HEPATITE E
Definição
A Hepatite E é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus que produz inflamação do fígado. Uma pessoa infectada pode desenvolver ou não a doença. Não existe evidências atualmente, de que a doença evolua para a cronicidade. A infecção confere imunidade permanente contra a doença.
No Brasil não existem relatos de epidemias causadas pelo vírus da Hepatite E. Como a doença no Brasil não é de notificação obrigatória à Vigilância Sanitária, os dados disponíveis são escassos e incompletos, embora demonstrem a ocorrência da infecção. A Hepatite E apresenta-se geralmente de forma esporádica e sob a forma de pequenos surtos.
A infecção pelo vírus da Hepatite E, é mais comum em países em desenvolvimento, onde a infra-estrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente. As epidemias estão relacionadas a contaminação da água, e ocorrem mais comumente após inundações.
Incidência
Tem uma incidência maior entre os adolescentes e adultos jovens.
É rara em crianças e idosos.
Tem uma incidência maior em áreas com deficiência de saneamento básico.
Atinge mais pessoas da classe sócio-econômica mais baixa.
Agente etiológico
Vírus da hepatite E (VHE); pertencente à família Calcinavidae; o vírus da Hepatite E é pequeno, constituído por ácido ribonucleico (RNA),
Fígado e suas funções
Normalmente, o fígado é capaz de regenerar as células destruídas. A destruição excessiva dos tecidos do fígado influencia nas variadas e extensas funções do fígado, que incluem:
Secreção e excreção de bile.
Múltiplas conversões dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras.
Produção, armazenamento e liberação de glicose.
Conversão da amônia em uréia.
Síntese de albumina.
Armazenamento de vitaminas e ferro.
Desintoxicação de drogas e de outras substâncias estranhas.
Produção de protrombina e de fibrinogênio, para a coagulação do sangue.
Armazenamento e filtração do sangue.
Hospedeiro
O homem parece ser o hospedeiro natural do vírus da hepatite, embora haja a possibilidade de um reservatório animal (o vírus já foi isolado em porcos e ratos), e seja possível a infecção experimental de macacos.
Período de incubação
Não é bem definido, fica entre 15 a 60 dias, em média de 30 a 45 dias, após o contato com o vírus.
Período de transmissibilidade
Esse período não é bem definido, mas em média 30 dias após a entrada do vírus no organismo. O vírus passa a ser eliminado nas fezes por cerca de duas semanas.
Transmissão
A transmissão do vírus é fecal-oral, e ocorre através da ingestão de água (principalmente) e alimentos contaminados.
A transmissão direta de uma pessoa para outra é rara.
A transmissão entre pessoas que residem no mesmo domicílio, é incomum.
Sinais e sintomas
A evolução da doença é benigna, com o paciente se queixando dos seguintes sintomas:
Período prodrômico ou pré-ictérico: (duração média de 7 dias)
inapetência (falta de apetite);
febre baixa;
dor abdominal;
náuseas;
vômitos;
mal-estar geral;
cefaléia;
astenia;
artralgias (dores nas articulações);
prostração;
aversão a alguns alimentos e a fumaça de cigarro em alguns pacientes.
período ictérico ou agudo: (duração média de 40 dias)
dor na região do fígado;
hepatomegalia discreta (aumento do volume do fígado);
fígado encontra-se dolorido e fica sensível ao toque;
icterícia;
urina com a cor escura;
fezes ficam descoradas;
diarréia;
dores nas articulações ainda continuam.
período de convalescença:
todos os sintomas do período anterior desaparecem gradativamente;
o paciente se queixa de prurido cutâneo, devido a icterícia.
Obs: As mulheres grávidas têm um risco maior da doença evoluir para a Hepatite fulminante, com um alto índice de letalidade, principalmente no último trimestre da gravidez.
Diagnóstico
Anamnese.
Exame físico.
Exame clínico.
Exames laboratoriais.
Teste ELISA.
Testes sorológicos: pesquisas de anticorpos específicos contra o vírus para detecção dos anticorpos HEV-IgM, após a cura detecta-se os anticorpos HEV-IgC.
Testes virológicos (isolamento viral por inoculação em culturas celulares).
Obs: Os anticorpos são de dois tipos, o IgM, indicador de fase aguda, e o IgG, indicador de fase tardia (imunidade).
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Hepatite E, não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico e laboratoriais, o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças que podem ser confundidas com a Hepatite E são as seguintes:
Hepatites por outros agentes infecciosos.
Doenças hemolíticas.
Obstruções biliares.
Tratamento
Especifico: não existe tratamento específico para a Hepatite E.
Sintomático: o tratamento é sintomático conforme os sintomas apresentados e suas intercorrências.
Não consumir álcool durante o tratamento, de preferência deve-se abster-se de qualquer bebida alcoólica durante seis meses após o tratamento.
Isolamento entérico domiciliar, para proteger os familiares.
Controle de cura:
Exames laboratoriais de sangue com o resultado Anti-HEV IgG positivo.
Complicações
A Hepatite E aguda pode trazer complicações graves a mulher grávida.
Prevenção
medidas sanitárias:
Saneamento básico eficiente por parte do governo.
Tratamento da água utilizada pela população.
Campanhas educativas de prevenção.
Profissionais de saúde devem evitar a contaminação através das técnicas de prevenção universais e de biossegurança.
Não existe vacinação disponível para Hepatite E na rede de serviços de saúde.
medidas gerais:
Ferver a água quando esta não é tratada.
Lavar as mãos antes das refeições.
Não consumir qualquer tipo de alimento adquiridos com vendedores ambulantes.
Lugares suspeitos, tomar água mineral.
Obs: Não existe vacina disponível ainda contra o vírus da Hepatite E.
Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.