ESTERILIZAÇÃO


 

Definição

É o processo empregado para eliminar microorganismos nas formas vegetativas e esporuladas das substâncias ou materiais. Nos hospitais e clínicas esse processo é realizado pelo Central de Material Esterilizado - CME.

Histórico

Antes de chegar aos métodos e técnicas assépticas utilizadas atualmente, o homem ao longo do tempo, tentou de várias maneiras reduzir os microorganismos patogénicos, fosse na pele, no instrumental ou na área a ser incisionada.

Central de Material Esterilizado  

A Central de Material Esterilizado (CME) é  o conjunto de áreas destinadas à recepção, limpeza, preparo, esterilização, guarda e distribuição do material a todos  os departamentos de um hospital. As diferentes áreas do CME devem ser distribuídas de forma a permitir um fluxo de trabalho progressivo, em linha reta e seqüencial, do expurgo até a área de distribuição, com o objetivo de reduzir as possibilidades de contaminação.   Compreende o serviço dentro do hospital que prepara, controla, prover e distribui os materiais esterilizados, requeridos por todas unidades e setores que prestam assistência ao paciente. 

 

A CME contribui em grande parte para o controle da Infecção hospitalar, portanto o trabalho realizado deve ser seguro, a equipe deve ser composta por profissionais capacitados por treinamento e supervisão constantes de enfermeiros, e que os princípios de técnicas assépticas devem ser rigorosamente seguidas.  

 

A qualidade dos serviços de um estabelecimento hospitalar deveria ser avaliada pelas qualidades técnicas de instalação e, principalmente, da organização dos trabalhos e preparo da equipe da Central de Material Esterilizado. Infelizmente os administradores hospitalares e a diretoria, talvez por desconhecimento da fundamental importância deste setor, ou à falta de divulgação dos próprios profissionais que atuam nesta área, não dêem a real importância a Central de Material Esterilizado. A CME é a unidade base de referência de um hospital 

 

A CME  atualmente não é mais considerado parte integrante do Centro Cirúrgico, devido às suas características próprias. É no CME que pode ser iniciado o fluxo de controle das infecções hospitalares para evitar a contaminação cruzada no ambiente hospitalar. O CME é um setor que presta serviços  a todo o hospital, e não exclusivamente ao Centro Cirúrgico.  Os diversos serviços que são feitos no CME devem ter o mesmo padrão de qualidade, tanto para o Centro  Cirúrgico, como para todas as outras unidades em geral.

 

Deve haver uma reciclagem e um treinamento com toda a equipe de enfermagem  do Centro Cirúrgico, na CME, para um maior entrosamento com os diversos tipos de procedimentos, com o material ali preparado, e maior valorização da CME, com o objetivo de reduzir o desperdício de material que normalmente ocorre nos Centros Cirúrgicos. 

 

Da mesma forma seria válida a passagem de enfermagem da CME, pelo Centro Cirúrgico, para que melhor fosse entendido o porque da exigência dos enfermeiros do CME, na execução de todos procedimentos ali realizados. Isso é necessário, porque em alguns hospitais de pequeno e médio porte, as enfermeiras responsáveis pelo Centro Cirúrgico também são responsáveis pelo CME, e o excesso de funções pode acarretar em uma queda na qualidade do serviço exercido nos dois setores, tanto no Centro Cirúrgico como na CME.

Tipos  

Centralizado:  A CME é responsável pelo material de todas as unidades do hospital, isto é pela limpeza, preparo, esterilização, guarda, distribuição e controle. Este sistema é o mais eficiente, seguro e econômico, pois todos os cuidados necessários ao material são processados em um só local com equipamentos adequados, sob uma única orientação, cuidadosamente preparado por pessoal treinado com reciclagem periódica.

 

Descentralizado:   As atividades características desta central consistem em que cada unidade do hospital cuide do seu material. Não é um sistema seguro, nem tão pouco econômico. Alguns hospitais ainda adotam este tipo.  

 

Parcialmente Centralizado:    Neste sistema, parte do material é preparado nas unidades e enviado ao CME para esterilizar, e outra parte é preparada nas unidades e enviado à central,de material, desde a  limpeza até a esterilização do  controle. Este sistema é empregado na maioria dos hospitais.

 

Obs:  A Descentralização além de dificultar a padronização das técnicas de acondicionamento e o controle do material, é considerado um sistema caro para o hospital.

Vantagens do sistema de Centralização

Cuidados na limpeza do material para a esterilização

A condição essencial para esterilização de qualquer tipo de material, é a limpeza, pois a presença de matéria orgânica como óleo, gordura, sangue, pus e outros materiais, protege os microorganismos contaminantes no contato indispensável com o agente esterilizante. O material novo, que nunca foi usado, deve também ser lavado antes da esterilização.  Alguns cuidados são importantes:

Todo material após lavagem deve ser muito bem seco, manual ou mecanicamente. Não pode ser seco ao natural ou empacotar para esterilizar se estiver molhado, pois os elementos orgânicos em solução na água se agregarão nos instrumentos, proporcionando manchas e corrosão.

Antes da esterilização todo material deve ser submetido a uma minuciosa revisão individualmente, verificando-se a integridade e funcionamento. O material quando não revisado pode causar sérios transtornos a que o manuseia.

Classificação dos agentes esterilizantes

Os agentes esterilizantes classificam-se em:

Métodos físicos de esterilização

Calor seco: A esterilização por calor seco é realizada a temperatura de 140°C a 180°C, em estufas elétricas equipadas com termostato e ventilador para promover o aquecimento rápido, controlado e uniforme da câmara. O calor seco somente deve ser usado para materiais que não podem ser esterilizados pelo calor úmido. Pode ser empregado na esterilização quando não houver contato direto entre o vapor saturado e as superfícies dos objetos ou substâncias, pois o calor seco tem a propriedade de penetrar em todas as espécies de materiais e recipientes fechados impermeáveis ao vapor.

 

Calor úmido: É a esterilização pelo vapor sob pressão. É o método processado pela autoclave. O calor úmido é o mais seguro e também mais utilizado para esterilizar a maior parte dos materiais médico-hospitalares. Sua eficácia depende da penetração do vapor saturado sob pressão nos pacotes ou caixas, a uma determinada temperatura, durante certo tempo.

 

Radiação A esterilização  por radiação é obtida através de raios gama e cobalto 60. É um método altamente penetrante, atravessando invólucro de materiais como caixas de papel, papelão ou plástico; não danifica o material submetido ao processo, pois é frio,  tem um longo tempo de validade desde que o invólucro não seja rasgado, molhado ou perfurado.

todos químicos de esterilização

Óxido de etileno: É um gás incolor à temperatura ambiente, cujo ponto de congelação é -113,3°C e de ebulição é de 10,7°C. Possui um odor semelhante ao éter. O óxido de etileno puro, tanto na forma líquida como gasosa é altamente tóxico e inflamável, sendo permitida a sua utilização para esterilização de materiais médico-hospitalares somente na sua forma gasosa e misturado a outros gases inertes. A utilização desse processo de esterilização por óxido de etileno necessita de instalações adequadas, controle de segurança rigorosos e pessoal altamente treinado.

 

Esterilização por líquidos: A utilização de produtos químicos líquidos destinados à desinfecção ou esterilização, é indicada somente para aqueles materiais que não podem sofrer a ação do calor, mas que suportam o meio líquido, e ainda quando não se dispõe da esterilização pelo óxido de etileno. O tempo de permanência para desinfecção é de 30 minutos e para esterilização é de 18 horas.

Classificação dos materiais hospitalares

Os materiais e equipamentos hospitalares estão relacionados principalmente à transmissão da infecção hospitalar exógena. Os materiais foram classificados conforme o risco de transmissão de infecção em:

 

Artigos críticos: São aqueles que penetram através da pele e mucosas, atingindo os tecidos sub-epiteliais, e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema.

 

Artigos semi-críticos:  São todos aqueles que entram em contato com  a pele não íntegra, ou com mucosas íntegras.

 

Artigos não-críticos:   São aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra, e ainda os que não entram em contato direto com o paciente.


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o glossário específico de Infecção Hospitalar.