DIFTERIA


Definição

Doença infecto-contagiosa aguda, que ataca as mucosas do trato respiratório alto, resultando em um processo inflamatório exsudativo fibrino-purulento e necrose epitelial. Forma-se então uma pseudomembrana branco-acinzentada, aderente, cuja tentativa de remoção leva ao sangramento.atingindo de preferência crianças até 10 anos de idade. 

 

Essa doença se não for tratada pode matar pela obstrução da laringe ou pelo comprometimento de outros órgãos vitais do corpo. Com o sistema de vacinação atual  a difteria tornou-se relativamente uma doença rara nos países desenvolvidos e no Brasil apresenta-se de forma endêmica com alguns surtos esporádicos, isso devido ao sistema de vacinação atual que é muito positivo e funciona.

Sinonímia

É conhecida também pelo nome popular de Crupe.

Incidência 

Agente etiológico

Bactéria Corynebacterium diphteriae, também conhecido como bacilo de Klebs-Loeffler; bacilo Gram-positivo; móvel;  não esporulado; aeróbio não-ácido-álcool resistente; produz uma exotoxina que ocasiona as manifestações clínicas da doença. 

A exotoxina produzida no local da infecção pode disseminar-se por via hematogência / linfática, levando à lesão de qualquer órgão, porém mais frequentemente coração, sistema nervoso, rins e fígado.

Fisiopatologia

O bacilo penetra no organismo se instalando na superfície da mucosa do trato respiratório, só então liberando a toxina diftérica que entra rapidamente na corrente sanguínea.  A toxina produzida leva à necrose tissular local gerando um processo inflamatório, que origina um exsudato esbranquiçado. Todo esse processo dá origem a uma membrana aderente chamada de pseudomembrana, que é composta de leucócitos, hemácias, restos celulares, células epiteliais superficiais e bactérias. Dependendo da quantidade de toxinas diftéricas  que é absorvida por via hematogênica é que se pode determinar a gravidade da moléstia. Quanto mais vascularizado for o local da pseudomembrana haverá uma maior absorção da toxina.

Fonte de infecção

O homem.

Reservatório

O homem é o único reservatório do bacilo podendo albergar nas vias aéreas superiores ou na pele.

Período de incubação

Em média de 2 a 6 dias, podendo-se estender até 10  dias.

Período de transmissibilidade

Pode ser transmissível desde o início dos primeiros sintomas até quatro semanas da evolução do quadro. Quando se inicia o tratamento antibiocoterápico, após 48 a 72 horas o bacilo já deixa de ser eliminado. Em média, em 5% dos casos a cultura permanece positiva durante 2 meses. Em casos raros  a cultura permanece indefinidamente positiva. 

Transmissão

Sinais e sintomas

Os sintomas variam conforme a localização do bacilo nas estruturas do organismo do hospedeiro:

Dependendo da localização da pseudomembrana (membrana com coloração amarelada formada por células mortas, glóbulos brancos e bacilos vivos ou mortos) a difteria pode assumir as seguintes formas clínicas que podem variar o quadro clínico:

Difteria nasal: confunde-se com um resfriado comum, coriza serosanguinolenta com odor fétido, a respiração pelo nariz torna-se difícil, por causa da inflamação das mucosas e as paredes da narina ficam forradas pela pseudomembrana amarelada.

Difteria faríngea: é a que mais acomete a população. Inicia-se com febre alta, mal-estar geral, palidez, pulso acelerado, dor de garganta.  O bacilo instala-se nas amídalas, e começa o processo da formação da pseudomembrana, como as amídalas tem bastante vascularização as toxinas diftéricas passam para a corrente sanguínea rapidamente se disseminando por todo o organismo. Com o desenvolvimento da doença, a pseudomembrana vai aumentando e se sobrepondo, causando dor na garganta, e uma sensação  de aperto e dificuldade de respirar e deglutição. Durante o processo infeccioso os gânglios inflamam e aumentam de tamanho, fazendo com que  o pescoço fique com uma aparência  popularmente chamada de “pescoço de touro”.

Difteria laringotraqueal: quando a pseudomembrana se desenvolve mais na mucosa da laringe ou da traquéia, ocorre os sintomas de disfonia (rouquidão), tosse seca ou rouca, dispnéia, cianose, cansaço intenso, respiração ruidosa, pulso afilado, sudorese, dor torácica e abdominal no ato de respirar. 

Difteria maligna: a toxemia é bastante acentuada sendo classificada como hipertóxica. Nesse quadro a toxemia é extrema, palidez intensa, pulso fino e rápido, aumento dos linfonódios cervicais, presença de edema (facies taurina ou proconsular), instalando rapidamente a cianose e o choque toxêmico, seguindo-se do coma e óbito. Na difteria maligna o prognóstico e gravíssimo.

Tipos de paralisia

Neuropatia diftérica

A Neuropatia diftérica ocorre em cerca de 20% dos casos de difteria, mais freqüentemente nos casos mais graves. A paralisia diftérica pode ocorrer três meses ou mais após a infecção original, sendo que na maioria dos casos o início se dá entre 40 a 80 dias após o início da Difteria. Nos indivíduos tratados com a antitoxina, a incidência é a metade daquela dos pacientes não tratados.

 

A Neuropatia  periférica generalizada aparece freqüentemente da 8ª à 12ª semana como uma típica polineuropatia sensitivo-motora. Na 3ª ou 4ª semana  ocorre a paralisia do palato mole, na 4ª ou 5ª semana o paciente pode ter dificuldade de acomodação visual. Entre as 5ª e 7ª semanas, pode aparecer a paralisia de faringe, laringe e diafragma. 

 

O tratamento deve ser realizado durante a fase inicial da difteria. O uso da administração de antitoxina até 48 horas após o início dos sintomas diftéricos reduz significativamente a incidência e a severidade das complicações neurológicas. Uma vez iniciado o quadro de polineuropatia, seu uso não tem mais valor.

Diagnóstico

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Difteria não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Difteria são as seguintes: 

Tratamento

Específico: Soro antidiftérico é utilizado imediatamente para o caso positivo de difteria, enquanto a toxina está no sangue. Quando a toxina diftérica já está fixada nas células dos tecidos, não há como impedir as possíveis complicações. Quanto mais rápido o diagnóstico, menos complicações no organismo terá o paciente.

Complicações

Devido à gravidade, local da pseudomembrana  e à toxemia da doença podem surgir uma série de complicações:

Seqüelas 

Profilaxia

A vacina DPT a partir do 2º mês de vida,   reduziu drasticamente os casos da doença no Brasil, os casos que porventura ocorrerem resultam da falta da  vacinação por parte dos pais, nos filhos.

medidas sanitárias:


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