CATARATA


Definição

Catarata é o processo de envelhecimento do cristalino, espécie de lente clara e transparente situada dentro do olho, por onde penetram os feixes de luz que formam as imagens na retina.

Este envelhecimento provoca a opacificação do cristalino, reduzindo  entrada de luz no olho, diminuindo gradativamente a visão. A rapidez dessa evolução varia de pessoa para pessoa e até mesmo de um olho para o outro. A Catarata não é contagiosa. Seu nome popular "catarata", é uma alusão à sensação de se estar "vendo através de uma queda d'água".  A catarata é a principal causa de cegueira reversível do mundo.

Fisiopatologia

Normalmente, o cristalino é uma estrutura semi-sólida, composta por uma proteína gelatinosa e clara, contida em uma cápsula localizada atrás da íris; o cristalino possui um grande poder de refração (aproximadamente 1/5 do total). Uma alteração química na proteína do cristalino pode causar coagulação; em decorrência disto, o cristalino perde sua transparência original e torna-se gradativamente opaco. As alterações físicas resultam em edema das fibras, o qual, por sua vez, provoca distorção da imagem. As alterações metabólicas que reduzem o conteúdo das vitaminas C e B12 no cristalino podem ser um fator na opacificação. Embora se possa diagnosticar prontamente esta afecção, desconhece-se a causa básica da catara senil.

Causas

·         Idade:  é considerada a causa mais comum. Surge com mais freqüência a partir dos 60 anos, porém pode aparecer em pessoas mais jovens, inclusive em crianças.

·         Traumas, gerados por algum tipo de acidente com o olho.

·         Efeitos colaterais de alguns medicamentos, quando utilizados por longo período.

·         Infecções, inclusive gestacionais.

·         Desordens metabólicas, como Diabetes.

·         Hereditariedade.

Classificação

As opacificações do cristalino são todas reunidas sob a designação genérica de cataratas. E conforme o momento em que ocorreu a opacificação, a catarata pode ser classificada como congênita ou adquirida.

Cataratas congênitas: são as que acometem a criança antes do nascimento. Se até o terceiro mês de gravidez a gestante contrair alguma doença  como a rubéola, o sarampo, o tifo exantemático (doença diferente da febre tifóide), ou moléstias viróticas, a  conseqüência poderá ser uma lesão epitelial no ectoderma primitivo, do qual deriva o cristalino do feto. Pela própria formação do cristalino, as cataratas congênitas nunca produzem uma opacificação total, pois o núcleo secundário não está "maduro" e as camadas periféricas não são atingidas pela moléstia.  As cataratas congênitas, portanto, não evoluem, o que permite à criança uma visão razoável. isso porque as camadas periféricas, ainda transparentes, possibilitam a entrada de feixes de luz quando a pupila estiver aberta ou dilatada.  Entre as cataratas congênitas destacam-se a polar anterior e a zonular.

·         Catarata polar anterior:  Pode ser notada quando os pais percebem que a criança apresenta um ponto branco na pupila, pois esse tipo de catarata atinge a superfície anterior do cristalino, evidenciando-se pelo aparecimento desse ponto branco, redondo e bem delimitado, no centro da pupila.

·         Catarata zonular:  Esse tipo de catarata congênita não é imediatamente notado pelos pais. A opacificação do cristalino não é total  e permite uma visão relativamente boa para a criança. O processo de instalação da moléstia inicia-se na zônula, parte onde se inserem as fibras de sustentação do cristalino no corpo ciliar. Daí alastra-se para o núcleo central, onde se instala definitivamente. A zona periférica oposta à ligação com a zônula permanece transparente, possibilitando a visão. Quando há pouca luz, a pupila se dilata, o que permite à criança  enxergar através das partes que não se opacificaram.

Cataratas  adquiridas: As principais causas das cataratas adquiridas são traumatismos, senilidade e algumas moléstias que causam perturbações endócrinas. Conforme a causa, as cataratas adquiridas podem ser classificadas em senis, traumáticas e metabólicas.

·         Cataratas senis:  A opacificação senil do cristalino apresenta-se em indivíduos de idade avançada, nos quais os mecanismos de defesa, em conseqüência do envelhecimento fisiológico das células, deixam o organismo mais vulnerável ao desenvolvimento de qualquer processo patológico.

·         Cataratas traumáticas:  A cápsula do cristalino funciona como uma capa de proteção que não permite ao humor aquoso, que banha a parte anterior do olho, penetrar o seu interior. Um ferimento com objeto pontiagudo, uma simples contusão do globo ocular, um golpe muito forte sobre a têmpora podem provocar a ruptura da cápsula e a conseqüente penetração de humor aquoso no cristalino. Se o ferimento é pequeno, ocorre uma opacificação circunscrita, que não prejudica muito a visão; por outro lado, se o ferimento é profundo, o humor aquoso penetra entre as fibras do cristalino.  Com isso, a visão fica totalmente prejudicada, pois essas fibras se distendem de tal maneira que o cristalino se torna mais esférico e se opacifica, enquanto a íris é impulsionada para a frente.

·         Cataratas metabólicas:  As perturbações endócrinas também podem ocasionar cataratas, por alterações metabólicas. No caso do diabete há um desequilíbrio que se  manifesta  no cristalino, como conseqüência dos distúrbios gerais que o próprio diabete provoca: as células das fibras que formam o cristalino podem ficar edemaciadas e, com o passar do tempo, se impregnam de cálcio. Conseqüência: a catarata diabética, que vai ocasionar uma opacificação total.  A insuficiência das paratireóides provoca diminuição do hormônio que elas produzem. Esse hormônio controla a solubilidade dos sais de cálcio, e sua ausência leva a uma precipitação desses sais ao nível das células do cristalino, cuja conseqüência é a catarata.

Doenças que podem atingir o olho

·         Toxoplasmose, Rubéola, Aids, Tuberculose, Herpes simples, Sífilis e outras doenças infecciosas atacam mais a retina e a coróide.

·         Reumatismo, Esclerose múltipla e outras doenças auto-imunes prejudicam a íris.

·         Diabetes, Hipertensão e anemia atingem os vasos da retina.

Sinais e sintomas

Um dos primeiros sintomas da catarata que  o paciente mais se queixa é a sensação de perda progressiva da qualidade visual.

·         Visão embaçada, amarelada e distorcida.

·         Os objetos podem parecer amarelados ou distorcidos.

·         Necessidade de mais luz para enxergar com nitidez.

·         A claridade incomoda o paciente, principalmente, quando existem luzes muito brilhantes.

·         A leitura fica mais difícil.

       

                                                                 

A pupila geralmente negra, com a evolução da  doença, torna-se acinzentada e, posteriormente, branco-leitosa. A perda da visão é gradual, porém eventualmente a opacidade torna-se completa.

Apesar dos sintomas, é muito difícil para o leigo identificar a catarata em seu início. A detecção pode ser feita com consultas regulares ao oftalmologista. Geralmente a pessoa só começa a perceber em estágios mais avançados.

Diagnóstico

·         Anamnese.

·         Exame oftalmológico completo.

AtençãoQualquer doença ocular deve ser diagnosticada por um profissional especializadoAos primeiros sinais de qualquer problema visual, procure o oftalmologista. Quanto mais cedo for tratado, maior a chance de cura.

Tratamento

O tratamento correto será indicado pelo oftalmologista, que é o médico especializado  para tratar dos distúrbios e doenças do olho.

Não existe tratamento clínico  (com colírios) para reverter ou retardar o processo.

O único tratamento eficaz para a catarata é a cirurgia.  É importante analisar as características da catarata, visto que para cada caso existe uma aplicação cirúrgica específica. Por isso é mais seguro realizar a cirurgia nos estágios iniciais, com o passar do tempo a catarata envelhece o que dificulta o procedimento.    A Facoemulsificação é hoje a técnica mais segura para a remoção da catarata e permite ao paciente   uma rápida recuperação visual.

Facoemulsificação: É a técnica cirúrgica na qual a catarata é emulsificada e aspirada ao mesmo tempo. Após a retirada do cristalino opacificado coloca-se uma lente intra-ocular para restaurar a visão. O olho é anestesiado com colírios, oferecendo maior conforto e a cirurgia é realizada através da de uma pequena incisão  (2,5mm) no olho, por onde a catarata é triturada e aspirada ao mesmo tempo.  O cristalino opacificado é substituído por uma lente intraocular, que ficará permanentemente no olho.

Recuperação pós-operatória: Na maioria dos casos, os pacientes recuperam grande parte da visão logo após a cirurgia.  Dependendo da profissão, a pessoa retorna às suas atividades normais em um ou dois dias. O tratamento pós-operatório é feito à base de colírios. Geralmente, não é necessário dar pontos ou colocar curativos.


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.