HEPATITE A


Definição

Doença infecciosa aguda benigna, causada pelo vírus da Hepatite A, que produz inflamação do fígado. O indivíduo que adquire a infecção pode ou não desenvolver a doença, e a partir do momento que ele é infectado, adquire imunidade permanente para a doença. Drogas e antibióticos são  ineficazes contra a doença que segue o seu ciclo sem interrupção. Se o paciente não seguir as recomendações médicas  após o tratamento provavelmente terá uma recaída da doença. 

O Brasil tem risco elevado para aquisição de Hepatite A, em razão das condições deficientes ou inexistentes de saneamento básico em grandes áreas do país. Apresenta-se de forma esporádica e epidêmica. A Hepatite A não evolui para a hepatite crônica nem para o hepatocarcinoma. Apresenta também um índice baixíssimo de mortalidade.

Incidência

Agente etiológico

Vírus da Hepatite A Enterovírus VHA; família Picornaviridae; gênero  Hepatovírus; vírus RNA 27nm de diâmetro; bastante resistentes, sobrevivem cerca de um ano. a uma temperatura de 10 a 20°C, passando facilmente pelos filtros que retêm bactérias.

O vírus HVA ou VHA é muito resistente. Ele pode sobreviver nas seguintes condições:

Fígado e suas funções

Normalmente, o fígado é capaz de regenerar as células destruídas.  A destruição excessiva dos tecidos do fígado influencia nas variadas e extensas funções do fígado, que incluem:

Fisiopatologia

Quando o vírus invade o organismo passa pelo estômago e se instala no fígado, invadindo e replicando as células hepáticas. O organismo imediatamente  fabrica anticorpos anti-VHA que tentam deter o ciclo da doença, dependendo da imunidade celular ou humoral do hospedeiro, a doença poderá ou não se manifestar.

Reservatório

O homem é o único reservatório do vírus; os chimpanzés e alguns moluscos podem servir de portadores e transmitir a infecção.

Período de incubação

De 15 a 45 dias, mas a  média é de 30 dias.

Período da doença

Em média dura de 6 a 12 semanas.

Período de transmissibilidade

Em média  de 8 a 15 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas, até o final da segunda semana após o ciclo da doença.

Transmissão

Sinais e sintomas

O paciente geralmente se queixa de sintomas parecido com uma gripe Início súbito em geral com os seguintes sintomas:

período prodrômico ou pré-ictérica: (média de 7 dias)

    após alguns dias aparecem os sintomas característicos da doença:

   período  ictérico:  (média 4 a 6 semanas)

período de convalescência:

Diagnóstico

Obs:  São sugestivos de hepatite viral os valores de aminotransferases, principalmente  a alanina-aminotransferase (ALT), antigamente chamada de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP),maiores ou iguais a três vezes o valor normal do método utilizado.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Hepatite A não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico e laboratoriais o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Hepatite A são as seguintes: 

período pré-ictérico:

·         Mononucleose infecciosa.

·         Rubéola. 

·         Toxoplasmose.

·         Citomegalovirose.

 

período ictérico:

·         Leptospirose.

·         Malária.

·         Febre Amarela.

·         Hepatites alcoólicas, medicamentosas, trans-infecciosas e  tóxicas que  podem se assemelhar ao quadro clínico de hepatites por vírus, e devem ser apropriadamente delas diferenciadas.

Tratamento

Objetivo é prevenir futuras lesões ao fígado e favorecer o seu repouso, para permitir a regeneração  das células hepáticas. A duração do tratamento geralmente fica em 4 semanas, até que as aminotransferases voltem a normalização, e a presença do marcador sorológico Anti-HAV IgC.

Complicações

A Hepatite A quando não evolui para a cura completa, pode progredir para formas prolongadas se houver a persistência do vírus, por mais de seis meses. A forma fulminante pode complicar-se com hemorragia de múltiplos órgãos, principalmente o cérebro e pulmões, e a septicemia. Mas essas complicações evoluindo para  hemorragia e septicemia tem uma incidência baixíssima, menos de 1% dos casos.

Seqüelas

A Hepatite A não deixa seqüelas.

Prevenção

medidas sanitárias:

·         Deve-se informar ao Centro de Saúde ou a Vigilância Epidemiológica quando ocorre vários casos em determinada área, para que possam ser adotadas as medidas cabíveis para não disseminar a doença.

·         Campanhas educativas para esclarecer as formas de transmissão e prevenção.

·         Orientar os pacientes domiciliares para evitar a disseminação do vírus.

·         Vacinação em duas doses iniciais com intervalo de 30 dias em pessoas suscetíveis à doença, portadores de doença hepática crônica, crianças com mais de 2 anos, pessoas que trabalham com crianças, usuários de drogas injetáveis, homossexuais, idosos, viajantes que se destinam a áreas com alto risco de transmissão da doença.

·         Saneamento básico e fornecimento de água potável para toda a população.

·         Orientar a população para que faça a desinfecção da caixa de água domiciliar a intervalos de 6 meses. 

·         Administrar imunoglobulina  intramuscular se houver contato com pessoa infectada por hepatite A.

 

medidas gerais:

 

·         Procedimentos de esterilização devem seguir as técnicas corretas.

·         Ingerir água potável,  ou fervida.

·         Se consumir água de caminhão-pipa, é recomendável filtrar a água antes de consumi-la, mesmo que seja água potável.

·         Lavar as mãos com água e sabão antes das refeições.

·         Lavar as mãos com água e sabão após o uso do vaso sanitário.

·         Fazer a higiene adequada do vaso sanitário após o uso, de preferência à base de hipoclorito de sódio. 

·         Consumir de preferência alimentos cozidos.

·         Não consumir água de poço, de mina ou de bica.

·         Evitar o consumo de bebidas e comidas de vendedores ambulantes, por não se saber a origem das mesmas.

·         Evitar tomar banho  em praias que são consideradas impróprias para o banho.

·         Não tomar banho em águas sujas e poluídas.

·         Evitar o consumo de frutos do mar crus, principalmente ostras cruas.

·         Cozinhar bem mariscos e frutos do mar.

·         Manter boa higiene corporal e sanitária.

 

Viajantes: Pessoas que viajam constantemente e gostam de turismo de aventura, não devem deixar de tomar vacina contra a Hepatite A. Como a doença é transmitida por água e alimentos contaminados, pessoas que viajam com muita freqüência e, que seguem para lugares inóspitos e distantes das grandes cidades, as chances de contaminação aumentam muito.

Obs: No Brasil,  o Ministério da Saúde não classifica a Hepatite A, como uma doença de notificação compulsória, o que dificulta  uma melhor informação sobre os números de casos no país. O fato da doença não ser considerada como maligna contribui ainda mais para o alastramento do vírus.

Vacinação

O método mais eficaz para a prevenção da Hepatite A é a vacinação com vírus inativado. As vacinas chegaram ao Brasil recentemente sendo um método de proteção mais fácil e duradouro, a vacina deve ser administrada em duas doses com um intervalo de seis meses.

Nas clínicas e hospitais particulares  a vacina é paga. Nos postos de saúde, e nas campanhas do governo a vacina é gratuita.

Imunoglobulina Humana Anti-vírus da Hepatite tipo A: as principais indicações são para:


Dúvidas de expressões e  termos técnicos,  consulte o Glossário geral.