Ancilostomíase


Definição

Doença infecciosa causada por duas espécies de nematódeos que habitam o trato intestinal.  A infestação ocorre através da penetração dos ovos na pele íntegra do homem, determinando Dermatite pruriginosa.  O ambiente ideal para o desenvolvimento das larvas, ocorre em locais abrigados da luz solar direta e em particular de solo arenoso. 

A doença apresenta características clínicas semelhantes nos dois casos, apenas a distribuição destas espécies de nematódeos é diferente geograficamente.  São vermes perigosos porque geralmente são em grande quantidade, sugando progressiva e constantemente muito sangue, provocando anemia intensa e enfraquecimento geral no portador.

A ancilostomíase representa problema de Saúde Pública no Brasil, dado o grande número de pessoas atingidas no país, e a facilidade com que ocorre a reinfestação dos pacientes tratados. Isso se deve às más condições sanitárias das regiões tropicais e subtropicais do Brasil. A doença também na área econômica causa problemas, pois diminui a capacidade produtiva do trabalhador afetado.

Sinonímia

É uma doença também conhecida pelos seguintes nomes:

Obs: A maioria destas denominações e muitas outras tipicamente regionais foram consagradas pelo uso popular.

Histórico

A primeira descrição científica é atribuída a Dubini, em 1843, que a partir de material de necropsia  feito em uma mulher, obteve uma espécie à qual denominou Ancylostoma duodenale. Em seguida, em 1878, Grassi e Parona demonstraram que o diagnóstico da infecção poderia ser feito pela recuperação de ovos nas fezes eliminadas pelos pacientes, sobretudo por aqueles que sofriam de anemia dos mineiros. Finalmente, Looss, em 1897, estudou  em cães o trajeto migratório do Ancylostoma caninum, desde a invasão da pele até o intestino delgado, elucidando de maneira completa todos os estágios larvários. Os estudos subseqüentes, envolvendo ancilostomídeos, basearam-se nessas experiências fundamentais.

Distribuição geográfica

Quanto a distribuição das duas espécies de ancislostomídeo, observa-se que segundo as características de cada um o Ancylostoma duodenale predomina nas regiões  mais frias (23° a 30ºC), enquanto o Necator americanus tem maior prevalência nas regiões mais quentes (30° a 35ºC). É por esse motivo que a ancilostomíase causada pelo Necator americanus é mais comum entre os brasileiros. A umidade do solo parece ser um dos principais requisitos para o bom desenvolvimento larvário. Os melhores locais são encontrados em terrenos arenosos onde a água é mais bem retida, sem ocorrência de saturação de umidade.

Agente etiológico

Ancylostoma duodenale e o  Necator americanus são os agentes habituais da ancilostomíase humana. No Brasil predomina a infecção pelo Necator americanus; gênero Ancylostoma, porque o verme tem mais preferência por regiões mais quente. A infecção por Ancylostoma duodenale se adquire pelas vias percutânea e oral. A infecção pelo Necator americanus se adquire por via percutânea.

Características dos vermes

Hospedeiro

O homem, sendo o habitat do verme o intestino delgado, mas nas infecções maciças podem ser encontrado até no íleo e no ceco.

Relações parasito-hospedeiro

Para que ocorra a infecção humana, é necessária a integração dos seguintes fatores, para que se propague o parasitismo:

Somente a larva filarióide embainhada tem capacidade de infectar o homem. Muitas larvas correriam no solo na falta prolongada de seu contato com o hospedeiro apropriado. Das que penetram ativamente através da pele, somente um 1/4  das larvas completam a sua evolução no hospedeiro. Na maioria das vezes, os vermes sobrevivem em média dois anos, e a persistência do parasitismo dependeria das reinfecções.

Modo de transmissão

Transmissão ativa:

Os ovos eliminados com as fezes depositam-se no solo contaminando-o; esses ovos se rompem e liberam larvas que com o passar dos dias (8dias) crescem e transformam-se em larvas infectante; a infecção no homem ocorre pela penetração das larvas através da pele da  região dos tornozelos e pés, especialmente em suas bordas e no dorso, como também nos espaços interdigitais; as larvas rapidamente entram nos capilares linfáticos e venosos regionais; outras seguem pela corrente sanguínea e se dirigem para os pulmões, brônquios, traquéia, laringe, esôfago, estômago e intestino. Ao chegarem no intestino delgado, fixam-se na parede intestinal, sugando o sangue do hospedeiro, onde se desenvolvem atingindo a forma adulta.

Sinais e sintomas

O quadro clínico pode variar desde a ausência de sinais e sintomas  a situações de gravidade. Existem alguns fatores que contribuem para a exarcebação e exteriorização das manifestações clínicas. Conforme a predominância de um ou mais desses fatores, será determinada a exteriorização clínica da doença.  Os fatores são os seguintes: 

Manifestações cutâneas: ocorre nos locais onde houve a penetração das larvas através da pele.

Manifestações tráqueos-pulmonares: ocorre durante a migração das larvas pelos alvéolos, bronquíolos, brônquios e traquéia.

Manifestações digestivas: são resultantesdo trajeto esofagiano, a maioria desses sintomas aparecem após 3 a 4 semanas da infecção inicial, essa sintomatologia pode persistir até cerca de dois meses.

Manifestações do período de estado:  nesta fase os sintomas podem surgir no curso de poucas semanas ou meses após as manifestações digestivas.

Casos graves: são causados pelo quantidade exagerada de vermes no organismo do hospedeiro.

Obs: Quanto menor a idade do parasitado e mais pobre a sua dieta, mais intenso será o parasitismo. Em crianças é comum verificar-se baixa estatura e  peso,  aproveitamento escolar baixo e atraso no desenvolvimento psíquico. As crianças com maior freqüência, exibem configurações clínicas mais graves, ainda que na vigência de carga parasitária relativamente leve, em virtude de sua menor capacidade em restaurar as perdas sanguíneas e das necessidades eletivas de proteína e de ferro em seu metabolismo.

Diagnóstico

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve se feito para que a Ancilostomíase não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante. Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças  que podem ser confundidas com a Ancilostomíase são as seguintes:

Tratamento

Objetivo é erradicar a doença através de medicamentos que matem o verme e destruam seus ovos. Também tratar a anemia através de orientação dietética e suplementação  oral de ferro.

Os pacientes ancilostomóticos podem ser divididos em três grupos distintos, com vista à conduta terapêutica:

Controle de cura:  Após o final do tratamento os exames parasitológico de fezes, geralmente em três amostras, devem estar negativados.

Complicações

Seqüelas

Profilaxia

medidas sanitárias:

medidas gerais:

medidas individuais:


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.