SEPTICEMIA HOSPITALAR
Definição
Septicemia hospitalar é a invasão da corrente sangüínea e/ou linfática por microorganismos durante o período de internação hospitalar. Através de exames laboratoriais, pode-se descobrir se a septicemia foi desencadeada por infecção hospitalar ou não.
Agentes etiológicos mais comuns
E. Coli
Klebsiella.
Proteus.
S. aureus.
S. epidermidis (maior freqüência nos pacientes com cateteres intravasculares e próteses).
Pseudomonas.
Tipos de septicemias hospitalares
Septicemias primárias: identificadas com hemocultura positiva e ocorrem na ausência de um foco infeccioso localizado nos tecidos do paciente. É o caso das septicemias devidas a procedimentos invasivos associados ou não a perfusão de soluções sem que haja evidência de supuração ou de flebite local.
Septicemias secundárias: decorrente da invasão da corrente sanguínea por microorganismos originários de um foco infeccioso do paciente como pele ou tecidos subcutâneos, nos tratos geniturinário, broncopulmonar e gastrintestinal, no sistema nervoso central, no aparelho ósteo-articular ou um foco de localização desconhecida, como ocorre em pacientes leucêmicos ou agranulocitopênicos. As septicemias secundárias a fontes não identificadas são mais comuns em pacientes graves. A maioria das septicemias estafilocócicas é secundária a um foco cutâneo, ferida cirúrgica ou traumática, úlcera de decúbito ou isquêmica, infecção do ponto de inserção do cateter venoso, furúnculo e impetigo. O principal foco das septicemias por Gram-negativos são as infecções das vias urinárias. Quando um microorganismo isolado de hemocultura é compatível com aquele presente numa infecção em outro sítio, a septicemia é classificada como secundária.
Características da septicemia no ambiente hospitalar
maior incidência em pacientes mais jovens, sem doenças fatais intercorrentes;
são primárias em 70 % dos casos;
são causadas geralmente por bastonetes Gram-negativos;
são mais fáceis de serem prevenidas;
ocorrem usualmente em pacientes de UTI, hemodiálise, berçários, UTI neonatal, pacientes terminais;
são mais letais, caso não seja identificada precocemente.
Septicemia hospitalar endêmica apresenta as seguintes características:
ocorrem de preferência em pacientes debilitados, idosos com doenças intercorrentes graves e leucêmicas;
são mais secundárias do que primárias;
são causadas por Enterobacteriaceae e Pseudomonas, na sua maioria;
90% das septicemias hospitalares são da forma endêmica.
Fatores individuais predisponentes a septicemia
Diabetes mellitus associado a acidose.
Alcoolismo.
Leucemia.
Tumores malignos sólidos em fase terminal.
Insuficiência renal, hepática e cardíaca.
Idade avançada.
Sinais e sintomas
Os sinais e os sintomas mais comuns de septicemia hospitalar, são os seguintes:
febre;
vasodilatação cutânea generalizada;
diminuição do débito urinário;
hiperventilação;
redução da pressão arterial;
manifestações cutâneas;
icterícia;
hemorragias;
síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA);
localizações metastáticas de focos de infecção;
aumento da freqüência e do débito cardíaco;
alterações da consciência;
choque séptico.
Na ocorrência de uma septicemia, todos os esforços devem ser realizados para identificar a fonte de infecção, e se possível eliminá-la. As manifestações clínicas das septicemias hospitalares variam desde a fulminante até as de curso mais lento, pobre em sintomas, que podem permanecer sem diagnóstico durante vários dias.
O risco elevado de uma evolução rápida e letal da septicemia leva à necessidade do reconhecimento precoce dos sinais e sintomas que constituem o quadro clínico.
Tratamento
O tratamento para a septicemia hospitalar, depende do agente etiológico causador da doença, da doença que provocou a internação e das condições clínicas do paciente.
Dúvidas de termos técnicos, consulte o glossário específico de Infecção Hospitalar ou o glossário geral.