estrongiloidíase


Definição

A Estrongiloidíase é uma parasitose grave, decorrente da ação de um nematódeo pequeno de geração alternada, com um ciclo de vida livre na terra e um ciclo de vida parasitária no homem. É uma parasitose caracterizada por várias manifestações clínicas, desde os casos assintomáticos até as formas graves e mesmo em alguns casos fatais por hiperinfecção de larvas.As lesões básicas da Estrogiloidíase ocorrem no intestino delgado e são de distribuição segmentar, porque dependem fundamentalmente da ação direta do helminto, por isso predominam as manifestações diarréicas ou disentéricas crônicas, também podem ocorrer lesões cutâneas, broncopulmonares, hepáticas, biliares e miocárdicas. O parasitismo se dá pela fêmea partenogenética parasita, inexistindo formas masculinas no ciclo parasitário. No Brasil a doença se distribui conforme as regiões climáticas e as condições sócio-econômicas das populações, sendo comum em locais sem saneamento adequado.

Sinonímia

É uma doença também conhecida pelo nome de Estrongiloidose.

Incidência

Agente etiológico

Nematóide da espécie Strongyloides stercoralis; é um nematóide geo-helminto, isto é, parte do seu ciclo se desenvolve no solo.

Formas evolutivas

Ciclo vital

A evolução pode se fazer através de duas modalidades: ciclo direto ou ciclo indireto.

Hospedeiro

O homem, tendo como habitat normal o duodeno e a porção superior do jejuno. Em certos casos, o parasito pode ser encontrado desde a porção pilórica do estômago até o intestino grosso (ceco e colóns).

Fonte de infecção

O homem é a única fonte de infecção.

Localização

Os parasitos tem uma localização preferencial pelo intestino delgado no hospedeiro humano, mas também podem ser encontradas larvas em vários outros locais do hospedeiro:

Transmissão

A carga parasitária ou o grau de infecção do paciente depende não só da intensidade da exposição, como também do grau de auto-infecção. Condições precárias de higiene, tratamento inadequado das fezes, poluição do solo e maus hábitos higiênicos favorecem as reinfecções.

Manifestações clínicas

Devido aos estágios do ciclo evolutivo do parasita as manifestações clínicas podem ser diferenciadas em:  cutâneas, respiratórias, digestivas e as manifestações por hiperinfecção.

Gerais: os sintomas dependem geralmente do grau de infecção e das condições nutritivas do hospedeiro humano.

Cutâneas: quando as larvas penetram na pele, principalmente pelo tornozelo, dorso do pé e nos espaços interdigitais, pode ocorrer:

Respiratórias: quando as larvas passam pelos pulmões, o paciente pode apresentar:

Digestivas: quando as fêmeas partenogenéticas e as larvas se alojam  no intestino; essa manifestações podem ser subdivididas em: 

forma leve:

forma moderada (além das manifestações anteriores podem ocorrer):

forma grave (a invasão larvária dos linfáticos da parede  intestinal representa o principal elemento para o desenvolvimento das formas graves da doença)

Hiperinfecção:  Através do mecanismo de auto-endo-infecção, as larvas disseminam-se através da corrente sanguínea a todo o organismo. A Estrongiloidíase sistêmica maciça, caracteriza-se por intensa e difusa dor abdominal, vômitos, diarréia ou disenteria, manifestações de íleo paralítico com acentuada distensão abdominal e síndrome de choque associados à hipoproteinemia e hipopotassemia.

As larvas filariformes e rabditóides desse helminto são capazes de penetrar na intimidade da parede duodenal. O comprometimento do estado geral, de qualquer natureza, e o emprego de corticosteróides e imunodepressores estão associados com a ocorrência de formas graves dessa parasitose, em que se verifica penetração das larvas através da parede do intestino e disseminação linfática, atingindo vários órgãos (linfonodos do mesentério, pulmões, etc.), entre os quais o fígado. O quadro que se instala é grave, em geral acompanhado de icterícia. No fígado, as larvas são encontradas na intimidade do lóbulo hepático e no espaço porta, onde é freqüente observar-se infiltrado eosinofílico.

Obs: A presença de tosse, febre alta e hepatomegalia dolorosa indica migração larvária maciça.

Diagnóstico

Tratamento

Deve-se interromper este ciclo, mediante a administração de séries terapêuticas prolongadas ou repetidas.

Obs: Indivíduo que procede de áreas hiperendêmicas da verminose,  pode ser indicado em alguns casos sob prescrição médica, o emprego profilático de estrongiloidicida, antes do emprego prolongado,  em posologias elevadas de corticóides, independentemente do resultado parasitológico de fezes. 

Controle de cura:  É feito através de pelo menos três exames parasitológicos de fezes negativo; o primeiro exame deve ser feito uma semana após o término do tratamento, com intervalo também de uma semana entre os outros exames, sempre que possível.

Complicações

A Estrongiloidíase pode determinar grande número de complicações, devido a variedade de manifestações clínicas em vários orgãos do hospedeiro humano:

Prevenção

medidas sanitárias:

medidas gerais:

medidas individuais:


Dúvidas de termos técnicos e expressões, consulte o Glossário geral.