HEPATITE G


Definição

A Hepatite G é uma doença infecciosa benigna, causada pelo vírus da Hepatite G (VHG) que pode ou não causar inflamação no fígado. Existem índicios de que a Hepatite G pode causar hepatite aguda ou hepatite fulminante, mas os estudos preliminares ainda não corroboram com esses índicios. Ainda não foi possível  relacionar casos de cirrose ou de câncer no fígado  com a infeccção pelo vírus VHG. Dos vários tipos de hepatites a Hepatite G é a mais recente e não traz muitos problemas clínicos ao portador.

Origem

O vírus foi descoberto em 1995. Existem poucas informações tanto do vírus como sobre o que ele pode causar no ser humano.  Estudos indicam que é um vírus fraco e que é incapaz de causar danos graves ao fígado ou a qualquer outro órgão do portador.

Incidência

·         Incidência de 0,3% de todas as hepatites virais.

·         Atualmente, em cerca de 20% dos pacientes com infecção pelos VHB (hepatite B) ou VHC (hepatite C) é possível detectar anticorpos para o VHG.

·         Cerca de 90 a 100% dos infectados pelos vírus VHG tornam-se portadores crônicos.

·         Aproximadamente de 10% a 15% dos portadores de Hepatite C são contaminados com o vírus VHG.

Agente etiológico

O vírus da Hepatite G (VHG) é um ARN de cadeia simples; tem cerca de 9400 nucleótidos; pertence à família dos Flaviviridae. Três diferentes genomas já foram identificados. É um vírus basicamente linfotrópico, enquanto o vírus da hepatite C (VHC) replica principalmente nos hepatócitos, o VHG replica essencialmente nos linfócitos.

Fígado e suas funções

Normalmente, o fígado é capaz de regenerar as células destruídas.  A destruição excessiva dos tecidos do fígado influencia nas variadas e extensas funções do fígado, que incluem:

·         Secreção e excreção  de bile.

·         Múltiplas conversões dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras.

·         Produção, armazenamento e liberação de glicose.

·         Conversão da amônia em uréia.

·         Síntese de albumina.

·         Armazenamento de vitaminas e ferro.

·         Desintoxicação de drogas e de outras substâncias estranhas.

·         Produção de protrombina e de fibrinogênio, para a coagulação do sangue.

·         Armazenamento e filtração do sangue.

Grupo de risco

Pertencem ao  grupo de risco indivíduos que podem manusear ou utilizar produtos e substâncias contaminadas pelo vírus.

·         Profissionais que entram em contato com sangue e derivados.

·         Pessoas que receberam várias transfusões de sangue.

·         Doadores de sangue.

·         Pacientes que fazem hemodiálise.

·         Pessoas que usam drogas ilícitas injetáveis.

Transmissão

O vírus VHG é transmitido parenteralmente. Outras formas de contágios ainda estão sendo investigadas como a transmissão vertical, isto é, transmissão da mãe para o filho, durante o período da gravidez e a transmissão via relação sexual.

A transmissão pela via parentérica pode ser feita por transfusões de sangue ou derivados, contato com drogas injetáveis contaminadas por sangue infectado ou por outro meio em que possa haver passagem de material infectado de um indivíduo para outro indivíduo.

Sintomas

A doença é assintomática. Como é uma doença recentemente descoberta a sua sintomatologia ainda não é bem explicada. A infecção aguda é geralmente leve e transitória quase que não é percebida pelo paciente.  Alguns casos de hepatite fulminante relacionada à infecção pelo vírus VHG foram relatadas, mas não confirmadas definitivamente pelos especialistas.

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame físico.

·         Exame clínico.

·         Exames laboratoriais.

Obs: O diagnóstico é feito através do método  da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Esse exame permite a pesquisa do ARN do VHG no sangue. O anti-VHG é um marcador de infecção passada e o ARN-VHG é um marcador da presença do vírus.

Tratamento

Não existe tratamento específico para a Hepatite G. O vírus não provoca lesões hepáticas e nem compromete outros órgão clinicamente, segundo os estudos clínicos feitos até agora.

O vírus não provoca hepatite crônica e a sua presença associada não agrava ou altera a evolução da hepatite crônica B ou C.

Não foi encontrada relação entre o vírus VHG e o carcinoma hepatocelular.

Prevenção

Deve ser igual aos métodos preventivos da Hepatite B e C.


Dúvidas de expressões e  termos técnicos,  consulte o Glossário geral.