DISLEXIA
Introdução
Dislexia é um transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, e sua maior incidência, se dá na sala de aula. Especialistas definem também a Dislexia como um distúrbio ou transtorno de fundo neurológico e genético, que causa uma dificuldade específica de concentração, leitura e escrita. A criança portadora de de Dislexia tem uma maior dificuldade de soletrar e de aglutinar as letras, o que dificulta a aprendizagem de modo geral. Enquanto os estudantes sem problema levam um ano, em média, para aprender a ler e escrever, os disléxicos demoram mais tempo. O distúrbio não incapacita ninguém, apenas oferece barreiras à aprendizagem.
A importância de ter domínio da leitura e escrita no processo acadêmico e na vida, nesse mundo globalizado, deve-se imaginar as dificuldades que enfrentarão os disléxicos. Caso a criança não seja acompanhada adequadamente, os sintomas persistirão e irão permear a fase adulta, com possíveis prejuízos emocionais, sociais e no ambiente de trabalho. O papel da família é fundamental, e tem uma grande importância no acompanhamento das crianças, que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizagem.
Incidência
Cerca de 10% a 15% da população mundial é atingida pela Dislexia.
Estima-se que 10% da população brasileira sofra de Dislexia.
A probabilidade é de 3 a 5 alunos de cada sala de aula com 35 crianças serem disléxicos.
Incidência maior entre os homens.
Causas
Estudos médico-científicos ainda não desvendaram completamente os processos cerebrais que levam à Dislexia. Atualmente, uma das teorias mais aceita, defende que se trata de um defeito na distribuição dos neurônios, quando a criança ainda está no útero materno. Por volta da 25ª semana de gestação, ocorre um um reposicionamento dos neurônios. No cérebro dos disléxicos, por alguma razão, uma parte dos neurônios toma o caminho errado.
Características
A Dislexia tem como característica principal a dificuldade de leitura, escrita, soletração e memorizaçao. Muitos portadores podem também ter dificuldade visual de identificar grafemas especialmente parecidos, como b/d/q, m/n, a/e. Associado ao transtorno, podem ocorrer dificuldades específicas, como a dificuldade na coordenação motora fina, causando a chamada "letra feia" (disgrafia), dificuldade de lembrar a palavra ou número do que se quer dizer (disnomia), e de fazer cálculos matemáticos (discauculia).
Dislexia e o fracasso escolar
Muitos professores, educadores e especialistas acreditam que a Dislexia não pode levar a criança a uma má alfabetização, mas, reconhecem que é a maior causa de fracasso escolar, entre os seus portadores. As crianças portadoras de Dislexia, sofrem muito com a discriminação, o despreparo e a falta de sensibilidade no ambiente escolar, tanto pelos professores e, principalmente, pelos colegas de turma e da escola, em aceitar uma criança disléxica. Tudo isso contribui para um fracasso ao longo da vida escolar e, também para a evasão escolar, já que essas crianças, se sentem desmotivadas em aprender e ir para a escola.
Disléxicos famosos
Várias pessoas com Dislexia, conseguiram superar as barreiras e as dificuldades, normalmente encontradas pelos portadores de Dislexia.
Agatha Christie, escritora.
Albert Einstein, físico.
Assis Chateaubriand, jornalista.
Bill Gates, fundador da Microsoft.
Charles Darwin, pesquisador.
Leonardo DaVinci, escultor e pintor.
Lewis Carol, escritor.
Michaelangelo, escultor e pintor.
Robin Williams, ator.
Thomas A. Edison, inventor.
Tom Cruise, ator.
Walt Disney, cineasta.
Whoopi Goldberg, atriz.
Winston Churchill, primeiro-ministro britânico.
Sinais de alerta
Os problemas que o distúrbio causam, não devem ser confundidos com desmotivação, distração, preguiça ou desinteresse da criança. É preciso que pais e professores estejam atentos ao sinais e determinados comportamentos, que podem indicar ou dar sinais de alerta de que alguma coisa não vai bem, com a criança.
Dificuldade na leitura. Os disléxicos apresentam dificuldades para ler, devido às trocas de letras e sons.
Dificuldade na escrita. Os disléxicos têm dificuldade na realização de movimentos finos, o que compromete a caligrafia.
Dificuldade ao ouvir e escrever determinados sons (ex: ao ouvir o som do "f", os disléxicos escrevem "v").
Dificuldade para memorização de certas informações (ex: listar nomes de países que começam por uma determinada letra).
Baixa da auto-estima em alguns casos.
Inquietação e irritabilidade durante as tarefas escolares escritas.
Sinais de alerta nas diversas faixas etárias:
Pré-escola: Os pais e educadores devem ficar atentos para a criança que apresenta alguns desses sintomas:
Fraco desenvolvimento da atenção.
Lentidão na execução das atividades escolares.
Atraso no desenvolvimento da fala, da linguagem e visual.
Dificuldade em aprender rimas e canções.
Fraco desenvolvimento da coordenação motora.
Dificuldade com quebra-cabeças.
Falta de interesse por livros impressos.
Imaturidade no trato com outras crianças.
Idade escolar:
Dificuldade na leitura e escrita.
Dificuldade para soletrar.
Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e alteração (sons iguais no início das palavras).
Desatenção e dispersão.
Problemas de conduta como: retração, timidez excessiva, depressão.
Dificuldade em copiar de livros ou do quadro.
Desorganização geral, com atrasos na entrega de trabalhos escolares.
Confusão entre direita e esquerda.
Vocabulário pobre, com com sentenças curtas e imaturas.
Dificuldade na memória de curto prazo e em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, etc.
Problemas no aprendizado da matemática e desenho geométrico.
Melhor desempenho nas provas orais.
Obs: A existência de algum desses sinais de alerta, não implica que a criança seja disléxica. O diagnóstico só pode ser feito por médico especializado, e o acompanhamento deve ser multidisciplinar.
Fase adulta: Quando não obteve acompanhamento especializado na fase escolar, ou se possível pré-escolar, o adulto disléxico apresentará dificuldades como:
Continuada dificuldade na leitura e escrita.
Dificuldade para soletrar.
Memória imediata prejudicada.
Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia).
Confusão com os lados direito e esquerdo.
Dificuldade em aprender uma segunda língua.
Comprometimento emocional.
Obs: Os sinais isolados só indicam um distúrbio de aprendizado, e não confirma a Dislexia, que deve ser diagnosticada por profissional qualificado. É prudente que a criança que apresenta vários desses sinais de alerta, deva ser encaminhada a um psicopedagogo, para uma consulta.
Diagnóstico
Anamnese.
Exame físico.
Exame clínico.
Exame neurológico.
Testes psicológicos.
Tratamento
O tratamento pode ser iniciado em qualquer idade, assim que seja identificado o distúrbio. Quanto mais cedo forem observados os sintomas, mais rápido e eficiente, será o tratamento dos portadores de Dislexia e, menos danos para a vida futura. O tratamento da Dislexia é logo, podendo durar de 2 a 5 anos, dependendo
Neurologista.
Neuropediatra.
Psicopedagoga.
Fonoaudiologista.
Existem cartilhas especiais para a alfabetização das crianças portadoras de Dislexia.
Na escola: Algumas dificuldades de aprendizagem, podem ser minimizadas por um projeto pedagógico que contemple as diversas habilidades que a criança possui. Para isso, é fundamental que a escola faça um trabalho pedagógico dirigido, e que esses professores identifiquem e conheçam os alunos disléxicos.
Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário Psiquiátrico.