COQUELUCHE


Definição

Doença infecto-contagiosa aguda do trato respiratório, causada por um bacilo que provoca tosse paroxística de intensidade variável e com duração de algumas semanas. Considerada uma doença endêmica e com uma alta contagiosidade, confere uma imunidade duradoura.  Não há transferência passiva de imunidade materna, portanto os lactentes se não forem vacinados podem adquirir a doença mais precocemente. 

Sinonímia

É uma doença conhecida popularmente como:

Incidência

Agente etiológico

Bactéria Bordetella pertussis;  bacilo Gram-negativo; pequeno e sem motilidade; aeróbio e capsulada; não forma esporos. Possui vários antígenos que são responsáveis não só pela fixação no nível do epitélio ciliado respiratório, como também pela sintomatologia da doença.

Fisiopatologia

O bacilo da coqueluche invade o organismo humano através das vias aéreas superiores, instalando-se na árvore respiratória (brônquios e bronquíolos) particularmente no epitélio ciliado respiratório, onde se multiplica,  causando uma necrose local e uma paralisia ciliar. Todo esse processo  irrita as mucosas da árvore respiratória que produzem uma abundante secreção de muco com bastante viscosidade gerando uma obstrução bronquiolar que pode desencadear uma atelectasia  e/ou  um processo inflamatório nos pulmões.

Período de incubação

Em média de 7 a 12 dias.

Período de transmissibilidade

Em média estende-se desde 7 dias a partir da exposição até 3 semanas após o início das crises paroxísticas.

Transmissão

Direta: através dos  perdigotos (gotículas de saliva) e pela tosse de pessoas infectadas.

Sinais e sintomas

A coqueluche pode se apresentar de forma atípica, sem os guinchos no lactente jovem, e de forma leve sem complicações, nos adultos e indivíduos parcialmente imunizados. Na forma típica da doença o paciente pode apresentar as seguintes manifestações clínicas:

Fase catarral: (duração em média de 1 a 2 semanas, os sintomas são inespecíficos podendo ser confundidos com uma gripe )

Fase paroxística: (duração média de  4 a 5 semanas, iniciando-se quando a tosse é mais freqüente e intensa)

Fase de convalescença: (duração média de  3 a 4 semanas)

Comprometimento neurológico:

Encefalopatia da coqueluche: As complicações neurológicas da Coqueluche, segundo as várias estatísticas, incidem entre 1,5 e 14% dos casos hospitalizados. A mortalidade é elevada, alcançando de 60 a 90%; sendo maior entre os lactentes, ocorrendo quase a totalidade dos casos com evolução fatal em crianças com idade menor que dois anos. O mecanismo pelo qual se instalam as manifestações neurológicas da Coqueluche parece corresponder não somente às hemorragias cerebrais; a intensa congestão cerebral, conseqüente às crises paroxísticas de tosse, deve ser apenas um fator coadjuvante das hemorragias, que dependeriam fundamentalmente da ação da toxina bacteriana sobre os vasos cerebrais. Outro fator a considerar-se na fisiopatogenia da encefalopatia da coqueluche é a anoxia cerebral condicionada pelos repetidos acessos de tosse.

A morte na Encefalopatia da coqueluche em alguns casos, ocorre no fim de algumas semanas, como consequência, geralmente de infecções bacterianas secundárias.

Diagnóstico

Diagnóstico diferencial  

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Coqueluche não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Coqueluche são as seguintes:

Tratamento

Quanto menor a criança, mais provável a necessidade de hospitalização. Recém-nascidos e lactentes devem receber oxigênio e aspiração freqüentes das secreções.

A coqueluche não complicada deve ser tratada em casa  obedecendo ao isolamento que pode ser feito na própria residência do doente sob orientação do médico, mas quando complica e o paciente é menor que 12 meses ou é um  indivíduo não-imunizado, nesses casos é necessária  a hospitalização.

Complicações

Surgem quase sempre na fase paroxística, sendo que as complicações mais severas que podem levar ao óbito são as respiratórias, principalmente a pneumonia intersticial que pode evoluir para a pneumonia bacteriana secundária. 

Seqüelas

Hemiplegia, monoplegia e diplegia, são conseqüentes da Encefalopatia.

Profilaxia

medidas sanitárias:


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