TRICOMONÍASE


 

Introdução

Tricomoníase é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST) causada por um protozoário que pode se alojar no colo do útero, na vagina e/ou na uretra. É uma doença que pode ser tratada e não acarreta problemas graves de saúde.  Mais comum nas mulheres.  As mulheres portadoras de Tricomoníase podem ser assintomáticas. No homem geralmente não causa sintomas, quando estes ocorrem quase sempre é em forma de uma irritação na ponta do pênis. A doença não tratada facilita a infecção por outro vírus, como o HIV.

 

Agente etiológico

Protozoário móvel chamado Trichomonas vaginalis. O protozoário é encontrado somente na forma trofozoíto, não havendo formação de cistos.

 

Período de incubação

Em média gira em torno de  5 a 30 dias.

 

Reservatório

A vagina e a uretra.

 

Transmissão

Relação sexual: O contágio ocorre durante a relação sexual desprotegida, isto é, quando o parceiro saudável entra em contato com secreções de uma pessoa contaminada. Pode ser pelo contato de pênis com vulva ou vulva com vulva. Mulheres podem contrair Tricomoníase de homens ou de outras mulheres, porém homens geralmente só a contraem de mulheres infectadas.

 

A doença também pode ser adquirida através de uso comum de roupas íntimas, especulo vaginal não esterilizado e por gotículas de secreção vaginal no assento de vasos sanitários.

 

Sinais e sintomas

Na mulher:

 

·         Aparecimento de corrimento amarelo-esverdeado  ou acinzentada de forte intensidade e espumante e com mau cheiro.

·         Ardor e dificuldade para urinar.

·         Disúria  (dor ao urinar).

·         Desconforto e dor durante a relação sexual.

·         Prurido (coceira) na região genital.

·         Irritação na região genital.

·         Dor pélvica (ocasionalmente).

·         Vaginite.

 

No homem: A doença é assintomática para o homem, mas quando ocorrem sintomas, manifestam-se quase sempre como uma irritação na ponta e/ou dentro do pênis, ardor uretral e ao ejacular e corrimento amarelado moderado.

 

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico.

·         Exame clínico.

·         Exame pélvico: na mulher o exame pélvico pode revelar pequenas ulcerações vermelhas na parede da vagina e cérvix.

·         Exames laboratoriais.

·         Exame de Papanicolau.

 

Tratamento

Antibioticoterapia: O tratamento é feito à base de antibióticos. O mais usado é o metronidazol por via oral em dose única.

As relações sexuais devem ser suspensas até o término do tratamento e que todos os sintomas tenham desaparecido.

Durante o tratamento não é permitido ingerir bebidas alcoólicas 24 horas antes, durante e 24 horas  após tomar o medicamento, porque a interação da bebida com o medicamento pode ocasionar náuseas e vômitos intensos, tonturas e dor de cabeça. Pode ocorrer também uma sensação de “gosto metálico na boca”.

Nos homens, os sintomas podem desaparecer após algumas semanas, mesmo sem tratamento.

 

Obs: parceiros (as) sexuais devem ser tratados ao mesmo tempo.

 

Complicações

·         Susceptibilidade  maior de ser infectada pelo HIV, caso seja exposta ao vírus.

·         Maior probabilidade de a mulher infectada passar o vírus HIV para o parceiro.

 

Na gravidez:

·         Rompimento precoce da bolsa amniótica, causando um parto prematuro.

·         Pouco peso ao nascer.

·         Retardo no crescimento do bebê.

 

Prevenção

medidas sanitárias:

·         Campanhas preventivas  educativas para evitar as DST's.

·         Identificar e tratar os portadores assintomáticos. 

·         Fazer testes para identificar outras DST's associadas.

·         Distribuição gratuita de  preservativos.

·         Exames para detecção em postos de saúde em gestante com secreções vaginais.

·         Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem  e referência dos pacientes com DST e seus parceiros para  diagnóstico e tratamento adequados.

·         Campanhas preventivas sobre a prevenção de DST nas escolas.

·         Testes para identificação de DST em pessoas que compõem grupo de risco.

·         Como em toda doença sexualmente transmissível é recomendável o exame sorológico para Sífilis e AIDS.

 

medidas individuais:

·         Não ter relações sexuais com parceiro, com lesões ou corrimento na área genital ou perianal.

·         Evitar a promiscuidade.

·         Evitar se possível o sexo casual.

·         Tentar evitar as situações de risco para se adquirir DST.

·         Usar sempre preservativos.

·         Evitar ter vários parceiros sexuais.

·         Cuidados de higiene antes e após as relações sexuais.

 

Cuidados  preventivos que podem ser tomados para evitar as DST

As DST manifestam-se  pelo aparecimento de feridas, coceiras, dor ao urinar, corrimento uretral e /ou vaginal e verrugas,  na área genital e/ou anal.  Ao surgir qualquer dessas alterações, deve-se procurar um médico, que se encarregará do diagnóstico e do tratamento adequado. A demora em procurar o médico aumenta os riscos da doença se alastrar e da pessoa infectada contaminar seu parceiro (a) ou outras pessoas. Uma vez feito o diagnóstico, a pessoa deve avisar quem lhe transmitiu a doença. Os dois  devem se tratar e evitar, enquanto não estiverem curados, as relações sexuais com outras pessoas. Caso o indivíduo infectado  tenha tido vários parceiros, deve se possível, entrar em contato com eles, informar a sua situação e pedir para que procurem um médico relatando a situação.  A propagação da DST está ligada à promiscuidade e á falta de informação. Qualquer pessoa pode adquirir uma doença, desde que tenha contato sexual com outra já doente.  A troca freqüente de parceiros sexuais, principalmente na adolescência até o período de 35 anos de idade, aumenta ainda mais o risco de se contrair uma DST.  E o que é pior: uma pessoa pode adquirir uma mesma doença várias vezes, ou em alguns casos pode também está com duas doenças venéreas ao mesmo tempo. Existem vários cuidados que podem ser tomados para evitar a contaminação e transmissão de doenças venéreas: 

 

·         Evitar  múltiplos parceiros (as).

·         Evitar a promiscuidade.

·         Evitar se possível, o sexo casual.

·         O homem deve evitar se possível, ter relações sexuais, quando sua parceira esta menstruada, pois o sangue pode ser uma fonte de infecção, caso a mulher tenha uma DST  transmissível por via hematológica (sangue); em muitos casos de DST a mulher é portadora assintomática, isto é, sem sinais e nem sintomas que esteja doente.

·         Escolher bem o parceiro (a), se possível familiarize-se com seus hábitos e caráter antes de ir para a cama.

·         Quando for beijar alguém, se possível, verifique se não existem lesões na boca, pois existem algumas DST que podem ser transmitidas pelo beijo na boca, principalmente aqueles beijos mais íntimos.

·         Quando for fazer sexo oral, verifique se possível, se o parceiro (a) tem lesões, verrugas, feridas ou secreções fétidas na área genital ou perianal (região do ânus), isso pode ser um fator de risco gravíssimo para se adquirir DST.

·         Cuidado, álcool e drogas não combinam com sexo seguro, lembre-se sempre do dia seguinte, e sempre nesses casos o arrependimento ocorre tarde demais..

·         Aborte as preliminares, caso perceba erupções no corpo, lesões, feridas e verrugas nos órgãos genitais do parceiro (a), se necessário invente uma desculpa qualquer. 

·         Evitar parceiro (a) que exale mau cheiro do corpo ou dos genitais, esse cheiro  pode ser descuido com a saúde e  a própria higiene pessoal e íntima.

·         Adolescentes e adultos jovens que cada vez mais se preocupam, com a quantidade do que com a qualidade dos parceiros (as), devem ter sempre em mãos preservativos para se proteger.  

·         As adolescentes (que cada vez mais cedo, geralmente a partir dos 14 anos de idade já praticam sexo), devem ter sempre preservativos  (camisinhas) para que na hora "H" , possam se proteger. Jamais devem fazer sexo casual, caso o parceiro não aceite transar sem camisinha. 

·         Usar sempre preservativo, mesmo que  sua eficiência  seja reduzida em certos tipos de DST.

·         Tomar sempre um banho,  lavar os genitais, e urinar imediatamente depois do final do ato sexual, são sempre medidas preventivas, mesmo que essa atitude esfrie o "clima" entre os dois. Essas medidas devem ser utilizadas em parceiros (as) eventuais.

·         A desconfiança ou dúvida de que você tenha ou possa ter contraído uma DST, é o sinal de alarme para procurar o médico.

·         Se souber ou desconfiar que tem ou possa ter uma DST, não ponha em risco a saúde da outra pessoa, que inocentemente concorda em fazer sexo com você; seja honesto (a) com a outra pessoa e com a sua consciência, não fazendo sexo até que o médico libere.

·         No caso em que você, ou seu parceiro tenha  HIV, HPV, HTLV, os cuidados devem ser redobrados, o preservativo (camisinha), e alguns cuidados básicos, devem vir sempre antes, do ato sexual propriamente dito.

·         A ocorrência de DST pode aumentar muito o risco de contrair o vírus da AIDS. Corrimentos ou pus, feridas e verrugas nos órgãos sexuais são os seus sinais principais. A presença de DST indica que a pessoa não está se prevenindo contra a AIDS. 

 


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.