DERMATOMIOSITE JUVENIL


Introdução

A Dermatomiosite Juvenil (DMJ) é uma miopatia inflamatória idiopática rara, multissistêmica, caracterizando-se por vasculite com manifestações na pele, associada com fraqueza muscular progressiva e alterações em vários órgãos e sistemas do organismo.   A Dermatomiosite Juvenil não é uma doença contagiosa.   A doença pode aparecer na fase infantil ou adulta, caso os sintomas apareçam antes dos 16 anos, a doença  é chamada Dermatomiosite Juvenil. A doença no adulto pode ser secundária aos tumores malignos, em alguns casos.  O diagnóstico precoce e a implementação do tratamento medicamentoso e fisioterápico, propicia uma melhora significativa na sobrevida e na qualidade de vida do portador de DMJ.  A Dermatomiosite Juvenil (DMJ) é considerada uma doença auto-imune e reumática. 

Incidência

Causas

A causa exata da doença é ainda desconhecida. Estudos indicam que determinados fatores ambientais e a predisposição genética do indivíduo, podem levar ao aumento da susceptibilidade para a ocorrência da doença.

Transmissão

A Dermatomiosite Juvenil como na grande maioria das doenças auto-imunes tem a causa desconhecida. A DMJ  não é uma doença hereditária, mas existe um aumento da frequência de doenças auto-imunes, em famílias de portadores com DMJ. A combinação de fatores ambientais e de predisposição genética em pessoas com susceptibilidade para desenvolver a doença, podem funcionar como causa para o aparecimento da doença.

Sinais e sintomas

Em geral, as manifestações da doença surgem de modo lento e progressivo. As principais características iniciais  da DMJ são as dores musculares e articulares com limitação da capacidade física, a fraqueza muscular e o aparecimento de erupções cutâneas. O inchaço aparece quando ocorre a inflamação da articulação.  

Na fase inicial a doença se apresenta com sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com outras doenças infecciosas: febre, irritabilidade, perda de peso, cansaço muscular, dores musculares e edema.  A dificuldade de deambulação (andar) está ligada à doença muscular neste estágio, sendo seguida de rash cutâneo, fraqueza importante e calcinose em alguns pacientes. O edema periorbital e nas extremidades distais são considerados manifestações clínicas importantes da doença.  A anasarca (edema generalizado) pode ocorrer em alguns casos, mas não é comum. A DMJ durante o processo evolutivo pode ter manifestações clínicas em várias partes do corpo:

Manifestações musculares:

Manifestações cutâneas:

Obs: As erupções cutâneas  junto com a hiperemia local pioram à exposição solar.

Manifestações oculares:

Manifestações respiratórias:

Manifestações cardíacas:

Manifestações gastrintestinais:

Outras  manifestações: 

Fase avançada:

Obs: Quando o portador de DMJ apresenta  dificuldades para se alimentar ou deglutir, períodos de tosse, alterações na voz e dificuldade respiratória, podem ser sinais de comprometimento dos músculos ligados à respiração, deglutição e a fonação.

Diagnóstico

Obs: Os critérios diagnósticos usados para diagnosticar a DMJ, geralmente são os seguintes: lesão cutânea típica; fraqueza muscular proximal e simétrica; elevação das enzimas musculares; ressonância nuclear magnética;  eletroneuromiografia e biópsia muscular.

Exames complementares:

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Dermatomiosite Juvenil não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e radiológicos pode-se excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Dermatomiosite Juvenil  são as seguintes:

Tratamento

Médico especialista: Reumatologista.

Objetivos: Normalizar as enzimas musculares,  controlar a doença  e os seus sintomas que são extremamente desagradáveis e dolorosos, na grande maioria dos casos.

Existe tratamento específico para essa patologia.

Corticoterapia: Tratamento à base de corticosteróides para combater o processo inflamatório. Os benefícios da corticoterapia geralmente se relacionam à melhora  progressiva da força muscular e diminuição dos níveis das enzimas musculares. O tratamento  prolongado da corticoterapia pode causar alguns efeitos colaterais dependendo da dosagem  como comprometimento do crescimento, Síndrome de Cushing, osteoporose, compressão espinhal, aumento da presão arterial e aumento dos riscos de infecções.

Imunossupressores: O uso de imunossupressores pode ser necessário, conforme prescrição médica: metotrexato; ciclosporina; azatriopina; ciclofosfamida. Os efeitos secundários  e a relação risco/benefício desses medicamentos devem ser bem avaliados nos pacientes com DMJ. 

Na grande maioria dos casos, o tratamento medicamentoso da Dermatomiosite  Juvenil é longo. O controle do paciente é fundamental para avaliar o progresso do tratamento e o controle da doença.

Prognóstico: Crianças que apresentam anasarca, é sinal de má evolução da doença. Esses pequenos pacientes apresentam quadro graves da doença com pouca ou nenhuma resposta ao tratamento a base de corticóides.

O prognóstico fetal está relacionado à atividade da doença na mãe. Doença ativa na gestação pode concorrer para um prognóstico reservado, em relação ao feto.

Aparecimento de miocardiopatia com evolução de anasarca constituem  um prognóstico reservado.

A pneumonite intersticial pode levar o paciente à insuficiência respiratória, resultando em um prognóstico reservado.

Sequelas

Nos casos em que os pacientes desenvolvem constantes complicações cardíacas, neurológicas, respiratórias e gastrointestinais os riscos para o aparecimento de neoplasias, deve ser considerado.

Aparecimento de calcinoses pode aparecer de seis meses a 20 anos após o início da doença.

Comprometimento funcional decorrente do desenvolvimento e da extensão dos depósitos de cálcio (calcinose), e também pela gravidade do envolvimento dos músculos, pode resultar em atrofias e contraturas irreversíveis.


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário Geral.