DIARRÉIA
Definição
Diarréia é uma perda excessiva de água e eletrólitos que ocorre com a eliminação de uma ou mais evacuações de fezes sem formato. É um sintoma de muitas afecções e pode ser causada por muitas doenças. Os efeitos da diarréia são mais ameaçadoras para os bebês e crianças pequenas, do que para a criança maior e o adulto.
Causas
Diarréia não infecciosas: cerca de 70% das diarréias são de causas não infecciosas, são decorrentes de problemas diversos:
- falta de higiene no preparo da mamadeira;
- erros alimentares ou mudanças de dieta;
- ingestão de alimentos ou substâncias tóxicas;
- decorrentes de doenças como: Doença celíaca, intolerância à lactose, Fibrose cística;
Diarréia infecciosa: são causadas por agentes:
- viróticos: enterovírus (vírus ECHO), adenovírus;
- bacterianos: Escherichi coli, Shigella, Salmonella;
- protozoários;
- parasitários.
Classificação das diarréias
- Diarréia aguda: tempo de evolução inferior a 10 dias, de origem predominantemente infecciosa.
- Diarréia aguda prolongada ou protaíca: é a diarréia aguda que se prolonga por alterações secundárias funcionais e/ou morfológicas do trato gastrointestinal, muitos vezes, decorrentes do tratamento inadequado da diarréia aguda.
- Diarréia crônica: tem duração maior de 30 dias; tem causas variadas como: intolerância à lactose, doença Celíaca , Fibrose cística e outras.
Fatores predisponentes
- Bebê prematuro.
- Idade: quanto mais nova, mais predisponente.
- Falta do amadurecimento quanto ao sistema imunitário e digestivo.
- Bebês que nascem com doenças genéticas que interferem no sistema gastrointestinal.
- Desnutrição.
- Clima quente.
- Bebês expostos a falta de higiene por parte da mãe no preparo de alimentos.
Sinais e sintomas
A diarréia do recém-nascido, essa é freqüente só nos primeiros dias, quando se inicia a alimentação pelo leite humano. A diarréia tem um efeito laxativo para facilitar a eliminação do mecônio, que é o nome dado as fezes nos primeiros 4 dias de vida. A diarréia torna-se perigosa, quando junto com as vezes aparecem as seguintes manifestações clínicas:
- fezes com consistência pastosa e líquidas; cor esverdeada ou amarelo-esverdeada; em alguns casos as fezes tem odor fétido;
- fezes com presença de muco, catarro ou sangue, é considerado caso grave.
- febre;
- cólicas ou dor abdominal: no bebê percebe-se que ele está com dor quando ele chora muito e fica com as pernas encolhidas sobre o abdômen;
- sono agitado;
- sudorese;
- vômitos;
- em alguns casos o bebê urina pouco ou casos graves para de urinar;
- prostação: o bebê fica cansado facilmente, não brinca, nem sorri, fica muito quieto.
Diagnóstico
- Quadro clínico
- Exame físico.
- Exame clínico.
- Exames laboratoriais.
Tratamento
O tratamento da diarréia consiste na eliminação da causa subjacente. Drogas antidiarréicas podem ser usadas para reduzir a peristalse ou para tornar mais consistentes as fezes.
Quando a diarréia não pode ser controlada através do soro caseiro e outros medicamentos que o médico prescreveu para ser dado em casa, o bebê deve ser internado imediatamente, pois a diarréia evoluiu comprometendo rapidamente o estado geral da criança.
Na diarréia grave, não se deve dar alimentos por via oral, a criança, a fim de permitir o repouso do trato intestinal. Durante este tempo, deve-se promover a ministração de líquidos por via endovenosa, para repor tanto a água como os eletrólitos perdidos. A reposição de líquidos é de particular interesse na criança, para evitar desidratação, que pode ser fatal.
- administração de soluções eletrolíticas orais, caso a diarréia seja ligeira;
- correção dos distúrbios hidreletrolíticos;
- suporte nutricional;
- antibioticoterapia, caso seja necessário, conforme prescrição médica;
- antitérmicos e analgésicos, devem ser administrados conforme prescrição médica.
assistência de enfermagem:
- registrar e relatar imediatamente todas as alterações; as observações cuidadosas podem proporcionar indícios quanto a melhora ou a deterioração no estado do paciente e podem servir como orientação para a assistência médica;
- observar quaisquer alterações nos sinais vitais;
- hidratação venosa, caso seja indicada pelo médico;
- manter a hidratação e o equilíbrio eletrolítico;
- implementação de tratamento para a desidratação, caso apareçam os sinais e sintomas;
- observar e informar quaisquer complicações;
- observar e informar as características e o número de evacuações: componentes anormais, odor fétido, quantidade e coloração;
- ficar atento as perdas hídricas;
- ficar atento a atividade e o nível de consciência do bebê;
- observar os vômitos quanto a freqüência, quantidade e características;
- evitar a disseminação da doença através do isolamento entérico, suspeitar da doença como sendo contagiosa até prova em contrário;
- registrar débito urinário;
- verificar a presença de edema;
- pesar o paciente diariamente, para servir como orientação para as necessidades hídricas específicas e para o estado atual do paciente;
- em muitos casos a chupeta deixa o bebê mais calmo;
- mudar imediatamente as fraldas sujas, pois as fezes diarréicas produzem escoriações; limpar o períneo após cada evacuação;
- aplicar pomada prescrita, nas áreas feridas.
Dietoterapia: Quando se puder retomar a alimentação por via oral, recorre-se aos líquidos claros com um mínimo de açúcar (chás, água fervida). As soluções eletrolíticas por via oral têm sido usadas com êxito, na prática pediátrica. A dieta será gradualmente aumentada, com a inclusão de alimentos de fácil digestão e com o mínimo de resíduos. Leite desnatado e fervido é geralmente o primeiro tipo de leite permitido, caso o bebê não esteja mais sendo amamentado no peito. A maçã ralada e a banana amassada têm sido usadas para promover o espessamento das fezes, em virtude da pectina que contêm. A dieta em geral é pobre em fibra e em resíduos.
Caso torne a aparecer um aumento no número de evacuações de consistência aquosa, volta-se a interditar a via oral e a adotar a endovenosa. Se for necessário manter a alimentação endovenosa por um período de mais de 72 horas, deverão ser ministrados, além da glicose e vitaminas B e C, que já vinham sendo dadas, preparações com aminoácidos. A alimentação parenteral total pode ser usada nos casos de diarréia prolongada e de difícil tratamento.
Complicações
As complicações da diarréia mais graves da diarréia inclusive que pode acarretar risco de vida para o bebê são:
- Desidratação.
- Desnutrição.
- Acidose.
- Hipernatremia ( sobrecarga de cloreto de sódio).
- Depleção de potássio.
- Edema: quantidade excessiva de fluidos parenterais.
- Alterações nos níveis de potássio.
- Infecções.
Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.