A Meningite meningocócica é uma doença bacteriana aguda infecto-contagiosa, que causa um processo inflamatório nas meninges, que são as membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal, evoluindo para um comprometimento infeccioso de Sistema Nervoso Central (SNC), que se não for diagnosticada e tratada imediatamente pode deixar seqüelas irreversíveis ou podendo até chegar ao óbito. Geralmente começa como uma infecção da nasofaringe ou das amídalas e é seguida por septicemia meningocócica, a qual invade as meninges do cérebro e a região superior da medula. Quando ocorre vários casos em uma determinada região pode ser sinal do início de uma epidemia.
Sinonímia
É uma doença também conhecida pelos nomes de:
· Meningite epidêmica.
· Febre Cerebromedular.
Incidência
· Ocorre mais nos meses de inverno e primavera.
Bactéria do gênero meningococo Neisseria meningitidis, tipo sorológicos A, B, C; os tipos A e C estão associados a epidemias; bactéria muito sensível aos agentes físicos.
As bactérias Neisseria meningitidis são aspiradas pela vias aéreas superiores, colonizando assintomaticamente a região. Quando a bactéria consegue atravessar a barreira hematoliquórica do sistema vascular cerebral rapidamente as bactérias se proliferam no SNC, e invadem o espaço subaracnóideo e as meninges, os meningococos possuem estruturas que os permitem aderir a mucosa das meninges e multiplicar causando a infecção. O processo inflamatório das meninges facilitam a produção e o aumento do edema cerebral, causando um aumento da pressão intracraniana.
Fonte de infecção
Pacientes e portadores humanos.
Esse período oscila entre 2 a 10 dias.
Período de duração
Esse período depende da imunidade e do tipo de tratamento a que vai ser destinado ao paciente. E é fundamental que o tempo entre o diagnóstico positivo e o início do tratamento não seja demasiadamente longo, pois esse tempo em alguns casos depende a vida do paciente, nesse tipo de patologia.
É contagiosa desde o período de incubação até 24 horas após o início do tratamento. O meningococo é uma bactéria muito sensível aos agentes físicos e morre rapidamente no espaço exterior. A doença é transmitida de uma pessoa para outra. Existem pessoas que são sadias e transportam o meningococo na garganta, são chamados portadores assintomáticos que disseminam a doença, através de espirros, tosse ou gotículas de saliva.
- Contato direto das secreções nasofaringeas de indivíduos infectados;
- Saliva de indivíduos infectados;
- Tosse de portadores ou pessoas contaminadas;
Fatores predisponentes
- Otite média.
- Mastoidite.
- Anemia falciforme (ou outras hemoglobinopatias).
- Procedimentos neurocirúrgicos recentes.
- Traumatismo craniano recente.
- Infecção respiratória.
- Anomalias imunológicas.
É uma doença que se inicia geralmente como uma infecção da nasofaringe ou das amídalas, se confundido as vezes com uma gripe forte. Os sintomas resultam da infecção, a seguir, do aumento na pressão intracraniana.
período prodrômico:
- febre alta que começa abruptamente;
- cefaléia intensa e contínua (dor de cabeça);
- vômitos em jato;
- náuseas;
- rigidez dos músculos da nuca, ombros e das costas;
- anorexia;
- mialgias (dores musculares);
- irritabilidade;
- agitação física e mental.
fase aguda:
- cefaléia mais intensa que aumenta quando o paciente tosse, espirra ou tenta movimentar a cabeça;
- petéquias (geralmente nas pernas) podendo evoluir até grande lesões equimóticas ou purpúricas;
- resistência à flexão do pescoço;
- hipotensão;
- prostração;
- delírios;
- confusão mental.
período gravíssimo:
- opistótono (grau máximo de rigidez da nuca, com a contratura extensora máxima da musculatura dorsal);
- aumento ou diminuição do ritmo respiratório;
- aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos.
- elevação da PIC (Pressão Intracraniana)
- alteração do nível de consciência;
- torpor;
- sonolência;
- crises convulsivas;
- coma.
Obs: Quando o meningococo invade a circulação pode ocorrer uma septicemia meningocócica, a doença atinge um estado gravíssimo de evolução rápida, o indivíduo entra em coma, ocorrendo hemorragia das supra renais e quase sempre o óbito. Todo esse processo é chamado de Síndrome de Friderichsen-Waterhouse. Portanto quanto mais precoce o diagnóstico melhor será o resultado do tratamento.
- Anamnese.
- Exame físico.
- Exame clínico.
- Solicitação de exames laboratoriais imediatamente.
- Punção lombar (punção na espinha dorsal, para a retirada do líquido da medula espinhal) quando o indivíduo está com meningite o liquor adquire cor amarelada e se torna purulento; esse diagnóstico é definitivo e o resultado do teste deve sair o mais rápido possível.
- Métodos sorológicos específicos.
- Sinal de Brudzinski.
- Sinal de Kerning.
Obs: Se o Sinal de Brudzinski e o Sinal de Kerning for positivo, é confirmada a meningite, mas mesmo assim é necessário o restantes dos exames principalmente o resultado da punção lombar.
Objetivo: Administrar a medicação específica imediatamente, pois é uma doença que o paciente pode apresentar risco de vida se o tratamento for demorado.
- Específico: tratamento medicamentoso sob indicação médica.
- Sintomático: conforme os sintomas apresentados e suas intercorrências.
- Requer hospitalização imediata.
- Isolamento respiratório.
- UTI, para os casos graves, logicamente dependendo da indicação médica.
Assistência de enfermagem:
- Balanço hídrico
- Administração de terapêutica medicamentosa específica imediatamente.
- Administração de oxigênio conforme indicação médica.
- Manter as vias aéreas limpas.
- Ficar atento a qualquer sinal de alteração de consciência, comunicar imediatamente ao médico.
- Monitorização rigorosa do paciente.
- Verificar a ocorrência de presença de sinais de pressão intracraniana elevada.
- Incrementar medidas para evitar o colapso.
- Medicação para controlar as crises convulsivas, sob indicação médica.
- Manutenção das vias aéreas limpas.
- Emprego de medidas para reduzir a temperatura do paciente com febre alta.
- Repouso no leito nos primeiros dias da infecção.
Essas seqüelas podem surgir devido ao diagnóstico tardio, resultando em um tratamento em que as condições do paciente já estão bastante afetadas pela infecção.
- Cegueira.
- Paralisia cerebral.
- Surdez.
- Deficiência mental.
- Hidrocefalia em crianças menores de 6 meses.
- Edema cerebral.
- Distúrbios da fala.
medidas sanitárias:
- Notificação Compulsória e Imediata às Autoridades Sanitárias.
- Investigar imediatamente o bairro onde houve o caso para tentar conter a doença.
- Vacinar a população se ocorrer endemia ou epidemia.
- Vacinar os comunicantes que tiveram contato direto com o infectado para casos isolados.
- Observação dos contatantes para identificar novos casos.
- Campanhas de prevenção à população.
- Quando ocorre a doença em ambiente escolar as Autoridades Sanitárias devem ser comunicadas imediatamente, para que possam decidir a conveniência ou não de intervenção no estabelecimento.
medidas individuais:
- No caso de epidemia ou endemia, evitar lugares fechados, e ambientes com muitas pessoas.
- Dirigir-se ao médico, quando sentir os primeiros sintomas.
Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral