*ESPONDILITE
ANQUILOSANTE
Definição
A Espondilite Anquilosante é uma doença
inflamatória crônica que acomete a coluna vertebral e as grandes articulações
dos quadris, ombros e joelhos. A doença acomete os tecidos conjuntivos afetando
primariamente o esqueleto axial. A doença ataca mais a coluna vertebral
provocando rigidez e dores na região das costas. Com a evolução da doença outras regiões podem
ser acometidas no corpo. É uma doença que acomete mais em indivíduos do sexo
masculino. Em relação a idade, geralmente
desenvolve-se entre os 20 e 40 anos de
idade; a média aos 38 anos. Quando a doença se inicia antes da adolescência é
denominada de Espondilite Anquilosante Juvenil.
O sistema imunológico ataca a coluna e as
articulações, o organismo como defesa cria mais osso (ossificação). O local das
articulações e ligamentos da coluna pode ossificar, levando a junção das
vértebras. Todo esse processo pode durar vários anos e causa muita dor e
limitações ao portador da doença. A doença compromete o estado emocional e a
qualidade de vida do portador.
A Espondilite Anquilosante é considerada uma doença
reumática sistêmica e autoimune incurável.
Causas
A causa da doença é de origem desconhecida. Estudos
indicam que a doença está ligada a fatores genéticos.
Genética
A Espondilite Anquilosante pertence a uma família
de doenças denominadas de Espondiloartrites Soronagativas, que engloba as condições como artrite psoriásica, artrite reativa e artrite enteropática.
A Espondilite Anquilosante acomete mais os
indivíduos que possuem um determinante genético denominado HLA-B27, em relação
aos indivíduos que não possuem o marcador genético. Ter o marcador genético
significa uma maior propensão para desenvolver a doença, mas nem todas as
pessoas que têm o marcador genético desenvolve a doença.
Sinais e sintomas
A
doença pode ocorrer na coluna vertebral, quadris, joelhos, tornozelos,
calcanhar e ombros. Em muitos casos a dor começa na região das nádegas, que se
espalha na região das coxas e na parte inferior da coluna. Isso ocorre quando a
doença começa nas articulações sacroilíacas (região entre o sacro e a pélvis), a dor irradia para
as pernas e nádegas. Porém o sintoma
mais comum da doença é a dor nas costas e a rigidez. Os sintomas principais da
doença são os seguintes:
·
Lombalgia
(dor na região lombar) por mais três meses e persistente;
·
Dor
no local da articulação;
·
Inchaço
na região;
·
Rigidez
matinal;
·
Tendão
de Aquiles pode inflamar e ficar dolorido;
·
Limitação
do movimento.
Obs: As dores na região da coluna geralmente tem uma piora
com o repouso e uma pequena melhora com o movimento e/ou exercícios. É uma dor
que começa lentamente e demora algumas semanas. A coluna vertebral com o tempo
de evolução da doença apresenta uma rigidez matinal. A inatividade também
contribui para a progressão da doença.
Com o tempo a mobilidade da coluna vai evoluindo e enrijecendo (anquilose). Com o tempo a curvatura da coluna na região
dorsal fica mais evidente.
Outras
manifestações fora das articulações:
·
perda de peso;
·
perda do apetite;
·
cefaleia (dor de cabeça) constante e de longa
duração;
·
fadiga (cansaço);
·
diminuição da expansão torácica;
·
dor na região do peito, principalmente
durante a respiração profunda (inflamação das articulações entre as costelas e
a coluna vertebral);
·
comprometimento progressivo da expansão dos pulmões.
Diagnóstico
·
Anamnese
(história do paciente).
·
Exame
físico.
·
Exame
clínico.
·
Exames
laboratoriais.
·
Ressonância
Magnética.
Obs: O
diagnóstico precoce da doença é de fundamental importância para evitar a
progressão da doença, deformidades e as suas complicações.
Tratamento
Médicos
especialistas:
Clínico, Ortopedista e Reumatologista. Mas dependendo da evolução da doença e o
comprometimento de outros órgãos, outros especialistas podem ser necessários
para o tratamento.
Objetivo: Aliviar os sintomas dolorosos;
permitir a realização das atividades diárias; manter a amplitude articular dos
movimentos e reduzir o risco de deformidades nas regiões afetadas.
Não
existe tratamento específico para a doença. O tratamento é sintomático conforme
os sintomas apresentados pelo paciente. É importante que o tratamento seja
realizado logo na fase inicial da doença.
Quando não tratada a doença pode provocar rigidez, deformidades e se
tornar incapacitante. Os ossos da coluna
e quadril podem ficar definitivamente fundidos.
Tratamento
medicamentoso:
·
antiinflamatórios não-esteroidais;
·
analgésicos;
·
relaxantes musculares;
·
fármacos imunossupressores e biológicos.
Tratamento fisioterápico: É importante um acompanhamento
fisioterápico por longo tempo para fortalecer músculos em torno das
articulações e melhorar a moblidade, felxibilidade e amplitude nas juntas. A osteopatia e a
fisioterapia manual são técnicas que podem ajudar no tratamento fisioterápico.
Tratamento cirúrgico: é recomendado nos casos graves de
acometimento das articulações dos quadris (artroplastia
do quadril) e
da coluna vertebral.
Complicações
Em
casos graves, a doença pode causar as seguintes complicações:
·
uveíte (inflamação e lesões nos olhos);
·
fibrose pulmonar;
·
lesões nos intestinos (colite ulcerativa);
·
lesões na pele (psoríase);
·
artrite no quadril;
·
anquilose temperomandibular;
·
doença no coração (doença cardíaca espondilítica).
Obs: Em caso de gravidez o médico deve ser comunicado,
devido às medicações que foram prescritas para o tratamento da doença. Devido à
rigidez das articulações do quadril talvez o parto tenha que ser através de uma
cesariana.
Sequelas
Com a
evolução da doença a coluna vertebral e as articulações sacroilíacas ficam
deformadas e rígidas.
O
portador da doença apresenta sérias dificuldades para caminhar devido as deformidades na coluna e quadril.
Práticas
que podem melhorar o quadro da doença
·
Dieta
balanceada para o controle do peso. O
peso controlado alivia a sobrecarga na coluna e articulações. A dieta deve ser
indicada pela nutricionista.
·
Para
dormir ou descansar usar um colchão ortopédico para manter a coluna estável. É
prudente usar também cadeiras, poltronas e móveis que estabilizem a coluna e
proporcione conforto
·
Manter
a postura correta.
·
Fazer
os exercícios posturais e respiratórios indicados pelo fisioterapeuta.
·
Evitar
a automedicação para aliviar a dor. Toda a medicação e dosagem devem ser
prescritas pelo médico responsável pelo tratamento.
·
Evitar
bebidas alcoólicas.
·
Não
fumar.
Dúvidas
de termos técnicos e expressões consulte o glossário geral.