o uso frequente de camisinhas masculinas e femininas nas relações sexuais.

·         Identificar e tratar os portadores de HIV assintomáticos. 

·         Fazer testes para identificar outras DST associadas.

·         Testes sorológicos devem  ser feitos para: HVB, HVC, CMV, Lues, Toxoplasmose, Tuberculose.

·         Distribuição gratuita de  preservativos.

·         Mulheres com sorologia positiva para HIV, devem ser informadas para que evitem a gravidez.

·         Exames para detecção em postos de saúde em gestante.

·         Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem  e referência dos pacientes com Aids e seus parceiros, para  diagnóstico e assistência médica necessária.

·         Profilaxia primária de infecções oportunistas: HVB, Tuberculose, S. pneumoniae, H.influenzae; Influenzae A e B, P. carinii, Toxoplasma gondii.

·         Campanhas preventivas sobre a prevenção de DST tanto nas escolas como nas universidades.

·         Programa de prevenção e educação sexual tanto nas escolas como nas universidades.

·         Testes para identificação de DST em pessoas que compõem grupo de risco.

·         Como em toda doença sexualmente transmissível é recomendável o exame sorológico para Sífilis.

·         Realizar exames sorológicos em  grupos de riscos especiais, com uma incidência  elevada de doença venérea.

·         Serviços de informações e orientações via telefone e Internet para a população em geral, sobre a AIDS.

·         Informar a pacientes com AIDS, que não podem jamais doar sangue, nem órgãos para transplante.

·         Implementar e fiscalizar curso de biossegurança voltado para os profissionais de saúde, para a prevenção e tentar evitar as infecções acidentais.

 

medidas individuais:

·         Não ter relações sexuais com parceiro (a), que apresente lesões na área genital, perianal ou na boca. 

·         Não ter relações sexuais com parceiro (a) que seja suspeito para um grupo de risco. 

·         Evitar ter relações sexuais com mulher soropositiva, durante o período de menstruação. O contato com o sangue infectado durante as relações sexuais aumenta o risco de transmissão, mesmo que o(a)  parceiro(a) use preservativo.

·         Evitar ter relação sexual com parceira desconhecida durante o período de menstruação, pois o sangue é uma fonte potencial de transmissão da doença, mesmo que faça uso de preservativo, qualquer lesão que ocorra durante o intercurso sexual, pode servir como porta de entrada para o vírus, ou para  qualquer outra doença que possa ser transmitida pelo sangue.

·         Evitar a promiscuidade.

·         Tentar evitar se possível, o sexo casual.

·         Tentar evitar as situações de risco para se adquirir DST.

·         Usar sempre preservativos, em qualquer situação.

·         Evitar ter vários parceiros (as) sexuais.

·         Cuidados de higiene antes e após as relações sexuais.

·         Ficar atento aos fatores que podem contribuir para se adquirir DST, e fazer o possível para tentar evitá-los.

·         No caso em que você, ou seu parceiro tenha  HIV, os cuidados devem ser redobrados, o preservativo (camisinha), e alguns cuidados básicos, devem vir sempre antes, do ato sexual propriamente dito.

·         Evitar sempre que possível ter relações sexuais com parceiro (a) desconhecido, lembre-se do dia seguinte, o arrependimento pode chegar tarde demais.

 

O uso da camisinha  por parte do parceiro, ajuda tanto a mulher como o homem  a se prevenir de contrair o HIV, e também para prevenir as várias DST, que podem ser adquiridas quando a mulher e a adolescente tem relação sexual sem a proteção da camisinha. 

 

As mulheres e principalmente as adolescentes devem levar sempre na bolsa  algumas camisinhas para poderem estar sempre prevenidas. E sempre se lembrando que para cada relação sexual deve-se fazer uso de uma camisinha. A mesma camisinha não pode ser usada mais de uma vez. Por isso sempre tenha um bom estoque na bolsa. Mulher prevenida vale por duas.

 

Cuidados gerais para evitar infecções bacterianas do trato gastrointestinal

As infecções intestinais bacterianas no paciente infectado pelo HIV, são mais comumemente causadas por Shigella sp.; Salmonella typhimurium, Salmonella enteritidis, Campylobacter jejuni e Yersinia enterocolítica.  

Os pacientes infectados pelo vírus HIV, devem manter precauções, visando evitar o contato com os agentes causadores.  Devem evitar preparações  contendo ovos crus, presunto, carne e frutos do mar mal cozidos ou crus, além de laticínios não-pasteurizados. 

Devem sempre atentar para as medidas de higiene, como a lavagem das mãos prévia à alimentação, à manipulação de alimentos e após utilização do vaso sanitário e contato com animais. Sobretudo, devem evitar contato com répteis,  devido ao maior risco de Salmonelose.

 

Vacinação pediátrica:

As crianças com HIV, caso assintomáticas (não apresentam sintomas da doença), devem receber todas as vacinas do calendário básico vacinal (no lugar da vacina Sabin, preferir a Salk) e devem ser encaminhadas ao Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE), a fim de serem imunizadas com vacinas não disponíveis na rede básica. As crianças que já desenvolveram AIDS devem ser avaliadas pelo infectologista pediátrico, antes de serem encaminhadas à vacinação, pois algumas vacinas necessitam de um mínimo de CD4+ para que possam ser administradas com segurança.

 

Vacinação adultos e adolescentes:

Adultos e adolescentes que vivem com HIV podem receber todas as vacinas do calendário nacional, desde que não apresentem defi ciência imunológica importante. À medida que aumenta a imunodepressão, eleva-se também o risco relacionado à administração de vacinas de agentes vivos, bem como se reduz a possibilidade de resposta imunológica consistente.

Sempre que possível, deve-se adiar a administração de vacinas em pacientes sintomáticos ou com imunodeficiência grave (contagem de LT-CD4+ < 200 células/mm3 ), até que um grau satisfatório de reconstituição imune seja obtido com o uso de terapia antirretroviral, o que proporciona melhora na resposta vacinal e redução do risco de complicações pós-vacinais. A administração de vacinas com vírus vivos atenuados (poliomielite oral, varicela, rubéola, febre amarela, sarampo e caxumba) em pacientes com imunodeficiência deve ser condicionada à análise individual de risco-benefício e não deve ser realizada em casos de imunodepressão grave. (fonte: www.aids.gov.br)

 

Cuidados gerais

O portador de HIV, mesmo fazendo o tratamento medicamentoso, deve observar alguns cuidados, para evitar as infecções e contaminações de terceiros e melhorar a sua qualidade de vida:

·         Tomar o coquetel de medicamentos nos horários certos e nas quantidades corretas.

·         Agendar os horários corretos em que devem ser tomados os medicamentos.

·         Não descontinuar o tratamento medicamentoso.

·         Não parar o tratamento apenas porque está se sentindo melhor, a maioria dos casos em que as doenças oportunistas são mais graves, ocorrem naqueles pacientes que interromperam o tratamento medicamentoso por conta própria.

·         Evitar lugares com pombos, para não adquirir a Criptococose:  Os excrementos ressecados do pombo e o solo contaminado por este são as fontes ambientais mais importantes do Cryptococcus neoformans. A Criptococose é uma doença usualmente adquirida através de inalação. Em paciente com HIV essa doença pode ser muito grave.

·         Evitar lugares que tenham gatos, para não adquirir a Toxoplasmose: os gatos são os maiores transmissores do Toxoplasma gondii. Em paciente com HIV essa doença pode ser muito grave.

·         Não praticar esportes violentos ou competitivos.

·         Ter uma alimentação saudável, com uma dieta variada e livre e com suplementos dietéticos indicados pelo médico.

·         Evitar o fumo e o álcool em excesso.

·         Se for viciado em drogas, não deve compartilhar sua seringa nem agulha com outro viciado.

·         Quando for confirmado o diagnóstico de AIDS, tente informar aos seus parceiros sexuais da sua nova condição, para que eles possam fazer o teste anti-HIV.

·         Restringir a informação de sua condição ao menor número de pessoas para evitar constrangimentos e discriminações. Existem pessoas que ainda têm uma visão negativa da doença.

·         Todo material cortante ou perfurante deve ser sempre de uso individual ou desinfetado antes de ser usado.

·         Use de preferência uma manicure e pedicure de confiança.

·         Não ter relações sexuais, sem o uso do preservativo.

·         Evitar ter relações sexuais, mesmo com preservativo quando a carga viral estiver muito alta.

·         Não doar sangue, nem ser doador de órgãos, nem de medula.

·         Informar ao seu dentista sobre a sua condição de HIV positivo.

·         Informar sempre ao médico sobre sua condição de HIV positivo.

·         Não esconder sua condição de portador do HIV, caso trabalhe na área de saúde, informe aos seus superiores. Não tenha medo que você não será demitido, dependendo da sua área de atuação poderá ser relocado, para uma melhor  segurança dos pacientes que você dá assistência.

·         Quando necessitar de atendimento médico de emergência, informar sua condição de HIV positivo, para que a equipe médica e de enfermagem possa adotar as medidas necessárias  de prevenção e de assistência.  A sua condição de HIV positivo não é motivo para descriminação no atendimento na área de saúde.

·         A mulher com HIV positivo deve ser informada sobre uma futura gravidez, pois existe uma grande probabilidade de transmissão via transplacentária para o feto, através do parto ou no processo de amamentação. 

·         Ter uma vida regrada, evitando os excessos.

 

O que vale sempre lembrar é que um portador de HIV, assim como qualquer outro enfermo, precisa, acima de tudo, do carinho daqueles a quem quer bem, do apoio das pessoas que ama e da solidariedade dos amigos e familiares.  Nada é pior, para quem já tem um problema seriíssimo, do que ser discriminado. Esse é um fator que complica ainda mais qualquer doença. O indivíduo que recebe um tratamento digno, isto é, desde o acompanhamento adequado de saúde, com direito a médicos e remédios, até o afeto das pessoas com as quais convive, sem dúvida tem condições muito melhores de enfrentar os obstáculos que surgem pelo caminho.

 

Cuidados  preventivos que podem ser tomados para evitar as DST

As DST manifestam-se  pelo aparecimento de feridas, coceiras, dor ao urinar, corrimento uretral e /ou vaginal e verrugas,  na área genital e/ou anal. Ao surgir qualquer dessas alterações, deve-se procurar um médico, que se encarregará do diagnóstico e do tratamento adequado. A demora em procurar o médico aumenta os riscos da doença se alastrar e da pessoa infectada contaminar seu parceiro (a) ou outras pessoas. Uma vez feito o diagnóstico, a pessoa deve avisar quem lhe transmitiu a doença. Os dois  devem se tratar e evitar, enquanto não estiverem curados, as relações sexuais com outras pessoas. Caso o indivíduo infectado  tenha tido vários parceiros, deve se possível, entrar em contato com eles, informar a sua situação e pedir para que procurem um médico relatando a situação. 

 

A propagação da DST está ligada à promiscuidade e á falta de informação. Qualquer pessoa pode adquirir uma doença, desde que tenha contato sexual com outra já doente.  A troca freqüente de parceiros sexuais, principalmente na adolescência até o período de 35 anos de idade, aumenta ainda mais o risco de se contrair uma DST. 

E o que é pior: uma pessoa pode adquirir uma mesma doença várias vezes, ou em alguns casos pode também está com duas doenças venéreas ao mesmo tempo. Existem vários cuidados que podem ser tomados para evitar a contaminação e transmissão de doenças venéreas: 

·         Evitar  múltiplos parceiros (as).

·         Evitar a promiscuidade.

·         Evitar se possível, o sexo casual.

·         O homem deve evitar se possível, ter relações sexuais, quando sua parceira esta menstruada, pois o sangue pode ser uma fonte de infecção, caso a mulher tenha uma DST  transmissível por via hematológica (sangue); em muitos casos de DST a mulher é portadora assintomática, isto é, sem sinais e nem sintomas que esteja doente.

·         Escolher bem o parceiro (a), se possível familiarize-se com seus hábitos e caráter antes de ir para a cama.

·         Quando for beijar alguém, se possível, verifique se não existem lesões na boca, pois existem algumas DST que podem ser transmitidas pelo beijo na boca, principalmente aqueles beijos mais íntimos.

·         Quando for fazer sexo oral, verifique se possível, se o parceiro (a) tem lesões, verrugas, feridas ou secreções fétidas na área genital ou perianal (região do ânus), isso pode ser um fator de risco gravíssimo para se adquirir DST.

·         Cuidado, álcool e drogas não combinam com sexo seguro, lembre-se sempre do dia seguinte, e sempre nesses casos o arrependimento ocorre tarde demais.

·         Aborte as preliminares, caso perceba erupções no corpo, lesões, feridas e verrugas nos órgãos genitais do (a) parceiro (a), se necessário invente uma desculpa qualquer. 

·         Evitar parceiro (a) que exale mau cheiro do corpo ou dos genitais, esse cheiro  pode ser descuido com a saúde e  a própria higiene pessoal e íntima.

·         Adolescentes e adultos jovens que cada vez mais se preocupam, com a quantidade do que com a qualidade dos parceiros (as), devem ter sempre em mãos preservativos para se proteger.  

·         As adolescentes (que cada vez mais cedo, geralmente a partir dos 14 anos de idade já praticam sexo), devem ter sempre preservativos (camisinhas) para que na hora "H" , possam se proteger. Jamais devem fazer sexo casual, caso o parceiro não aceite a camisinha. 

·         Usar sempre preservativo, mesmo que  sua eficiência  seja reduzida em certos tipos de DST's.

·         Tomar sempre um banho,  lavar os genitais, e urinar imediatamente depois do final do ato sexual, são sempre medidas preventivas, mesmo que essa atitude esfrie o "clima" entre os dois. Essas medidas devem ser utilizadas em parceiros (as) eventuais.

·         A desconfiança ou dúvida de que você tenha ou possa ter contraído uma DST, é o sinal de alarme para procurar o médico.

·         Se souber ou desconfiar que tem ou possa ter uma DST, não ponha em risco a saúde da outra pessoa, que inocentemente concorda em fazer sexo com você; seja honesto (a) com a outra pessoa e com a sua consciência, não fazendo sexo até que o médico libere.

·         No caso em que você, ou seu parceiro tenha  HIV, HPV, HTLV, os cuidados devem ser redobrados, o preservativo (camisinha), e alguns cuidados básicos, devem vir sempre antes, do ato sexual propriamente dito. 

·         A ocorrência de DST pode aumentar muito o risco de contrair o vírus da AIDS. Corrimentos ou pus, feridas, lesões ulcerosas e verrugas nos órgãos sexuais são os seus sinais principais. A presença de DST indica que a pessoa não está se prevenindo contra a AIDS. 

 

 

Apenas algumas palavras...

Informe aos seus familiares sobre a sua nova condição, e que o convívio com uma pessoa com AIDS não representa perigo. Nunca fique sozinho, a solidão e a depressão não faz bem a ninguém, você verá imediatamente quais são os seus verdadeiros amigos, quando souberem que você é um soropositivo.   A depressão é um fator emocional negativo e poderoso, que pode deixar um caminho aberto para as infecções oportunistas no portador de HIV.  Portanto, não se deprima com o diagnóstico de HIV,  reflita, que talvez seja uma boa hora para mudar a sua vida, seus hábitos e a sua realidade. Esqueça o que passou, deixe para trás as culpas, os erros e as dúvidas, pense que você tem um futuro pela frente, e só isso é o que importa agora em diante. 

Corra atrás dos seus direitos e viva a sua vida plenamente e consciente de que o futuro é você quem faz, e não um diagnóstico de uma doença é que vai fazer o seu futuro. O portador de HIV, assim como qualquer outro doente, precisa, acima de tudo, do carinho daqueles a quem quer bem, do apoio das pessoas a quem ama e da solidariedade dos amigos e familiares.

Nada é pior, para quem já tem  um problema grave e sério, do que ser discriminado. Esse é um fator que complica ainda mais qualquer tipo de doença, e não especificamente a Aids. O indivíduo que recebe um tratamento digno - isto é, desde o acompanhamento adequado de saúde, com direito a médicos e remédios, até o afeto das pessoas com as quais convive - sem dúvida, tem melhores condições de enfrentar os obstáculos que surgem pelo caminho.

O pior vírus é o da ignorância, da discriminação e do preconceito, portanto se cuide. Afaste-se dessas pessoas ignorantes, discriminadoras e preconceituosas.  Aproxime-se de pessoas boas e com outros valores éticos, e essas pessoas, meu amigo ou amiga com certeza existem, é só procurar. 

Toda sorte do mundo, de uma amiga chamada Conceição.

 


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