PNEUMONIA


Definição

 

A Pneumonia é uma infecção dos pulmões ou inflamação dos alvéolos pulmonares, onde ocorre a troca gasosa. É uma doença muito freqüente, não havendo distinção de sexo ou idade. É uma doença que pode se instalar no organismo quando ocorre a inalação, ingestão de bactérias ou através de patógenos de outras infecções pela corrente sanguínea.

Na grande maioria dos casos de Pneumonia esta se inicia após a inalação de microorganismo patógenos que são levados para o interior dos pulmões. O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é a bactéria que mais causa pneumonia. Em muitos casos a Pneumonia inicia-se após um infecção viral do trato respiratório superior (resfriado, faringite ou gripe). As secreções são aspiradas e começam o processo inflamatório que pode comprometer os alvéolos pulmonares, bronquíolos e espaço intersticial.

Nas pessoas idosas e nas crianças o quadro da doença pode se agravar requerendo mais cuidados específicos.

 

 

Incidência

 

·       Afeta pessoas de qualquer idade e sexo, mas principalmente aquelas que estão com imunidade baixa.

·       A Pneumonia é a sexta causa mais comum de morte no mundo.

·       A doença ocorre mais no período do inverno.

·       A Pneumonia é considerada uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo.

·       A Pneumonia causada por infecção hospitalar em muitos casos pode causar a morte do paciente.

·       A Pneumonia hospitalar é considerada a segunda causa mais comum de infecção nosocomial.

·       A Pneumonia  é considerada uma das principais causas de sepse.

·       Na maioria dos casos a Pneumonia é causada por uma bactéria, o pneumococo ou Diplococcus pneumoniae.

·       A Pneumonia bacteriana é considerada a mais freqüente, ocorrendo em cerca de 50%  dos casos.

·       Nos recém-nascidos as causas de pneumonia são geralmente de etiologia bacteriana e estão relacionadas a complicações como a coriamnionite materna e ruptura prematura de membrana.

·       A incidência da Pneumonia aumenta com a idade do indivíduo.

·       A doença é o principal fator de internamento por causas clínicas (exceto cirúrgicas).

·       Nas UTI’s a Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) é a infecção mais comum. Cerca de 70% dos casos de pneumonia hospitalar estão associados com a ventilação mecânica.

 

Agente etiológico

 

Os agentes etiológicos mais comuns que podem causar a Pneumonia são os seguintes:

·       Bactérias: Streptococcus pneumoniae (bactéria Gram-positiva), Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumonia, Legionella pneumophyla e Haemophilus influenzae.

·       Mycoplasma pneumoniae.

·       Chlamydia.

·       Fungos: Pneumocystis carinii.

·       Riquétsias.

 

Causas

 

As causas mais comuns de Pneumonia são devido às bactérias, principalmente os pneumococos. Outros microorganismos podem ser causadores da doença:

 

·       Vírus.

·       Fungos.

·       Parasitas.

 

Fatores de risco

 

Os fatores de risco aumentam a probabilidade de se desenvolver a doença, mas não garante que ela venha a ocorrer.

 

·       Alcoolismo.

·       Após cirurgia abdominal ou torácica.

·       Asma.

·       Bronquiectasias.

·       Corticoterapia prolongada.

·       Desnutrição.

·       Diabetes.

·       DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crônica.

·       Exposição a chuva constante e ventos .

·       Fadiga.

·       Idade avançada.

·       Imunossupressores.

·       Insuficiência cardíaca.

·       Intubação traqueal.

·       Poluição atmosférica.

·       Queimados com grande extensão.

·       Quimioterapia.

·       Tabagismo.

·       Transplantados.

·       Traumatismo torácico.

·       Viroses sistêmicas graves.

 

Grupo de risco

São  pessoas que pertencem a um determinado grupo que têm mais probabilidade de adquirir a doença:

·       Idosos.

·       Indivíduos com baixa imunidade.

·       Pessoas que fazem quimioterapia.

·       Pessoas  que usam imunossupressores.

·       Pessoas que fizeram transplantes de órgãos.

·       Portadores de Aids.

·       Portadores de doença pulmonar crônica.

·       Portadores de Fibrose Cística.

·       Portadores de doenças cardíacas.

·       Portadores de doenças neuromusculares.

 

 

Co-morbidades associadas

 

As co-morbidades associadas mais frequentes em indivíduos com infecção das vias inferiores são as seguintes:

 

·       AIDS.

·       Diabetes.

·       Doença isquêmica.

·       Doenças neurológicas.

·       DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

·       ICC – Insuficiência Cardiaca Congestiva.

·       Neoplasias.

·       Doenças neurológicas.

 

 

Tipos

 

Existem vários tipos de Pneumonia causada por microrganismos. As mais comuns são as seguintes:

 

·       Pneumonia estafilocócica.

·       Pneumonia pneumocócica.

·       Pnemonia bacteriana.

·       Pneumonia viral.

·       Pneumonia por fungos.

·       Pneumonia por aspiração.

·       Pneumonia por pneumocystis carinii.

·       Psitacose.

·       Doença do legionário.

·       Pneumonia causada pelo Haemophilus influenzae.

·       Pneumonia atípica.

 

 

Transmissão

 

A Pneumonia pode ocorrer quando o indivíduo inala um microorganismo, através da respiração, e este chega aos pulmões, onde se desenvolve e causa a doença. A doença também pode ocorrer quando as bactérias que vivem normalmente na boca, se proliferam demasiadamente e são aspiradas para o pulmão. Outra maneira de contrair a Pneumonia é através da circulação sanguínea devido a uma infecção em outro local do corpo.

 

 

Sinais e sintomas

 

As lesões pneumônicas no pulmão podem ocorrer de duas formas: pneumonia lombar: as lesões ocupam apenas um lobo de um único pulmão e broncopneumonia ocorre quando os focos infecciosos se distribuem em todos os lobos de um ou dos dois pulmões. Em ambos os casos, os sintomas são semelhantes, sendo que a febre  alta que aparece subitamente, em torno de 40ºC, acompanhada de um grande mal-estar, é um dos sintomas iniciais mais comuns da Pneumonia.

 

Fase inicial:

 

·       Febre  progressiva.

·       Mal-estar geral.

·       Dor torácica: a dor no peito geralmente ocorre no lado do pulmão afetado, quando se respira.

·       Dificuldade para respirar.

·       Respiração rápida, dolorosa e ofegante.

·       Tosse inicialmente seca depois evolui com secreção ou tosse produtiva.

·       Dores no ouvido.

·       Náuseas.

·       Vômitos.

·       Calafrios e tremores.

·       Mialgias (dores musculares).

·       Sudorese (suor intenso).

·       Inapetência (falta de apetite).

 

Em crianças os sintomas podem variar:

 

·       Choro.

·       Febre alta e resistente a antitérmicos.

·       Tosse.

·       Obstrução nasal.

·       Dor torácica.

·       Dificuldade para respirar.

·       Taquipnéia (respiração rápida) com frequência respiratória (movimentação do tórax).

·       Diminuição do apetite.

·       Prostração.

 

Sinais de perigo nas crianças:

 

·       Convulsões.

·       Sonolência.

·       Febre ou temperatura baixa.

 

Obs: Nos idosos e nas pessoas debilitadas, a Pneumonia pode ocorrer sem a presença dos sinais clássicos da doença, causando uma certa dificuldade em relação ao diagnóstico.

 

Fase avançada:

 

·       Convulsões.

·       Mal-estar generalizado.

·       Alteração da pressão arterial.

·       Lesões de herpes nos lábios (sistema imune debilitado)

·       Piora do estado geral.

·       Estado de prostação.

·       Dispnéia a qualquer esforço.

·       Confusão mental.

·       Pulso acelerado.

·       Respiração ofegante.

·       Dispnéia (falta de ar).

·       Fortes dores no tórax ou peito.

·       Tosse produtiva com expectorações viscosas de cor vermelho-amarronzada e/ou com raias de sangue.

·       Ulcerações nos brônquios.

·       Lábios e unhas ficam roxos por falta de oxigênio no sangue.

 

Obs: A coloração das expectorações resulta da infiltração de hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue no catarro.

 

Diagnóstico

 

·       Anamnese.

·       Verificar esquema de vacinação.

·       Exame clínico.

·       Exame físico.

·       Exames laboratoriais.

·       Hemograma e hemocultura.

·       Exame de escarro.

·       Cultura de amostra de aspirado de secreção traqueal.

·       Broncoscopia por fibra óptica.

·       Raio X do tórax: exame de imagem que serve para confirmar o diagnóstico da doença, sua localização e a extensão.

·       TC – Tomografia Computadorizada do tórax.

·       Ultra-som de tórax.

·       Punção pulmonar transtorácica percutânea em casos específicos.

 

Tratamento

 

Médico especialista: Pneumologista

Objetivo: Melhora do quadro clínico e respiratório.

 

Para cada forma de transmissão de Pneumonia, existe um tratamento diferente. O tratamento para a Pneumonia depende basicamente do tipo de microorganismos  (bactérias, vírus, parasitas, fungos) causadores da inflamação e infecção do pulmão, da gravidade dos sintomas, do estado clínico do paciente e de suas co-morbidades.

 

Tratamento medicamentoso:

Antibioticoterapia: antibióticos de largo espectro pelo período de 8 a 10 dias. Os sintomas geralmente desaparecem em 12 a 36 horas após a administração dos medicamentos, mas em pacientes debilitados, idosos e  soropositivos os sintomas demoram mais tempo para desaparecer.

Antitérmicos: medicamentos para diminuir a febre.

Analgésicos: medicamentos para diminuir a dor.

Antieméticos: medicamentos para vômitos.

Broncodilatadores se for necessário.

Corticoterapia se for necessária.

Hidratação EV.

Gasometria se indicada.

Pneumonia causada por vírus  o tratamento é de suporte  e, dependendo do caso remédios antivirais.

Pneumonia causada por fungos são utilizados remédios antifúngicos.

Pneumonia causada por parasitas ou outro tipos de microorganismos são utilizados antibióticos concomitantemente com outros remédios.

Oxigenioterapia: suporte de oxigênio (cateter nasal, capacete, tenda, máscaras).

Inaloterapia: fluidificação de secreções usando inalações. Procedimento que umidifica as secreções facilitando na remoção e melhora a troca gasosa.

 

UTI em casos graves:  sinais e sintomas de insuficiência respiratória moderada a grave, hipoxemia (saturação de oxigênio menor que 90 em ar ambiente), necessidade de suporte ventilatório/intubação, diminuição do nível de consciência, sinais e/ou sintomas de choque.

 

Repouso no leito; o repouso é fundamental para o paciente que está em tratamento de Pneumonia, porque auxilia da diminuição do gasto de energia e na exacerbação dos sintomas.  Posição de Fowler..

 

Drenagem pleural se for indicada.

Toracocentese se for indicado.

 

Tratamento fisioterápico: Fisioterapia respiratória: exercícios de respiração profunda e a terapia para eliminar secreções (tapotagem e vibradores no tórax) são procedimentos que contribuem para o tratamento da Pneumonia.

 

Dietoterapia: uma dieta adequada e a ingesta de líquidos ajudam a recuperação do paciente.

 

Assistência de enfermagem:

·       Verificar sinais vitais.

·       Instalar acesso venoso.

·       Ficar atento a temperatura do paciente.

·       Administrar medicação prescrita.

·       Controle hídrico  e eletrolítico.

·       Ficar atento a distensão abdominal.

·       Ficar atenta a sinais de hipoxemia.

·       Ficar atento a monitorização do paciente.

·       Fazer a nebulização (inaloterapia)  quando prescrita.

·       Registrar e informar alterações no estado clínico do paciente.

·       Manter o paciente em posição Fowler.

·       Encorajar a ingesta de alimentos pastosos se indicado.

 

 

Prognóstico: A Pneumonia causada por Staphylococcus aureus adquirida no ambiente hospitalar é a causa mais comum de pacientes que são tratados de outra doença, e que pode evoluir para o óbito.

Nos casos de Pneumonia grave em que o paciente está necessitando de cuidados intensivos, mais ventilação mecânica e  ainda tem co-morbidades associadas o prognóstico é reservado. Pacientes com comorbidades que adquirem Pneumonia são mais suscetíveis as complicações graves decorrentes da doença.

Pacientes com mais de 65 anos com Pneumonia grave podem necessitar de cuidados ventilatórios intensivos. Paciente desnutrido com Pneumonia grave tem um prognóstico de sobrevida bem menor.

Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica  que adquirem Pneumonia tem um prognóstico um pouco mais reservado. Pacientes ou pessoas idosas que fazem uso de antibióticos sistêmicos têm uma predisposição maior para a colonização e superinfecção de microorganismos causadores da Pneumonia.

Geralmente o óbito ocorre devido a insuficiência respiratória.

 

 

Complicações

 

As complicações mais comuns da Pneumonia dependem da idade, do tipo e do estado geral de saúde do doente.  Os cardiopatas e as pessoas com problemas pulmonares têm mais risco de complicações. A Pneumonia pode ocorrer no pós-operatório de cirurgia eletiva ou de urgência.

 

·       Derrame pleural (acúmulo de líquido entre as pleuras) é a complicação mais frequente.

·       Bacteremia ocorre quando as bactérias alcançam o sangue.

·       Empiema (armazenamento de pus em alguma cavidade corporal, principalmente no espaço pleural) .

·       Exsudato: Acúmulo de líquido pleural geralmente citrino e turvo secundário a doenças que comprometem direta ou indiretamente o mesotélio, com alteração da permeabilidade da pleura e formação do derrame.

·       Transudato:  Acúmulo de líquido, na maioria das vezes amarelo citrino, no espaço pleural que ocorre como conseqüência de doença extrapleural, geralmente sistêmica como colagenoses, tumores, hipoalbuminemias, síndrome nefrítica, síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca

·       Insuficiência Respiratória Aguda (IRA).

·       Pneumotórax.

·       Pneumatocele.

·       Abscesso pulmonar.

 

 

Prevenção

 

·       Através do esquema de vacinação contra a gripe.

·       Não fumar.

·       Evitar ingerir bebidas alcoólicas.

·       Higiene das mãos para não ocorrer o contágio.

·       Ter bons hábitos de higiene.

·       Ter uma alimentação balanceada.

·       Praticar exercícios.

·       Evitar a exposição a mudanças bruscas de temperatura.

·       Beber muita água quando se trabalha em ambientes com ar-condicionado.

 


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.