BEBÊ PREMATURO


Definição

O recém-nascido prematuro é aquele nascido antes da 37ª semana de gestação.  O parto prematuro é a causa mais comum de mortalidade de recém-nascidos, e para procurar evitá-lo, é indispensável a orientação médica no período pré-natal. Em cerca de 1/6  dos partos prematuros, a bolsa amniótica rompe-se espontaneamente, antes do término da gestação. Mas é difícil  determinar se isso é uma conseqüência das condições maternas  que  determinam o parto prematuro, ou uma causa do nascimento antes do tempo. Muitas vezes, o obstetra pode avaliar, no pré-natal, a possibilidade de o parto ser prematuro, e tomar em tempo todas as medidas necessárias. Atualmente, com cuidados especiais, qualquer criança  nascida com mais de 1 kg, tem grandes possibilidades de sobrevivência, caso ela seja assistida em UTI neonatal bem equipada e com equipe médica multidisciplinar especializada. 

Sinonímia

O bebê prematuro também pode ser chamado de Pré-termo.

Incidência

·         A cada ano nascem no Brasil, cerca de 200 mil bebês antes dos nove meses.

·         A grande maioria dos bebês com malformações congênitas nascem prematuramente.

Causas

Fatores maternos: Muitas causas dos fatores maternos podem ser evitadas e prevenidas através do pré-natal, feito desde o início da gravidez, principalmente, naquelas mulheres que têm doenças que podem afetar  a gestação.

·         Anemia.

·         Desnutrição crônica da mãe.

·         Diabetes.

·         Doenças crônicas.

·         Doenças cardíacas.

·         Eclampsia.

·         Fatores emocionais podem adiantar o parto.

·         Gestação na adolescência (gravidez abaixo dos 17 anos).

·         Gestação no final do período  reprodutivo da mulher.

·         Gestação via fertilização assistida.

·         Hipertensão arterial.

·         Hipertireoidismo.

·         Idade materna.

·         Intoxicação materna.

·         Mãe alcoólatra.

·         Mãe diabética.

·         Mãe fumante.

·         Mãe portadora de anomalias uterinas.

·         Mãe viciada em drogas injetáveis ou inalantes.

·         Parto múltiplo.

·         Stress materno.

·         Traumatismo, acidentes e quedas.

·         Várias gestações.

Fatores fetais:

·         Anormalidades cromossômicas.

·         Anormalidades anatômicas.

·         Disfunção da unidade fetoplacentária.

·         Eritroblastose fetal.

·         Hemorragia.

·         Incompetência cervical.

·         Polidrâmnio (volume aumentado do líquido amniótico).

·         Síndromes genéticas.

·         Toxemia.

Condições da própria gravidez:

·         Amniorexe prematura (ruptura prematura das membranas).

·         Corioamnionite (infecção da membranas).

·         Incontinência istmo-cervical.

·         Infecções congênitas (sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes).

·         Gravidez múltipla (gemelaridade).

·         Infecção urinária.

·         Placenta prévia ou deslocamento prematuro da placenta.

Sinais e sintomas

O comprimento do RN é sempre inferior a 47cm, e o peso é baixo. Os reflexos de sucção e deglutição mal se manifestam. A respiração é irregular, superficial, e também é muito rápida.

Aparência física:

·         a cabeça parece desproporcionalmente grande;

·         a pele apresenta uma grande quantidade de pêlos (lanugem);

·         cartilagem do ouvido fraca;

·         pele é muito fina, pode ser vermelha e enrugada;

·         os capilares são visíveis;

·         olhos salientes e geralmente ficam fechados;

·         as unhas são muito moles;

·         a palma da mão e a planta do pé são lisas, sem as linhas normais;

·         o abdome relativamente é grande, e o tórax e pequeno;

·         cicatriz umbilical muito baixa;

·         fácies tem uma aparência de "um homem velho";

·         os testículos se encontram na cavidade abdominal;

·         tônus muscular é reduzido com reflexos fracos.

Tratamento

O recém-nascido prematuro deve ser assistido em uma UTI neonatal, com uma boa estrutura hospitalar e equipe médica e de enfermagem especializada em cuidar de prematuros. As primeiras 24 a 48 horas, são consideradas as mais críticas para o RN.  As intercorrências dos prematuros se iniciam no momento do nascimento, pois os bebês são mais susceptíveis ao sofrimento, tendem a perder calor facilmente e também podem apresentar desconforto respiratório, alterações na quantidade de glicose e cálcio, anemia, problemas cardíacos e neurológicos.

As UTIs neonatais  dispõem de equipamentos sofisticados  como incubadora, ventiladores e monitores, além de medicações específicas, profissionais capacitados e equipes multiprofissionais, que permitem detectar  de forma  precoce as alterações apresentadas, corrigindo-as com mais brevidade, contribuindo para que o bebê consiga se recuperar das intercorrências e complicações comuns nos bebês prematuros.

Pesquisas indicam que os procedimentos realizados  nos recém-nascidos durante o tratamento na UTI que mais causam dor e estresse nos bebês são os seguintes:

·         Punção de veias.

·         Picada nos pés para retirar sangue.

·         Entubação traqueal.

·         Aspiração da traquéia.

·         Remoção de adesivos.

·         Tratamento de feridas.

·         Aspiração nasal.

·         Colocação de tubo gástrico.

Complicações

A gravidade dos problemas do RN prematuro depende da idade gestacional, e da qualidade do tratamento que está sendo administrado ao pequeno paciente. Dentre as várias complicações que podem ocorrer, destacam-se as seguintes:

·         Acidose.

·         Alterações cardíacas.

·         Aspiração.

·         Canal arterial permeável (CAP).

·         Cianose.

·         Enterocolite necrosante.

·         Hemorragia intracraniana.

·         Hiperbilirrubinemia.

·         Hipernatremia.

·         Hipobilirrubinemia.

·         Hipocalcemia.

·         Hipoglicemia.

·         Hiponatremia.

·         Hipoxemia.

·         Lesão pulmonar.

·         Síndrome da Dificuldade Respiratória (Doença da Membrana Hialina).

Seqüelas

As seqüelas são resultantes das complicações que o RN prematuro, tem nos primeiros meses de vida. Quanto menor a idade gestacional do bebê, maiores são as complicações e futuras seqüelas.

·         Alterações neurológicas.

·         Alterações na quantidade de glicose e cálcio.

·         Anemia.

·         Paralisia cerebral.

·         Cegueira (devido a intoxicação pelo oxigênio).

·         Déficit no crescimento.

·         Dificuldade respiratória.

·         Distúrbios auditivos.

·         Distúrbios cardíacos.

·         Distúrbios cognitivos.

·         Distúrbios visuais (estrabismo, baixa visão etc.)

·         Predisposição a infecções.

Tardias:

·         Deficiências motoras.

·         Deficiências cognitivas.

·         Distúrbios da fala.

·         Deficiência no crescimento.

·         Alterações comportamentais (hiperatividade e/ou falta de atenção).

·         Isolamento.

·         Peso abaixo do normal.

·         Estatura baixa.

·         Perímetro encefálico abaixo do normal.

Obs:  Algumas dessas seqüelas podem ou não ocorrer. Muitas dependem do tipo de atendimento ao qual o bebê prematuro teve acesso logo após o nascimento, ou em alguns casos antes do parto.

Prevenção

Para prevenir o nascimento antecipado, a mãe deve realizar um exame pré-natal adequado, que identifique situações de risco, e adote medidas clínicas e terapêuticas, que consigam controlar os fatores detectados. Ao identificar esses fatores, a paciente pode realizar exames como ultra-som obstétrico, ultra-som morfológico com Dopller, análise do líquido amniótico e do sangue fetal, que possibilitem a avaliação da maturidade e vitalidade do bebê. Estes exames quando realizados em conjunto, são capazes de detectar desde retardos no crescimento intra-uterino, até alertar a equipe médica para a necessidade de condições especiais durante o parto. O aumento da sobrevida de bebês prematuros se deve à melhoria da assistência perinatal (antes, durante e logo após o parto), que permite o diagnóstico de algumas  patologias ainda  durante a gravidez, possibilitando tanto o acompanhamento das enfermidades detectadas, e se necessário, o tratamento intra-uterino.


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