SÍFILIS


 

Definição

A Sífilis é uma doença transmissível, multissistêmica, de evolução crônica, com manifestações cutâneas temporárias ou exuberantes em algumas ocasiões, acompanhado de  longos períodos de latência. É adquirida por contato sexual ou pode ser de origem congênita. É uma doença cosmopolita que vem acompanhando o aumento gradativo das doenças sexualmente transmissíveis (DST).

 

Sinonímia

É uma doença também conhecida pelo nome de Lues.

 

Incidência

·         Alta prevalência em adolescentes e adultos jovens.

·         Ocorre mais nos homens do que nas mulheres.

·         Grande incidência nos grandes centros urbanos.

·         É altamente disseminada em ambientes promíscuos.

 

Agente etiológico

O agente etiológico da sífilis é o Treponema pallidum; bactéria; móvel; espiroqueta; tem uma forma parecida com um saca-rolhas. No meio ambiente, essa bactéria leva uma vida precária. muito sensível ao calor e a falta de água, morre em meios secos e quentes. Mesmo em meios líquidos, dura poucas horas. A ação dos sabões comuns também é fatal para o treponema, o que torna muito fácil a proteção humana  contra invasões provenientes do meio ambiente. Um ou outro treponema que consiga penetrar no organismo é facilmente liquidado pelas defesas naturais.  

Para que alguém  contraia Sífilis,  é necessário expor-se a uma invasão maciça por parte dos treponemas, que estejam vivendo em condições  altamente favoráveis. E essas condições são as que lhes oferece o próprio organismo humano. Dentro do corpo humano, o treponema pode achar níveis ideais de temperatura e de umidade, além da abundancia de substancias nutritivas, Em grande concentrações, pode defender-se eficazmente do ataque das células defensivas do organismo.

 

Hospedeiro

O homem.

 

Reservatório

O reservatório natural é o homem.

 

Fonte de infecção

A fonte de infecção prevalente é o doente de sífilis recente. As vias de entrada e saída são fundamentalmente a pele e as mucosas.

 

Grupo de risco

Grupo de risco é considerado o daquelas pessoas que pertencem a um determinado grupo, que têm mais probabilidade de adquirir a doença:

·         Dependentes químicos.

·         Homossexuais.

·         Mulheres e homens que têm múltiplos parceiros.

·         Presidiários.

·         Prostitutas.

·         Universitários.

 

Classificação

As duas divisões principais de sífilis venéreas são:

·         Adquirida.

·         Congênita.

 

Subdivisões de Sífilis adquirida:

 

Recente

·         primária;

·         secundária;

·         latente recente.

Tardia

·         latente tardia;

·         terciária;

·         cardiovascular;

·         neurossífilis.

 

Subdivisões de Sífilis congênita:

·         precoce;

·         tardia;

·         estigmas ou cicatrizes.

A fronteira entre Sífilis recente e tardia, tanto nas formas congênitas como nas formas adquiridas, é geralmente colocada em 2 anos. Adota-se a divisão de 2 anos, porque as lesões durante os primeiros 2 anos contem muitos treponemas e são infectantes.  

 

Sífilis da gestante

A sífilis na gestação constitui problema importante, devido as graves lesões que pode ocasionar no concepto, quando não tratada (Sífilis congênita). Quanto mais cedo atinge a placenta, mais graves as conseqüências. A infecção do feto durante o parto é considerada  como sífilis adquirida. O tempo de gravidade da infecção transplacentária, entre outros fatores, condicionará: 

 

·         perda fetal precoce;

·         perda fetal intermediária;

·         perda fetal tardia;

·         prematuridade;

·         nascimento a termo: sem lesões aparentes, com lesões aparentes, aparecimento de lesões dentro do primeiro ano, lesões de eclosão tardia.

 

Sífilis congênita  

Provavelmente, a infecção fetal não ocorre antes do quarto mês de gestação, devido a que o treponema da circulação materna não ultrapassa as células da camada de Langhans A partir de então, com a progressiva atrofia dessa camada, o feto vai se tornando exposto, sendo que a atrofia completa da camada de Langhans dá-se após o sexto mês.  Essa hipótese é fortalecida pelo fato de que não se tem encontrado lesões patológicas associadas ao T. pallidum em fetos antes do quarto mês.  A sífilis congênita é transmitida pela mãe ao feto in utero. Ainda que geralmente a Sífilis somente seja infectante durante os primeiros 2 anos após o aparecimento da sífilis materna primária, a transmissão ao feto pode representar uma exceção, e uma mãe pode infectar o feto  ocasionalmente quatro anos, e excepcionalmente seis anos, após ter adquirido Sífilis.    

Se a infecção não for maciça, o feto sobreviverá, mas com lesões  que se manifestam logo após o nascimento, ou muitos anos mais tarde, no caso da Sífilis congênita latente tardia.  Durante a gravidez, a Sífilis latente é a forma mais comum da doença. A sífilis latente não aparenta manifestações clínicas nem lesão superficial na gestante. 

Riscos  para o bebê de uma mãe com Sífilis:

Os perigos para o bebê infectado na barriga da mãe podem ser os seguintes:

·         Ele poderá nascer com sífilis congênita ou não. Dependerá de quando e como foi feito o tratamento da mãe.

·         O bebê é  tratado ainda na barriga da mãe, se gestante fizer adequadamente, o tratamento com penicilina. Ele absorve o remédio pela placenta e nasce saudável. Quando mais cedo for o tratamento da mãe, maior a probabilidade do bebê nascer saudável.

O bebê não é tratado se:

·         A mãe for alérgica à penicilina e fizer o tratamento com outro remédio.

·         A mãe começar o tratamento com penicilina e o bebê nascer logo depois. Nesse caso, ele deverá ser tratado, logo após o nascimento.

·         A sífilis tem cura. Se a gestante for tratada logo, poderá não transmitir a doença para o feto.

Caso a Sífilis não seja tratada ou tratada inadequadamente, o bebê poderá:

·         Morrer dentro da barriga da mãe, durante a gravidez.

·         Nascer antes do tempo.

·         Nascer muito doente ou deformado e morrer logo ao nascer.

·         Nascer aparentemente saudável e apresentar os sintomas da doença mais tarde. Eles podem, aos 8 ou 10 anos, apresentar as lesões da terceira fase da Sífilis, como problemas nos ossos, no coração e no cérebro. Essas lesões são graves e difíceis de tratar.

Período de incubação

A média oscila de 2 a 4 semanas depois do contágio. Mas pode ocorrer faixa de variação que vai de 9 a 90 dias.

 

Transmissão

·         A transmissão sexual:  ocorre através  de sexo vaginal, anal ou oral de pessoa contaminada: As relações sexuais que põem  em contato mucosas contaminadas, oferecem o meio líquido ideal para a transmissão. Também o beijo pode criar condições semelhantes, embora menos prováveis; o treponema sai das lesões superficiais em que se concentra, e essas lesões, mais comuns e numerosas no epitélio dos órgãos sexuais, poderão ocorrer também no epitélio dos lábios.

·         Transmissão transplacentária: o contágio  se faz através da circulação placentária, exclusivamente apos o quarto mês de gestação. Até então,  a placenta contém um amuralha de células (células de Langhans), que barram a passagem do treponema. Em caso de infecção maciça , o feto provavelmente  morrerá, após o quinto mês da gestação. Se a infecção não for maciça, o feto sobreviverá, mas com lesões que se manifestam logo após o nascimento ou muitos anos mais tarde. A transmissão placentária se aproxima dos 100% nas gestantes com sífilis recente.

·         Transfusão de sangue contaminado.

 

Sífilis cardiovascular

A Sífilis cardiovascular pode surgir em cerca de 10% de pacientes sifilíticos não tratados após  um período latente de 10 a 20 anos ou mais. Os homens são afetados mais do que as mulheres e os negros são acometidos mais do que os brancos. Em geral, pacientes com Sífilis cardiovascular devem ser tratados também com assistência de um cardiologista.  A dor  representa habitualmente, o sintoma único ou principal.

 

Enquanto as manifestações clínicas de angina e enfarte miocárdico, resultantes de estenose ostial coronariana, se assemelham àquelas devidas a ateroma coronariano, a dor anginosa pode ser atípica, irradiando-se ao maxilar inferior e ao epigástrio. Também podem estar presentes regurgitação aórtica sifilítica e aneurisma aórtico.

 

Aneurisma  sifilítico:  Aneurisma é uma dilatação localizada de uma artéria ou veia. O mecanismo de formação do aneurisma sifilítico é o enfraquecimento da camada média da aorta pela reação inflamatória provocada pelo Treponema pallidum. O estreitamento da luz destes pequenos vasos causa isquemia e necrose focal da musculatura lisa da média. A pressão arterial na luz da aorta leva ao esgarçamento da parede nos pontos fracos, formando o aneurisma que, se não tratado cirurgicamente, vai à ruptura.

 

Sífilis e a  AIDS

Os pacientes com Sífilis são mais suscetíveis à infecção  pelo HIV, devido à ruptura da barreira mucocutânea. Além disso, manifestações incomuns de sífilis foram relatadas em associação com infecção pelo HIV. Estas incluem testes de anticorpos antitreponêmicos não confiáveis, podendo ser negativos em pacientes com sífilis secundária.

 

Nestes casos é recomendável a realização de biópsia de lesão cutânea com preparação histológica específica para espiroquetas. Tem-se reportado a recorrência de sífilis secundária em pacientes HIV positivos mesmo após tratamentos adequados. Tal fato, realça a importância da existência de uma imunidade intacta no hospedeiro, para que possa ocorrer a completa erradicação da infecção treponêmica.

 

As manifestações cutâneas da Sífilis nos pacientes infectados pelo HIV, tendem a ser mais graves do que nos imunocompetentes, com ocorrência mais freqüente de lesões infiltrativas, semelhantes a tumores.

 

A Neurossífilis é mais comum nos pacientes infectados pelo HIV, podendo ocasionalmente levar a deficiências neurológicas permanentes. 

 

Sinais e sintomas

A Sífilis é capaz  de destruir tecidos em quase todos os órgãos do corpo, por isso, a variedade de manifestações clínicas.

 

Fase primária:  estágio inicial.

Uma  semana depois do contágio, os treponemas já se alastraram pelo corpo todo, embora não produzam nenhum sintoma. A primeira manifestação ocorre apenas umas três semanas depois da infecção. Surge perto do foco inicial uma elevação vermelho-escura, achatada e ulcerada, do tamanho de um botão de camisa. É o cancro duro ou sifiloma primário, quase sempre uma lesão única, em geral na glande ou na vulva. 

 

A lesão da mulher às vezes ocorre no colo do  útero, o que a torna perceptível apenas em exame local feito pelo ginecologista. A vagina é protegida contra lesões  por causa do meio ácido desfavorável ao treponema. Devido a lesão, ocorre um aumento dos gânglios linfáticos mais próximos, que alcançam o tamanho de uma azeitona, mas não doem. 

 

Essas são as primeiras manifestações visíveis da sífilis e caracterizam a fase primária, que dura entre três a  dez semanas. O cancro duro regride e desaparece por si, sem deixar outro sinal, além  de uma leve mancha esbranquiçada. Às vezes, nem isso. 

 

Se não se houver diagnosticado a sífilis, o paciente é levado a julgar que a lesão era apenas uma ferida insignificante. Mas o organismo todo está contaminado, podendo o sangue do portador infectar outras pessoas, devido a espiroquetemia presente.

 

Fase secundária: estágio das lesões cutâneas

Quatro a doze semanas depois do aparecimento do cancro duro começa a fase secundária, caracterizada por lesões  cutâneas em todo o corpo. As erupções mais comuns são as roséolas, manchas isoladas de contorno oval ou circular e cor rosada. Concentram-se principalmente no tronco e nas junções do tronco com os membros. Quando são salientes, recebem o nome de pápulas. As pápulas são acobreadas e surgem também nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.  No fim do período secundário, tendem a agrupar-se em torno dos órgãos genitais (condilomas) ou em torno da boca. As lesões epidérmicas podem ter a forma de placas de alguns centímetros, os condilomas planos, em geral com a superfície ulcerada. Mas depois de algum tempo, que varia muito de um doente para outro, as pápulas e roséolas regridem e desaparecem por si.   

Pode ocorrer também perda generalizada e salteada dos cabelos no couro cabeludo, dor óssea e artrítica, irite aguda, rouquidão, dor de garganta crônica e linfadenopatia generalizada. Mais uma vez o paciente poderá ter a impressão  de que o organismo debelou a enfermidade e tudo se normalizou.  Todas as lesões dos períodos primário e secundário apresentam grande concentração de treponemas. Essa condição, somada à localização superficial, dá um caráter altamente contagioso, tanto na fase primária como na secundária.

 

Fase terciária:  estágio terminal da doença

Esse estágio é clinicamente destrutivo, após um período latente. Três ou quatro anos após o contágio (mas também até mesmo em alguns casos, quarenta anos depois), aparecem as manifestações do período terciário da sífilis. As lesões cutâneas surgem como nódulos subcutâneos,  e às vezes, surgem como formações maiores (tubérculos); finalmente surgem  as gomas. As gomas devem seu nome à substância amarelada, semelhante à goma-arábica, que eliminam. A princípio são  nódulos duros, que posteriormente, amolecem no centro e ulceram, para secretar o material provindo da destruição de tecidos locais. Uma vez eliminada a goma, ocorre a cicatrização intensa.  Quando atingem o esterno, a tíbia ou a face, onde se manifestam preferencialmente, as gomas provocam uma destruição óssea irreparável, causadora da deformação permanente. Na fase terciária, a sífilis ataca com mais freqüência o aparelho cardiovascular e o sistema nervoso central.

 

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico.

·         Exame clínico.

·         Exames dermatológicos.

·         Exames para avaliação neurológica, caso ocorra Neurossífilis.

·         Exames para avaliação cardiológica, caso ocorra a Sífilis cardiovascular.

·         Exames laboratoriais.

·         Provas sorológicas.

·         Teste sorológico VDRL.

·         Biópsia da lesão.

 

Obs:  Muitos pacientes são descobertos como portadores de Sífilis, mediante exames  sorológicos de rotina, e a maioria, não fornecem nenhuma história de algum sintoma de um estágio primário ou secundário da doença. É difícil dizer, se em tais pacientes, as fases clínicas iniciais passaram despercebidas ou realmente não ocorreram.

 

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Sífilis, não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico e laboratorial o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Sífilis são as seguintes: 

 

Fase primária:

·         Herpes simples.

·         Balanite erosiva.

·         Traumatismos.

·         Eacabiose.

·         Herpes zoster.

·         Carcinoma.

·         Úlceras de Vincent.

·         Síndrome de Stevens-Johnson.

·         Síndrome de Behçet.

·         Tuberculose.

·         Linfogranuloma venéreo.

·         Cancro mole.

 

Fase secundária:

 

Erupções maculares diferenciar de:

·         Sarampo.

·         Rubéola.

·         Erupções medicamentosas.

·         Pityriasis rosea.

·         Dermatite seborréica.

·         Eritema multiforme.

·         Hanseníase.

·         Febre tifóide.

 

Erupções papulares diferenciar de:

·         Líquen plano.

·         Erupções medicamentosas.

·         Psoríase.

·         Escabiose.

·         Acne comum.

·         Hanseníse na forma nodular.

 

Úlceras da boca ou da garganta diferenciar de:

·         Úlceras aftosas.

·         Herpes labial.

·         Amigdalite aguda.

·         Angina de Vincent.

·         Febre tifóide.

·         Agranulocitose.

·         Eritema multiforme ou Síndrome de Stevens-Johnson.

 

Lesões sifilíticas secundárias da mucosa genital diferenciar de:

·         Herpes simples.

·         Líquen plano.

·         Psoríase

·         Balanite circinada ou Doença de Reiter.

·         Linfadenopatia diferenciar de:

·         Mononucleose infecciosa.

·         Doença de Hodgkin.

·         Linfoma.

 

Fase terciária:

 

Lesões cutâneas proliferativas diferenciar de:

·         Psoríase.

·         Dermatite seborréica.

·         Micoses.

·         Dermatofitoses.

·         Lesões dermatológicas. das reticuloses.

·         Síndrome de Behçet.

·         Tuberculose.

·         Hanseníase.

 

Gomas cutâneas ulcerativas diferenciar de:

·         Epiteliomas espinocelulares do rosto.

·         Úlceras varicosas das pernas.

·         Epitelioma escamoso.

 

Sífilis óssea terciária:

·         Osteomielite.

·         Doença de Piget.

·         Mielomatose.

 

Tratamento

Existe tratamento medicamento específico para essa patologia.

 

Tratamento medicamentoso:  O antimicrobiano de escolha é a penicilina. Paciente alérgicos à penicilina, o médico pode prescrever tetramicina ou eritromicina.

 

Precauções com a secreção nos casos de manifestações mucocutâneas até 24 horas após o início de uma terapêutica eficaz.

 

Reação de Jarisch-Herxheimer: reação que surge algumas horas após iniciar-se o tratamento da sífilis (principalmente na fase secundária), cedendo no decorrer de 24 horas; consiste  em febre transitória e sintomas fugazes de astenia, calafrios, cefaléia e mialgias (dores musculares). Pode envolver a liberação de endotoxina de treponemas mortos ou ser causada por um fenômeno alérgico. É geralmente tratada por meio de repouso no leito e aspirina. O paciente deve ser avisado que essa reação é esperada.

 

O paciente deve ser aconselhado a abster-se de intercurso sexual,  até que as lesões se tenham curado e as provas sorológicas  comecem a mostrar uma resposta satisfatória. Isso demora em média cerca de 3 meses.

 

Controle do paciente:  O acompanhamento evolutivo pós-tratamento é vital para garantir uma cura satisfatória. O paciente deve ser visto: mensalmente por 3 meses após começar o tratamento; trimestralmente até ter decorrido um ano após início do tratamento; após 18 meses e após 2 anos a contar do começo do tratamento.

 

Prognóstico da evolução da Sífilis na ausência de tratamento

·         Sífilis primária:  Se não for tratada, a lesão primária ira curar-se em 3-6 semanas e pode ou não deixar uma cicatriz. Alguns pacientes podem então entrar em uma fase de latência; outros ingressam no estágio secundário 3-6 semanas após o aparecimento do cancro primário, de sorte que o estágio secundário pode desenvolver-se enquanto o cancro ainda está presente.

·         Sífilis secundária: Se não tratada, a lesão desaparece em 2-3 meses. Ocasionalmente, há recorrência de lesões secundárias nos primeiros 2 anos de infecção. Tais lesões são menos numerosas do que as do primeiro acometimento, sendo que as lesões cutâneas são mais nodulares. Habitualmente, não existe semelhante recorrência e o paciente ingressa no estágio latente, e a próxima manifestação da doença que é a sífilis terciária ocorrerá entre  3 a 10 anos.

 

Recidivas

As recidivas após o tratamento podem ser clínicas ou sorológicas. Recidivas clínicas  tomam a forma de uma úlcera que se desenvolvem na sede do cancro original no caso da sífilis primária e na sífilis secundária geralmente se traduzem pelo desenvolvimento de lesões na boca, na garganta, no ânus, ou na pele.

 

Recidivas sorológicas são  indicadas por uma ascensão secundária do título da prova VDRL após esse título ter começado a declinar. Na prática é muitas vezes difícil distinguir recidiva verdadeira de uma reinfecção.

 

Seqüelas

·         Sífilis óssea.

·         Sífilis cardiovascular.

·         Neurossífilis

 

Prevenção

medidas sanitárias:

·         Campanhas preventivas  educativas para evitar as DST's.

·         Identificar e tratar os portadores assintomáticos. 

·         Fazer testes para identificar outras DST's associadas.

·         Distribuição gratuita de  preservativos.

·         Exames para detecção em postos de saúde em gestante com lesões vaginais.

·         Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem  e referência dos pacientes com DST e seus parceiros para  diagnóstico e tratamento adequados.

·         Campanhas preventivas sobre a prevenção de DST tanto nas escolas como nas universidades.

·         Programa de educação sexual tanto nas escolas como nas universidades.

·         Testes para identificação de DST em pessoas que compõem grupo de risco.

·         Como em toda doença sexualmente transmissível é recomendável o exame sorológico para HIV.

·         Realizar exames sorológicos em  grupos de riscos especiais, com uma incidência  elevada de doença venérea.

 

medidas individuais:

·         Não ter relações sexuais com parceiro (a), que apresente lesões na área genital, perianal ou na boca. 

·         Evitar a promiscuidade.

·         Tentar evitar se possível, o sexo casual

·         Tentar evitar as situações de risco para se adquirir DST.

·         Usar sempre preservativos.

·         Evitar ter vários parceiros (as) sexuais.

·         Cuidados de higiene antes e após as relações sexuais.

·         Ficar atento aos fatores que podem contribuir para se adquirir DST, e fazer o possível para tentar evitá-los.

 

Cuidados  preventivos que devem ser tomados para evitar DST

As DST manifestam-se  pelo aparecimento de feridas, coceiras, dor ao urinar, corrimento uretral e /ou vaginal e verrugas,  na área genital e/ou anal. Ao surgir qualquer dessas alterações, deve-se procurar um médico, que se encarregará do diagnóstico e do tratamento adequado. A demora em procurar o médico aumenta os riscos da doença se alastrar e da pessoa infectada contaminar seu parceiro (a) ou outras pessoas.  Uma vez feito o diagnóstico, a pessoa deve avisar quem lhe transmitiu a doença. Os dois  devem se tratar e evitar, enquanto não estiverem curados, as relações sexuais com outras pessoas. Caso o indivíduo infectado  tenha tido vários parceiros, deve se possível, entrar em contato com eles, informar a sua situação e pedir para que procurem um médico relatando a situação.  A propagação da DST está ligada à promiscuidade e á falta de informação. Qualquer pessoa pode adquirir uma doença, desde que tenha contato sexual com outra já doente.  A troca freqüente de parceiros sexuais, principalmente na adolescência até o período de 35 anos de idade, aumenta ainda mais o risco de se contrair uma DST. E o que é pior: uma pessoa pode adquirir uma mesma doença várias vezes, ou em alguns casos pode também está com duas doenças venéreas ao mesmo tempo .  Existem vários cuidados que podem ser tomados para evitar a contaminação e transmissão de doenças venéreas: 

 

·         Evitar  múltiplos parceiros (as).

·         Evitar a promiscuidade.

·         Evitar se possível, o sexo casual.

·         O homem deve evitar, se possível, ter relações sexuais, quando sua parceira esta menstruada, pois o sangue pode ser uma fonte de infecção, caso a mulher tenha uma DST  transmissível por via hematológica (sangue); em muitos casos de DST a mulher é portadora assintomática, isto é, sem sinais e nem sintomas que esteja doente.

·         Escolher bem o parceiro (a), se possível familiarize-se com seus hábitos e caráter antes de ir para a cama.

·         Quando for beijar alguém, se possível, verifique se não existem lesões na boca, pois existem algumas DST que podem ser transmitidas pelo beijo na boca, principalmente aqueles beijos mais íntimos.

·         Quando for fazer sexo oral, verifique se possível, se o parceiro (a) tem lesões, verrugas, feridas ou secreções fétidas na área genital ou perianal (região do ânus), isso pode ser um fator de risco gravíssimo para se adquirir DST.

·         Cuidado, álcool e drogas não combinam com sexo seguro, lembre-se sempre do dia seguinte, e sempre nesses casos o arrependimento ocorre tarde demais.

·         Aborte as preliminares, caso perceba erupções no corpo, lesões, feridas e verrugas nos órgãos genitais do parceiro (a), se necessário invente uma desculpa qualquer. 

·         Evitar parceiro (a) que exale mau cheiro do corpo ou dos genitais, esse cheiro  pode ser descuido com a saúde e  a própria higiene pessoal e íntima.

·         Adolescentes e adultos jovens que cada vez mais se preocupam, com a quantidade do que com a qualidade dos parceiros (as), devem ter sempre em mãos preservativos para se proteger.  

·         As adolescentes (que cada vez mais cedo, geralmente a partir dos 14 anos de idade já praticam sexo), devem ter sempre preservativos (camisinhas) para que na hora "H" , possam se proteger. Jamais devem fazer sexo casual, caso o parceiro não aceite a camisinha. 

·         Usar sempre preservativo, mesmo que  sua eficiência  seja reduzida em certos tipos de DST.

·         Tomar sempre um banho,  lavar os genitais, e urinar imediatamente depois do final do ato sexual, são sempre medidas preventivas, mesmo que essa atitude esfrie o "clima" entre os dois. Essas medidas devem ser utilizadas em parceiros (as) eventuais.

·         A desconfiança ou dúvida de que você tenha ou possa ter contraído uma DST, é o sinal de alarme para procurar o médico.

·         Se souber ou desconfiar que tem ou possa ter uma DST, não ponha em risco a saúde da outra pessoa, que inocentemente concorda em fazer sexo com você; seja honesto (a) com a outra pessoa e com a sua consciência, não fazendo sexo até que o médico libere.

·         No caso em que você, ou seu parceiro tenha  AIDS, HPV, HTLV, os cuidados devem ser redobrados, o preservativo (camisinha), e alguns cuidados básicos, devem vir sempre antes, do ato sexual propriamente dito.

·         A ocorrência de DST pode aumentar muito o risco de contrair o vírus da AIDS. Corrimentos ou pus, feridas e verrugas nos órgãos sexuais são os seus sinais principais. A presença de DST indica que a pessoa não está se prevenindo contra a AIDS. 


 

Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.

Informações sobre Sífilis Congênita, consulte o Menu  de Doenças do Recém-nascido.

Informações sobre Neurossífilis, consulte o Menu de Doenças Neurológicas.