FEBRE AMARELA


Definição

A Febre Amarela é uma doença infecciosa,  febril, aguda,  de curta duração e de gravidade variável. É causada por um vírus transmitido pela fêmea do mosquito da família Aedes, que anteriormente se alimentou de sangue de uma pessoa infectada. Ocorre na maioria das vezes de forma branda, mas em alguns casos, evolui para uma forma grave, que se não for diagnosticada precocemente pode levar à morte. Geralmente, o indivíduo não vacinado adquiri a doença quando invade o habitat do vetor (mosquito), através de desmatamentos, aberturas de estradas, construção de hidrelétricas, assentamentos etc.  

O mesmo mosquito que transmite a dengue urbana, o Aedes aegypti, é também o transmissor da Febre Amarela urbana. É uma doença que não é transmitida pessoa a pessoa. Só se contamina pelo vírus, a pessoa que não é vacinada.

A Febre amarela é hoje vista pelos especialistas como uma doença  controlada no país. Existe, porém, a área considerada endêmica, que corresponde à Amazonia, à região Centro-Oeste, ao Maranhão e às áreas de transição entre os estados, a exemplo de trechos da Bahia, próximos a Brasília, em Goias.  O risco de epidemias de grandes proporções é pouco provável no país.

Sinonímia

A Febre Amarela é conhecida também pelos seguintes nomes:

Incidência

No Brasil, as regiões de cerrado são as que concentram a maioria dos casos.

Agente etiológico

Arbovírus da família Flaviviridae; gênero Flavivírus. O vírus da Febre Amarela (flavivírus) circulam em ambiente de mata e floresta, entre macacos e  mosquitos silvestres.

Vetor

Vetores da febre amarela silvestre são os mosquitos Haemagogos janthinomys e leucocelaenus. O ciclo do vírus em áreas silvestres é mantido através da infecção de macacos e da transmissão transovariana no próprio mosquito. 

Vetores da febre amarela urbana são os mosquitos Aedes aegypti (fêmea). O mosquito torna-se capaz de transmitir o vírus da febre amarela 9 a 12 dias após ter picado uma pessoa infectada.

Fisiopatologia

O vírus é inoculado no organismo através da picada do mosquito, se replica nos linfonodos locais e nas células musculares estriadas, lisas e fibroblastos. Nessa fase o vírus se multiplica e dissemina-se pelo corpo, atingindo principalmente o fígado. Os rins também são afetados ocorrendo necrose tubular aguda, e o vírus também interfere nos fatores de coagulação,  justificando  as hemorragias  e o colapso circulatório  generalizado nas formas graves da  Febre amarela.

Fonte de infecção

O homem infectado pode ser uma fonte de infecção para o mosquito transmissor, pelo menos durante os 5 primeiros dias  da sintomatologia.

Período de incubação

Em média de 3 a 6 dias, em alguns casos pode chegar a 10 dias, após a picada do mosquito infectado.

Transmissão

A doença e transmitida ao homem pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypt. A transmissão da Febre amarela ocorre em áreas que, em geral, são de risco potencial para Malária e também para Dengue.

A cobertura vacinal  é considerada boa, os riscos são pequenos  para o homem contrair a doença. O perigo é que o indivíduo não imunizado se exponha às condições ambientais favoráveis à circulação do vírus, em atividades como a derrubada de mata, a criação de gado, a caça e a pesca na Amazônia.  Sem falar no fluxo migratório de pessoas desses locais para outros estados ou vice-versa, seja em função de trabalho, lazer ou visita familiar, sem a devida imunização.  O ecoturismo geralmente é vnculado à Febre Amarela, embora a maioria dos casos esteja relacionada à atividade agropecuária.

Formas clínicas

A Febre amarela pode apresentar-se nas seguintes formas clínicas:

Sinais e sintomas

O início da sintomatologia é rápido, geralmente na forma leve e moderada pode ocorrer os seguintes sintomas:

período prodrômico:

período infeccioso, rubro ou congestivo:

período de remissão:

Ocorre melhora dos sintomas e dura em média 24 horas. A cefaléia melhora, passando a lassidão e depressão. O paciente relativamente fica tranqüilo. A doença aborta nas formas leves e moderadas. Na forma grave de apresentação da doença, essa melhora dos sintomas é enganadora.

período de intoxicação:

casos graves:

Obs:  Icterícia de aparecimento precoce ou alcançando forte intensidade, hipoprotrombinemia, hipocolesterolemia, albuminúria acentuada no início da doença, oligúria, diminuição da proteinemia (inclusive das gamaglobulinas), uremia e distúrbios cardíacos graves, estão associados com prognóstico grave. Nos dias que precedem a morte, a freqüência do pulso tende a normalizar subitamente, e a temperatura cai a níveis perigosos, podendo ocorrer delírios e a perda de consciência. A morte resulta geralmente da insuficiência renal e das hemorragias intensas incontroláveis.

Diagnóstico

Obs:  As transaminases séricas elevam-se precocemente alcançando seu maior teor geralmente entre o 9º e o 15º dia da evolução clínica da doença, sendo seu grau de aumento proporcional a gravidade  da lesão hepática. Em porcentagem significativa de pacientes com a forma anictérica da doença, observa-se discreta elevação da transaminasemia. 

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Febre Amarela não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico e laboratoriais, o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Febre Amarela são as seguintes: 

Tratamento

Específico: não há tratamento medicamentoso para a doença. Se não for diagnosticada e tratada precocemente, a forma grave da Febre Amarela pode evoluir até chegar ao óbito.

Profilaxia

medidas sanitárias:

medidas individuais:

medidas internacionais:

medidas nacionais:

Atualidades

Vacinação: O Brasil  está com casos suspeitos de Febre Amarela em humanos no Distrito Federal. Vacinação da população já está sendo implementada na região.


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.